sexta-feira, 1 de julho de 2011

Por Que um País deve Ficar Sob Proteção de Deus?



Na Constituição brasileira, no preâmbulo, está escrito: "Nós, representantes do povo brasileiro,..., promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição". No Regimento Interno do Senado brasileiro, (Art.155, § 1º) está escrito que "Ao declarar aberta a sessão (legislativa), o Presidente (do Senado) proferirá as seguintes palavras: "Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos". Nas notas de Real há escrito: "Deus seja Louvado".

Nos Estados Unidos, a Declaração de Independência diz: "all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness".(todos os homens são criados como iguais, que eles são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre eles o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade). Nas notas de Dólar há escrito "In God we trust" (Nós Confiamos em Deus). No Juramento de Lealdade (Pledge of Allegiance) se diz:: "I pledge allegiance to the flag of the United States of America, and to the republic for which it stands, one nation under God, indivisible, with liberty and justice for all."  (Eu juro lealdade à bandeira dos Estados Unidos da América, e para a república que ela representa, uma nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos).

Acontece que durante um clip na transmissão de um jogo de golfe da rede de  televisão da rede NBC (um dos canais mais esquerdista dos Estados Unidos), eles resolveram eliminar a expressão "one nation under God" do Juramento de Lealdade. Isso gerou tanta reclamação que o comentarista teve de pedir desculpas no ar.

Mas por que é muito importante estarmos "sob a proteção de Deus"?

Eu responderia dizendo que qualquer ordenamento legal tem uma base religiosa. Por exemplo, a Lei Canônica é a base do direito europeu na qual se baseia o direito brasileiro. E a base da Lei Canônica são os dez mandamentos, por isso se diz que temos uma cultura judeu-cristã. O que é o ordenamento legal dos países árabes se não uma extensão da lei islâmica?

O excelente Padre Robert Barron acrescenta outra razão para estarmos sob a proteção de Deus: para evitar tirania. Todos se submentem a Deus.

Vejam o vídeo abaixo que peguei no blog Aggie Catholics,  onde o padre Barron explica a importância de Deus para o estado de direito. Traduzo em azul.


O US Open de golfe que foi concluído recentemente teve como vencedor o irlandês Rory McIlroy, que ganhou de forma convincente. Realizando um dos mais impressionantes swings no golfe. McIlroy dominou totalmente o campo, ganhando oito strokes sobre seu mais próximo concorrente e estipulando o mais baixo score já realizado nos últimos 111 anos de história do torneio. 

Mas uma controvérsia interessante distraiu a atenção do grande dia de McIlroy. NBC começou sua cobertura da rodada final com uma montagem patriótica de bandeiras, soldados e saudações (o torneio foi jogado no Clube do Congresso, ao norte de Washington). A voz que aparecia era de um grupo de crianças recitando o Juramento de Lealdade. Nós ouvimos “Eu juro lealdade à bandeira dos Estados Unidos da América, e à república que ela representa, uma nação, indivisível, com liberdade e justiça para todos”. Estranhamente, inexplicavelmente, a frase “sob Deus” foi cortada.

NBC recebeu reclamações imediatas, com protestos que vieram de todo o país, e Dan Hicks, âncora da narração do jogo, foi compelido a emitir um pedido de desculpas, mesmo que esse pedido fosse tão convincente quando dizer “nós nos desculpamos para qualquer um que seja estúpido para ficar ofendido”. 

Alguém pode se perguntar quem os produtores da transmissão queriam impressionar ou ofender. Eu suponho que eles queiram agradar os ateístas ou agnósticos, pois qualquer um de qualquer denominação religiosa ficaria ultrajado com a exclusão da menção a Deus. Lógico que não ofendendo uma pequena comunidade de pessoas, eles acabaram ofendendo a maioria das pessoas ao violentar o Juramento.

E embora possa não ficar aparente imediatamente, isto não é uma falha pequena. A afirmação de que nós somos uma nação “sob Deus” é uma alegação de que nós nos opomos aos tiranos de todos os tipos. O que cria um tirano é a suposição de que ele e suas políticas estão além das críticas, porque a vontade dele é o critério da verdade. Governantes estão, de fato, sob Deus, porque Deus é o critério último da verdade e da justiça, e há, portanto, um limite para o que o político possa, com retidão moral, legislar ou comandar.

Quando Deus é negado, o poder político não conhece limite – mesmo se este poder vem do legislativo ou da vontade popular – portanto, a tirania se torna quase inevitável. Se você duvida disso, olhe os mais desastrosos regimes do último século – Hitler, Stálin, Mao, Pol Pot – que estavam no poder sob a exclusão formal e explícita de Deus do ambiente público.

Um das mais importantes contribuições da Bíblia para a política é precisamente colocar os reis sob Deus. Reis israelitas não eram como os faraós egípcios ou reis babilônicos – absolutos em julgamento e considerados deuses. Israelitas governavam de acordo com o propósito de Deus. Quando eles agiam contra a vontade divina, eles estavam sujeitos a julgamentos. Observem as descrições severas dos reis feitas na Bíblia, em Isaías, Jeremias, Amos, Ezequiel, Daniel e João Batista. Os profetas, falando por Deus, criticavam agressivamente os líderes de Israel por suas idolatrias e indiferenças em relação ao sofrimento dos mais fracos e pobres. Esta é precisamente a intuição bíblica que formou o pensamento político dos filósofos do século 18, que colocaram um conjunto de freios no domínio dos reis.

O ponto importante é que quando o verdadeiro Deus é marginalizado, alguém ou algo – o exército, a imprensa, o governo, um líder – assume as funções de Deus, e isto é de fato perigoso. Eu desejo que sejamos uma nação sob Deus, não primeiramente por questões de fé, mas para a nossa própria segurança.

A atitude da NBC é apenas mais uma das faces do secularismo ideológico que nós temos permitido cada vez mais na nossa vida pública nos Estados Unidos.

Curiosamente, já no final da rodada do US Open, Johnny Miller, o comentarista do jogo na NBC, inadvertidamente sugeriu uma razão para o domínio do secularismo. Um colega de Johnny perguntou por que Ken Venturi, que venceu o US Open no Congresso em 1964, teve de jogar duas rodadas no Sábado debaixo de muito sol. Miller explicou que naquela época os golfistas não jogavam no domingo por era dia santo. Esta resposta simples me levou de volta aos meus dias de infância, quando domingo era um dia diferente, as lojas estavam fechadas, as atividades esportivas eras suspensas e quase todos iram para a igreja. A honra dos domingos – estipuladas em terceiro lugar entre os dez mandamentos – é uma maneira de fazer-nos lembrar da adoração a Deus e por isso é um meio efetivo de santificar um país. É muito triste termos perdido esse senso da diferença do domingo. Hoje é apenas um dia de férias. É triste sim, mas, se meu argumento acima está correto, é também apavorante.

2 comentários:

  1. Caro Pedro Erik,

    Realmente os Estados Unidos estão de parabéns. Corrijo: a população e o Padre Robert Barron. Queria ver se algo parecido a essa omissão no juramento tivesse ocorrido no Brasil, se a opinião pública reclamaria. Excelente a posição do referido padre. É verdade que estar sob proteção de Deus significa confirmar a nossa segurança. É tão óbvio e ao mesmo tempo tão distante do pensamento do cidadão comum. Interessante também a análise que ele faz do Domingo. Também sinto falta das lojas fechadas e do caráter de mais tranquilidade que esse dia permitia. Agora os shoppings concorrem com as missas...
    Parabéns pelo post.

    Abraços,

    Juliana

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  2. Obrigado, Juliana. Concordo plenamente com suas observações.

    Continue por aqui, comentando.

    Abraço,
    Pedro Erik

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).