O artigo do padre se chama "Entendendo Papa Francisco e sua Antipatia e Marginalização dos Tradicionalistas" (Understanding Pope Francis and His Antipathy and Marginalization of Those who are Traditionalists).
O padre McDonald analisa Francisco a partir de sua experiência no seminário nos anos 70 e diz (traduzo):
"Estou muito familiarizado com o desdém do Papa Francisco pela tradição e pela Igreja pré-Vaticano II.
Quando eu estava em um seminário muito liberal no final dos anos 70, eu estava aberto ao que estava sendo ensinado para mim. Mas, como a maioria dos católicos se prepararam para a fé católica antes do Vaticano II, uma espécie de dogmatismo daquele período foi aberta ao que o Vaticano II desejava.
Como sempre disse, o Vaticano II foi imposto aos católicos da maneira mais autoritária que poderia haver durante o pré-Vaticano II. Assim como ser flexível (com os dogmas)! A forma de implementação foi daquele clericalismo que é o autoritarismo. Os dois são iguais e inseparáveis.
Mas depois do Vaticano II, a autoridade foi desafiada em todos os níveis, seja no tradicionalismo ou no liberalismo na Igreja. Assim, o autoritarismo por mandato nem sempre funcionou. A manipulação era necessária, assim como o aliciamento. Esses dois aspectos estão na raiz de todos os tipos de abuso, do emocional ao sexual.
Veja como o Papa Francisco tentou esmagar os jovens tradicionalistas. Ele não confia na teologia, mas sim na psicologia para ridicularizá-los. Ele os xinga e os rotula de pensamento rígido e retrógrado. É impróprio ouvir um papa falar como um psiquiatra e pontificar sobre questões psicológicas e sociológicas que estão além do âmbito de sua competência. Mas uma personalidade autoritária, lidando com seus próprios problemas, precisa confiar nesse tipo de abuso para conseguir o que quer.
Seu diagnóstico pode estar correto, mas uma pessoa rígida não merece respeito e compreensão? Não é cruel denegri-los da maneira que esse papa faz?"
O artigo de Thompson se chama "É o Fim do Papa Francisco?" (Is This the End of Pope Francis?)
O artigo do jornalista Damian Thompson é mais amplo do que o do padre. O ponto de partida do artigo são as fofocas sobre o estado de saúde de Francisco e sobre uma possível renúncia, a partir daí, ele afirma que bispos e todos que acompanham o que faz Francisco já sabem que o papa é cruel e autoritário, por isso é odiado.
Thompson nos diz, então (traduzo):
"O Team Francisco não é popular em Roma hoje em dia. O segredo mais bem guardado deste pontificado, pelo menos no que diz respeito ao público em geral, é que Jorge Bergoglio não é, e nunca foi, um homem bom. Ele fez tantos inimigos na Argentina que não ousou pisar em seu país natal desde que foi eleito papa. Ele esteve envolvido em alguns escândalos de cair o queixo lá, mais chocantemente sua tentativa de proteger seu aliado abusador de crianças, Pe Julio Grassi, da justiça. Ele tem sorte que a imprensa do Vaticano está com muito medo dele para investigá-lo adequadamente.
Francisco tem um traço de crueldade nele, e recentemente ele fez pouco para esconder isso. No ano passado, sua tentativa autoritária de esmagar as celebrações regulares da tradicional missa em latim ofendeu centenas de bispos que não gostam desse estilo de culto, mas não gostam ainda mais do pontífice argentino. Eles silenciosamente ignoraram a decisão, para a fúria do chefe da liturgia papal, um homem de Yorkshire dolorosamente arrogante chamado Arthur Roche, que será feito cardeal em agosto.
Mas os assuntos litúrgicos não serão estenderão no próximo conclave, seja lá quando vai for ocorrer. A moralidade sexual vai. Francisco passou quase uma década questionando a sabedoria do ensino católico sobre divórcio e homossexualidade – mas sem fazer nenhuma mudança formal nas regras. Nunca antes um conclave foi forçado a debater questões tão fundamentais. E, até certo ponto, estará operando no escuro. Francisco tem uma política de não convocar os cardeais para se reunirem como um corpo único, o que significa que muitos deles nem se conheceram e não sabem quem pensa o quê.
É provável, no entanto, que o tópico mais controverso seja a homossexualidade, e é aí que os rótulos “liberal” e “conservador” são enganosos. Os cardeais de esquerda do mundo em desenvolvimento, dos quais Francisco criou muitos, podem tolerar uma atitude mais relaxada em relação aos católicos divorciados e recasados, mas o pensamento da homossexualidade lhes revira o estômago.
Isso pode empurrá-los para um conservador moderado como o cardeal Péter Erdő da Hungria, um estudioso charmoso e discreto que, quando chamado para presidir um sínodo de bispos no Vaticano em 2014, de repente parecia e soava como um papa. Certamente exclui o cardeal Jean-Claude Hollerich, de Luxemburgo, presidente da Conferência Episcopal Européia e um pensador jesuíta muito mais distinto do que o Papa Francisco, que quer que a Igreja reconheça os relacionamentos gays.
No momento, no entanto, todos os olhos estão voltados para o cardeal Matteo Zuppi, o arcebispo de Bolonha, 66, que é um ciclista amigável aos gays, embora discretamente adere à linha de que atos homossexuais são pecaminosos. Isso poderia ser suficiente para satisfazer os cardeais africanos. As credenciais políticas de Zuppi provavelmente o ajudarão: ele está associado ao movimento de centro-esquerda Sant'Egidio, que é obcecado por puxar os cordelinhos - nada ruim durante um conclave. Ele também é legal com os tradicionalistas: como bispo, pediu que eles o ensinassem a celebrar a missa antiga, e ele não a reprimiu em sua diocese.
Mas as apostas, como na maioria dos conclaves, estará em “nenhuma das opções acima”. Exceto em raras ocasiões, o número de cédulas significa que a fumaça branca é seguida por um murmúrio de surpresa. Mas vou fazer uma previsão. Bispos de todo o mundo estão cansados de serem intimidados pelo Vaticano. O novo papa não será um Francisco II nem em nome nem em sua abordagem de governar a Igreja. Quando este papa se for, esse molde será quebrado e provavelmente não haverá um único cardeal que queira juntá-lo novamente."
Olá, Dr. Pedro.
ResponderExcluirÓtima postagem, como sempre.
Gostei muito do trecho introdutório do artigo do padre, onde ela fala das dificuldades de certos tradicionalistas. De fato, eu senti na pele o que ele expressa muito rapidamente. Creio mesmo que cometi muitos equívocos e trilhei caminhos complicados, ignorando ou desprezando a MISERICÓRDIA de Deus. Isso me foi muito caro. Cheguei mesmo a supervalorizar cacoetes e invencionices de pessoas e até de padres desconsiderando a NATUREZA imutável dos sacramentos, especialmente a Confissão e a Eucaristia.
Creio que trilhei o caminho do fanatismo.
Quanto aos problema do padre, creio que ele foi certeiro, mas poderia ser melhor e enfático em outros pontos.
Caro Sr. Adilson,
ResponderExcluirUm ponto que chamo atenção é, vendo suas últimas postagens, uma grande convicção de que "agora achou o caminho correto".
Se tivéssemos verdadeiramente um Papa Católico, essas mudanças de posições não existiriam pois teríamos um Papa que, como tal, seria a regra de fé conforme a própria definição do papado. Teríamos unidade e alguém para nos guiar.
Enquanto não temos, sempre haverá confusão.
Dito isso, apenas cuidado para não achar que agora o senhor está no acerto, e que outras posições estejam equivocadas, ou até sejam "fanáticas".
A Verdade não está tão clara assim para sermos tão categóricos. Lembre-se que os Católicos sempre foram vistos como fanáticos. E em vários momentos, foram a grande minoria perante outros supostos católicos (vide a história das grandes heresias). Talvez alguém que diga, por exemplo, que na Missa Nova não há consagração esteja certo, e aquilo não passa de um pedaço de pão, seja visto por muitos como um fanático.
Dirão que sim é válida, que a Missa Nova é desejo de Deus.
Outros dirão que é inválida, mas que é ilícita.
Outros como citei, dirão que é totalmente inválida e sem consagração.
Alguém que diga que as novas Sagrações Episcopais são nulas, talvez também esteja correto, ou pode estar errado. Talvez os Tradicionalistas comuns desses institutos estejam certos, talvez não e sua posição é inclusive é herética como muitos já demonstraram.
Onde está a verdade?
Então o que digo ao senhor é cuidar para não sair de uma posição e entrar em outra convicto que "agora estou naquilo que é correto" e julgando outras posições como equivocadas ou fanáticas.
Novamente, não temos um Papa Católico, então aquele que é o fator que nos traz a unidade na Igreja como Regra de Fé está temporariamente ausente. E dessa forma, apenas confusão reina no mundo.
Tentemos com a graça de Deus sermos católicos. E para isso, devemos ter muito cuidado com o "viés de confirmação" de achar que agora achamos a verdade.
O que não faltam são verdades nos mais variados grupos.
Fique com Deus.
Caro anônimo, acabo de ler teu comentário. Eu não iria responder, mas como você age com má educação e sem uma consideração melhor por minha pessoa, optei por te responder. E faço isso pelo fato de ter citado meu nome, mas se mantendo no animato. Não acho isso não é caridoso.
ResponderExcluirCreio que aqui, neste espaço, não há nenhum perigo de morte ou ameaça a tua pessoa; nem mesmo corres o risco de seres agredido com palavras violentas. Não me oponho no anonimato, mas por que motivo justificável se manter assim para comigo?
Pontos onde erras sobre meu comentário:
- "uma grande convicção de que "agora achou o caminho correto".
Eu NUNCA afirmei isso. Mas: o que venho fazendo é justamente me despir de muitos preconceitos que me influenciaram, especialmente de tradicionalistas de moda. Aliás, minha posição hoje é justamente de CONFIAR na MISERICÓRDIA de Deus, no que se tange os SACRAMENTOS, do que em opinião de padres; sejam eles progressistas ou conservadores. Os SACRAMENTOS são imutáveis, e as opiniões de padres não. No atual tempo estão infestadas de influências recebidas (ninguém escapa do tecido intelectual de confusão de nosso tempo). Eles são mais tendentes a cometer erros que os fiéis. Não fosse verdade, tínhamos incontáveis padres santos, pois eles são os que mais entram em contato com Nosso Deus eucarístico. Deus seria perverso se colocasse os santos sacramentos sob a dependência do que o somente o clero clero pensa ser melhor pra Igreja Dele.
Por fim; você não me conhece pra afirmar , ou sugerir, no restante de seu comentário, que eu desprezo ou não confio na VALIDADE do clero progressista. Eu vou a missa nova; eu me confesso com padres progressista. E eles já me serviram mais que os tradicionalistas. Pois são mais fáceis de encontrar. Se são bons ou mais, Deus o sabe. Não me interessa. Eu só quero deles os sacramentos, e eles têm o poder de me dá.
Já mencionei em postagens anteriores que fui vítima de tradicionalistas de moda e de padre. Um até me negou confissão geral, agindo como de o Sacramento fosse propriedade dele, ou pensando ser algum místico. Sei lá.
No passado critiquei padres do Novo Rito, por ignorância minha; fui protestante por anos, e os tradicionalistas foram as pessoas com que tive contato. Sim; eles me ajudaram, mas também causaram grandes prejuízos a mim, inclusive o de manter afastado da Eucaristia por muitos anos: incapazes de explicar que meu estado de vida me permitia comungar, eles infestaram minha cabeça de preconceitos.
Anônimo: não tenhas medo. Se decidir citar meu nome em teu comentário para me criticar, faz assim: me envia uma mensagem por e-mail perguntando sobre alguns detalhes de meus posicionamentos. Você sabe: nem sempre um comentário deixa evidente ou com clareza exata, o que realmente estamos querendo dizer.
Meu e-mail:
aj.silvius@gmail.com
Senhor Adilson,
ResponderExcluirBusquei apenas ponderar alguns pontos que notei em suas postagens anteriores, não creio que tenha faltado com a educação e não entendi sua resposta tão apaixonada.
Aquilo que pontuei, percebo ainda mais claramente no comentário acima. Ou seja, opiniões muito polarizadas e conclusões baseadas em questões muito subjetivas. Esse era o meu alerta, apenas para tomar cuidado com esses posicionamentos. Enquanto a busca da verdade ficar assim associada a pessoas/grupos, qualquer falha desses (e sim, falharão) poderá trazer prejuízos à sua busca pela verdade.
Por caridade finalizarei aqui já no início nossa interação. Não tenho idade para esse mundo polarizado onde todos acham que todos são inimigos dos outros.
Termino como terminei minha mensagem anterior, desejando o bem ao senhor e que Deus o abençoe.