sábado, 15 de agosto de 2020

Debate Vaticano II - Padre Weinandy foi Grosseiro com Viganò. Apelou, Perdeu.

Os ensaios que ando postando aqui sobre Vaticano II andam gerando controvérsia. Isso é muito positivo, mas como envolve textos de pessoas ilustres, qualquer crítica pode atingir o orgulho que essas pessoas têm de si mesmas. Isso também não deixa de ter uma lado positivo, pois nos alerta de quem é quem. Mas devemos todos ter em mente que devemos servir primeiro a Cristo.

Ontem, eu postei aqui mais dois ensaios sobre o Concílio Vaticano II, um do padre Thomas Weinandy e outro do Dr. John Cavadini. 

A minha primeira ferramenta de análise de qualquer texto é a lógica argumentativa. Eu costumo dá aulas de lógica, então é uma coisa que está no meu sangue.

Eu considerei os dois textos excelentes como base para um debate. Mas obviamente eu tenho considerações lógicas e de conteúdo a fazer aos dois textos. Aqui vou falar só sobre lógica, pois é o assunto em questão que envolve Viganò e Weinandy

Dos dois textos, analisando a lógica, o de Cavadini é o mais fraco, pois contém a semente de destruição do argumento do autor dentro próprio texto, pois Cavadini ressalta como diversos concílios foram abandonados e revisados, o que reforçaria que o mesmo deveria ser feito para o Vaticano II.

O artigo do padre Weinandy é morno, em diversos aspectos, mas também contém uma falácia lógica, a falácia do espantalho (criação de um argumento que não existe como se fosse o argumento do oponente), uma vez que a base do argumento de Weinandy é sugerir que as pessoas críticas do Vaticano II consideram que tudo era uma maravilha antes do Concílio, o que obviamente não é verdade.

Mas este texto morno de Weinandy acabou criando um enorme confusão.

Não sei o porquê, mas o arcebispo Viganò resolveu comentar o artigo de Weinandy (eu não teria feito isso, pois é um texto morno). Viganò, no entanto, ao invés de usar como base de argumento o texto de Weinandy sobre o Vaticano II, usou uma carta aberta de Weinandy de 2019 em que Weinandy alertou  o Papa Francisco de que ele pode alimentar uma igreja herética, e criar um cisma na Igreja.

Em todo caso, o texto de Viganò é tranquilo, agradável, não é agressivo, e envia bençãos a Weinandy no final.

Acontece que Weinandy ficou furioso, a fúria dele transparece no texto em que respondeu a Viganó. Escreveu um texto enorme, o que revela ainda mais sua fúria.

Pior. No seu do artigo, Weinandy atacou pessoalmente Viganò, quase chamando o arcebispo de burro, pois Viganò seria incapaz de escrever um texto com lógica. Wrinandy disse que por isso suspeita que Viganò não tenha escrito o texto que escreveu.

Disse Weinandy (traduzo):

"Ao ler a carta do arcebispo para mim, a pergunta veio a mim, e veio a outros bem: ele realmente escreveu a carta? Sim, ele assinou a carta, e a carta pode expressar seu pensamento, mas foi ele quem redigiu em seu computador os principais argumentos contidos na carta? Eu suspeito que não. O arcebispo costuma escrever de maneira apressada, sinuosa e com um fluxo de consciência. Por causa dessa maneira de compor, muitas vezes ele não se expressa de maneira clara e lógica e, portanto, muitas vezes tem que oferecer correções ou esclarecimentos posteriores. Em sua carta atual para mim, o estilo é muito diferente. Os argumentos são apresentados de forma clara e lógica, embora sejam, embora inteligentes, falsificados. No entanto, as marcas estilísticas desta carta manifestam uma mão que não é a do arcebispo. Isso não prejudica a autenticidade da carta, mas significa que o arcebispo é influenciado por alguém que compartilha a mesma ideologia falsa que ele, e talvez de uma maneira que exceda a sua."

Basicamente, o que Weinandy escreveu não se fala para ninguém, muito menos para uma autoridade, e muito menos se escreve,  pois ao se escrever se perpetua ainda mais e passou por um escrutínio maior mental, no caso mostrou extrema fúria ao se escrever. Weinandy perdeu completamente a prudência e a temperança quando escreveu.

Weinandy apelou feio e perdeu feio. Todos os seus argumentos em resposta a Viganò ficaram muito borrados, perderam muito de valor.

Há alguma coisa entre os dois que está às escuras? Acho que sim. 

Mas o que temos agora é uma agressão estúpida pública contra um arcebispo que marcará Weinandy. 

No comentário que eu fiz ontem em resposta ao leitor Rafael, que elogiava o texto de Weinandy sobre o Vaticano II, eu tinha alertado justamente o erro lógico dele.  E Weinandy não conseguiu viu o erro lógico no seu próprio texto e atacou sem mostrar nenhum fundamento a falta de lógica dos textos de Viganò.

Em qualquer debate, o uso da falácia ad hominem (ataque pessoal ao oponente) é a pior falácia e a mais fácil de ser derrotada. Weinandy cometeu a falácia do espantalho no texto sobre Vaticano II e a falácia ad hominem no texto contra Viganò. Um desastre total.

Rezemos para que os orgulhos não privem a Igreja de seus filhos.


5 comentários:

  1. Boa tarde, Pedro!

    Concordo contigo. Monsenhor Viganó se arriscou, mas soube de uma forma inteligente mostrar como o Padre Weinandy,mesmo sem perceber, viu as ambiguidades que em nome do Papado os Papas depois do Concilio realizaram.

    Como você bem identificou, o padre não buscou refutar o pensamento de Monsenhor Viganó, mas tão somente ataca-lo, dizendo que não foi ele que escreveu a carta.

    Aguardemos a resposta de Viganó.


    Assim como você, e o próprio Monsenhor Viganó também ressaltou, o debate deveria ser franco tendo "como objectivo principal a glória de Deus, a honra da Igreja e a salvação das almas".

    Que a Imaculada Conceição,que esmagou a cabeça da serpente orgulhosa, lhes dê a graça da humildade para que o bom Deus ilumine a cada um deles.

    Não poderia deixar de recordar o que o Padre Malachi Martin falou sobre a falta de graça, que ela iria diminuindo cada vez mais,pois o Papa não tinha atendido seu pedido de consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, conforme vontade do Bom Deus.

    Que possamos nós recorrer Aquela que achou graça diante de Deus para que Ela interceda pela Santa Igreja.

    No mais,caso eu não tenha entendido bem os que está no artigo, por caridade, corrija-me.

    Viva Cristo Rei!

    Viva a Imaculada Conceição, Assunta de corpo e alma aos céus!

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  2. Uma pena.

    E justamente ao fazer suposições a respeito do Arcebispo Viganò ele caiu no erro de escrever essa resposta destemperada de "maneira apressada, sinuosa e com um fluxo de consciência."

    Nessas horas silencia-se, ainda mais publicamente e pela responsabilidade que ele tem.

    Assim o debate fica manchado e o triunfa-se apenas a divisão.

    Obrigado pelo comentário anterior caro Pedro. As discussões respeitosas aqui no blog me são muito caras, é bom encontrar bons católicos a discutir esses temas tão espinhosos.

    Salve Maria nesse dia tão belo.

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  3. Caro Pedro,

    Aproveitando o tema indico um simples mas excelente documentário que trata sobre várias tentativas de mudanças litúrgicas ao longo dos séculos. Achei muito interessante ao perceber que várias questões não são exatamente novidades do CVII como eu achava.

    Aconselho:

    https://youtu.be/fksqc8lq0Y0

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  4. NÃO APRECIEI NADA O PE WEINANDY, pois teria sido agressivo para com D Viganò, o qual de minha parte só tem merecido elogios, possui muita coragem de enfrentar abertamente o papa Francisco, o qual foi acuado por ele e, como de costume, não o encarou, pois esse não é como a maioria dos prelados que o temem, "morrem de medo" dele!
    Outrora, apreciei os respingos dele sobre o papa Francisco, no entanto, depois dessa, conferiremos as próximas eventuais investidas adversas contra D Viganò!
    O papa francisco vendo certos adversos a ele, pareceria estar até mais caladinho, por enquanto... Dando um tempo prá poeira baixar?

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  5. Nesse debate estou com Dom Athanasius Schneider, que foi recomendado pelo frei Serafino M Lanzetta que foi elogiado no Life Site News por Peter Kwasniewski. Paz e Bem.

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Certa vez, li uma frase em inglês muito boa para ser colocada quando se abre para comentários. A frase diz: "Say What You Mean, Mean What Say, But Don’t Say it Mean." (Diga o que você realmente quer dizer, com sinceridade, mas não com maldade).