quarta-feira, 3 de julho de 2019

Charles de Gaulle, Trump e Macron - França e Estados Unidos


Macron quer criar um exército europeu que possa fazer guerra até contra os Estados Unidos. Humm...a França não aceita os Estados Unidos mesmo.

Vendo isso Dr. Guy Milliére escreveu um ótimo artigo sobre a relação da França com os Estados Unidos, que trouxe muitas lembranças históricas, de como os franceses tiveram e têm ainda muita dificuldade de aceitar seu comportamento pró-nazismo e anti-semita durante a Segunda Guerra e não aceitam que foram liberados pelos Estados Unidos.

O artigo lembra que Charles de Gaulle não celebrava o Dia-D, apesar dos mais de 9 mil americanos mortos para liberar a França, e de Gaulle negava a aceitação do nazismo pelos franceses. Até os anos 70, os livros escolares da França negavam o passado nazista francês, até que o livro de Robert Paxton mostrou isso em 1973. A partir daí a França começa a ler seu passado histórico na Segunda Guerra e passou a ver com muita dificuldade que adotaram o nazismo e o anti-semitismo, que fez com que mandaram milhares de judeus para campos de concentração (ver o Vel' d'Hiv Roundup), incluindo milhares de crianças. O artigo também lembra que o próprio de Gaulle tinha traços anti-semitas e era contra o estado de Israel.

Há disponível na internet várias fotos de Paris no tempo de dominação nazista, que são muito intrigantes, pois mostram uma Paris ocupada tranquila nos anos 40, como a foto que vai acima e essas abaixo.





Sim, tivemos a resistência francesa, mas não se pode colocar a liberação da França na conta dela.

É um artigo muito bom, com muito material para debate. Esse blog nasceu também para guardar artigos que gosto. Esse é um deles. O autor do texto é o doutor em literatura francesa, professor da Universidade de Paris e autor de dezenas de livros, Guy Millére.

France: The Real Emmanuel Macron





4 comentários:

  1. Excelente postagem, dr Pedro. Muito muito bom mesmo. Eis um tema que raramente vemos estampados em grandes revistas e grandes telejornais brasileiros (nem dá muito pra exigir: além da orientação ideológica temos o baixíssimo nível de intelectualidade na grande mídia: parece até que quanto mais burro e esquerdistas nesse país, mais se consegue emprego na grande mídia).

    A postagem de hoje me lembrou do documentário The Story Soviet, que conta o massacre dos quase 7 milhões de ucranianos por Stálin; o documentario também descreve o avanço dos comunistas em diversos países, principalmente... (olha só) na França. O tenebroso dos comunistas na França, é que as bestas ajudaram os nazistas a tomar a França. Por outro lado, não lembro de nenhum documentário de grandes produtoras como Nacional Geografic e History Channel, por exemplo, trazer esses casos de amor demoníaco entre a politica francesa e os nazistas durante a 2a Guerra. Já vi alguns filmes de Hollywook apontar que milhares de judeus eram entregues por franceses, mas sem citar os próprios políticos durante a invasão. Bem, é grande a quantidade de judeus donos de produtoras de filmes e com muita influência em Hollywood e na imprensa nos EUA: infelizmente, Mel Gibson sentiu na pele quando lançou o filme A Paixão de Cristo.

    Tenho uma pergunta: o papel pró nazista da parte da França durante a 2a Guerra revela, com certeza, um ranço por parte dos franceses contra judeus, que certamente não brotou durante a tomada da França pelo exército de Hitler, então pergunto: será essa comportamento foi nutrido entre os franceses por alguma ideologia ou pelo espirito avarento oriundo da concorrência mercantil, tipo, aquilo que pessoas como John Rockefeller fazia contra o surgimento da eletricidade, para não perder o mercado de querosene?

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    1. O problema dos judeus na Europa remonta a muitos séculos. Boa parte dos países expulsou os judeus em algum momento. A França também não foge à regra.

      Em todo caso, sim, há muito tempo a França tem dificuldades de aceitar Israel.

      Abraço,
      Pedro Erik

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  2. Ah, acabei lembrando, Pedro, de um documentário sobre um campo de concentração na França (embora não mencione a contribuição do governo francês). Há o documentário foi produzido pela National Geografic denominado em portugues 'Os cientistas de Hitler' (da série A maquina de matar de Hitler), onde são descritos os crimes da ciência nazista lá na França, num campo de concentração em Strasbourg, o único, parece. Aqui segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=_0nYc4P2Eo0

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).