Parece uma contradição considerar que palavras possam ser ao mesmo tempo cruéis e benéficas. Bom, em certas situações define-se crueldade erradamente, quando por exemplo, um pai ou uma mãe dizem palavras severas aos seus filhos para que eles sigam no caminho correto. Ou quando se faz guerra. Santo Agostinho disse que uma guerra pode ser benéfica.
Mas quando as palavras são realmente cruéis, mesmo que possam ser benéficas, elas deve ser evitadas.
Hoje, o Papa Francisco disse que a separação de um casal por ser bom para o casal e para as crianças. Ele disse:
"Às vezes a separação pode até ser moralmente necessária para tentar proteger o cônjuge mais fraco ou as crianças das feridas causadas pela arrogância, violência, humilhação, estranheza e indiferença. À nossa volta, vemos diversas famílias em situações ditas disfuncionais, não gosto desta palavra, - e colocamo-nos questões: como ajudar? como acompanhar a situação de modo a que a criança não se torne refém do pai ou da mãe?..se as feridas não cicatrizam, elas pioram e se transformam em ressentimento e hostilidade, que recai sobre as crianças".
Parecem ser palavras compreensivas, de caridade, não é?
Mas veja, qualquer relacionamento é, como se diz em uma música muito bonita, "subir uma montanha". É difícil, é penoso, passa por momentos difíceis.
A música (Up Where We Belong), diz:
There are mountains in our way
But we climb a step every day...
But we climb a step every day...
Love lift us up where we belong
Where the eagles cry, on a mountain high
Love lift us up where we belong
Far from the world below, up where the clear wind blow
Where the eagles cry, on a mountain high
Love lift us up where we belong
Far from the world below, up where the clear wind blow
Imagine um casal católico em crise hoje lendo estas palavras do Papa, você acha que elas ajudam na reconciliação? Você acha que uma criança vai gostar que os seus pais leiam estas palavras do Papa e se estimulem a divorciar?
Por isso que apesar de parecer óbvio e caridoso o que o Papa disse, nenhum Papa jamais falou isso, jamais ressaltou a possibilidade de separação, porque eles pensam naqueles que lutam para manter a família. Porque eles sabem que toda família luta diariamente para se manter firme.
Porque eles sabem que estas palavras do Papa podem ser muito cruéis, apesar de ter o efeito benéfico em uma família que realmente não tem mais jeito.
Eu sempre digo "rezemos pelo Papa Francisco", mas agora peço: "rezemos pelas famílias".
Bom dia, nobre Pedro. Bem, a postagem de hoje é realmente dura de receber. Um sacramento pode ser desfeito? Ora, não nos disse o Senhor "não separe o homem o que Deus uniu"? Sei o quanto é difícil e até terrível ter um casamento abalado por problemas, os quais muitas vezes angustiam as almas dos conjugues. Mas devem ser as crise o fundamento legítimo para se concordar com a separação? Particularmente, não regularizo e nem menosprezo quem já se divorciou, pois não sou sacerdote e minhas palavras sobre o assunto não tem valor algum; não tenho autoridade em doutrinar ninguém. Agora, uma coisas é certa e os fatos não negam, há muitas pessoas que podem pegar carona nas palavras do papa, especialmente aqueles que são mais motivados pelo que ouvem do que pelo que buscam saber. Na época em que a Tradição era vivida em abundância e o modernismo não tinha dominado parte considerável das mentes dos sacerdotes, estes tinham um peso considerável sobre as comunidades, pois estavam sempre ensinando, inclusive eram eles que aplicavam o catecismo. Então os católicos eram bem alimentados espiritualmente. Mas a nossa atual situação é um campo aberto ao "oba oba"! Você concluiu bem sua posta: rezemos pelo papa.
ResponderExcluirPedro, conforme te falei, aqui está o link sobre o congresso do grupo de leigos São Pio V:
ResponderExcluirhttp://www.saopiov.org/2015/06/iv-congresso-sao-pio-v_24.html
Abraços.
Muito bom, vou mencionar o congresso no blog, caríssimo Adilson.
ResponderExcluirAbraço,
Pedro Erik
O Papa Bento XV afirmou anteriormente a Francisco que é permitido em certos casos a separação de corpos de um casal se a convivência vier a prejudicar os filhos ou família e isto também estava previsto no código de 1917. Então neste caso o Papa Francisco apenas repetiu uma orientação do magistério anterior.
ResponderExcluirCaríssmo Prof. Francisco Castro,
ResponderExcluirÉ claro que há situações que a separação do casal é a melhor opção. O próprio catecismo da Igreja diz isso. Não precisa de palavras do Papa Bento XVI.
Mas você não acha que falar em separação "moralmemte necessária" e "feridas que não cicatrizam" , ele não deu um passo no caminho errado?
Bom, quantos casais não têm feridas que marcam e não cicatrizam, são apenas superadas pela dedicação e amor?
É apenas uma questão de ênfase, mas que faz uma enorme diferença. Ainda mais porque o Papa Francisco é visto como um libertário da Doutrina, pela mídia.
Lembra do efeito das palavras dele "quem sou eu para julgar os homossexuais"? Ainda hoje eu tive de ouvir isso contra o suo de manuais em favor de gays em escolas católicas.
A imagem de uma pessoa tem um impacto enorme sobre o efeito de suas palavras. Ninguém deu atenção quando Bento XVI disse aquilo que você mencionou, porque a ênfase era na manutenção da família. E Bento XVI era e é visto um defensor da Doutrina.
Abraço,
Pedro Erik