O site One Peter Five acaba de divulgar uma entrevista com arcebispo Carlo Maria Viganò, que denunciou o Papa e vários cardeais de acobertarem homossexuais e pedófilos na Igreja.
Vou traduzir em forma de resumo a entrevista (não é a tradução palavra por palavra, não tenho tempo, apenas a ideia de cada pergunta e resposta):
- Monsenhor, como o Sr. Está?
Graças a Deus, estou muito bem e em paz e sereno com minha consciência. A luz sempre conquista a escuridão. Eu tenho fé na Igreja.
- Como o Sr. julgou as reações a seu testemunho?
As reações são mistas e contraditórias. Há aqueles que fazem ataques pessoais a mim, teve um que chegou ao ponto de dizer que eu até fui hospitalizado por uso de drogas. Outros imaginam teorias conspiratórias, coisas políticas, mas outros também gostaram e muitos padres e leigos me escreveram me agradecendo por dar nova esperança para a Igreja.
- Qual a sua respostas para aqueles que imaginam que você agiu por rancor?
Talvez eu seja ingênuo, mas eu nunca agi por rancor. Eu sempre acreditei na hierarquia da Igreja. Mesmo quando eu denunciei o Vatileaks eu escrevi dizendo que muitos conheciam os fatos mas permaneceram em silêncio, era a chance de falarem
- Por que o Sr. decidiu publicar e circular seu testemunho?
Eu fiz isso porque agora mais do que nunca a corrupção chegou a níveis elevadíssimos na hierarquia da Igreja. Anteriormente, eu me perguntei por que os jornalistas não estão exigindo acesso aos documentos que o Papa Bento XVI repassou ao Papa Francisco no Castelo Gandolfo sobre o caso Vatileaks e nada aconteceu.
- Como você responderia para aqueles que dizem que você é "corvo" do Vatileaks?
Eu sou um corvo? Como você viu no meu testemunho, eu sempre faço as coisas à luz do dia. Sempre foi meu hábito imergir completamente no meu trabalho, eu trabalhei por 11 anos como Secretário de Estado pelo João Paulo II.
- Como o Sr. responde para aqueles que dizem que você foi expulso do Governadoria e assim tem rancor?
Como eu disse rancor e ódio não são sentimentos que eu não tenho. Minha resistência em não querer sair do Governadoria foi que eu vi que era muito injusto e que não correspondia ao desejo de Bento XVI. Cardeal Bertone para me demitir cometeu uma série de graves abusos de autoridade. Ele dissolveu a primeira comissão de três cardeais que foi formada investigar os fatos que relatei sobre o aos monsenhor Paolo Nicolini. Mesmo depois que Nicolini foi demitido pela comissão disciplinar, Bertone anulou a decisão e até me bloqueou de continuar meu trabalho de limpeza da corrupção no Governadoria.
- Como Sr. responde para aqueles que dizem que você tem "fixação" em se tornar cardeal e tem rancor pois o Papa Francisco não o nomeou?
Eu afirmo com toda sinceridade diante de Deus que eu rejeitei a oportunidade de me tornar um cardeal. Bento XVI me recebeu em audiência em 4 de abril de 2011 e disse que eu serviria melhor a Santa Sé como presidente de Assuntos Econômicos no lugar do cardeal de Paolis. Eu agradeci mas pedi para o Bento XVI esperar por seis meses ou um ano, porque se eu me tornasse cardeal todo o trabalho do Governadoria seria perdido e o pessoa seria dispersado. E acrescentei que o cardeal de Paolis deveria também completar seu trabalho com o assunto delicado dos Legionários de Cristo. Bento XVI insistiu, mas aceitou meu pedido. Cardeal Re estava presente na ocasião e pode confirmar isso.
- Como o Sr. responde para aqueles que dizem que sua família tem interesses econômicos?
Em 2013, meus irmãos escreveram uma declaração para a imprensa, mas eu não quis publicar. Mas desde que a acusação persiste de que eu teria mentido para Bento XVI ao pedir por uma licença para cuidar do meu irmão Lorenzo, eu decidi publicar (no site One Peter Five pode-se ver a resposta).
Pergunto: por que cargas d'água apenas esse homem, somente ele, está praticamente sozinho nessa tenebrosa luta? Onde estão o restante do clero do Vaticano? Santo Deus, será que serão os leigos que assumirá a direção da Igreja num futuro breve? Por outro lado, eu também fico me perguntando, será que os pais católicos das vítimas que confiaram tanto naqueles padres, se afeiçoaram a eles por que os tais eram liberais? Bem, me pergunto isso porque aqui em Curitiba, vejo que é grande a massa de pessoas que hostilizam padres e católicos conservadores. Exemplo disso foi o que aconteceu lá na Paróquia Imaculada da Conceição, bairro Prado Velho, em que os católicos que pediam missa no Rito Tridentino eram literalmente hostilizados. A consequência foi que os católicos tiveram que contratar um padre do Instituto Bom Pastor para celebrar as tais missas. Ou seja, tiveram que se organizar numa associação. Bem, meu medo é que esse mal se espalhe por aqui no Brasil.
ResponderExcluir