terça-feira, 16 de abril de 2013

O Mal Existe! Boston e Síria



O que está fazendo o São Miguel Arcanjo  na pintura acima? Matando o mal, o demônio. Mas hoje em dia falar em demônio, na existência do mal, é ser chamado de fanático religioso. Já vi um católico dizendo que acredita em Deus, mas não em Demônio, já vi também um padre dizer em uma homilia que Jesus não tinha expulsado os demônios, apenas as pessoas acreditavam nisso quando viram. Esquece o padre que a primeira ordem que Jesus deu aos discípulos foi: expulsem os demônios.

Ontem diante da tragédia dos ataques terroristas de Boston, a USCCB (a CNBB dos Estados Unidos) mandou uma mensagem pedindo orações para as vítimas e cujo primeiro parágrafo diz (traduzo em azul):

The tragic end to the Boston Marathon April 15 reminds us all that evil exists and that life is fragile. ( O trágico fim da Maratona de Boston no dia 15 de abril nos lembra que o mal existe e que a vida é frágil).

Por que precisamos nos lembrar que o mal existe?
 Só lembramos do mal quando ele mata nossos familiares e conterrâneos? Isto não é uma crítica a USCCB, mas o primeiro parágrafo nos fala também do tempo em que vivemos,  o mal é considerado inexistente.

Outro momento, que me fez lembrar disso foram as declarações de padre jesuíta sobre a situação da Síria.

O padre jesuíta italiano Paolo Dall'Ogglio viveu por 30 anos na Síria, até ser expulso no ano passado de Damasco. O padre deu às seguintes declarações para os site
 Ansamed (em azul).

Jihadismo é uma realidade cultural, política e militar que está crescendo mais forte a cada dia e não pode ser ignorado, nem mesmo em nível teológico, de acordo com o padre Paolo Dall'Oglio, jesuíta italiano que viveu na Síria por 30 anos antes de ser expulso pelas autoridades de Damasco em 2012.

A galáxia jihadista é '' um tema cultural, religioso, político e militar considerável'', disse o padre para a ANSAmed em uma entrevista, salientando o peso do '' jihadismo em suas expressões locais e transnacionais' no atual quadro  geo-estratégico".

''Jihadismo é um ator político e militar, cujo peso deve ser considerado, uma vez que já ganhou no Iraque, está vencendo no Afeganistão, não será derrotado em Mali, e está tornando a Somália insolúvel", acrescentou.

O que deve ser feito?  '' Antes de tudo, operando em um nível de inteligência para evitar conseqüências ainda mais graves e provocar a queda de seus projetos universalistas de  terror".

Mas a ação deve ocorrer também no plano social, disse o jesuíta, um convidado recente na Fundação Anna Lindh Fórum Euro-Mediterrâneo, em Marselha.

Isso significa ''ajudar que sociedades civis islâmicas assumam as suas responsabilidades'', acrescentou, em referência a áreas que caíram sob o controle de forças islâmicas, que têm até agora sido excluídas se não banidas do poder. '' Eles viveram sem nenhuma crítica, mas agora devem começar a viver na responsabilidade assumida, e trabalhar para organizar suas sociedades''.

'' É importante proteger a diversidade democrática do povo sírio, que, sentindo-se abandonado, virou-se para o jihadismo a libertar-se do regime do presidente Bashar al-Assad".

Diversidade dentro do mundo muçulmano também deve ser protegida, acrescentou, a fim de '' defender o pluralismo que existe dentro do Islã, que é também um pluralismo étnico''. Mas, para fazer isso, as três religiões monoteístas devem fazer um esforço teológico'''' para analisar formas de derrotar o jihadismo político, disse Dall'Oglio'. Existem dois tipos de jihadismo, frisou. '' Um que está aberto ao diálogo'' e outro que é rigidamente dogmático,'' mais difícil de gerir, um pântano no qual todos os tipos estão rastejando, de mafiosos a extremistas. Um pântano que devemos tirar nossos jovens e crianças: juventude religiosa, que precisam do discurso religioso, que certamente não encontrarão nas prisões como Guantánamo''.

Com relação à Síria, conclui Dall'Oglio, '' na primeira fase eu lutei pela  intervenção diplomática" para evitar que os grandes conflitos internacionais "fossem travados em corpos vivos de sírios''. Em seguida, ele apoiou a presença de uma ONG não-violenta'', quando tudo ainda era possível, isto é, até o verão de 2011''. Mas agora chegou o tempo, ele conclui, para '' o direito de auto-defesa e a obrigação de resgatar um povo em grande adversidade". 

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Apesar das tremendas dificuldades por que passou o padre Dall'Oglio, de entender o projeto universalista da jihad,  e de ter concluído finalmente que é necessário se defender, parece-me que o padre ainda não consegue enxergar o mal dentro da ideologia islâmica, coisa que São Tomás de Aquino enxergou muito bem no século XIII e escreveu sobre isso na Summa contra os Gentis.



(Agredço o texto da USCCB ao site Whispers in the Loggia e o artigo da Ansamed ao site Weasel Zippers)

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