Dr. Robert J. Barro é economista da Universidade de Harvard. Dr. Edgard Dewitte é professor da Universidade de Oxfrod e Dr. Laurence Iannaccone é professor da Universidade Chapman.
Realmente, vale muito à pena a leitura. Especialmente, pela hierarquia católica, após o mais radical fruto do Vaticano II: papa Francisco.
O texto é uma análise bem completa, mas não tenho nenhum tempo para a leitura do momento, a não ser que fosse pago para isso, hehehe. Aqui vai o link para o texto completo.
Vou traduzir aqui o resumo do artigo feito pelos autores, um pequeno trecho destacado pelo site Rorate Caeli sobre o Vaticano II, e a parte da conclusão do texto que trata do Vaticano II.
Resumo:
A taxa de frequência a serviços religiosos é uma variável importante para a sociologia e a economia da religião, mas dados globais e de longo prazo são escassos. Questões retrospectivas do Programa Internacional de Pesquisa Social (ISSP) permitem a construção de taxas de frequência a serviços religiosos que remontam à década de 1920 em 66 países, metade dos quais do "Sul Global". Diversas verificações comprovam a confiabilidade das informações retrospectivas. Um exercício demonstra a consistência entre dados retrospectivos e contemporâneos de pesquisas quando os dois se sobrepõem. Outro procedimento mostra que os valores retrospectivos são semelhantes quando gerados a partir de pesquisas individuais do ISSP para 1991,1998, 2008 e 2018; ou seja, não há uma dependência clara da memória em relação ao número de anos de recordação. Os novos dados documentam uma "Grande Divergência Religiosa" de um século entre o Norte e o Sul. Usamos os dados para realizar estudos de eventos para avaliar os efeitos na frequência a serviços religiosos de dois grandes eventos. O Vaticano II, entre 1962 e 1965, desencadeou um declínio na frequência católica mundial em relação à de outras denominações. Em contraste, o fim do comunismo no início da década de 1990 não afetou sistematicamente a frequência aos serviços religiosos. Por fim, em uma amostra ampla, a frequência aos serviços religiosos responde positivamente a guerras e depressões.
Parte do Artigo sobre Vaticano II:
Utilizando um delineamento de estudo de eventos, constatamos que as taxas de frequência a serviços religiosos em países predominantemente católicos começaram a diminuir em relação às de todos os outros países e às de outros países cristãos precisamente após o Vaticano II. Esse resultado se aplica à frequência de adultos e crianças a serviços religiosos e também se aplica quando se utiliza a proporção de adeptos católicos de um país como medida contínua da exposição do país. No geral, a taxa de frequência relativa católica caiu quatro pontos percentuais por década entre 1965 e 2015. Esse padrão é consistente com a religião modelada como um bem de clube (Iannaccone [1992]) e com a visão de que o Vaticano II destruiu a percepção de uma Igreja imutável e defensora da verdade (Greeley [2004], MacCulloch [2010]). De forma mais geral, esses resultados podem explicar por que muitas autoridades religiosas relutam em modernizar sua doutrina ou reduzir as barreiras à participação religiosa.
Conclusão:
A principal contribuição deste estudo é utilizar as questões retrospectivas do ISSP para construir medidas de longo prazo das taxas de frequência a serviços religiosos de adultos e crianças em 66 países, metade deles fora do Ocidente. Esses dados remontam a 1920. Geramos taxas de frequência mensais e semanais, discriminadas por gênero e por adultos versus crianças. Acreditamos que esses dados serão úteis para muitos pesquisadores em sociologia e economia da religião.
Já constatamos que eles permitem análises de importantes questões pendentes relativas aos determinantes das taxas de frequência a serviços religiosos: o Concílio Vaticano II, encerrado em 1965, teve grandes efeitos negativos nas taxas de frequência a serviços religiosos de adultos por católicos; enquanto o fim do comunismo em 16 países no início da década de 1990 não mostra efeitos claros na frequência a serviços religiosos de adultos.
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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).