domingo, 20 de março de 2011

Cacator, Cave Malum

  

O símbolo acima remete a uma expressão americana de baixo calão que quer dizer "merda de búfalo" (bullshit). Costuma ser usada para dizer para alguém que aquilo ele diz é bobagem das grossas, é bullshit. Então quem usa esse símbolo quer dizer que na área é proibido dizer bobagem.

Mas para ficar mais chique eu vou usar uma outra expressão que aprendi ontem no excelente blog de James Hannam, autor de God's Philosophers.

Hannam estava falando do livro A Cabinet of Roman Curiosities: Strange Tales and Suprisied Facts from the World's Greatest Empire. No livro, o autor, J.C. McKeown, diz que os romanos quando não gostavam de um morto iam no túmulo dele e pisavam, urinavam e defecavam. Então muitos familiares dos mortos colocavam avisos nas lápides para afastar os cagões. Para não escrever um texto muito longo, alguns familiares apenas escreviam: Cacator, Cave Malum! (Cagadores, Cuidado!!).

Vou usar esse termo com outro significado. Toda vez que eu encontrar algum intelectual ou político ou analista econômico falando muita bobagem, vou escrever antes: CACATOR, CAVE MALUM!! Para avisar aos meus leitores que aí vem muita bobagem.

Pois bem, assim eu digo para meus leitores antes de lerem a entrevista de Obama para a Veja e a de FHC para a Folha de São Paulo. É tanta bobagem, falta de lógica e de princípios que dá asco.

A entrevista de Obama só lendo a revista, não está disponível, mas a de FHC está disponível no blog do Augusto Nunes e eu comentei lá dizendo que FHC fez igual aos romanos raivosos nos túmulos.

O que Obama falou na Veja é de um vazio próximo ao vácuo, não se consegue tirar nada além de platitudes. Ao contrário de Obama, o FHC falou muito, mas nada que preste. Vejam isso de FHC:

"O Obama fez aquele discurso no Egito com uma proposta de conciliação. E daí? Assim como foram surpreendidos pelo fim da URSS, também foram agora com as revoltas no mundo árabe. E ficam atônitos, porque têm essa contradição de apoiar o errado. O chinês só grita quando pisam no calo dele, nós gritamos sem ter calo, e os EUA gritam sempre com e sem calo… Mas vão parar de gritar, vão ter de sussurrar".

Meu Deus, o que é isso? Isso não é análise, é texto infantil, desejoso de destruição de um país que sempre foi o único porto de defesa de princípios como liberdade, cristianismo e capitalismo. Que errado é esse que fala FHC? Ele quer que os Estados Unidos sussurrem para quê? Para nascer o imperialismo chinês?

Será que ele acha que o certo é defender o Irã, o Hezbollah, o Chavez, a Líbia, o Saddam Hussein, ou o Mao Tse Tung. Acho que FHC acha lindo os princípios que a China usa com o seu próprio povo, como o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, com as religiões (vejam como o governo chinês lida com as diversas religiões), com a justiça (vejam como a China respeita o princípio do contraditório), com a vida (vejam o número de abortos na China por cause da lei de apenas um filho), e com o mercado (quem é o rei da pirataria no mundo?).

No Brasil, parece que todo político (já que só temos partidos de esquerda) ou intelectual sonha com o imperialismo chinês. "Assim não dá, assim não pode".

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).