quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Por que Cristãos Não Conseguem Derrotar o "Modernismo"?

Recentemente, eu falei aqui um pensamento do filósofo Alasdair MacIntyre, que nos disse que hoje em dia é mais difícil a luta de verdadeiros cristãos contra anticristãos, heréticos e afins  do que era a luta desses cristãos contra os marxistas anteriormente, pois o marxismo, assim como qualquer religião, é teologia e também filosofia. Hoje em dia, os cristãos lutam contra mordernistas que desprezam tanto teologia como filosofia. Desprezam e não fazem a mais remota ideia do que sejam teologia ou filosofia. 

Eu acrescentaria que estes que desprezam teologia e filosofia por vezes se dizem de esquerda e por vezes se dizem de direita. No Brasil, há ditos conservadores que desprezam Cristo fortemente, e no final, claro, acabam se abraçando aos esquerdistas.

Mas hoje eu li uma análise sobre isso no site The American Catholic. A tese exposta é a do site St.Corbinian's Bear.

O argumento é que há cinco razões de por que os cristãos não conseguem derrotar o modernismo, quais sejam:

  1. Os modernistas têm uma estratégia, mas os cristão não.
  2. Há muita raiva contra os modernistas, mas a raiva se tornou um fim em si mesmo.
  3. Há muita piedade católica boa e louvável, mas não somos tão sábios quanto as serpentes.
  4. A Internet fornece informações, mas o uso imprudente só contribui para nossa derrota.
  5. A oposição aos modernistas é bem-intencionada e fervorosa, mas desorganizada e fratricida.
Embora eu concorde com as 4 últimas razões (discordo da primeira, isso me cheira a teoria da conspiração), eu acho que MacIntyre tem mais razão, e é mais profundo.

Eu acrescentaria ainda que a Bíblia (e Cristo) nos ensina que o mundo não é dos cristãos e que eles seriam odiados como Ele foi. Então, basicamente não devemos esperar vitória neste mundo. 

Assim como eu mostrei no meu livro sobre Guerra Justa, não existe paz justa nesta vida, apenas guerra justa. Paz justa só ocorre diante da Luz Divina.

Neste sentido, importa a nós que lutemos por Cristo. Devemos lutar com toda a coragem, como toda a esperança e com todo amor por Cristo (Verdade) com os olhos na verdadeira vitória: a salvação das almas. Como perguntou o Padre Antonio Vieira: quanto vale a alma de uma pessoa? 

Sem coragem, esperança e amor pela Verdade de Cristo não tem como, a derrota é certa, neste mundo e no próximo.

Vitória política neste mundo, basicamente, se obtida será frágil. Nosso objetivo não é desse mundo.

Em todo caso, vale á pena ler o texto inicial do St. Corbinian's Bear (ele, ao que parece, vai fazer um post para cada uma das cinco razões). Há algumas passagens muito boas como:

"Não há como fazer a renúncia de Bento XVI soar como uma conquista"

"A Igreja hoje sob Francisco é muito parecida com a mídia dos Estados Unidos. Não existem "esquerdistas", eles são apenas pessoas normais, mas existem aqueles "conservadores" desagradáveis."

Rezemos. Lutemos.


6 comentários:

  1. Bem, eu não gosto de usar o termo "modernistas", que fatalmente nos leva, por oposição, a sermos situados no campo das ideias e coisas arcaicas e disfuncionais. Gosto menos ainda quando se usa o termo "progressista", sendo certo que a revolução conduz ao atraso e à barbárie. Ao aceitarmos os termos em que se dará o combate, conforme propostos pelo inimigo, já saímos em desvantagem. Também teria que saber a abrangência que reveste o termo, segundo a ótica do autor. Concordo com você e também não creio que haja uma estratégia unificada que oriente essa turma toda dita "modernista". Mas, bem que nós católicos precisaríamos ter uma estratégia clara de ação na sociedade. Já houve isso no passado ou, pelo menos, algo próximo a isso. Mas, hoje nos falta muita coisa. A começar por um papa católico - Leonel.

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  2. Bem dito, caríssimo. É verdade, "modernista" e "progressista" em geral significam atraso, perdição.

    Sim também, no passado as pessoas sabiam bem mais o significado de teologia e filosofia e as que não sabiam não se atreviam a comentar. Dessa forma, no passado a Verdade de Cristo estava bem mais presente.

    Abraço,
    Pedro Erik

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  3. Não necessitaríamos mais que possuirmos um papa católico, tipo Bento XVI que acertava bem no meio dos focinhos dos material-ateístas!
    Porém, um papa que faz
    acordos secretos com comunistas, não seria um incentivo, um impulso a mais à implantação da NOM, da ORDO AB CHAO, a cada dia mais visível?

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  4. Começo meu comentário com as palavras de Jules Payot (A Educaçã da Vontade):
    "A maioria dos homens são governados pelo exterior: seguem a moda, a opinião, e pensam tanto em resistir a elas quanto nós pensamos em nos recusar a seguir o curso da Terra em seu movimento de translação..."

    Minhas palavras: o modernismo tem sido um poder espiritual nutrido pelo intelectualismo capenga que o permite se reinventar, e sua natureza não é outra senão pavimentar o mundo para o caos. Infelizmente, esse espírito entrou dentro da Igreja e produziu um baita caos.
    Creio mesmo que o esquerdismo, ação humana do modernismo nas sociedades ocidentais, só tende a crescer de forma irreversível, e por um simples motivo: sua espiritualidade se nutre de duas fontes, da interioridade humana e das transformações externas que todas as ideias modernistas ajudaram a produzir ao longo dos anos, graças ao crescimento do estado moderno, que por sua fez é o Frankeinstein do próprio modernismo.

    O esquerdismo sempre vencerá porque tal como o diabo, seus arautos odeiam a verdade. Esse mundo é deles, não é para nós. Nosso Senhor deixou isso evidente e os santos, que mais se aproximaram dEle, compreenderam isso com perfeição, e por isso mesmo desprezaram esse mundo.

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    1. Sim, meu amigo. O mundo é basicamente deles. Mas por outro lado eles estão errados e o erro vai dar errado. Eles não conseguem dominar.

      Abraço
      Pedro Erik

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).