O Instituto Veritas fez um debate sobre o que é sucesso na opinião de um ateu e de um cristão. Vou traduzir aqui o que disse os professores Robert Frank (que representava os ateus) e Charles Lee (cristão).
Na verdade é como diz o filósofo Edward Feser, o abandono da filososfia Aristotélia-Tomista, que gerou o abandono das causas formais (natureza e essência do ser humano) e finais (objetivo de uma vida), fez surgir o ateísmo, como suas teses rasteiras sobre tudo.
Vejamos que a definião de sucesso do ateu, não passa da relação entre o chefe e o empregado.
Traduzo o vídeo do debate em azul.
Prof. Robert Frank: Falaram que o segredo do sucesso é ser honesto e justo, se você pode disfarçar isso, você terá sucesso. Mas os seres humanos podem avaliar muito bem a honestidade, você é honesto não porque você usa a honestidade racionalmente, mas porque você sente uma obrigação para ser honesto. Você sente empatia pela pessoa que sofre. Se você conhece bem uma pessoa, você consegue ver que ela está disfarçando. Você de alguma forma sabe. Então, apenas seja honesto, não tente racionalmente ser honesto para convencer seu chefe. Se você não é honesto, em algum momento você será descoberto. A grande diferença entre os seres humanos e os animais é que nós conseguimos nos especializar em diferentes funções e cooperar para alcançar um objetivo, isto demanda muita confiança entre as pessoas. Se você quer ter sucesso, eu acredito que é uma boa coisa ter sucesso, então a maneira é não querer apenas ter sucesso. Como o budismo diz, para ir do ponto A para o ponto B, não vá diretamente, mas de forma oblíqua.
Professor Charles Lee: Eu acho que a maioria das pessoas acredita que ter sucesso é uma boa coisa. Mas e sobre um mentiroso de sucesso? Um ladrão de sucesso? Um terrorista de sucesso? Não é muito bom, não é? Quando falamos em sucesso, nós falamos de um objetivo, no alcance de um objetivo. A questão central é se o seu objetivo é bom. O sucesso de uma faca é cortar, o sucesso de um corredor é correr. Qual é o sucesso para um ser humano? Depende de sua definição de ser humano. Para responder estas perguntas, você precisa de uma visão de mundo, uma visão metafísica coerente. É como responder as perguntas de um vigia de um prédio: Quem é você? O que está fazendo aqui? Para onde vai? Não importa como você define sucesso e felicidade, nós temos que responder essas perguntas. Como cristão, eu diria que há muito mais na vida do que tentar ter sucesso. Como nós vivemos nossas vidas faz muita diferença no sucesso que nós temos. E como nós vivemos nossas vidas não pode ser separado do que nós acreditamos.
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Vendo a resposta do professor Charles Lee, eu me lembrei de uma pergunta que eu costumo fazer aos meus alunos: quem é o político de maior sucesso no Brasil? Muitos costumam responder que é o Lula. Aí eu digo que não, o político de maior sucesso no Brasil é o Sarney, todos beijaram a mão de Sarney, como Collor, Fernando Henrique e Lula. Sarney nunca deixou de estar no poder.
Se o Sarney é o caso de sucesso, ele deve ser modelo para nós brasileiros?
Ou há muito mais na vida? Ou devemos responder as perguntas do vigia, como disse Lee?
Também me lembrei de um blog que eu costumava acompanhar, mas que infelizmente acabou: o blog do Satan (falei dele diversas vezes aqui no Thyself, O Lord, como aqui e aqui). Neste blog, o autor se disfarçava de Satanás, para mostrar o demônio no mundo e como nós cristãos devemos agir contra ele. Era sensacional, mas o autor do blog era frustrado por não ter muita audiência no blog. Quando ele quis fechar o blog pela primeira vez, eu disse a ele que se ele quer muita gente lendo o blog dele, ele deve parar de defender Cristo e falar sobre a Lady Gaga, pois, como disse Cristo, o Reino Dele não é deste mundo. Com a minha ajuda e de outros leitores, ele continuou o blog, até certo dia que ele resolveu fechar sem dar maiores justificativas.
(Agradeço a indicação do vídeo ao site Aggie Catholics)
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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).