quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Doutrinação nas Escolas, Importância dos Livros Escolares, MEC.


Meu caro amigo Dr. Miguel Nagib, que foi prefaciador do meu livro de contos, deu uma entrevista muito esclarecedora sobre a doutrinação nas escolas, o programa Escola sem Partido e o atual governo no trato da educação.

Destaco a resposta que ele deu sobre o controle de livros didáticos.

A entrevista está no Renova Mídia. Vou colocar aqui apenas três respostas do Miguel. Vejam toda a entrevista clicando aqui.


Doutrinação ideológica produz doença autoimune’, diz Miguel Nagib


Por Pedro Augusto


  • O que o Escola sem Partido entende como doutrinação nas aulas
Doutrinação é o ato por meio do qual um professor se aproveita da relação de aprendizado para tentar “fazer a cabeça” dos alunos. Juridicamente, é o abuso da liberdade de ensinar do professor em prejuízo dos direitos constitucionais do estudante à educação, à impessoalidade, à laicidade, ao pluralismo de ideias, à liberdade de consciência e de crença, à liberdade de aprender, à intimidade e à dignidade da pessoa humana.
  • Quando o aluno pode entender que um professor ultrapassou o limite de ministrar o conteúdo da aula para fazer doutrinação ideológica?
Antes de mais nada, o aluno precisa saber que esse limite existe; precisa saber que o professor não é livre para fazer ou dizer o que bem entende em sala de aula; precisa saber que a liberdade do professor em sala de aula é limitada pelos direitos constitucionais dos estudantes (aos quais eu já fiz menção) e pelo direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos. A partir do momento em que o aluno entende o significado e o alcance desses direitos no dia a dia da sala de aula, ele pode saber se o professor está ou não respeitando aquele limite. O objetivo da proposta de lei elaborada pelo Escola sem Partido é justamente esse: ajudar o estudante, que é a vítima da doutrinação, a identificar as condutas abusivas dos maus professores. Para isso, o nosso projeto torna obrigatória a afixação, em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio, de um cartaz com os seguintes Deveres do Professor:
1 – Não se aproveitar da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.
2 – Não favorecer nem prejudicar ou constranger os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.
3 – Não fazer propaganda político-partidária em sala de aula nem constranger ou incitar os alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.
4 – Apresentar de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito das questões controvertidas abordadas em sala.
5 – Respeitar o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
6 – Não permitir que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula. É importante deixar claro que esses deveres já existem. Eles correspondem àqueles direitos constitucionais dos estudantes e dos pais. Como eu disse, sabendo que eles existem, os alunos poderão identificar as condutas abusivas eventualmente praticadas por seus professores
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  • O ministro da Educação informou que as escolas brasileiras terão livros sem doutrinação ideológica. O Escola sem Partido considera isso um avanço no combate à doutrinação ideológica?
Quando se fala em doutrinação, é preciso tomar cuidado para não exagerar a importância do livro didático. Na sala de aula, a mediação entre o livro didático e os alunos é feita pelo professor. É ele que credibiliza ou descredibiliza o livro didático. Basta uma risadinha sarcástica do professor e os alunos já entendem o recado.Um bom professor protege os alunos de um mau livro didático; mas um bom livro didático não protege os alunos de um mau professor.
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Acima foi apenas uma parte da entrevista, leiam mais clicando aqui.


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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).