Para começar, não há com que se assustar na camisa já que as melhores cervejas do mundo são feitas por monges católicos (cervejas trapistas ou, em inglês, trappist beers) e muitos dos melhores vinhos do mundo também. Eu já falei aqui do relacionamento cerveja e teologia.
E o ato de fumar um cachimbo é mais saudável (e sacramental) do que cigarros.
Também não é de seassustar juntar bebidas alcóolicas com Cristo, uma vez que o primeiro milagre dele foi justamente transformar água em vinho.
Obviamente, tudo deve ser com moderação. Se não for em moderação pode ser pecado mortal. É o que diz o teólogo Taylor Marshall, que lembra também que Deus quando quis agradar o povo judeu disseminou pão e vinho.
Vou traduzir partes do texto de Marshall em azul, é bem interessante.
Muitas vezes as pessoas me perguntam sobre a ética do álcool. São Paulo responde a essa pergunta claramente: "Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18). Estar bêbado é certamente um pecado.
E depois há o provérbio: "O vinho provoca insolência, e o licor causa barulho: quem se embriaga com eles não chega a ser sábio." (Provérbios 20:1).
São Tomás de Aquino lida com este tema diretamente: "Ter mais carne ou bebida além do necessário pertence ao vício da gula, o que nem sempre é um pecado mortal, mas com conhecimento de causa ao tomar muita bebida, a ponto de estar bêbado, é um pecado mortal" (Summa Theologiae II-II , q. 150, a. 2, ad. 2).
Aqui aprendemos que a embriaguez voluntária é um pecado grave. Se alguém se senta no sofá e bebe seis cervejas para esquecer seus problemas. Isso não está certo.
Nesse mesmo artigo, São Tomás de Aquino afirma que Noé não cometeu um pecado, quando ele ficou bêbado pela primeira vez. A razão para isto é que Noé foi o primeiro humano a beber vinho, e não conhecia seus efeitos. Ele não procurou intoxicação com intenção. Foi um acidente.
Por outro lado, a Bíblia celebra o álcool. No Antigo Testamento, "a falta de vinho" é sempre um juízo de Deus contra o seu povo (Jeremias 48:33; Lamentações 2:12; Oséias 2:7; Joel 1:10). Sim, você leu certo. Quando os judeus pecaram no Antigo Testamento, Deus fez com que eles não tivessem nem trigo nem vinho - as duas partes da Eucaristia. Isto está de acordo com a doutrina católica de "beber de forma virtuosa".
Sempre que Deus queria abençoar Israel, Ele providenciou uma abundância de vinho (Gn 27:28, Dt 07:13, 11:14, Joel 2:19, 24; 03:18; Amós 9:13-14, Isaías 55:1 , Jer 31:12; Zc 9:17).
Então, o álcool é claramente uma bênção dada por Deus. Ele quer que a gente se divirta. Ele quer que sejamos alegres, com moderação. Mas ele não quer que a gente beba, de modo a sacrificar intelecto humano. Devemos sempre manter a nossa inteligência. Não devemos ficar bêbados a ponto de perder o que nos torna humanos, nossa racionalidade. Quando estamos bêbados tornamo-nos como animais. Sem sentido e comovido com as nossas paixões. Um estado perigoso de ser.
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Bom, hoje falamos de um assunto bem mais tranquilo do que o que dissemos na semana de Gosnell e Tzanaev. Um assunto de fim de semana.
Bebamos com moderação.
E rezemos pelas vítimas dos Gosnells e Tzanaevs.
Sem entrar no mérito na questão gostaria de salientar o seguinte: -Quando um homem bebe a ponto de se tornar impotente perante o álcool e que com isso perde o controle sobre sua vida é necessário que busque ajuda profissional porquanto alcoolismo não é safadeza e sim, doença reconhecida pela OMS como tal! A propósito há uma petição de minha autoria a respeito que gostaria que você assinasse e a reportasse aos amigos como forma de ajudar nossos irmãos que desconhecem sua doença.
ResponderExcluirO Link é o seguinte:
http://petiçõespublicas.com.br/?pi=mortal
Obrigado, Claudio.
ResponderExcluirDiscordo apenas ligeiramente de você, realmente a dependência do alcóol pede ajuda de familiares e profissionais de saúde. Mas o alcoolismo pode sim ser safadeza (pecado). Não tiremos a idéia de pecado de nossas vidas, é bastante prejudicial eliminar os mandamentos de Deus de nosso dia a dia.
Obrigado pelo link.
Abraço,
Pedro Erik
Esta frase não é de GKC com certeza. Provavelmente de Belloc, segundo a AGS do nosso estimado Dale Ajlquist. Procure na FAQ. Abraço!
ResponderExcluirParece que você tem razão, Nik. Na internet as pessoas dizem que Chesterton disse a frase, mas a American Chesterton Society não reconhece.
ResponderExcluirEm todo caso, ele ou Belloc poderiam ter dito.
Abraço,
Pedro
Pedro, lhe escrevi ontem muito rápido durante um almoço de volta para casa, do feriado. Me perdoe, você e seu blog merecem muito mais atenção minha do que dei a entender. Como de fato ocorre. Agradeço imensamente seu trabalho aqui. Abraço fraterno, Nik.
ResponderExcluirMuito obrigado, Nik.
ResponderExcluirSuas palavras foram muito importantes para mim.
Grande abraço,
Pedro Erik