sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Liu Xiaobo




Depois do desastre do ano passado, quando deram o Prêmio Nobel da Paz para o presidente Obama, que só tinha promessas e estava em guerra em dois países, este ano encontraram a pessoa certa: Liu Xiaobo. Ele é o primeiro chinês a ganhar o prêmio.

Xiaiobo é professor de literatura e participou das manifestações da praça Tiananmen em 1989. Já foi preso quatro vezes por ser considerado um subversivo político.

A última prisão de Xiaobo ocorreu quando ajudou a elaborar a Carta 08. A Carta pede mais liberdade na China, durante as comemorações dos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos da ONU. O título lembra a Carta 77 da Tchecoslováquia que gerou a Revolução de Veludo, em 1989. Milhares de chineses assinaram a Carta. Xiaobo foi preso antes da divulgação da Carta, julgado um ano depois e setenciado a 11 anos de prisão. Na foto acima, do site da Fox News,  Xiaobo está lendo outro documento diante do túmulo de Bao Zunzin, historiador chinês e dissidente político, que foi preso por causa dos protestos de 1989.

Nesse ano ocorreu um recorde de nominações para o prêmio, 237, mas Xiaobo contava com o apoio de ganhadores do prêmio como Desmond  Tutu e Dalai Lama (outro premiado que irritou muito os chineses). A China reagiu ameaçando prejudicar as relações com a Noruega, apesar do prêmio não ter nenhuma relação com o governo desse país.

A esposa de Xiaobo, Liu Xia, declarou ao jornal Wall Street Journal que o marido irá ficar surpreso e se sentindo com mais responsabildade ainda. Acrescentou (o que é bem estranho para os nossos padrões democráticos) que as autoridades locais disseram a ela na última quinta que ela deveria ir visitar o marido de novo (ele está preso em Jinzhou), mas ela disse que preferia ficar em Beijing entre amigos esperando o resultado do prêmio.

O comitê que estabeleceu o prêmio para Xiaobo disse que a China quebra diversos acordos de direitos humando do qual é signatária.

A China é uma potência econômica, mas seus valores morais (para começar é o país que disparadamente mais pratica aborto e pena de morte no mundo) e democráticos (ausência de estado de direito e corrupção) não servem de exemplo para o mundo.

Para homenagear Liu Xiaobo, esse blog exibe o prefácio da Carta 08:

A hundred years have passed since the writing of China’s first constitution. 2008 also marks the sixtieth anniversary of the promulgation of the Universal Declaration of Human Rights, the thirtieth anniversary of the appearance of the Democracy Wall in Beijing, and the tenth of China’s signing of the International Covenant on Civil and Political Rights. We are approaching the twentieth anniversary of the 1989 Tiananmen massacre of pro-democracy student protesters. The Chinese people, who have endured human rights disasters and uncountable struggles across these same years, now include many who see clearly that freedom, equality, and human rights are universal values of humankind and that democracy and constitutional government are the fundamental framework for protecting these values.

Quem desejar ler a íntegra, acesse:
http://www.nybooks.com/articles/archives/2009/jan/15/chinas-charter-08/

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).