Não sei se tenho intimidade suficiente para lhe chamar de amigo, mas no ano passado, eu passei uma semana em uma conferência nos Estados Unidos e tive o prazer de quase todo dia, nos intervalos da conferência, conversar em particular com ele. Falamos sobre os mais diversos assuntos católicos (lembro-me que conversamos sobre Papa Francisco, Papa João Paulo II, situação da Igreja no momento, sobre Dietrich von Hildebrand, sobre filmes católicos e sobre o padre polonês Jerzy Popieluszko). E nessas conversas concordamos em praticamente tudo.
Certa vez, discutimos com mais gente sobre o Papa Francisco, quando um conferencista mexicano exaltou Francisco e eu expus minhas preocupações com o Papa. Buttiglione tomou a palavra e disse que entendia minhas preocupações.
Foi fantástico para mim conversar em particular com alguém que conheceu tão de perto João Paulo II e é um filósofo católico e político italiano tão famoso. Agradeci muito a Deus por isso.
A foto acima foi eu que tirei em um dos últimos dias da conferência. Eu estou falando de Rocco Buttiglione, que está no centro da foto.
Mas hoje eu acordei e vi em vários sites que Buttiglione estava apoiando o que o Papa Francisco disse no documento Amoris Laetitita sobre comunhão para recasados. Fiquei assustado, pois já tinha lido vários cardeais e especialistas renomados condenando o que diz esse documento.
Resolvi ler quais eram as justificativas que Buttiglione dava para a aceitação de Amoris Laetitia.
Buttiglione, em resumo, tem o seguinte argumento: "O Papa Francisco realmente quer uma mudança de doutrina sobre casamento na Igreja. É verdade que Francisco está contradizendo o Papa João Paulo II que não queria que o sacramento da eucaristia fosse dado para divorciados, mas João Paulo II tinha eliminado a excomunhão para os divorciados que se casaram novamente, então agora o Papa Francisco está dando mais um passo adiante, que irá permitir, se os padres e as conferências episcopais dos países quiserem, a comunhão para esses divorciados. É mais um passo na doutrina, que traz riscos, mas o divórcio é uma praga mundial e a Igreja deve lidar com isso."
Eu me senti traído por esse que considero amigo, ao ler isso. E acho que ele traiu a Igreja também.
Quanta confusão sua sugestão trará para a Igreja!!!!
É óbvio que o casamento e a família sairão destruídos desse raciocínio. E a Igreja não será mais vista como valorizando o casamento. Basta encontrar um padre que libere geral. Não será nada difícil.
A Igreja vai se igualar às denominações protestantes em que a fé é apenas um compromisso particular entre a pessoa e Deus. A fé dependerá apenas do subjetivismo da pessoa.
A sugestão não respeita aquelas famílias que enfrentam tantos problemas para sustentar uma família em honra com o que Cristo ensinou.
As palavras de Cristo sobre o casamento virarão pó.
Fiquei realmente triste com Rocco. Os argumentos dele não param em pé. Vou rezar por ele e pela Igreja.
Inúmeros sites católicos hoje trazem as palavras de Rocco Buttiglione.
Tudo começou a partir de um texto de Buttiglione no L'Osservatore Romano, jornal do Vaticano, publicado ontem. Cliquem aqui para ele esse texto em inglês.
Aqui há uma entrevista de Buttiglione justificando sua (terrível) posição.
HÁ UMA GUERRA NA IGREJA HOJE SOBRE O CASAMENTO. ISSO ESTÁ CLARO.
45 TEÓLOGOS DO MUNDO ESTÃO CONDENANDO O AMORIS LAETITIA. ENVIARAM CARTA PARA TODOS OS CARDEAIS DO MUNDO.
É dentro dessa guerra que Buttiglione entrou, e escolheu o lado errado.
PORTA ABERTA PARA O DIVÓRCIO, CONCUBINATO, FILHOS ILEGÍTIMOS, EDUCAÇÃO LAICA…
ResponderExcluir*"Quanto ao Sacramento do Matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra. (…) Impor-se-ão leis iníquas com o objetivo de extinguir esse Sacramento, facilitando a todos viverem mal (5), propagando-se a geração de filhos malnascidos, sem a bênção da Igreja. Irá decaindo rapidamente o espírito cristão”. “Apagar-se-á a luz da Fé até se chegar a uma quase total e geral corrupção de costumes. Acrescidos ainda os efeitos da educação laica, isto será motivo para escassearem as vocações sacerdotais e religiosas" (II,6 e 7).
** Tempos funestos sobrevirão, nos quais (…) aqueles que deveriam defender em justiça os direitos da Igreja, sem temor servil nem respeito humano, darão as mãos aos inimigos da Igreja para fazer o que estes quiserem" (II, 98).
De como o Rocco Buttiglione virou a casaca de uma hora para outra, sem justificativa alguma plausível, hem?
Parece-me até agora, salvo engano, que o Papa Francisco priorizaria as práticas atendentes às situações às Leis do Senhor Deus; portanto, não dando muita importancia às casos incidentes pessoais objetivamente pecaminosos, discordando dos antecessores...
Fiquei algo decepcionado desde sua vinda ai Brasil, pois prenunciara na net que ele repetiria as mesmas condenações do Papa Bento XVI quando viera ao Brasil ainda mais contundentes, mas os dias se passando, nada, a S Comunhão nas mãos e mais algumas coisas, huuuummmmm...
Creio que não dá para o seguir em certos casos, ficando ao lado dos cardeais e bispos opositores, pois se incensaria o antropocentrismo; poder-se-ia até a endurecer o coração e futuramente cair até na apostasia por descaso com os S Mandamentos!
Confiram os planos de Vindice e Nubius...
Impressionado estou como os bispos, diversos padres e boletins paroquiais que o aplaudem sem restrições quaisquer, nada, nada x nada - muito ao inverso...
Ymprecionánti!
* **N Senhora do Bom Sucesso.
Meu nobre, esta postagem é de arrebentar o coração. O comentário do Vic trouxe ainda mais lenha à fogueira. Eu tenho minhas ideias sobre essa triste notícia, mas prefiro não expor. Entretanto, creio mesmo que o fato de Rocco Buttiglione ter publicado ao que publico tem muito a ver com as forças que estão agindo em nosso mundo. Muitas vezes temos amigos de grande inteligência e sabedoria, mas tais pessoas muitas vezes também acabam por não dá atenção mais às grandes figuras da Igreja no presente, que às grandes figuras da Igreja no passado. Elas admiram muito o passado da Igreja, porém ficam apenas na admiração, mas não se apegam realmente de coração. Enfim, permita-me, meu nobre, uma última observação. Eis as palavras do sr. Rocco Buttiglione: "É mais um passo na doutrina, que traz riscos, mas o divórcio é uma praga mundial e a Igreja deve lidar com isso." Diante disso eu me pergunto: e quando o número de aborto se tornar assustadoramente alarmante (e certamente o será) a ponto de a maioria esmagadora das mulheres praticá-lo ou desejar adotar, a Igreja terá também de se adaptar? Ora, nos 400 primeiros anos da Igreja, o paganismo e o barbarismo eram bem maiores que a Cristandade, mas Igreja não teve de lidar aquelas coisas com a permissividade. A Igreja condenava veementemente. A Igreja propunha escolha do tipo: para ser cristão é necessário abandonar o paganismo e o barbarismo. Conta-se que São Timóteo foi morto por uma procissão pagã a qual condenava. Enfim, eu já nem me surpreendo: olhando para as paróquias aqui no Brasil e as milhares de crianças e jovens recebendo uma educação católica desprezível, o que hei de esperar? Há relatos de que há católicos sem paróquia aqui no Brasil, pois estão sendo chutados por forças do tipo 1) o mau catolicismo e as missas dançantes e 2) padres e bispos que são donos dos templos.
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