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No dia 9 de agosto passado, o Jornal Catholic Herald publicou pela primeira vez as memórias da Madre Bernadine Goulter, que estava presente quando a bomba atômica explodiu em Nagasaki no dia 9 de agosto de 1945. A publicação no jornal foi uma permissão da sobrinha dela, Dorothea Sibeth.
Nagasaki era lar de dois terços de todos os católicos japoneses. Foi lá que São Maximiliano Kolbe (que morreu em Auschwitz) fundou um mosteiro franciscano. O mosteiro escapou ileso ao ataque da bomba. Aliás, este não foi o único milagre nos ataques ao Japão em 1945. Em um raio de quase dois quilômetros de onde a bomba caiu em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, apenas 8 pessoas sobreviveram, todas eram monges jesuítas. O blog Canterbury Tales conta essa história.
Mas vamos voltar às memórias da freira Bernadine. Não vou falar de tudo que ela escreveu, apenas algumas passagens. Ela é bastante detalhista, o que é ótimo para historiadores.
Ela conta como era os dias no seminário Sagrado Coração em Nagasaki, em que faziam as coisas durante o período de calmaria da guerra quando não havia aviões sobrevoando a cidade.
De repente quando ia na direção do pátio da fazenda, passando pela porta do seminário, a bomba explodiu. Ela relata (traduzo em azul):
I had to pass through the seminary building in order to get down to the farmyard. Just as I was entering the doorway there was a terrific flash of light, a dazzling yellow light. I stood still, astonished. Then, after about the time it would take to count to seven, there was a dull roar and what followed was the loosing of a mighty force. (Eu tinha de passar pelo prédio do seminário para chegar ao pátio da fazenda. Assim que eu estava entrando no protão ocorreu um terrível clarão, uma luz amareza fantástica. Eu fiquei parada, atordoada. Então, depois de um tempo em que se pode contar até sete, houve um rugido surdo e o que se seguiu foi a liberação de uma poderosa força. As portas froam arrancadas, o prédio estava desmoronando, gesso, pedra, telhas caindo e todas as janelas quebradas e destruídas...)
Depois do dia 9, passaram-se mais 6 dias até que o Japão se rendesse aos Estados Unidos. Ela conta que havia muitos aviões sobrevoando a cidade durante estes 6 dias e que a cidade estava muito quente como estivesse no meio do verão. Ela disse que tiveram de procurar o Padre superior para entregar o Sacramento Sagrado, porque não queriam que fosse destruído. O padre era um franciscano polonês, assim como São Maximiliano Kolbe.
Ela revela muitos relatos de mortos e feridos e como as pessoas procuravam o mosteiro para rezar, mas também diz qual foi a reação dos pagãos. Ela conta:
The pagans were saying after the atomic bomb: “The Catholics must be bad people as the bomb has killed so many of them.” The mayor of Nagasaki, who was himself a pagan, was very angry with this remark and silenced it, saying: “It is just the opposite. These good people have been chosen to give their lives for their country and their sacrifice will bring blessings upon Japan.” Certainly he spoke truly. Never has Japan opened its door so widely to the Faith as at the present. (Os pagãos estavam dizendo depois da bomba atômica: "Os Católicos devem ser pessoas ruins porque a bomba matou muitos deles". O prefeito de Nagasaki, que também era um pagão, estava muito chateado com isto e silenciou eles dizendo: "É exatamente o contrário. Estas são pessoas boas que têm escolhido dar suas vidas para o países delas, e este sacrifício será uma benção para o Japão". Ceramente, ele falou a verdade. Nunca o Japão abriu suas portas para fé como agora.).
(Agradeço a indicação do texto ao blog Catholic and Enjoying It)
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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).