O presidente da Síria, Bashar al-Assad, que enfrenta uma guerra civil devastadora há dois anos, disse que "qualquer um que use a religião na política para favorecer um grupo às custas do outro perderá o poder. O que ocorreu no Egito é a queda do Islã político"
Para que a frase de Assad (que é islâmico alawita, ramo xiita do islamismo), valha alguma coisa, ele deveria desconsiderar os seguintes fatos:
1) O profeta líder da religião islâmica (Maomé) foi líder religioso e líder político, fez guerras, dominou terras, cobrou impostos e estabeleceu a própria religião. Então, a fonte do Islã político é o próprio Maomé;
2) O Islã não reconhece a democracia, que é um valor puramente ocidental;
3) O regime iraniano que apoia fortemente Assad na luta contra os rebeldes é um dos casos mais puros de Islã político, o outro caso é a Arábia Saudita, que apoia os rebeldes.
Concluindo:
1) A queda de Morsi no Egito não significa o fim do Islã político pois este está na base da religião;
2) A queda de Morsi não significa o fim do poder da religião na política, o que é impossível, seja para o islã ou para cristianismo ou qualquer outra religião;
3) Eu torço e rezo para que a democracia não-islâmica vença no Egito e em qualquer outro país de maioria islâmica, mas a história ainda não acabou no Egito, a Irmandade Muçulmana deve revidar.
Hoje, a Reuters fala que o movimento Tamarud (rebelde) do Egito que derrubou Morsi, chegou na Tunísia, país que iniciou a tal "primavera árabe", que derrubou vários ditadores.Os "jovens"tunísios, que defendem a democracia e a derrubada de regimes islâmicos, incentivados pelo povo egípcio, falam que vão levar o povo para as ruas e conseguir assinaturas para que o partido Ennahda, que domina a política na Tunisia desde a queda do ditador Zine Ben Ali em janeiro de 2011, deixe o poder.
A Reuters diz, no entanto, que os políticos do Ennahda são mais hábeis que Morsi e permitem a presença de várias facções no poder.
Em todo caso, o mundo deveria aproveitar a queda de Morsi feita pelo próprio povo para mostrar os problemas do Islã político, no Irã e na Arábia Saudita, por exemplo.
Vi uma análise interessante aqui: http://freirojao.blogspot.com.br/2013/07/pelas-barbas-que-nasser-nao-tinha.html
ResponderExcluirAbração,
Stan
Obrigado, Stan. Vou checar.
ResponderExcluirAbraço,
Pedro Erik