Muito interessante e importante entrevista aos cardeais Muller e Burke.
Destaco uma parte que é debatida a partir do 7 minutos do vídeo, que trata do fato de que o documento de Francisco diz que a sua decisão é baseada em pesquisa entre os bispos do mundo que teriam respondido a um questionário criticando a missa em latim.
O entrevistador (Raymond Arroyo) relata que uma jornalista descobriu que apenas 30% dos bispos responderam a tal questionário e que a maioria dos bispos que responderam tinham posição neutra ou favorável à missa em latim, apesar de que o questionário tinha um viés contra a missa em latim.
Não tem como documento de Francisco ficar pior, além de cruel e errado teologicamente e historicamente (como dizem os cardeais no vídeo), ainda é mentiroso.
Para quem não entende inglês, resumo o que os cardeais disseram, abaixo:
1) Cardeal Muller falou que a Igreja sempre teve diversas formas de liturgia;
2) Cardial Burke diz que a liturgia do Vaticano II não é a que nós vemos na Novo Ordo, era bem mais tradicional, defendendo o latim e estabelecendo os tipos de instrumentos musicais que podem ser usados;
3) Cardeal Burke diz que há muito amor e fé entre os fiéis que participam da missa latim no mundo todo, que não entende a agressão do documento contra a missa em latim.
4) Fala-se do questionário, que mencionei acima;
5) Cardeal Burke e Muller não veem nenhuma razão em suprimir a missa latina, que nunca foi condenada pela Igreja;
6) Cardeal Muller diz que os extremistas, sejam do Novo Ordo ou da missa latina, não podem condenar as formas de liturgia.
7) Cardeal Burke diz que há muitos problemas canônicos com o Traditionis Custodes. A começar com o fato do documento dizer que o que ele ordena deve ser executado "imediatamente", uma coisa absurda.
8) Cardeal Burke também diz que não é possível que a missa do Vaticano II sejaa única missa possível, como diz Francisco no documento. Não é possível canonicamente. Burke simplesmente diz que não entende essa parte do documento, diz que "isso não pode ser verdade".
9) Cardeal Burke diz que o documento é muito cruel e revolucionário ("harsh", que pode ser traduzido como duro, grosseiro, e "revolutionary").
10) Cardeal Muller argumenta que o documento trouxe um contradição entre papas. Diz que é preciso voltar e elaborar uma teologia adequada ("sound theology").
Vejam essa notícia do Churchil Militant:
ResponderExcluirCOSTA RICA: PRIMEIRA NAÇÃO A BANIR A MISSA LATINA TRADICIONAL
Peguei esse fragmento: 'Em uma mensagem no Facebook de 19 de julho , a conferência dos bispos da Costa Rica declarou: "Nenhum sacerdote está autorizado a continuar celebrando de acordo com a antiga liturgia."'
Link no facebook: https://www.facebook.com/Comunicaci%C3%B3n-Conferencia-Episcopal-de-Costa-Rica-341869476147600/photos/pcb.1462836950717508/1462835150717688
Link da notícia: https://www.churchmilitant.com/news/article/costa-rica-first-to-ban-traditional-latin-mass
VICARIUS VEL LEGISLATOREM?
ResponderExcluirO papa Francisco estaria avançando o semáforo, atribuiria a si algo indevido, pois S Pio V, em 1470, pronunciou a seguinte sentença sobre os audazes que se dispusessem em contrariar a Bula QUO PRIMUM TEMPORE e, abaixo, as penalidades canônicas aplicáveis aos audazes que tentarem a subtrair, acrescer ou mudá-la para outro sentido:
*14 – Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição.
* Apenas o nº 14 da Bula "Quo Primum Tempore".
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/quoprimum/
Online, 27/07/2021.
Com o devido respeito aos Cardeais.
ResponderExcluirPorém eles adotam uma linha de resistência controlada. Criticam alguns pontos, fecham os olhos para outros, atenuam problemas, e Burke especialmente acha a Fraternidade Sacerdotal São Pio X cismática.
Cardeal Mueller infelizmente possui um passado recente muito progressista. Acho que seria até perda de tempo detalhar, é fácil achar do que se trata caso alguém tenha interesse.
Em suma, ambos fazem a linha da "Hermenêutica da Continuidade" e tentam criar essa terceira via unindo a Verdade com o Erro.
Burke e Mueller ao defender a Missa de Paulo VI cometem (a meu ver) o erro que outros expoentes (vide Padre Paulo Ricardo) ao falar que na escrita não tem nada de errado.
É sempre uma resposta muito vaga.
Resposta essa usada por muitos defensores do Concílio no seu mantra "não há nada de errado nos documentos do Concílio".
Se assim fosse, por que o próprio Bento XVI quis fazer a reforma da reforma?
Se assim fosse, por que tantas contradições com o magistério anterior?
Quem errou? A Igreja até 1960 ou após 1960?
Essa terceira via desafia a lógica de querer achar que é tudo a mesma coisa, que não houve ruptura alguma.
Então eles são assim, caindo em inúmeras contradições para defender o indefensável. Embora sim, sejam louváveis algumas defesas, aqui Burke se destaca pela crítica à Amoris Laetitia.
Não quero julgar a intenção dos seus corações, mas parece-me muitas vezes que possuem medo de perder o status quo. Criticam, mas logo depois aparecem em fotos sorridentes com o Papa.
Fazem por ignorância? Tomara que sim.
Porque se fazem propositalmente caem na desgraça da meia-verdade e isso é muito pior do que a mentira.
Um trecho da Pascendi como remédio ao Modernismo diz:
"Faça-se o mesmo com aqueles que, às ocultas ou às claras, favorecerem o modernismo, louvando os modernistas, ou atenuando-lhes a culpa."
Isso para mim é claramente demonstrado quando aqueles que, sabendo como se sucedeu o Concílio, como se sucedeu a fabricação da Missa de Paulo VI, atenuam os erros cometidos.
Que a Verdade seja dita. Sempre reitero que não são opiniões subjetivas, mas baseadas nos documentos claros e objetivos que a Igreja sempre nos deixou.
Como podem atenuar os erros da Missa Nova com tantos erros teológicos existentes? Mesmo que sejam ditos em Latim (conforme colocaram), os erros continuarão lá.
O erro somente será proclamado de forma mais solene, mas que diferença isso faz?
O Rito em Latim não possui um texto diferente do vernáculo.
Como atenuar os erros da Missa Nova com a desgraça de ofertório que criaram? Que aliás, nem se chama ofertório mas "apresentação das oferendas".
"Fruto da terra e do trabalho humano"
"Fructum terrae et óperis mánuum hóminum"
O que muda?
Não esqueçam que Deus rejeitou as ofertas de Caim:
“Caim ofereceu em oblação ao Senhor os frutos da terra” (Gn 4, 3)
Deve ser apenas uma simples coincidência isso estar na Bíblia.