Não, eu não estou brincando, quando coloquei a vaca no título do post. Eu sou economista, eu tenho um bom conhecimento do que significa o comunismo, o socialismo, o nazismo e o capitalismo em termos econômicos. Condeno totalmente o comunismo, o socialismo e o nazismo, mas também não sou um defensor ardente do capitalismo. Eu diria que eu entendo a economia de maneira muito semelhante que a Rerum Novarum do Papa Leão XIII. Inclusive, essa encíclica gerou uma doutrina econômica conhecida como Distributismo. Eu costumo escrever sobre isso no meu outro blog, chamado Bloco 11, Cela 18.
Mas voltando ao assunto do post, o Papa Francisco fez um vídeo que relaciona o cuidado do meio ambiente com a pobreza.
Ele defende que o meio ambiente é de todos e assim todos devem cuidar e proteger o meio ambiente. Ele condena o consumismo, sugerindo que o consumo exagerado destrói o meio ambiente e traz pobreza.
O que a vaca tem com isso?
Bom, sempre que alguém defende que o meio ambiente deve ser de todos, eu lembro da teoria econômica do bem comum. A teoria diz que aquilo que é de todos, não é de ninguém e tende a ser exaurido e destruído rapidamente. É necessário que apareça um "dono" que gerencie o uso do bem. Basta ver o que acontece com o jardim de um parque. Se é deixado para todos, sem que ninguém cuide e policie, irá ser destruído. Basta ver o que se faz do "dinheiro público".
Lembro também da vaca. A vaca não é uma espécie em extinção, mas é muito consumida no mundo todo, ao contrário, de bichos que não entraram no "mercado". O consumo não mata a vaca, pelo contrário, a salva. Isso ocorre, porque a vaca tem dono. tem preço e serve ao homem. Para salvar um bicho da extinção, deve-se então entregar ele a um dono.
O problema da pobreza, eu diria, não é que os países ricos são consumistas, é que os países pobres consomem pouco. Eles precisam se enriquecer, encontrar formas de produzir algo que o mundo queira e produzir essa coisa de forma eficiente. Eles precisam de uma "vaca", um produto desejado, para vender. Reduzir o consumo nos países ricos pode até destruir a economia de países pobres que vivem do consumo dos ricos. Doações ajudam não mas não salvam um país da pobreza.
O meio ambiente, da mesma forma que a vaca, vai ser salvo, se encontrarmos uma maneira produtiva para ele, se ele entrar no mercado, e tiver donos.
Conter o consumo nos países ricos pode ser terrível para o meio ambiente também, pois as populações pobres podem ficar mais pobres e destruir o que resta de recursos naturais.
A teoria que sai da Rerum Novarum em poucas palavras defende que os pobres também sejam donos, tenham propriedade.
Em suma, o argumento do Papa não se sustenta, ele entra numa lógica meio hippie de economia.
Vejam o vídeo do Papa Francisco:
Rezemos por ele.
Olá, Pedro!
ResponderExcluirMuito bom o post.
Vou aproveitar a oportunidade para pedir tua opinião sobre uma notícia:
http://g1.globo.com/bemestar/aedes-aegypti/noticia/2016/02/cnbb-lanca-campanha-da-fraternidade-com-alerta-sobre-o-zika.html
Fiquei muito feliz com esta notícia e pelas palavras de Dom Sérgio: "Nós precisamos valorizar a vida em qualquer situação e qualquer condição que ela esteja. Menor qualidade de vida não significa menor direito a viver, com menos dignidade humana”
É uma frase que vai ser muito criticada pela grande mídia e pelos seus papagaios (como já se pode perceber nos comentários da mesma notícia), mas amplamente necessária.
Grande abraço,
Jonas
Também fiquei feliz e orgulhoso em ver a Igreja Católica se levantar contra o aborto frente a um governo e outras igrejas ditas cristãs que aceitam o assassinato de crianças indefesas.
ExcluirÉ raro ficar feliz com a CNBB. Mas dessa vez ficamos.
Abraço,
Pedro Erik
Será que a pressão em cima da CNBB começaria a funcionar, até então é puxadinho do PT?
ResponderExcluirD Sergio esteve numa reunião tempos atrás que ouviu um berreiro de católicos ao vivo x a CNBB, tachando-a de tentáculo do PT, com razão!
Tomara!
Muito obrigado pelo texto Pedro.
ResponderExcluirAs vezes fico um pouco perdido neste aspecto economico.
Sei que como católicos não podemos ser de esquerda ou direita, mas centro.
No entanto, na pratica, a impressão que tenho é que somos de direita, pois valorizamos a propriedade privada, a livre iniciativa, a liberdade de expressão.
Em sentido contrário vejo documentos da Igreja condenando o americanismo, liberalismo e etc.
Com esta dica sobre a Rerum Novarum, fica mais fácil se posicionar.
Vou ler assim que possível.
Um abraço
Leia sim, meu amigo.
ExcluirRerum Novarum é a base da doutrina social da Igreja. Defende a propriedade privada como base da liberdade do pobre. Condena o comunismo. Defende também os princípios de solidariedade e da subsidiariedade.
E veja, nós católicos não somos centro, somos defensores da Verdade em Cristo.
Abraço,
Pedro