Todos têm medo da Síria, isto é, todos têm medo do resultado dos levantes na Síria. É o que argumenta o site Stratfor, por isso o regime de Bashar al-Assad (o pequeno da esquerda acima), filho de Hafez al-Assad (o senhor da foto) continua atacando seus compatriotas e recebendo apenas alguns sussurros de oposição da comunidade internacional. A família Assad da foto está no poder desde 1971 e o país ficou de 1962 até a semana passada sobre regime de emergência que suspende os direitos democráticos dos cidadãos (Assad tirou o regime para tentar aplacar as manifestações).
Bashar Assad usa a Teoria do "ou Eu ou o Caos" para calar o mundo, como se ele fosse capaz de conter maiores problemas. Mas já há muito caos no país. No entanto, ninguém até agora disse que Assad deve deixar o poder, nem a ONU, nem os Estados Unidos, ninguém.
Abaixo a foto de Assad com Lula que está no link dele no Wikipedia:
Segundo Stratfor, os principais manifestantes são sunitas fundamentalistas (que fazem parte da maioria da população), mas ninguém sabe qual é a posição dos manifestantes sobre a política externa. A Síria tem fortes laços com o Líbano (dominado pelo Hezbollah e pelo Irã, mas com grande população cristã), tem curdos no norte do país que podem se revoltar e agitar tanto os curdos da Turquia como os do Iraque (países que fazem fronteira com a Síria). Os sauditas têm muito receio de uma maior aproximação do país com o Irã. E Israel também não quer ver Síria mais próxima do Irã.
Outro texto do Stratfor diz que muita gente está nos protestos porque as tropas do governo mataram alguém que eles conheciam. Não se precebe claramente se há uma oprganização ou um líder por trás dos protestos.O governo afirma que as manifestações são feitas por "grupos terroristas", Enquanto outros esperam que o Habibna (como chamam Assad) faça reformas que parem a crise.
Enquanto isso, tanques avançam sobre cidades para acabar com os levantes, como revelou o New York Times ontem. Muita gente já compara com a ofensiva de hoje com a que o governo fez em 1982 que deixou milhares de mortos na cidade de Hama.
No meio das mortes, desordem legal e do caos trazido pelo governo Assad, tem gente que já pede até intervenção de Israel, que é tão odiado pelos árabes.
Obviamente, o governo sírio provoca crime contra a humanidade, como diz Wlliam Harris do Weekly Standard, mas quem vai intervir? Harris responde o que deve ser feito:
"O povo sírio não deseja uma intervenção externa. Eles precisam, no entanto, de algum sinal de solidariedade da comunidade internacional frente ao barbarismo da ação governamental. Os Estados Unidos, que têm reservas sobre a Corte Criminal Internacional (ICC) e não é signatário do Estatuto de Roma, não têm opção moral a não ser endosar publicamente e imediatamente a mudança de regime na Síria e as demandas por democracia da população. O Reino Unido e a França, como sigantários do Estatuto de Roma, têm obrigação moral de patrocinar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU no modelo da Resolução 1593 de 2005, que levou a situação de Darfur para o ICC. Tal resolução usará o Capítulo VII da Carta da ONU para que se faça investigação sobre Bashar Assad e seus associados para procurar possíveis indícios de crime contra a humanidade"
Bom, concordo com Harris.
Abaixo, o vídeo sobre a crise do Stratfor:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).