Diante de um texto enorme, confuso e ambíguo, que é o Amoris Laetitia do Papa Francisco, o site The American Catholic viu o demônio no detalhe de um rodapé.
Realmente, esse rodapé, de número 351, é bastante perturbador para dizer o mínimo.
Vejamos o rodapé 351:
"Em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos. Por isso, « aos sacerdotes, lembro que o confessionário não deve ser uma câmara de tortura, mas o lugar da misericórdia do Senhor» [Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 44: AAS 105 (2013), 1038]. E de igual modo assinalo que a Eucaristia «não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos» [Ibid., 47: o. c., 1039]".
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Toda a Doutrina da Igreja estabelece que a Eucaristia é para aqueles que são dignos, que estão em estado de graça, que se confessaram e podem assim participar da mesa de Cristo.
Isso é assim desde sempre, pois São Paulo disse que 1 Coríntios 11:26-29:
26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.
27 Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice;
O texto do Papa fala em "perfeitos", acontece que não existem seres humanos perfeitos. Então, deixa o texto mais uma vez confuso e ambíguo, o diabo costuma entra por aí.
O Dr. Peter Kwasniewski falou do desprezo que o Papa Francisco teve às passagens em 1 Coríntios 11:26-29. E colocou as algumas vezes que Igreja declarou a necessidade de que aquele que come o pão e bem o cálice de Cristo esteja no caminho da perfeição em Cristo.
Ele mostra textos de João Paulo II e São João Vianney, conhecido como Cura d'Ars.
João Paulo II menciona isso na Encíclia Ecclesia de Eucharistia, Ele lembra que é condenado quem participa da Eucaristia de forma indigna, vejamos:
"Com a sua grande eloquência, S. João Crisóstomo assim exortava os fiéis: « Também eu levanto a voz e vos suplico, peço e esconjuro para não vos abeirardes desta Mesa sagrada com uma consciência manchada e corrompida. De facto, uma tal aproximação nunca poderá chamar-se comunhão, ainda que toquemos mil vezes o corpo do Senhor, mas condenação, tormento e redobrados castigos »"
"Entretanto a celebração da Eucaristia não pode ser o ponto de partida da comunhão, cuja existência pressupõe, visando a sua consolidação e perfeição. O sacramento exprime esse vínculo de comunhão quer na dimensão invisível que em Cristo, pela acção do Espírito Santo, nos une ao Pai e entre nós, quer na dimensão visível que implica a comunhão com a doutrina dos Apóstolos, os sacramentos e a ordem hierárquica. A relação íntima entre os elementos invisíveis e os elementos visíveis da comunhão eclesial é constitutiva da Igreja enquanto sacramento de salvação.(71) Somente neste contexto, tem lugar a celebração legítima da Eucaristia e a autêntica participação nela. Por isso, uma exigência intrínseca da Eucaristia é que seja celebrada na comunhão e, concretamente, na integridade dos seus vínculos."
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Que texto lindo esse de João Paulo II, nada de ambiguidades, mas clara Doutrina da Igreja. Porta fechada para o demônio.
Tomei o trechinho abaixo de Roberto de Mattei para confirmar o acima:
ResponderExcluir... em Amoris laetitia o critério do acesso à comunhão é deixado ao “discernimento pessoal” do indivíduo. O discernimento é feito através do “diálogo com o sacerdote, no foro interno” (§300), “caso a caso”. Mas quais serão os pastores de almas que ousarão vetar o acesso à Eucaristia, se “o próprio próprio Evangelho exige que não julguemos nem condenemos” (§308), que é necessário “integrar todos” (§297) e “valorizar os elementos construtivos nas situações que ainda não correspondem ou já não correspondem à sua doutrina sobre o matrimônio” (§292)? Os pastores que quisessem recordar os mandamentos da Igreja correriam o risco de agir, segundo a Exortação, “como controladores da graça e não como facilitadores” (§310). “Por isso, um pastor não pode sentir-se satisfeito apenas aplicando leis morais àqueles que vivem em situações ‘irregulares’, como se fossem pedras que se atiram contra a vida das pessoas. É o caso dos corações fechados, que muitas vezes se escondem até por detrás dos ensinamentos da Igreja ‘para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas’” (§305).
Com uma linguagem dessa, os sacerdotes ficariam acuados e inertes para "julgarem" ou, que ajam e façam o que cada um ache que deva fazer segundo o foro interno, individual; daí, já sabe, cada um juiz da propria causa, sabemos o que dá!