O jornal inglês The Telegraph divulgou um outro método de financiamento do Estado Islâmico, além da venda de petróleo roubado: ganhar dinheiro no mercado internacional de câmbio, usando dinheiro roubado.
Quando eu fiz minha tese de doutorado, eu mencionei uma frase latina: "pecunia non olet" (dinheiro não tem cheiro). Usa-se essa frase para dizer que se pode tributar dinheiro de criminosos. Mas eu lembro essa frase para dizer que o mercado não se preocupa se o dinheiro que entra no sistema econômico é roubado ou fruto de genocídios.
Outro dia, o Papa Francisco falou que não quer dinheiro de gente que explora os trabalhadores. Por outro lado, um problema que é citado recorrentemente contra a Madre Teresa de Calcutá é que ela aceitava dinheiro de ditadores. Para ajudar os seus, ela não ficava prestando atenção na origem do dinheiro. A vida de uma pessoa estava acima do problema da origem do recurso, para Madre Teresa.
É uma questão complexa.Quem está certo Papa Francisco ou Madre Teresa?
Primeiro, cabe dizer que a frase do Papa Francisco não tem efeito prático nenhum, mesmo porque um padre não consegue definir quem explora quem.
Eu até acho e costumo dizer para os meus alunos que a partir de um certo nível de riqueza o cara começa a roubar de uma forma ou de outra para ficar mais rico. Mas eu não condeno um milionário de cara, a lógica do mercado é também pecaminosa. Caso a Igreja resolva não receber de milionários, estaria condenando sem qualquer julgamento. Ditadores também são de difícil avaliação, um eleito pelo voto popular não necessariamente é menos ditador. Hitler e Chavez foram eleitos, por exemplo.
Segundo a reportagem, o Estado Islâmico rouba o dinheiro e coloca no sistema econômico via o sistema bancário da Jordânia. Depois esse dinheiro volta ao Estado Islâmico com lucro de investimento em câmbio por meio do sistema bancário do Iraque.
Islamic State 'earning millions by playing the stock market'
Group using cash looted from banks in Mosul to speculate on international currency markets
Isil is making millions of dollars for its war chest by playing foreign currency markets under the noses of bank chiefs, it was revealed today.
The terror group is earning up to $20m (£14.29m) a month by funnelling dollars looted from banks during its takeover of the Iraqi city of Mosul into legitimate currency markets in the Middle East.
It then makes huge returns on currency speculation, which are then wired back via unsuspecting financial authorities in Iraq and Jordan, a parliamentary committee was told on Wednesday.
Islamic State of Iraq and the Levant's (Isil) extraordinary venture into white collar crime is now a major source of income, along with oil smuggling and extortion from people living in Isil-controlled areas.
Details of the scam emerged during a hearing of a specially-convened Foreign Affairs sub-committee set up to examine Britain's role in Isil financing.
The hearing was told that Isil finance chiefs would play the international stock markets using cash looted during their 2014 take over of Mosul, in which the group got its hands on an estimated $429m from the city's central bank.
They also used money "siphoned off" from pension payments that are still being made by the Iraqi government to civil servants living in the city.
The details were revealed to the hearing by John Baron, the sub-committee's chair, who demanded to know whether the British government - which has pledged to help cut off Isil's finance networks - was taking proper action against it.
"The cash that Isil has looted, along with siphoned off pension payments, is routed into Jordanian banks and brought back into the system via Baghdad," he said. "That allows the system to be exploited by Isil, in that they take a turn (profit) on the foreign currency actions and siphon that cash back."
The profits were channeled back into Isil coffers by "hawala" transfers, an unregulated system of money transfer whereby cash payments are made via agents in one country after a similar amount is presented as collateral in another.
Tobias Ellwood, a junior Foreign Office minister, admitted to the committee that there was a "porousness" in the local financial system but said that work was now underway to shut it down. It had been done without the active connivance of bank staff, he added.
In December, the Central Bank of Iraq named 142 currency-exchange houses in Iraq that the US suspected of moving funds for Islamic State. It banned them from its twice-monthly dollar auctions in a bid to stop the terror group getting its hands on the cash - a main source of exchange in war-torn Iraq.
But Mr Ellwood conceded: "Iraq could have moved faster on this". Asked if the similar moves had been made in Jordan, he said he was unable to give an answer.
"Jordan plays an important role in the (anti-Isis) coalition," he added. "Work is being done to close it down, I don't think there is anything near as much from that source of revenue as before."
The committee heard claims that Isil's "rake off" from foreign currency speculation was a "significant part of their income stream", although Mr Ellwood said he thought that estimates of $20m were excessive.
Também venderia petroleo roubado e refinado na Turquia por preços abaixo do mercado, fazendo divisas; daí os bombardeios em refinarias deles para tentar os deter!
ResponderExcluirObserve o seguinte trecho do Jardim das Aflições, de Olavo de Carvalho:
ResponderExcluir"Betinho acabou sendo derrubado por um truque sujo igual ao usado contra seus adversários: julgar com malícia um ato lícito, dando-lhe ares de crime. Na verdade, a moral cristã, da qual Betinho se reclama, nada tem a opor a que um homem receba dinheiro dos maus para dar aos necessitados, o que é até um duplo bem: ajuda o pobre que precisa do dinheiro e ajuda o mau que se redime parcialmente ao contribuir para o bem alheio. Que cristão sincero, podendo salvar um náufrago, rejeitaria uma corda roubada que alguém lhe estendesse para ajudá-lo no salvamento? Se Betinho fosse um homem espiritual de verdade, teria defendido a lisura de seu ato em termos veementes, humilhando os acusadores maliciosos. Com seu ridículo 'mea culpa' político ante a imprensa, mostrou que é apenas mais um intelectual brasileiro, hipersensível às aparências e inconsciente das motivações profundas de seus próprios atos, mesmo quando bons. Inocente da acusação, tornou-se culpado de inconsistência moral."
Isso dá plena razão à Madre Teresa de Calcutá.