sábado, 2 de abril de 2011

Quem é Contra Dívida Pública, Esquerdistas ou Conservadores?



Na semana passada, ocorreram mainisfestações especialmente de estudantes, sindicatos e ONGs no Reino Unido contra os cortes de gastos públicos para conter a déficit do país. Eles não acham que o país tenha qualquer problema com dívida pública. Durante as passeatas, alguns manifestantes resolveram atacar o Hotel Ritz e mais algumas empresas, quebrando vidros e vitrines.

Agora planeja-se uma manifestação contrária, isto é, uma passeata contra a dívida pública, no dia 14 de maio.  Não é uma manifestação de apoio ao governo, é de apoio a luta contra a dívida pública. Como bem lembrou, Ed West: há duas formas de tornar um país escravo: pela espada e pela dívida. Alguns ingleses não querem um país escravo por dever muito. Exemplos dessa escravidão abundam no mundo e mesmo muito perto dos ingleses (como Irlanda e Portugal). Vejam acima do blog de Daniel Hannan como está a distribuição dos gastos públicos ingleses. 34% do orçamento já são apenas para pagar juros da dívida.

Nos Estados Unidos, atualmente acontece a mesma coisa: sindicatos e partidos de esquerda contra o controle da dívida e conservadores querendo conter a escalada do déficit público.

No Brasil, se observarmos os gastos do Tesouro Nacional, mais de 72% dos recursos são para duas funcões: pagamentos de juros (acima de 40%) e previdência social (acima de 30%). Os gastos públicos brasileiros são bem menos equilibrados que os do Reino Unido, menos de 4% do orçamento da União vai para educação, por exemplo, enquanto o Reino Unido gasta acima de 30%.  

Mas onde estão as nossas passeatas pelo controle dos gastos públicos ou por melhor distribuição do dinheiro dos contribuintes? Onde está o nosso Tea Party?

No Brasil e na América Latina, costuma-se sair às ruas contra a dívida pública quanda esta é relacionada ao "imperialismo", ao FMI. Isto é, é a esquerda quem vai para as ruas combater um tipo de endividamento, aquele em que o dinheiro é gasto para pagar dívidas feitas no exterior. Dívida interna ou dívida em termos gerais não é motivo de passeata.

Geralmente, conservadores não são contra a dívida pública per se, procuram ver se a dívida é honrável, observando os juros, o prazo de financiamento e as receitas para pagar os compromissos. A esquerda tem uma visão ideológica.

Mas não pensem que os conservadores são os ricos e os esquerdistas são os pobres. Geralmente, passeata contra a dívida externa "imperialista" é cheia de estudantes de classe média e mesmo riquinhos (seja no Brasil ou em qualquer lugar) e muitos ricos adoram viver das tetas (subsídios do estado) para ficarem mais ricos às custas do dinheiro público. E muitos pobres e ricos achariam completamente equivocado gastar apenas 4% com educação e 5% com saúde, como é no Brasil.

Outra coisa, não se enganem achando que investidores de bolsas de valores são conservadores, eles geralmente não são. Eles, assim como os sindicatos, adoram grana do governo, ou melhor, dinheiro do contribuinte. Sindicatos e Capitalistas lutam pelo mesmo bolso: o nosso!

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).