Hoje eu li que o Papa Francisco fez um discurso sobre a morte, mas não mencionou nem Paraíso nem o Inferno, a morte seria apenas "um fato, um legado, uma memória".
Talvez, com muita boa vontade, o Papa, em resumo queria apenas dizer que devemos estar preparados para a morte. Mas, além de não citar o julgamento de Deus, ele chega a dizer que a morte é o fim. E a teologia católica ressalta recorrentemente que a morte NÃO é o fim.
De outro lado, como ontem foi o dia em que se celebra a festa de São João Bosco, li um texto em que São João Bosco descreve um sonho (pesadelo) em que viu o Inferno.
Encontrei essa descrição do sonho de Dom Bosco em português.
Minha sugestão é que é melhor todos nós considerarmos o que disse o santo e não o Papa.
Leiam o relato terrível do Inferno por São João Bosco, clicando aqui, é muito importante. É muito longo para um blog, vou apenas colocar os primeiros parágrafos:
VISÃO DO INFERNO
São João Bosco
Durante a noite de domingo, 3 de maio de 1869, festa do Patrocínio de São José,
Dom Bosco retornou a narração do que tinha visto nos seus sonhos.
- Devo – principiou – contar-vos outro sonho, que se pode considerar conseqüência dos que vos narrei na 5ª e na 6ª feira à noite, os quais me deixaram tão cansado, que dificilmente me podia manter em pé. Chamai-lhes sonhos ou dai-lhes outro nome...; chamai-lhes como quiserdes.
No dia seguinte inteiro, estive pensando na péssima noite que haveria de passar; e chegada a hora, não me decidia a ir dormir. Fiquei lendo, sentado à mesa, até meia noite. Enchia-me de terror a idéia de ter que presenciar ainda outros espetáculos terríveis. Fiz, afinal, violência sobre mim mesmo e fui deitar-me.
Para não dormir tão rapidamente, com temor de que a imaginação me levasse aos costumeiros sonhos, apoiei o travesseiro na parede, de modo a ficar quase sentado no leito. Mas, como estava moído de cansaço, sem que me desse conta o sono logo se apoderou de mim. E eis que de repente vejo no quarto, junto a minha cama, o homem da noite anterior, o qual me diz:
- Levanta-te e vem comigo!
- Rogo-te, por caridade – lhe respondi – deixa-me tranqüilo, pois estou cansado demais. Há vários dias sou atormentado pela dor de dentes. Deixa-me descansar. Tive sonhos espantosos; estou extenuado.
Dizia isso também porque a aparição desse homem é sempre sinal de grande agitação, cansaço e terror.
- Levanta-te, que não há tempo a perder! – me respondeu.
Então levantei-me e segui-o. No caminho, perguntei:
- Aonde me queres levar desta vez?
- Vem e verás. Conduziu-me a um lugar onde se estendia uma imensa planície.
Olhei à volta, meã de lado algum conseguia ver os confins dela, de tal forma era ela extensa. Era um verdadeiro deserto! Não aparecia ser vivo algum. Não se via nem uma planta nem um rio; a vegetação seca e amarelecida mostrava aspecto desolador. Não sabia onde me encontrava, nem o que iria fazer. Durante alguns instantes perdi de vista o guia. Receei me ter perdido. Não estavam comigo nem o Padre Rua, nem o Padre Francesia, nem ninguém mais. Eis que descubro de novo o amigo, que vinha a meu encontro. Respirei e lhe perguntei:
- Onde estou?
- Vem comigo e verás.
- Bem, irei contigo. Caminhava ele na frente e eu o seguia em silêncio.
Após uma longa e triste caminhada, pensando que precisaria atravessar toda a imensa planície, dizia para mim mesmo:
- Pobres de meus dentes! Pobre de mim, com as pernas inchadas!...
De repente, sem saber como, aparece diante de mim uma estrada. Rompi então o silêncio, perguntando ao meu guia:
- Aonde vamos agora?
- Por aqui – respondeu-me. E nos encaminhamos por aquela estrada.
Era bonita, larga, espaçosa e bem pavimentada. Via peccantium complanata lapidibus, et in fine illorum inferi, et tenebrae, et poenae (Eclesiástico, 21, 11) [O caminho dos pecadores é muito bem pavimentado, mas no final dele estão o inferno, as trevas e os castigos].
Nos dois lados do caminho, havia duas belíssimas sebes, verdes e cobertas de flores encantadoras. As rosas, especialmente, brotavam por todas as partes entres as folhas.
À primeira vista esse caminho parecia plano e cômodo; e sem suspeitar de nada, me pus a caminhar por ele.
Mas à medida que prosseguia, notei que ia imperceptivelmente declinado e, ainda que não parecesse muito rápida e descida, sem embargo disso eu corria a uma tal velocidade que parecia estar sendo levado pelo vento.
Mais ainda, dei-me conta de que avançava quase sem mover os pés, tão rápida era nossa carreira. Refletindo que retornar depois por uma estrada tão longa me custaria grande esforço e fadiga, perguntei ao amigo:
- Como é que faremos para voltar depois ao Oratório?
- Não te preocupes – me respondeu – o Senhor é onipotente e quer que tu vás. Quem te conduz e te mostra como ir para a frente saberá também reconduzir-te de volta.
O caminho baixava sempre. Continuávamos nosso trajeto por entre flores e rosas, quando, pelo mesmo caminho, vi os meninos do Oratório, juntamente com muitíssimos outros companheiros que eu jamais vira antes, caminhando atrás de mim.
E encontrei-me no meio deles. Enquanto os observava, de repente vejo que ora um, oura outro, caíam, e em seguida eram arrastados por uma força invisível rumo a uma horrível encosta que se entrevia à distância, a qual depois vi que ia dar numa fornalha.
Perguntei a meu companheiro:
- Que é que faz cair esses jovens? Funes extenderunt in laqueum; iuxta iter scandalum posuerunt (Salmo 139) [Estenderam cordas à maneira de rede; junto do caminho puseram tropeços].
- Aproxima-te um pouco mais – respondeu.
Aproximei-me e vi que os meninos passavam entre muitos laços, alguns postos à altura do chão, outros à altura da cabeça; estes últimos não se viam. Dessa forma, muitos jovens, enquanto caminhavam sem dar-se conta do perigo, eram colhidos pelos laços; no momento de ser colhidos davam um salto, depois caíam no solo com as pernas para o ar e, levantando-se, se punham em desabalada corrida para o abismo. Um era agarrado pela cabeça, outro pelo pescoço, outro pelas mãos, por um braço, por uma perna, pela cintura, e imediatamente depois eram arrastados. Os laços estendidos pela terra, que mal se podiam ver, eram parecidos com estopa. Lembravam uns fios de aranha, e não pareciam muito nocivos.
Sem embargo, vi que também os jovens colhidos por tais laços caíam quase todos por terra. Eu estava espantado. E o guia me disse:
- Sabes o que é isso? - Um pouco de estopa, não mais do que isso – respondi.
- Menos ainda do que isso; é quase nada – acrescentou. É apenas o respeito humano.
Vendo, entretanto, que muitos continuavam a se enredar nesses laços, perguntei:
- Mas como é que tantos ficam atados por meio desses fios? Quem é que tantos ficam atados por meio desses fios? Quem é que os arrasta desse modo?
- Aproxima-te mais, olha e verás.
Olhei um pouco e disse:
- Não estou vendo nada.
- Olha um pouco melhor – repetiu.
Segurei então um dos laços, puxei-o para mim e notei que sua ponta não aparecia; puxei um pouco mais, mas não conseguia ver onde é que terminava aquele fio; pelo contrário, notei que também a mim ele me arrastava.
Segui então o fio e cheguei à boca de uma espantosa caverna. Parei, porque não queria entrar naquela voragem; puxei para mim o fio e percebi que ele cedia um pouquinho. Mas era necessário fazer muita força.
Depois de muito puxar, pouco a pouco foi saindo fora da caverna um feio e grande monstro que causava repugnância e segurava fortemente um cabo ao qual estavam atados todos os laços.
Era ele que, mal caía alguém na rede, imediatamente o puxava para si.
- É inútil – pensei comigo – competir em força com este monstro medonho, porque não sou capaz de vence-lo; o melhor é combate-lo com o sinal da Santa Cruz e com jaculatórias.
Voltei, pois, para junto do meu guia, e ele me disse:
- Já sabes agora o que é?
- Sim! Já sei, é o demônio que estende esses laços para fazer meus jovens caírem no Inferno.
Observei então com atenção os muitos laços e vi que cada um deles lavava escrito seu próprio título: laço da soberba, da desobediência, da inveja, da impureza, do roubo, da gula, da preguiça, da ira etc.
Feito isso, coloquei-me um pouco atrás para observar quais daqueles laços colhiam maior número de jovens.
Eram os da impureza, da desobediência e do orgulho. A este último estavam atados os outros dois.
Além desses vi muitos outros laços que faziam grande estrago, mas não tanto como os primeiros.
Sem parar de observar, vi que muitos jovens corriam mais precipitadamente que outros, e perguntei:
- Por que essa velocidade?
- Porque – foi-me respondido – são arrastados pelos laços do respeito humano. Olhando ainda mais atentamente, vi...
(continuem a ler, clicando aqui)
S João Bosco tem toda razão de nos expor as realidades do que viveu em sonhos, havendo outros santos com experiencias similares, todos na mesma direção da dureza de seus castigos, além de eternos.
ResponderExcluirÀ medida que o tempo passa, cada vez mais em muito menos é recordado o inferno, toma parte em homilias e, quando o fazem, seria de forma tão superficial que em nada comoveria ou daria que pensar...
Como me respondeu certo padre progressista na tv: "o povo anda tão assustado com tantas coisas e ainda assustá-lo ao aprofundar acerca do inferno"?
Assim, o que se percebe é que o diabo está satisfeitíssimo, fazendo impunemente sua colheita por muito grave omissão de prevenir o pvo, pois o assustador no mundo presente é ele mesmo em forma de seres humanos encarnados, desde dentro da Igreja até à alta política - ele mesmo agindo nesses - como nos comunistas sacerdotes afiliados ou simpáticos às crias do Dragão Cor de Fogo, caso TL, leigos imersos em PCs ou apoiadores, espíritas de modo geral...
Verdade, Isac. Eu já vi um padre jesuíta dizer na homilia que o diabo não existe.
ResponderExcluirTendo a acreditar que o inferno anda lotado e se enchendo exponencialmente.
Abraço,
Pedro
Os sonhos de São João Bosco são profundamente catequéticos! Digo isso sem negar a negar a realidade sobrenatural dos mesmos. Pena que os padres e religiosos, depois do Concílio Vaticano II, não costumam mais divulgar essas visões dos santos. Pelo menos, a internet supre essa falha.
ResponderExcluirAcho também muito interessante a visão que Santa Faustina teve do inferno. Tem um estilo bem diferente da visão de Dom Bosco, mas, por outro lado, eu diria que é mais aterradora... Bem cada santo recebe de uma forma diferente as visões místicas.
Caro Pedro, você viu esta notícia?
ResponderExcluirExorcista irlandês duvida que "sacerdotes modernos" acreditem em demônios
https://gloria.tv/article/6yxHvympbJSp2qPMd2bJggoWf
Encontrei também um vídeo sobre esse exorcista irlandês.
FOX TV - Ireland's most prominent exorcist slams Catholic Church
https://youtu.be/FE3Fd2Cps94
Eu vi apenas a noticia de que um padre irlandês disse que há um enorme aumento de casos de exorcismo na Irlanda.
ResponderExcluirMuito obrigado pelas outras informações, meu caro Alex.
Abraço,
Pedro
De nada, Pedro!
ResponderExcluirObrigado pela sua resposta.