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Pensei em dar título a este post de EUA e Europa: Cascão e o Porco, pois os países europeus em crise são chamados de PIIGS, que lembra Pigs (porcos em inglês). PIIGS são Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain).
Bom, o estímulo ao post é que ontem um jornalista alemão desafiou o porta-voz dos Estados Unidos Jay Carney, quando Carney criticava a Europa por não ter solucionado o problema da crise. O jornalista alemão (não é divulgado o nome dele no texto) disse (traduzo em azul):
"The U.S., as far as I know, has a worse debt-to-GDP ratio than the whole eurozone, and we are talking about the eurozone, not about the United States and that Congress can't get its act together. So from the European perspective, it seems that this country is in a bigger mess than Europe. We are not proud where we are. We know that it's slow and not bold, and so on, but at least they are doing something; they are deciding something, they're trying to pull that through. And here, nothing is happening -- third time this year," he added, referring to the Supercommittee failure.
(Os Estados Unidos, até onde eu sei, têm uma relação dívida/PIB pior do que a Zona do Euro, e nós estamos discutindo a Zona do Euro, não sobre os Estados Unidos e o Congresso americano, que não consegue agir em conjunto. Então, da perspectiva da Europa, parece que este país está em uma bagunça maior do que a Europa. Nós não estamos orgulhosos disso. Nós sabemos que é frágil, etc., mas pelo menos nós estamos fazendo algo: eles estão decidindo algo, tentando resolver. E aqui, nada está acontecendo - pela terceirta vez neste ano)
O jornalista estava criticando a incapacidade dos políticos dos Estados Unidos, Obama e o Congresso, de resolverem os problemas financeiros e fiscais, como aconteceu com o supercomitê dos dois partidos políticos esta semana.
A perspectiva do meracdo é que os Estados Unidos atinjam 100% na relação Dívida/PIB. Os países em crise na Europa alcançam níveis bem maiores que isso (Grécia chega a 165% e a Itália a 120%), mas se pegarmos toda a Zona do Euro, como disse o jornalista, o nível está abaixo de 100%.
Acho que nenhum país está em condições de dar conselhos a ninguém, nem o FMI, pois todos estimularam a crise de 2008 e a gastança que se seguiu. Além disso, todos saudaram a formação da União Européia como uma grande coisa desde sempre.
Ontem também eu vi um vídeo do Centro para a Liberdade e Prosperidade (Center for Freedom and Prosperity), que procura mostrar aos americanos qual foi o caminho errado da Europa e explica quais os passos que os Estados Unidos não devem seguir.
O vídeo dá 5 lições aos Estados Unidos:
1. Impostos elevados levam a maiosres gastos do governo e não redução à da dívida.
2. Impostos sobre Valor Adicionado (do tipo ICMS, IPI) são uma receita para elevação de gastos do govareno;
3. O Estado que gasta muito com políticas sociais de ajuda às pessoas leva à dependência em relação ao governo;
4. Reforma fiscal e redução de gastos do governo é impossível se a grande parte das pessoas depende do Estado;
5. Ajuda financeira (bailouts) não funcionam.
Abaixo, o vídeo do Centro:
Para o Brasil, vale a muito a pena pensar em todas as lições. Ressaltam-se os elevados gastos com bolsa família e o grande número de pessoas que vive de governo (funcionários públicos, pensionistas, aposentados, etc.). Além disso, nós somos o país do Imposto sobre Valor Adicionado. Como diz o vídeo, este tipo de imposto esconde a participação do governo nos nossos gastos, por isso o governo consegue aumentar impostos sem levar a culpa e, assim pode gastar mais, prejudicando as contas fiscais do país.
(Agradeço as perguntas do jornalista alemão ao site Culture War Notes e o vídeo ao site American Catholic)
Programas sociais querem votos... seria preciso um governante muito corajoso para retirá-los.
ResponderExcluirNada inegociável. Redução de imposto + bons sistemas de proteção ao consumidor (para regular o mercado), poderia fazer custos de vida caírem. Permitindo retirada de ajudas.
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Assinei a newsletter há três artigos e, sempre que entro aqui, vejo um post novo sem ele estar no e-mail. Chega depois. Deve ser coisa de configuração.
Deve ser, Eduardo.
ResponderExcluirInfelizmente, não entendo nada disso. Tenho algumas assinaturas de newsletter e já percebi que recebo também depois de algum tempo que o autor publicou.
Este é o caso por exemplo do American Catholic. Recebo o email na madruagada, depois que ele já escreveu há pelo menos umas 6 horas.
Grande abraço,
Pedro Erik