quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Livro que Eu, o Papa Bento XVI e o Papa Francisco Veneramos.


Eu estou lendo um dos melhores livros que já li, chama-se The Lord of The World, disponível em português como O Senhor do Mundo. O livro foi escrito em 1907, pelo padre Robert Hugh Benson. Benson é um autor famoso mundialmente, e, durante sua vida, foi célebre por abandonar o sacerdócio da Igreja Anglicana, em que seu pai era líder, para se tornar padre católico.

Esse livro é considerado uma das primeiras distopias. Distopias são sociedade terríveis imaginadas no futuro. O livro 1984, de George Orwell, é talvez a mais conhecida distopia. Temos também Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, que é também uma distopia muito conhecida.

Comecei a ler o livro por sugestão de um crítico literário católico chamado Joseph Pearce.

Logo fiquei entusiasmado com a capacidade de previsão do mundo que temos hoje, nas palavras de Benson de 1907.

E descobri que tanto o Papa Bento XVI, como o Papa Francisco já tinham usado o livro para seus comentários.

O Papa Bento XVI, quando era ainda cardeal, criticando a ideia de que havia necessidade de uma Nova Ordem Global disse que

"O livro do Monsenhor Benson descreve uma civilização unificada e com poder de destruir o espírito. O anticristo é representado como um grande pacificador em uma nova ordem mundial".

Eu achei que essas palavras de Bento XVI descrevem com clareza o que é o livro, faltavam alguns detalhes importantes, como o que o anticristo era marxista e maçônico, mas é um resumo adequado.

O Papa Francisco elogiou o livro em duas ocasiões.

Na primeira, em 2013, o Papa Francisco, ao comentar sobre o livro dos Macabeus, em que os judeus querem se conformar com os poderes do mundo e abandonar suas tradições antigas e sua fé em Deus, ele lembrou do livro de Benson como mostrando "espírito do mundo que leva à apostasia".

Achei uma visão interessante do livro, temos no livro um anticristo que exalta o homem em detrimento de Deus. E é bom ver um Papa que defende tanto o Concílio Vaticano II ver o risco do "espírito do mundo". E também é bom ver um Papa que parece tão afeto a modernidades exaltar as velhas tradições.

Na segunda vez, em 2015, o Papa Francisco foi até mais explícito, e fez propaganda do livro. Foi durante um voo de Manila para Roma. Foi uma entrevista famosa, porque o Papa condenou uma mulher que teve oito filhos. Depois o Papa teve que pedir desculpas por isso.

Mas o repórter tinha perguntado ao Papa, sobre o que ele queria dizer com a expressão "colonização ideológica".

Ele explicou  de forma meio confusa, dando exemplos.Primeiro disse que em 1995 uma ministra da educação queria dinheiro para fazer escolas para pobres, aí "eles" deram o dinheiro para ela com a condição de que a escola adotasse um livro de defesa do gênero (em defesa dos gays). Ou quando os bispos da África dizem que recebem dinheiro em troca da aceitação de ser doutrinas contrárias ao ensinamento da Igreja. Daí, fala que cada povo tem sua cultura, sua história, sua tradição. A globalização para o Papa deveria preservar essas diferenças culturais.

Então disse que ia fazer a propaganda de um livro que era chamado O Senhor do Mundo, era um livro muito bom, pois, para o Papa,  "autor tinha visto o drama da colonização ideológica".

Bom, o Papa deve ter esquecido em 2015 sobre o que realmente falava o livro de Benson. Não tem nada a ver com colonização ideológica. A fala do Papa usa o livro para defender a diversidade cultural. Mas o livro não defende isso.  Pelo contrário, em certa passagem, exalta o valor da unidade.Em poucas palavras, o livro defende a Igreja Católica.

Em todo caso, comprem e leiam O Senhor do Mundo, eu, o Papa Bento XVI e o Papa Francisco recomendamos. Vejam que em 1907, Benson viu a descoberta de aviões, da bomba atômica, do secularismo, da perseguição aos cristãos e a idolatria ao homem (maçonaria).


8 comentários:

  1. Talvez nesse livro ele tenha feito com outras palavras dele das consequencias futuras das tramas entre Vindice i Nubius de conseguir seus objetivos dentro da Igreja, até chegar ao momento presente, como queriam, de já dominarem em menor ou maior parte a Secretaria de Estado do Vaticano e poderem passa suas mensagens dividindo os cristãos, uma espécie de lutas de classes internas e nas dioceses, entre modernistas x conservadores!
    Bem verdade que o mundo jaz sob o maligno e nos tempos do fim, então, mais ainda...

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  2. Pedro, li o livro por sugestão do Papa Francisco. Nunca mais me saiu da cabeça. Não há nada que eu leia nestes últimos anos que eu imediatamente não seja tentado a encaixar na trama. Pessoas, eventos, notícias de jornal... tudo gira em torno do mesmo eixo... impressionante.

    A esposa está lendo, e se fosse mais barato um pouquinho eu o distribuiria na saída da missa... É impressionante mesmo este livro.

    Sugiro ao amigo ler outros dois livros dele. Confissões de um Converso e A Amizade com Cristo. Gostei também.

    Paz.


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  3. Benson foi genial e profético, caro Nik.

    Tenho certeza que seus os livros que você recomendou são impressionantes também. Joseph Pearce recomendou muito fortemente o livro de Benson "Come Rack! Come Rope!", romance sobre a reforma protestante inglesa.

    Esse está na minha lista de leitura, acontece que a lista só aumenta, agora suas indicações também.

    Abraço,
    Pedro Erik

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  4. Vou te contar um segredo. Sempre penso se Chesterton leu este livro. O que é muito provável. Mas nunca achei nada dele sobre Benson...

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    1. Não sei se leu, Nik. Mas Pearce conta que Benson era muito fã de Chesterton antes de se converter.
      O livro de Pearce é chamado Catholic Literary Giants, já falei desse livro no blog.
      Abraço,
      Pedro

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  5. Olá Pedro !!!!

    Veja o que o falecido Cardeal dos EUA Francis George falou quando soube que o Santo Padre lia o livro:"Para mim é interessante que este papa fale sobre esse romance, “Lord of the World” [“Senhor do Mundo”] Essa é uma pergunta que quero fazer-lhe. Como o senhor concilia o que o senhor está fazendo com o que o senhor diz ser a interpretação hermenêutica do seu ministério, que é esta visão escatológica de que o Anti-Cristo está entre nós? O senhor acredita nisso? Eu adoraria perguntar ao Santo Padre. O que isso significa? Em certo sentido, talvez isso explique porque ele parece estar com pressa. Ninguém parece interessado nisso, mas acho isso fascinante, porque achei o livro fascinante. Li quase por acaso quando estava no ensino médio. Ele foi escrito em 1907, e ele tem viagens aéreas, ele tem tudo de moderno. Ele é realmente estranho porque parece como se estivesse olhando para os nossos tempos, significando exatamente agora. Será que o papa acredita nisso? Agora, isso é muito mais interessante do que minha fala de que o meu sucessor morrerá na prisão. O que o papa acredita sobre o fim dos tempos?" (fonte: http://fratresinunum.com/2014/11/20/cardeal-americano-papa-francisco-o-que-o-senhor-esta-fazendo-aqui/).
    O referido Cardeal falou certa vez:"“Eu espero morrer na cama, meu sucessor morrerá na prisão, e o seu sucessor morrerá como mártir numa praça pública”.(fonte: http://fratresinunum.com/2015/04/17/faleceu-o-cardeal-francis-george-arcebispo-emerito-de-chicago/).
    Li algumas páginas do livro, não todo ainda, mas vou procurar comprá-lo junto com de Chesterton, mas o pouco que li em inglês o Padre Benson fala muito bem sobre a eutanásia, etc.
    Que Deus no guie !!!
    Viva Cristo Rei !!!

    Emanoel

    PS: Sempre estou por aqui lendo as notícias, sem muito tempo para comentar, rsr.

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    1. Muito obrigado, pelo otimo comentário, Emanoel.
      Eu também fiquei muito impressionado e confuso em ver o Papa Francisco elogiando Benson.
      Benson defendia uma Igreja bem diferente da Igreja que prega Francisco. Benson era admirador de Pio X. Ele fala de Pio X no livro.
      Papa Francisco é bem confuso.
      Faço minhas as palavras do cardeal George.
      Abraço

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  6. É mesmo um papa cucaracho. So podia ter vindo do fim do mundo ou melhor, da América Lat(r)ina. É o fim.

    Eduardo

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).