Meu caro amigo Dr. Miguel Nagib, que foi prefaciador do meu livro de contos, deu uma entrevista muito esclarecedora sobre a doutrinação nas escolas, o programa Escola sem Partido e o atual governo no trato da educação.
Destaco a resposta que ele deu sobre o controle de livros didáticos.
A entrevista está no Renova Mídia. Vou colocar aqui apenas três respostas do Miguel. Vejam toda a entrevista clicando aqui.
Doutrinação ideológica produz doença autoimune’, diz Miguel Nagib
Por Pedro Augusto
- O que o Escola sem Partido entende como doutrinação nas aulas
Doutrinação é o ato por meio do qual um professor se aproveita da relação de aprendizado para tentar “fazer a cabeça” dos alunos. Juridicamente, é o abuso da liberdade de ensinar do professor em prejuízo dos direitos constitucionais do estudante à educação, à impessoalidade, à laicidade, ao pluralismo de ideias, à liberdade de consciência e de crença, à liberdade de aprender, à intimidade e à dignidade da pessoa humana.
- Quando o aluno pode entender que um professor ultrapassou o limite de ministrar o conteúdo da aula para fazer doutrinação ideológica?
Antes de mais nada, o aluno precisa saber que esse limite existe; precisa saber que o professor não é livre para fazer ou dizer o que bem entende em sala de aula; precisa saber que a liberdade do professor em sala de aula é limitada pelos direitos constitucionais dos estudantes (aos quais eu já fiz menção) e pelo direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos. A partir do momento em que o aluno entende o significado e o alcance desses direitos no dia a dia da sala de aula, ele pode saber se o professor está ou não respeitando aquele limite. O objetivo da proposta de lei elaborada pelo Escola sem Partido é justamente esse: ajudar o estudante, que é a vítima da doutrinação, a identificar as condutas abusivas dos maus professores. Para isso, o nosso projeto torna obrigatória a afixação, em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio, de um cartaz com os seguintes Deveres do Professor:
1 – Não se aproveitar da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.
2 – Não favorecer nem prejudicar ou constranger os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.
3 – Não fazer propaganda político-partidária em sala de aula nem constranger ou incitar os alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.
4 – Apresentar de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito das questões controvertidas abordadas em sala.
5 – Respeitar o direito dos pais dos alunos a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
6 – Não permitir que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou terceiros, dentro da sala de aula. É importante deixar claro que esses deveres já existem. Eles correspondem àqueles direitos constitucionais dos estudantes e dos pais. Como eu disse, sabendo que eles existem, os alunos poderão identificar as condutas abusivas eventualmente praticadas por seus professores.
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- O ministro da Educação informou que as escolas brasileiras terão livros sem doutrinação ideológica. O Escola sem Partido considera isso um avanço no combate à doutrinação ideológica?
Quando se fala em doutrinação, é preciso tomar cuidado para não exagerar a importância do livro didático. Na sala de aula, a mediação entre o livro didático e os alunos é feita pelo professor. É ele que credibiliza ou descredibiliza o livro didático. Basta uma risadinha sarcástica do professor e os alunos já entendem o recado.Um bom professor protege os alunos de um mau livro didático; mas um bom livro didático não protege os alunos de um mau professor.
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Acima foi apenas uma parte da entrevista, leiam mais clicando aqui.
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