sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Papa Francisco: "A Igreja Ensina que Todo Mundo Tem Direito a Terra, Trabalho, e Moradia"


O site do Vaticano acaba de divulgar uma entrevista do Papa, em que ele usando Cristo diz que a "Igreja ensina que todo mundo tem direito a Terra, Trabalho e Moradia". O próprio site do Vaticano dá ênfase a esta frase do Papa no título da reportagem.

É de chorar. Meu Deus. O Papa Francisco continua defendendo uma doutrina puramente materialista!! Marxista, mesmo. E ainda usa Cristo para isso.

O Papa obviamente não diz onde a Igreja ensina que todos têm direito a isso. Nunca vi nada disso na Bíblia ou no Catecismo. Vocês viram?

Vejam a frase do Papa e se assustem comigo (traduzo em seguida em azul). O entrevistador perguntou qual a mensagem da Igreja para os sem teto. Ele respondeu:

Pope Francis: “Two things come to mind. Jesus came to the world homeless, and made Himself poor. Then, the Church wishes to embrace all and to say that it is a right to have a roof over your head. In popular movements they work according to the three Spanish 't's: trabajo (work), techo (casa) and tierra (earth). The Church teaches that every person has a right to all three”.

Papa Francisco: Duas coisas vêm à minha mente. Jesus veio ao mundo sem ter casa e se fez pobre. Então, a Igreja deseja abraçar todos e dizer que é direito ter um teto sobre a cabeça. Em movimentos populares, eles dizem em espanhol em três "t"s: Trabajo (trabalho), Techo (Teto) e Tierra (Terra). A Igreja ensina que todas as pessoas têm direito a essas três coisas.

Ele já havia dito isso muitas vezes, quando esteve na Bolívia, mas agora ele traz até Cristo para seu raciocínio e diz que a Igreja defende seu pensamento. É realmente de chorar ouvir essas palavras do Papa. Falo no post anterior do Pacto das Catacumbas, isso é puro Pacto das Catacumbas.

O Papa também diz que quer um "mundo sem pobres". Claramente, se pode lembrar das palavras de Cristo a Judas Iscariotes: 'Pobres vocês sempre terão". Ele diz que não se tem um mundo sem pobres porque algumas pessoas são egoístas. Pode-se argumentar que o Papa Francisco está usando um pensamento augustianiano, que dizia que guerras sempre existirão por conta do pecado humano. Pode ser, mas ao finalizar dizendo que devemos "lutar para termos um mundo sem pobres", ele nos leva para um pensamento esquerdista. Ele não menciona a caridade humana. O pensador esquerdista brasileiro Paulo Freire, dizia que a "justiça social" vem antes da caridade. Puro marxismo.

Estou lendo o livro acima do filósofo inglês Roger Scruton. Recomendo com fervor esse livro, que fala do pensamento esquerdista de intelectuais. O primeiro capítulo do livro se chama "O Que é a Esquerda".

A definição que ele dá para esquerda nos faz lembrar do pensamento do Papa Francisco, infelizmente.

Com minhas palavras, Scruton esclarece que:

- A esquerda entende as coisas em termos de poder e não de lógica ou de leis ou de razão ou mesmo de fatos. Tudo é a busca do poder. Por isso, lógica, fatos, leis não interessam.

- A esquerda na busca desses objetivos sempre define as coisas em termos de embate de luta contra opressores, um pensamento maniqueísta, eles contra nós. Tudo é luta, o processo de sempre estar em luta, alimenta a esquerda.

- A esquerda despreza qualquer associação humana (igrejas, corporativas, clubes, associações) que não estejam em seu poder, por isso regimes totalitários de esquerda logo matam padres e líderes comunitários. Ver como a China lida atualmente com as religiões, por exemplo. Ou a Coréia do Norte ou Cuba.

- A esquerda é puramente materialista, deprecia a natureza humana, define as coisas em termos de sistema, de classes. As pessoas não existem, o que existem são "ismos", capitalismo, imperialismo, socialismo,...

- A esquerda tradicionalmente luta por "liberdade e igualdade", coisas que são conflitantes, mas lógica não interessa à esquerda.

- Atualmente a esquerda luta por "liberação e justiça social", quem deve ser liberado é qualquer um que siga os preceitos da esquerda. A "justiça social" é para aqueles que aceitam ser dominados pela esquerda.

- A esquerda atual é puramente burocrática, por detrás do aparelho do Estado. 

- A esquerda procura dominar a linguagem (cultura), assim pode definir e rotular as coisas e as ações humanas. Discordar do pensamento da esquerda, mesmo que minimamente, é ser rotulado. A esquerda deprecia e ataca os adversários, não admite desvios de pensamento.

- E Scruton ainda ressalta a inveja ("resentment"), como uma coisa intrínseca no pensamento esquerdista.

Leiam, o livro de Scruton. É esclarecedor.

Abaixo, vai a famigerada entrevista do Papa Francisco. Rezemos por ele.

Friday, November 6, 2015

The Pope is interviewed by the newspaper Straatnieuws: “The Church teaches that everyone has the right to work, a home and the earth”


Vatican City, 6 November 2015 (VIS) – The Dutch newspaper “Straatnieuws”, published by the homeless, today published an interview granted by Pope Francis on 27 October. The article is also present in other dailies of the same type associated with the International Network of Street Papers (INSP), which has 113 members. This type of publication is sold directly by the homeless, thus providing them with a source of income.

The following are extensive extracts from the interview, especially with the theme of poverty. 


Interviewer: What is the Church's message for the homeless? What does Christian solidarity mean for them in practice?

Pope Francis: “Two things come to mind. Jesus came to the world homeless, and made Himself poor. Then, the Church wishes to embrace all and to say that it is a right to have a roof over your head. In popular movements they work according to the three Spanish 't's: trabajo (work), techo (casa) and tierra (earth). The Church teaches that every person has a right to all three”.

Interviewer: You often ask for attention to the poor and refugees. Do you not fear that in this way a sort of weariness in relation to this theme may be generated in the mass media or in society in general?

Pope Francis: “When we return to a theme that is not pleasant, because it is disagreeable to talk about it, we are all tempted to say. 'That's enough, I am tired of this'. I feel that this weariness exists, but I am not afraid of it. I must continue to speak the truth and say how these things are”.

Interviewer: Are you not afraid that your defence of solidarity and assistance for the homeless and other poor people may be exploited politically? How should the Church speak in order to be influential and at the same time remain external to political affiliations?

Pope Francis: “There are roads that lead to errors in this regard. I would like to underline two temptations. The Church must speak truthfully and also by her witness: the witness of poverty. If a believer speaks about poverty or the homeless and lives like a pharaoh, this is not good. This is the first temptation.

“The second temptation is to make agreements with governments. Agreements can be made but they must be clear and transparent. For example, we manage this building, but the accounts are all audited, in order to avoid corruption, as there is always the temptation to corruption in public life, both political and religious. … Once I asked a question to a minister in Argentina, an honest man – one who left his post because he could not reconcile himself with various obscure aspects. I asked him: when you give assistance in the form of meals, clothing or money to the poor and needy, what percentage of what you send arrives? And he answered, 35 per cent. That means that 65 per cent is lost. It is corruption: a cut for me, another cut for you”.

Interviewer: Your namesake St. Francis chose radical poverty and even sold his evangeliarium. As the Pope, and bishop of Rome, do you ever feel under pressure to sell the Church's treasures?

Pope Francis: “This is an easy question. They are not the treasures of the Church, they are treasures of humanity. For example, if tomorrow I decide to put Michelangelo's Pieta up for auction, I cannot do this, since it is not the property of the Church. It is kept in a church but it belongs to humanity. This is true of all the treasures of the Church. But we have started to sell gifts and other things that are given to me, and the proceeds from sales go to Msgr. Krajewski, who is my almoner. Then there is the lottery. There were cars that have all been sold or given away with a lottery and the proceeds are used for the poor. There are things that can be sold, and we sell these”.

Interviewer: Are you aware that the wealth of the Church can give rise to this type of expectation?

Pope Francis: “Yes, if we make a catalogue of the assets of the Church, it seems that the Church is very rich. But when the Concordat was made with Italy in 1929 on the Roman Question, the Italian government at the time offered to the Church a large park in Rome. And the then Pope Pius XI said no, I would like just half a square kilometre to guarantee the Church's independence. This principle still stands.

“Yes, the real estate of the Church is considerable, but we use it to maintain the structures of the Church and to maintain many works that are carried out in countries in need: hospitals and schools. Yesterday, for example, I asked for 50,000 euros to be sent to Congo to build three schools in poor villages, as education is important for children. They went to the competent administration, I made the request, and the money was sent”.

Interviewer: Holy Father, is it possible to imagine a world without the poor?

Pope Francis: “I would like a world without the poor. We must fight for this. But I am a believer and I know that sin is always within us. And there is always human greed, the lack of solidarity, the selfishness that creates poverty. Therefore, would seem difficult to me to imagine a world without the poor. If you think about children exploited for slave labour, or sexually abused children. And another form of exploitation: children killed for the trafficking of organs. Killing children to remove their organs is greed. Therefore, I do not know if we will be able to make a world without poverty, because sin is always there and leads to selfishness. But we must always fight, always ...”.


12 comentários:

  1. Queria que o bispo de Roma Francisco definisse o que é pobreza. Depois começamos a debater com ele...
    É essa pergunta que faço a todo esquerdista, e vocês verão que a resposta é sempre mais que a simples definição tradicional do que é pobreza, a insuficiência de bens materiais necessários a subsistência. Envolve poder e libertação. Envolve luta. É isso mesmo conforme o livro citado explica.
    Na faculdade de Economia da.UFSC, aprendi que pobreza era a alienação do trabalhador da propriedade dos meios de produção e comercialização do que ele produz.....! E isso explica muita coisa, por exemplo, movimentos recheados de dinheiro dizendo que são marginalizados e tal....

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  2. Eh isso mesmo, meu amigo. Você entendeu completamente, o discurso de marginalizado e necessidade de liberação existe mesmo que alcancem o poder. Discurso de luta se mantém.
    Abraço,
    Pedro erik

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  3. Pelo menos as esquerdas nada têm a reclamarem do papa Francisco!
    Os comunistas são esquizofrênicos e têm as mentes recheadas de esterco marxista; aliás, comunismo é coisa de consultorio psiquiátrico!
    Confira o que disse Lyle Rossiter a respeito desses psicóticos!
    Veja de como se comporta o Mula - não é o bastante?

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    1. Realmente, caro Vic.
      Lyle Rossiter traz uma análise bem interessante da psiquiatria do esquerdismo, que como ele diz estimula auto-piedade e justifica roubo. Além de outras mazelas morais.
      Abraço,
      Pedro Erik

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  4. Direitos? Sinceramente, acho que nós, seres humanos, só temos mesmo é o direito a vida, e nada mais.

    O resto? Nós temos que batalhar e correr atrás.

    E mesmo assim, não temos garantia alguma de que conseguiremos algo, no fim da "batalha".

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    1. Muito bem dito, Ricardo. Engraçado é que comunistas defendem todos os direitos imaginados menos o direito à vida.
      Você também ressaltou o valor do trabalho, tão desvalorizado hoje em dia, muitos querem tudo de graça.
      Abraço,
      Pedro Erik

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  5. Meu caro Pedro, o que eu observo hoje é que muitos por aí (sejam homens ou mulheres) só querem o salário no fim do mês, mas não querem o trabalho.

    Querem o Bônus, mas sem o Ônus.

    Só que isto, em qualquer tipo de trabalho/profissão, é impossível, não é?

    Um abraço.

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    1. Eu não diria impossível, meu amigo,muita gente ganha sem fazer nada. Mas é sim destrutível, destrói um país.
      Abraço,
      Pedro Erik

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  6. Ilustrando o comentário do Flávio, trago à memória uma coleção de livrinhos pretensamente explicativos dos livros bíblicos, da Paulus (editora sedizente católica, embebida de marxismo até o talo). Nessa coleção (todos os títulos começam com 'Como ler o ....'), há um livrinho para cada livro bíblico, quase todos assinados por clérigos brasileiros da teologia (marxista) da libertação. O resultado chega a ser inacreditável de tão absurdo.

    O livrinho dedicado ao Evangelho de São Mateus, por exemplo, trata Jesus não como o Salvador da humanidade, que morreu na cruz por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. Nada disso; nem sombra de qualquer doutrina religiosa, do sobrenatural, do Reino de Deus que não é deste mundo. Nada! Segundo o autor, Jesus morreu para "libertar os pobres" dos poderosos (ricos) que os oprimem! Toda a interpretação do texto evangélico é na linha marxista de luta de classes.

    Fiz essa citação, para que tenham uma ideia da deturpação do Evangelho que povoa a mente desses marxistas de batina. E notem como é corroborada a observação do Flávio: a pobreza, para eles, se resume a uma condição de classe oprimida, cuja libertação implica em confrontar os "poderosos". Poder, poder e mais poder, no mais puro materialismo travestido de religião.

    Abs.

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    1. Nossa Senhora, Eduardo
      Dessa editora não compro nada.
      Obrigado pela informação, meu amigo.
      Abraço,
      Pedro Erik

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    2. Nossa Senhora, Eduardo
      Dessa editora não compro nada.
      Obrigado pela informação, meu amigo.
      Abraço,
      Pedro Erik

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  7. Ao Eduardo Araujo, Pedro e amigos do blog:

    Eles cada vez mais usam termos marxistas, e quando pressionados por conservadores aí se fazem de bobos e tentam se explicar, voltando a usar termos católicos. Mas o grandioso São Pio X, na Pascendi, já previu o modus operandi modernista:

    “Nos seus escritos e discursos parecem, não raro, sustentar ora uma ora outra doutrina, de modo a facilmente parecerem vagos e incertos. Fazem-no, porém, de caso pensado. É por isto que nos seus livros muitas coisas se encontram das aceitas pelo católicos; mas, ao virar a página, outras se vêem que pareceriam ditadas por um racionalista”.

    Esses 60 anos de CV II ainda não deu todos os frutos podres, após Chicão e suas sementes, veremos verdadeiras árvores frondosas de erros e heresias.

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).