domingo, 13 de dezembro de 2020

A Torá, o Cristianismo e o Esquerdismo

 


Dennis Prager resolveu mostrar que a Torá (os primeiros cinco livros da Bíblia) não tem nada de esquerdismo. Ele considerou alguns aspectos do esquerdismo como tentativa de tirar dos ricos para dar aos pobres, destruição da família, destruição das diferenças entre os sexos masculino e feminino e o politicamente correto que em tudo ver racismo.

Bom, nestes aspectos, ele tem toda razão. A Torá não sustenta nenhuma dessas abordagens esquerdistas. 

No entanto, ele disse no seu artigo: "Posso dizer com alguma autoridade que a Torá é a antítese das idéias e valores de esquerda. Não é a antítese das idéias e valores liberais; é a antítese dos valores e ideias de esquerda".

Hummm...o que seria esse liberal que Prager fala? Liberalismo econômico pode?

Eu creio que no meu livro "Ética Católica para Economia", eu expliquei de forma mais ampla como a Bíblia nega o esquerdismo, não apenas a Torá.

Lembremos que Cristo levantou-se na sinagoga da cidade de Nazaré e leu a passagem Isaías 61,1 ("O Espírito do Senhor repousa sobre mim...") e disse que naquele dia se havia cumprido aquela passagem  de Isaías (Lucas 4: 15-30). Os  judeus ficaram revoltados com o comportamento de Cristo. Realmente, Jesus Cristo não media as palavras, hehehe. Ele ainda teve a "petulância" (hehehe) de dizer que nem Elias, nem Eliseu, foram em socorro de viúvas de Israel.

Mas Cristo assim uniu a Velho e o Novo Testamento. Sem falar, que Ele disse que não tirava um "pingo do i" do Velho Testamento.

Se somos cristãos, olhamos,  então, para o Velho e o Novo Testamento, para poder identificar se há defesa do esquerdismo que vivenciamos hoje, esquerdismo em qualquer de suas variantes.

No meu livro Ética Católica para Economia, meu foco era economia, neste sentido alguns aspectos do esquerdismo, como defesa do homossexualismo, sexo sem freios, destruição da família e do poder paterno foram tratadas apenas de forma lateral.

No livro, depois de algumas considerações e menções a diversos teólogos, eu sugiro que o entendimento de como se deve entender a doutrina econômica defendida na Bíblia é como se observa colunas que limitam. A Bíblia estabelece limites. Esses limites podem ser estreitos ou amplos dependendo do momento histórico. Atualmente, esses limites são muito estreitos porque hoje em dia não se respeita nem Deus nem o próximo. 

Eu disse no livro:

Considero que qualquer análise sobre como a Bíblia trata as questões econômicas, deve levar em conta cinco partes ou tópicos presentes nas sagradas escrituras, que vou chamar de “cinco colunas econômicas da Bíblia”, mesmo que cada tópico envolva várias passagens ou vários livros. Acho que essas cinco colunas estabelecem um quadro geral da filosofia cristã para a economia, estabelecem os limites. Fora da lógica teológica dessas cinco colunas, estamos no terreno que não pode ser considerado ética cristã para a economia.

Essas cinco colunas econômicas da Bíblia são distintas, mas são interligadas doutrinariamente, como é comum à Doutrina Católica. Aqui a divisão é apenas didática. Vejamos quais são essas cinco passagens:

1.      Homem é a imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27);

2.  Os mandamentos e as Tentações de Cristo (Êxodo 20:1-17, Mateus 22:36-40 e Mateus 4:1-11);

3.      O Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:1-14);

4.      Os ricos, os pobres e a Bíblia (Levíticos 19:15 ou Lucas 19:1-10)

5.   Reino de Deus versus finanças e justiça humanas (Marcos 12: 14-17 ou Lucas 12:13-1).

Em seguida, eu passo a tratar de por que essas colunas são limites para uma doutrina econômica cristã.

Não sei, mas tenho a impressão que Prager não gostará da abordagem sobre liberalismo que eu apresento no livro.




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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).