Há um jornal na Inglaterra de que gosto muito. Chama-se The Catholic Times. O jornal tem edição semanal e é possível comprá-lo nas igrejas católicas aos domingos. Os artigos do jornal são sensacionais, com muito ensinamento teológico e discussão dos problemas da atualidade. O Brasil, que é um país católico, ao contrário da Inglaterra, precisa de um jornal assim para espalhar a doutrina cristã. Nossos católicos não conhecem a teologia da sua religião, por isso mesmo têm dificuldade de defendê-la.
Hoje, no jornal, por exemplo, discute-se a libertação dos presos políticos cubanos, a teologia da transubstanciação, a história dos missionários cristãos no Zimbábue, a vida de John Newman, que vai ser beatificado pelo papa em setembro, e o problema dos abusos feitos às crianças por integrantes da igreja. Dentre os articulistas, o que mais gosto é o Padre Francis Marsden. Seus textos são fantásticos.
O problema é que o jornal não está disponível na internet. O que é uma grande pena. Mas, se quiserem, visitem o site que divulga a subscrição do jornal para se ter uma idéia: http://www.totalcatholic.com/tc/
Bom, há também uma articulista, chamada Alenka Lawrence, que é inglesa, mas mora nos Estados Unidos. Ela costuma escrever textos interessantes nos quais compara o comportamento dos dois países. Por exemplo, ela já destacou que nos Estados Unidos é muito mais fácil mobilizar pessoas para irem às ruas lutar contra o aborto. O que não acontece na Inglaterra, para tristeza dela e minha também.
Hoje, Alenka destaca a diferença entre o censo que é aplicado nos dois países. Ela diz que no censo norte-americano há apenas 10 perguntas, mas que os americanos detestam respondê-las, e reagem dizendo que os Estados Unidos não é um país comunista e que o governo não tem nada que ficar se metendo na vida deles. Os recenseadores sofrem para que as pessoas respondam a 10 perguntas, que versam apenas sobre quantas pessoas moram na casa ou se o imóvel é alugado ou comprado. Apesar de que neste ano, uma das perguntas é sobre a raça da pessoa (?). Na Inglaterra, ela diz, são 40 perguntas sobre tudo. Querem saber o estado civil da pessoa, se está saudável, se tem carro, quantos banheiros tem a casa, etc.
No Estado de São Paulo de hoje vejo que o censo brasileiro pode ter 108 quesitos. O jornal destaca: “Serão pesquisados até a quantidade e as condições dos banheiros e de quais materiais são feitas as paredes das casas. O questionário inclui ainda como é o deslocamento de casa para o trabalho e para o estudo, para identificar deficiências na infraestrutura de trânsito. Pela primeira vez, a pesquisa do IBGE vai investigar as línguas indígenas, assim como a cor e raça de toda a população e registro de nascimento.”
Os americanos fariam uma revolução contra isso.
Lembro-me de um personagem do Jô Soares que dizia “se hay gobierno soy contra”. Para mim, os americanos até que não são contra qualquer governo, mas qualquer governo é apenas um mal necessário. Os europeus e latino-americanos desejam mais a presença do estado. Mas acho que a independência dos norte-americanos é mais edificante.
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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).