quinta-feira, 31 de março de 2022

A Briga pela Nova Ordem Mundial

 


O Gráfico acima mostra que o rublo (moeda russa) voltou hoje ao patamar pré-guerra. Assim, mesmo com todas as sanções ocidentais, a Rússia conseguiu, pelo menos por hora, reverter as perdas na sua moeda. Biden disse que o rublo iria ser reduzido a lixo ("ruble reduced to rubble"). 

O que houve?

A Rússia aumentou os juros internos, restringiu o envio de moedas ao exterior e resolveu pedir pagamentos em rublos pelas compras de gás. E a Europa, apesar de todo o "talk" em favor de sanções, continuou comprando tudo que a a Rússia vende de mais valor (petróleo, gás e fertilizante). Esses produtos ficaram fora das sanções europeias. Além disso, a Rússia obteve apoio de outros grandes consumidores de seus produtos como a Índia e a China. Conseguiu montar com apoio de países não-ocidentais um novo sistema de pagamento que escapa da sanções feitas pelo SWFIT e pelos cartões de crédito.

Tudo isso pode ser usado como explicação, mas não deixa de ser impressionante, a valorização do rublo, em tempos de guerra, em que praticamente todo o Ocidente procura condenar as atitudes de Putin, pelo menos da boca pra fora. Sem falar, na fragilidade da própria economia russa, cujo PIB é menor que o do Brasil.

A fraqueza moral do Ocidente, pendurado em sua dependência material, ficou exacerbada.

A guerra expôs seguramente uma briga gigantesca pelo o que todo mundo chama de Nova Ordem Mundial, em que os Estados Unidos se mostram um gigante que deseja dormir de quatro.

Hoje, também li que Arábia Saudita e Israel estão se unindo como nunca para evitar o novo acordo nuclear com o Irã, que os Estados Unidos e Europa procuram realizar. Isso certamente vai ter um impacto gigantesco.

Geralmente, se fala do aspecto cultural da Nova Ordem Mundial, e geralmente se olha para ONU, que procura patrocinar ideologia de gênero, aborto, feminismo e ambientalismo doentio e destruidor.  Estes fatores são até mais importantes que os fatores econômicos. Mas o materialismo doentio do Ocidente que o faz se sujeitar a países párias também está na conta.
 
Certa vez eu li que o pensador católico Christopher Dawson ao chegar em Nova York disse que ficou impressionado pela enorme riqueza material. E disse (da forma mais menos que lembro de cabeça): "na antiguidade, o Egito fez as pirâmides para enterrar seus deus-reis, na Idade Média foram feitas belíssimas catedrais, mas hoje arranha-céus são bem maiores que pirâmides e catedrais, e são feitos para vender chicletes".



quarta-feira, 30 de março de 2022

Os Defensores de Putin e a Guerra Injusta Dele

Os defensores de Putin (seja Viganò ou Bolsonaro), entre os conservadores, se apegam a falas de Putin contra a ideologia de gênero ou contra o politicamente correto e nunca sobre a invasão da Ucrânia, nem muito menos sobre o próprio posicionamento de Putin dentro da Rússia, de ditadura opressora de mais de 20 anos, que tem enormes custos sociais, por ele ser parceiro próximo da China e do Irã, muito menos sobre que Putin não luta, por exemplo, contra o aborto ou sobre que ele domina a Igreja Ortodoxa Russa. Sem falar que os defensores de Putin se apegam em uma falácia lógica: geralmente tentam convencer dizendo que se alguém é contra Putin é porque é a favor do Lula, da ONU, do politicamente correto, da ideologia de gênero, do Zelensky, etc. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Hoje, li um artigo do filósofo católico Edward Feser que corrobora tudo que tenho falado aqui sobre o posicionamento do arcebispo de Viganò, em que ele se mostra em apoio a Putin na Guerra da Ucrânia. Eu critiquei o posicionamento de Viganò em dois posts (primeiro aqui, segundo aqui).

O artigo de Feser traz a posição dos pensadores Roberto de Mattei, John Lamont e Pater Waldstein.

O artigo é muito bom realmente, como é usual com Feser.

Leiam abaixo:

Unjust war and false masculinity

I commend to you three excellent articles by traditionalist Catholic scholars on the grave injustice of Russia’s invasion of Ukraine: historian Roberto de Mattei’s “Russia's War and the Message of Fatima”; philosopher John Lamont’s “Putin’s Attack on Ukraine”; and theologian Pater Edmund Waldstein’s “The War in Ukraine in the Light of Just War Principles.”  There is a reason why I emphasize that the injustice is grave, as I have in my earlier commentary on the war.  Few among those who have expressed sympathy with the Russian side in the conflict have claimed that the invasion meets just war criteria (unsurprisingly, since it manifestly does not).  They have tended instead to emphasize Putin’s purported virtues and the vices of Zelensky and his Western supporters – as if these somehow balance out the destruction of cities and the deaths of thousands of human beings. 

This is madness.  Failure to meet just war criteria is not a mere technical foible or procedural lapse.  An unjust war is among the very greatest of evils.  It is mass murder.  Yet some people who rightly decry the slaughter of the unborn, fret over potential health hazards of mandatory Covid-19 vaccination, and condemn the economic destruction of lockdowns can barely muster a disapproving shake of the head for the dead, the wounded, and the dispossessed of Ukraine.  Again, this is madness.  What accounts for it?

We find clues in the articles linked to – specifically, in what Lamont has to say about Putin’s false masculinity, in de Mattei’s critique of the oikophobia of Putin’s Western apologists, and in Waldstein’s remarks about the role of the passions in people’s reaction to the war.  These factors are united in the delusion that Putin’s actions somehow reflect manful resistance to Western decadence and apostasy. 

To be sure, there is no question that the West is indeed decadent and largely apostate.  There is no question that liberalism is foolish and feckless at best, and that wokeness is positively wicked and insane.  It is nauseating to watch Western politicians, CEOs, and educators routinely grovel before wokeness’s “smelly little orthodoxies” (to borrow Orwell’s phrase), rather than doing everything in their power forever to expunge them from our institutions, root and branch.  It is understandable that decent people would be tempted to admire a leader who instead treats woke dogma with the contempt it deserves

But the temptation must be resisted, and to think that a few traditional-sounding words and gestures make Putin’s invasion of Ukraine one iota less evil is about as stark an example of a non sequitur as can be imagined.  Nor is it actually true that he represents a salutary masculine counterpoint to Western effeminacy.  Noting the brutality with which Putin targets civilians in war, and the violence and manipulation by which he maintains himself in power, Lamont writes:

This feature of Putin’s rule should be kept in mind by Catholics and conservatives who see him as in some way a defender of traditional or Christian values.  Putin’s opposition to gender and LGBT etc. ideology is no doubt genuine.  It is of course not a mark of Christian commitment, since Hitler, Stalin, and Mao Tse-tung also either opposed these things or would have opposed them if they had known about them.  The nature and significance of Putin’s opposition to this ideology needs to be understood.  It is the opposition of one evil to the evil at the opposite extreme from it.  Gender ideology denies manhood entirely.  Putin’s actions and ideology spring from an unregenerate masculinity that is twisted into an evil form, that takes the masculine characteristics of aggression and assertion and perverts them into an extreme of brutality and merciless cruelty.

End quote.  If the admiration some Catholics and conservatives have for Putin is rash, so too is their apparent forsaking of their own civilization.  De Mattei notes how, even when the Western Roman Empire was steeped in decadence, Christians dutifully rallied to its defense against more virile barbarian invaders.  They did not let the sins of their homeland blind them to the reality that it was their homeland.

By contrast, some contemporary traditionalists, rather than fighting for the West against all enemies, foreign and domestic, seem more inclined to abandon her to the domestic enemies and root against her in her rivalry with the foreign ones.  But genuine masculinity would eschew such defeatism and oikophobia, in favor of filial loyalty and fighting spirit.  De Mattei writes:

The West is the firstborn son of the Church, today increasingly disfigured by Revolution, but still the firstborn.  A European who disowns it on the pretext of fighting the New World Order is like a son who disowns his mother…

In the fifth century the Goths, the Vandals, and the Huns invaded the Roman Empire to divide its spoils.  Today Russia, China, Turkey, and the Arab world want to seize the rich heritage of the West, which they consider, as has been said, “terminally ill.”

Someone may say: where are you, Stilicho who resisted to the Goths; where are you, Boniface who defended Africa from the Vandals; where are you, Aetius who defeated the Huns?  Where are you, Christian warriors who took up arms to defend a world that was dying?

End quote.  Now, apart from the situation in Ukraine, the battles most contemporary Christians and traditionalists face are not the violent ones our forebears confronted.  They are cultural and political in nature.  Yet, as woke insanity spreads throughout government, corporations, the military, and universities, as police are defunded and workers harassed with pointless mandates, the response of some of the people most impressed by Putin’s purported manliness seems to be a “Benedict Option” style retreat: “Flee the blue states!  Shun the military and the police force!  Run from academia!  Quit the corporations!  Don’t even bother to vote, the system is rigged!  These institutions are all rotten; abandon them to the wokesters!”

Put aside for the moment the irony that a mass exodus of traditionally-minded people from these institutions is exactly what the wokesters want.  Put aside the glaringly obvious strategic problem that the more territory you abandon, the smaller and more vulnerable is any area to which you might retreat.  The salient question for present purposes is: How is this defeatism manly? 

I don’t deny that the circumstances of some particular individuals and families may require relocating, seeking new employment, or what have you.  But abandoning institutions to the woke should be the exception rather than the rule.  The rule should be fighting tooth and nail for every square inch of cultural and political territory.  If an institution is lost, it should never be because it was surrendered.  Premature capitulation is not masculine.  And, to echo de Mattei, a true son of the West will not despair of her and her institutions or flee from them in fear, but redouble his efforts to reclaim them.

That brings us to some remarks from Fr. Waldstein’s essay:

The passions were given us by our Creator to assist us in acting, to help us respond rightly to the goods and evils that we encounter in this life.  The passions are like powerful horses pulling the chariot of the soul toward action.  But of course, passion is not a sufficient guide to human action.  In order to be good guides to action, passion must be informed and guided by reason.  The virtuous man “is not passion’s slave.”  This does not mean that he lacks passions, but rather that he feels them in the right way, and toward the right objects, so as to preserve the true good apprehended by reason.  Reason is like the charioteer who controls the horses of the passions with reigns and whip, so that they draw the chariot in the right direction, and at the right speed, so that it does not capsize at a corner.

There is a danger in human life of being swept along by passion beyond the measure of reason.  This is danger is certainly strong in war time.

End quote.  Now, there are certainly some on the anti-Putin side who have let passion cloud their reason – most especially, those eager for NATO to enter the war, which, as Fr. Waldstein argues (and as I have argued too), would violate just war criteria no less surely than Putin’s invasion does.  And some of this fanaticism is clearly motivated by grievances having nothing to do with Ukraine, such as rage at Putin’s anti-LGBT policies and the delusion that the Russians somehow tipped the 2016 U.S. presidential election against Clinton.

But the faults of some of Putin’s critics simply don’t make his invasion of Ukraine any less evil.  And those who pretend otherwise have also let passion cloud their reason.  If downplaying the gravity of Putin’s crime as a way to “own the libs” has appeal for some, that appeal can only be emotional rather than rational.  Needless to say, that too hardly fits any stereotype of masculinity. 

At the end of the day, even genuine masculine fortitude and sobriety can only ever be an instrumental cause.  From a Catholic point of view, the true solution to the crisis of our age must come from above – from (to give de Mattei the last word) “the triumph of [Our Lady’s] Immaculate Heart over the rubble of the Putin regime, the Chinese communist regime, the Islamic regimes, and those of the corrupt West.  Only she can do it; of us she asks an unshakable trust that this will happen, because She has infallibly promised it.  This is why our resistance continues.”

 

sábado, 26 de março de 2022

Os Biiliionários Russos e a Guerra.

 


O quadro acima mostra o que 10 homens mais ricos da Rússia fazem. Pelo ranking do Indice de Bilionários da Bloomberg, o mais rico deles, é Vladimir Potanin, que está na posição 53 do ranking.

 Para se ter uma ideia, comparando com os brasileiros mais ricos, o Brasil só tem um ricaço entre os 100 homens mais ricos do mundo, e ele está na posição 68. É o carioca Jorge Paulo Lemann, que trabalha principalmente no ramo de bebidas (Ambev). O Brasil tem PIB maior do que a Rússia, mas tem bem menos ricaços entre os 100 mais ricos do mundo.

Basicamente, os ricaços russos enriqueceram no ramo de commodities (metais, gás e fertilizantes). O artigo do site Zero Hedge afirma que esses bilionários russos estão perdendo muito dinheiro com a guerra. 

Mas também nos diz que eles estão meio que acostumados com as sanções ocidentais ligadas ao governo de Putin, desde que Putin tomou a Crimeia da Ucrânia em 2014.

O site também nos diz que o mais rico da Rússia, Potanin, é muito próximo de Putin, assim como o dono do clube de futebol Chelsea (atual campeão mundial), Roman Abramovich. 

Onde estarão alocados os ativos desses desse ricaços russos? Seguramente, centenas de  companhias ocidentais importantes têm dinheiro de investimento deles. Se as sanções poupam as empresas ocidentais, também poupam os bilionários russos. 
 


quinta-feira, 24 de março de 2022

Consagração da Rússia - Nossa Senhora "terra do Céu"????

Apareceu agora a noite mais uma controvérsia com relação à consagração da Rússia para Nossa Senhora que vai acontecer amanhã. Quem me mostrou essa controvérsia foi meu ex professor de teologia, Dr Taylor Marshall. Marshall mostrou inclusive arcebispo conclamando que Francisco reverta o erro

A questão é a seguinte: no documento no qual Francisco conclama os católicos a participar da consagração, ele diz na versão em português:

Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:

Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;

Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;

Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;"


Apareceram duas controvérsias ao se chamar Nossa Senhora de "terra do céu":

1) Na versão em inglês temos:

Therefore, O Mother, hear our prayer.
Star of the Sea, do not let us be shipwrecked in the tempest of war.
Ark of the New Covenant, inspire projects and paths of reconciliation.
Queen of Heaven, restore God’s peace to the world.

Assim, na versão em inglês não aparece "terra do céu" (earth of heaven), mas sim Rainha do Céu (Queen of Heaven). 

Mas nas versões em espanhol aparece "tierra del Cielo" .

Na versão em Italiano temos também "terra del Cielo".

Por que mudaram em inglês???

2) Chamar Nossa Senhora de "terra do céu" é bem estranho, lembra deusas pagãs (Pachamama?).

A expressão "Rainha do Céu" todo católico, em qualquer lugar do mundo, conhece, em qualquer língua.

A expressão "Estrela do Mar" também é conhecida (Stella Maris). Mas "terra do céu" eu nunca vi. Vocês viram?

A denominação "terra do Céu" para Nossa Senhora não está identificada nem no Google.

Pedir coagração a "terra do Céu" ???

Eu, heim.



Viganò Responde a Weigel.

 


Oh Deus, quanta miséria e baixaria entre ilustres católicos! Na semana passada comentei o que chamei de teoria da conspiração de Viganò sobre a guerra da Ucrânia. Usei um texto que o defendia e também usei um texto que o atacava, de autoria do ilustre católico George Weigel.

A imensa maioria das pessoas que conhecem o pensamento de Viganò sobre a guerra da Ucrânia ataca os argumentos dele, Weigel era apenas mais um.

Mas Viganò sentiu o golpe de Weigel, talvez pelo fato de que Weigel é muito conhecido.

Então, ontem vi que Viganò resolveu responder a Weigel. 

Como eu tratei do assunto, me senti obrigado a apresentar a resposta de Viganò, mas eu preferia que ele não tivesse feito isso. Ficou muito feio. Se tinha ficado um pouco feio da parte de Weigel quando ele disse que Viganò tinha perdido toda a autoridade moral, um exagero estúpido por parte de Weigel, ficou mais feio para Viganò com a resposta que deu.

A resposta de Viganò foi publicada pelo site Church Militant, cliquem aqui para ler toda a resposta. Vou apenas resumir e dar minha opinião sobre a resposta dele.

O texto de Viganò se chama The Uncrossable Red Line (A Linha Vermelha que Não se Pode Cruzar).

Nos primeiros 5 parágrafos, Viganó ataca pessoalmente Weigel, a filha de Weigel, o genro de Weigel e o católico Roberto de Mattei. Um negócio realmente feio, que foge do tema e joga ataques muitas vezes gratuitos, que rotulam as pessoas como suspeitas. Típico de gente sem noção na internet. Não se deve fazer isso, prejudica-se a imagem das pessoas, e geralmente se terá muita dificuldade de se provar as acusações.

Depois desses 5 primeiros parágrafos, Viganò começa a responder as críticas de Weigel, mas em geral, Viganò não responde, porque o que ele responde não foi atacado por Weigel. Pois Weigel fez um resumo dos argumentos de VIganò, não os analisou pontualmente, apenas quis mostrar que a abordagem geral de Viganò era um absurdo.

A palavra "Putin" não está presente em nenhuma parte da resposta de Viganò. Por que Viganò continua poupando Putin é verdadeiramente uma desgraça. 

Viganò coloca como vítima um país que ajudou a rebeldes ucranianos a tomar duas regiões da Ucrânia e um país que invadiu a Ucrânia em 2014 e tomou a região da Crimeia. Um país que tem um ditador no poder desde 1999.

Que tal Viganò perguntar aos líderes da Polônia e Hungria, que atualmente são conservadores e cujos países já estiveram sob domínio russo, o que eles acham de Putin?

Viganò responde basicamente dizendo que a Ucrânia é um país corrupto e que deseja se unir aos globalistas ocidentais. Claro que isso é verdade, mas Weigel não negou isso.

Viganò diz que a revolução Euromaidan de 2013 que derrubou o presidente ucraniano Ianukovytch, que favorecia a Rússia, teve apoio do globalista George Soros. Mas o que isso nos diz sobre a justiça da revolução? O financiamento de Soros a qualquer coisa torna imediatamente a coisa em imoral e errada? Será que o financiamento de Soros, se comprovado, foi o grande catalisador da revolução, ou ele veio a reboque da população? Ianukovytch já era conhecido como político corrupto. Aliás, tanto a Rússia como a Ucrânia são conhecidos como países em que a corrupção é muito dominante. Mas Viganò se coloca apoiando Ianukovytch sem critério.

Viganò diz que há laboratórios biológicos na Ucrânia sim como diz a Rússia. Mas o que serve isso para determinar a justiça da guerra? Além disso, Weigel não entrou nessa questão.

Viganò diz que Biden tem relações corruptas com a Ucrânia, fato muito conhecido por todos, mas que não determina a justiça da guerra, e, outra vez, Weigel não tratou especificamente disso.

Viganò diz que ucranianos perseguem os russos nas regiões ucranianas que os separatistas com apoio da Rússia tomaram da Ucrânia. Isso é verdadeiramente um argumento absurdo. As regiões eram da Ucrânia. Certamente houve violência dos dois lados, mas de que lado está a justiça? Certamente da Ucrânia.

Viganò então responde ao que ele mesmo disse. Viganò no seu texto original disse ter esperança em uma "Terceira Roma" liderada pela Igreja Ortodoxa Russa. O que é outro absurdo vindo da parte de um arcebispo católico. Viganò tenta amenizar sua argumentação dizendo que só quer a paz.




Video: Live com Prof. Hermes Nery sobre Consagração da Rússia


Aqui vai o vídeo da live que fiz ontem a convite do professor Hermes Nery, para debatermos a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.


quarta-feira, 23 de março de 2022

Live sobre Consagração da Rússia

 

Fui convidado pelo ilustre professor católico Hermes Nery para uma live sobre a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.

É hoje às 21h. Aqui vai o link no YouTube 

https://www.youtube.com/watch?v=yjZn8XpxhUw


Para que Servem Regras Litúrgicas? Imagem de Francisco Desprezando Liturgia

 


Francisco foi "concelebrar" missa com jesuítas para relembrar 400 anos de canonização de Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier. E daí aconteceu o que se vê na foto. 

O fato foi comentado por dois padres.

Mas antes de mostrar o que disseram os padres respondamos: por que precisamos das regras litúrgicas? Ora, a resposta pode se ver no batismo de Cristo e nas tentações de Cristo. Por que Cristo que é Deus precisa ser batizado? Por que Cristo que é Deus precisava passar fome no deserto e ser tentado pelo demônio? Ora, para nos mostrar a importância de seguirmos as regras da justiça divina.

Vejamos o que disseram os padres.

O padre John Zuhlsdorf  disse que aquela foto vale mil palavras.  E completou:

"No altar da grande igreja jesuíta em Roma, Gesù (localização da tumba de Inácio e braço de Francisco Xavier), como o principal celebrante NÃO está o clérigo maior hierarquia (o papa), mas sim o chefe dos jesuítas...

De pé entre os celebrantes “secundários” e obviamente concelebrando, está um velho jesuíta, o cara de branco.

 Nao usa a vestimenta branca dos celebrantes.  Não usa casula.  Nem mesmo uma estola.

 Lembro-me da velha frase: Tão perdido quanto um jesuíta na Semana Santa.

 Os jesuítas são notoriamente negligentes em assuntos litúrgicos... embora haja exceções e talvez alguns dos homens mais jovens sejam mais conscienciosos.

 MAS… isso é simplesmente TERRÍVEL.  A desconsideração da propriedade litúrgica e da sensibilidade dos fiéis está aqui em escala global."

O padre Gerald Murray também comentou o desprezo total de Francisco pelas normas litúrgicas.  Disse:

"A teologia e o direito litúrgicos não admitem que um bispo, muito menos o bispo diocesano em sua própria diocese, concelebre a missa com um padre sendo o celebrante principal.  Isso decorre da natureza do ofício episcopal: o bispo é o sumo sacerdote em sua diocese.  Ele oferece o sacrifício da Missa por seu povo, enquanto seus sacerdotes, colaboradores que servem a Igreja local sob sua autoridade, concelebram com ele.

 A Missa começou com a habitual procissão de entrada.  O Papa Francisco já estava sentado em uma cadeira perto do altar.  Ele não usava paramentos litúrgicos e, portanto, não deu nenhuma indicação de que estava concelebrando ou presidindo.  Ele pregou sem usar as vestes litúrgicas (mozetta e estola) que são prescritas para serem usadas quando o pregador não é aquele que celebra a missa.

 Ele concelebrou, estendendo a mão e dizendo as palavras de consagração, sem usar paramentos de missa (alva, estola e casula).  Esta prática é estritamente proibida.  Em sua Instrução Redemptionis Sacramentum de 2004, a Congregação para o Culto Divino declarou: “É reprovado o abuso pelo qual os ministros sagrados celebram a Santa Missa ou outros ritos sem vestimentas sagradas”.

 O papa está sujeito à lei litúrgica?  sim.  Ele pode dispensar-se das leis litúrgicas?  Sim, mas o cânone 90 afirma que deve haver “uma causa justa e razoável” para uma dispensa".  O Papa Francisco se dispensou canonicamente da exigência de usar vestes litúrgicas ao pregar e concelebrar a Missa?  Ele pode ter, mas a Santa Sé não deu nenhuma indicação de que ele de fato o fez.

Havia uma causa justa e razoável para o papa não usar as vestimentas litúrgicas prescritas?  É muito difícil, se não impossível, afirmar que tal causa existiu neste caso.

 Somos confrontados aqui com uma realidade com a qual os católicos estão muito familiarizados na vida da Igreja durante o último meio século e mais – o flagrante desrespeito às leis litúrgicas sem motivo aparente além da preferência do sacerdote celebrante.

 Este é um assunto importante?  Para alguns, sem dúvida, tais abusos litúrgicos são insignificantes e não merecem qualquer comentário.  Alguns dirão que o papa pode fazer o que quiser, e não devemos ficar chateados com esta ou aquela escolha dele: “Ele deve ter uma boa razão, e é impertinente questionar seu julgamento, porque, afinal, ele é  o Papa."

Mas é precisamente porque ele é o papa que devemos nos preocupar com sua decisão de desconsiderar as regras que regem a celebração da Missa. O papa é a autoridade suprema na Igreja e, como tal, é chamado a defender as leis da Igreja, para que não  escandalizar os fiéis dando um mau exemplo.  O escândalo consistiria em dar a impressão de que, a exemplo do papa, qualquer sacerdote é perfeitamente livre para fazer o que quiser quando se trata de seguir a lei litúrgica.

 Não é segredo que muitos católicos acorreram à celebração da Missa Tradicional em Latim porque estão cansados ​​dos abusos litúrgicos generalizados que encontram na celebração da Nova Missa. O próprio Papa Francisco está ciente disso.

 Ele levantou esse problema em sua carta de 16 de julho de 2021 aos bispos do mundo que acompanha a Traditionis Custodes, seu motu proprio restringindo a celebração da Missa Antiga: “Estou entristecido pelos abusos na celebração da liturgia por todos os lados.  Em comum com Bento XVI, deploro que "em muitos lugares as prescrições do novo Missal não sejam observadas na celebração, mas cheguem a ser interpretadas como uma autorização ou mesmo uma exigência de criatividade, o que leva a distorções quase insuportáveis  .'”

 Ele aconselhou os bispos: “Peço-lhes que sejam vigilantes para que toda liturgia seja celebrada com decoro e fidelidade aos livros litúrgicos promulgados após o Concílio Vaticano II, sem as excentricidades que podem facilmente degenerar em abusos”.

 As próprias palavras do Papa Francisco servem como uma repreensão à sua decisão de concelebrar a Missa sem paramentos litúrgicos.  O caráter sagrado de nossos atos de culto é fomentado e protegido quando padres e bispos seguem de boa vontade e cuidadosamente as exigências da lei litúrgica.  Os fiéis cristãos têm o direito de participar da oração litúrgica sem serem obrigados a experimentar “distorções insuportáveis” da boa ordem litúrgica.  Esse direito depende da vontade dos padres e bispos de obedecer ao que está estabelecido na lei litúrgica.

 Não há privilégio clerical que permita a padres e bispos reescrever as regras de acordo com seus próprios gostos.  No entanto, isso é precisamente o que alguns padres e bispos infelizmente tirarão desse lamentável caso de abuso litúrgico papal.

 A adoração a Deus é o dever sagrado dos pastores da Igreja.  A forma desse culto é dada a eles pela Igreja.  É sua responsabilidade fazer com que cada ato de culto litúrgico seja realizado em amorosa fidelidade ao que é estabelecido pela Igreja em suas leis litúrgicas.  A desobediência ensina a lição errada de que a lei da Igreja não é importante.

 Esta é uma receita para mais caos na vida da Igreja.  Isso precisa parar."








terça-feira, 22 de março de 2022

Eu e Dale Alhquist: Chesterton e as Guerras

Certa vez, eu escrevi um artigo para a Sociedade Chesterton Brasil sobre como Chesterton lidava com as guerras (Chesterton, só para iniciar, apoiou tanto a Primeira Guerra como a Guerra contra Hitler, apesar de morrer antes da Segunda Guerra). Interessante que neste artigo de 2019 já tem o Putin de ilustração. Leiam meu artigo clicando aqui.

No ano passado, eu escrevi dois artigos para jornais acadêmicos sobre como católicos (Chesterton, von Hildebrand, Anscombe, papas, Rémi Brague,...) viam as guerras. Ainda estão sob avaliação dos jornais acadêmicos.

Hoje vi que o Dale Alhquist, presidente da Sociedade Chesterton dos Estados Unidos, escreveu justamente sobre o que Chesterton falava das guerras, movido pela Guerra da Ucrânia. É um bom artigo e traz frases interessantes de Chesterton que só são lembradas por Alhquist como:

"É certamente um ideal cristão que as guerras injustas cessem; mas não mais do que governos injustos, ou comércios injustos, ou processos judiciais injustos, ou qualquer uma das inúmeras outras maneiras pelas quais os homens torturam ou traem sua espécie”.

Hehehe. Chesterton não achava possível o fim das guerras, como dizem os papas desde João XXIII. Ele estava certo, afinal este mundo está entregue ao mal e perseguiu e continuando perseguindo Cristo.

Vou colocar aqui o texto de Alhquist. Leiam abaixo:

War and Rumor of War

From the March/April 2022 Issue of Gilbert! Magazine

It is a morbid and suicidal thing for two great nations to hate each other. But when they do hate each other it is not because their aims are different, but because their aims are alike.

G.K. Chesterton, Illustrated London News, May 9, 1908

Of all the things I expected to be writing about right now, this was pretty near the bottom of the list. I was expecting to write about Lent and Penance, which offer an abundance of material to which we can all relate. And there are many other matters of local turmoil and pressing daily challenges that provide fodder for reflection, but all these things got pushed aside as I am suddenly watching the world get all worked up and compelled to march to the precipice of World War III.
It is a great mystery to me. Even after departing from my normal discipline of avoiding the news and allowing myself a glimpse at the horrific images being paraded before me, I still feel like I don’t really know what’s going on. Obviously I’m watching Russia attack Ukraine. I’m watching buildings being blown apart and bodies along with them. What nobody can explain is why.
G.K. Chesterton says: “It is surely a mistake to suppose that wars arise merely from a barbaric ignorance. A man does not fight another man because he does not know him. Generally he fights him because he knows him uncommonly well.” Thus, the best way to figure out what Russia is doing might be to look at our ourselves. We have a rather unsavory history of expanding our territory through methods other than diplomacy. Negotiation has not always been our starting point. I could give any number of examples, but Hawaii comes immediately to mind. It was once an independent kingdom. It did not exactly hand itself over to us because of the excitement and opportunity of having military bases on its islands. We needed Hawaii. And we took it. It helped to already have a military presence there when we decided to make it one of our territories and eventually one of our states. But let bygones be bygones.
Along with the feeling of being mostly ignorant about the situation is the feeling of helplessness, the sense that we are getting pulled into something that most of us do not want. The initial reaction to Russia’s bombing Ukrainian cities and mobilizing on its borders has been the loud cry that we have to defend Ukraine, which means defending a government that originally took over the country by means of a military coup. Have we considered what we are getting involved in? Do we really want to be part of a war against Russia? We seem to be hurling ourselves in that direction, emboldened by the assurance that the rest of the world is on our side. But is the rest of the world on our side? Our allies and enemies have long enjoyed the weapons we sell or give them, but they don’t always support us in exchange for the deadly help we provide. And if we gang up with Europe against Russia, what if Russia makes an alliance with China? Then we really are looking at World War III. But it’s not going to be as much fun as those other two world wars. People could get hurt this time. Or vaporized.
By the time this issue gets into print and into your mailbox, the situation may be completely different. Maybe Russia will have backed away and gone home and sent a check to repair the broken merchandise. Maybe Ukraine will have surrendered because it really wanted to be part of Russia and not Europe. Maybe you won’t even be reading this because tensions will have escalated and world leaders will have faced off with hot ultimatums and someone will have blinked or tripped or made the I-told-you-I-wasn’t-bluffing move and pushed the button, thereby reducing much of the planet, including your mailing address, to ashes and broken bricks. All of those scenarios are possible. Most likely, however, is the one where the United States will have enmeshed itself in another long and hopeless war that is hardly our business. But we will make it our business, and we will send our soldiers to die trying solve other people’s problems.
Meanwhile, we are doing nothing to solve our own. Things are still a total mess here on the home front, where we do not exactly enjoy the peace we are urging on other nations. G.K. Chesterton says that it is certainly a Christian ideal that unjust wars should cease; “but not more than unjust Governments, or unjust trades, or unjust law-suits, or any of the numberless other ways in which men torture or betray their kind.” And those are the battles that we must stay here and fight and not forget about.
Maybe there is a Lenten reflection here after all. It would be a great act of penance to suffer for righteousness, not for the remote injustices far away but for the unjust laws and unrighteous behavior immediately surrounding us in our own communities and our own cities and states. It is a suffering that will yield a great blessing, and hunger and thirst that Christ promises will be satisfied.

Dale Ahlquist

 

sábado, 19 de março de 2022

Sensacional! Viva os Pais! Associação Católica Espanhola Lança Campanha

Fiquei muito feliz em ver que a Associação Católicas dos Propagandistas na Espanha lançou enorme campanha nas ruas em defesa do dia dos país, no dia de São José.

Eu já tive que lutar contra a diretoria de um colégio católico em defesa do dia dos pais,. Colégio realizava dia das mães e queria que o dia dos pais fosse "dia da família". Nos colégios laicos tudo virou "dia da família". Uma gigantesca desgraça, especialmente para as crianças. 

No meu livro Ética Católica para Economia, eu defendia doutrina econômica que chamei de Familiarismo e fiz uma seção inteira mostrando textos técnicos que mostram o valor dos pais na criação dos filhos e o gigantesco impacto da falta dos pais em casa, tanto na família como na sociedade.

Viva os Pais!!!!!

Aqui vai a mensagem da Associação:

“Padre Nuestro, que estás en el Cielo…”. Desde ayer, el Padrenuestro luce en 375 carteles instalados en autobuses, metros y marquesinas de 61 ciudades españolas. Con esta nueva campaña queremos celebrar la festividad de San José, el Día del Padre, y reivindicar la figura de tantos hombres que -como el santo- hacen cada día lo imposible para cuidar de su familia.

Con este Padrenuestro masivo y al grito de “¡Vivan los padres!”, los propagandistas pedimos al Señor que interceda por tantos hombres que se desviven por sus familias. Los carteles y marquesinas van acompañados de un simpático vídeo que celebra el empeño diario de todos esos padres que trabajan, cuidan, educan y rezan sin desfallecer. “Sé que no eres perfecto, por eso admiro tanto lo que haces por mí”, dice la voz protagonista del spot, y termina con un sentido: “Gracias, papá; rezo por ti”.


sexta-feira, 18 de março de 2022

A Teoria da Conspiração do Arcebispo Viganò para a Guerra da Ucrânia


Sou um fã do arcebispo Viganò, mas sempre considerei que ele escorrega em suas argumentações e muitas vezes elas lembram teorias conspiratórias.

Viganò costuma ter muito próximo de 100% de razão quando argumenta sobre o Papa Francisco, mas quando sai deste tópico as coisas ficam nebulosas. Ele se arrisca muito em argumentações que ele não é capaz de verificar a verdade. Uma pessoa pública e grande líder religioso deve ter muito cuidado com o que diz e procurar sempre a orientação do Espírito Santo e da lógica.

Eu gosto de lógica argumentativa, isso me faz sempre pensar se meus argumentos são válidos em termos lógicos. Além disso, preciso pensar se consigo provar minimamente o que digo. 

Sem o Espírito Santo, eu só falo estupidez, sem justiça e sem levar a Deus. Sem lógica, eu só falo falácias. Sem contexto no que é real, eu falo para um mundo que não existe.

Viganò já se arriscou muito no debate sobre vacinação para a Covid, ao dizer coisas que ninguém consegue provar e sem lembrar as milhões de vítimas da doença.

Agora temos o caso da Guerra da Ucrânia.

Hoje, eu li dois artigos, um defendendo Viganò, outro atacando Viganò. 

Eu me interessei pelo primeiro, escrito por Stephen Kocx,  porque me parecia um absurdo defender os argumentos de Viganò sem críticas bem contundentes, especialmente por Viganò isentar completamente a Rússia. Os argumentos de Viganò eram muito ruins e ele não conseguiria provar o que ele diz. Este artigo foi publicado no site Life Site News. Vocês podem ler o artigo clicando aqui.

As críticas aos argumentos de Viganò são encontradas em todo lugar. Realmente os argumentos dele são muito fáceis de serem destruídos. Mas hoje, eu li um texto do renomado católico George Weigel, que ao fim diz que a posição de Viganò sobre a guerra da Ucrânia é "um obituário para sua autoridade moral". Pesado isso. Mas não tem lógica. Weigel cometeu é a falácia do ad hominem. O que uma pessoa diz sobre uma coisa não interessa sobre o que ela diz sobre outra coisa. Assim, Weigel podia dizer que Viganò perdeu a autoridade moral para opinar sobre a Guerra da Ucrânia, mas não que ele perdeu toda a autoridade moral.

Os dois artigos têm em comum o fato de resumirem as posições de Viganò. Vou colocar aqui os dois resumos. Eles são parecidos,  mas têm ênfases diferentes:

O que defende Viganò resumiu em 11 pontos a opinião de Viganò sobre a guerra:

  1. Todo o conflito é uma armadilha projetada pelo Deep State global para provocar propositalmente uma guerra.
  2. O Ocidente sabe que a expansão da OTAN incomoda a Rússia, mas está fazendo isso de qualquer maneira, apesar de ter dito anteriormente que não.
  3. A OTAN e vários outros países estão despejando ilegalmente munições na Ucrânia, violando assim o direito internacional. Isso está tornando a Ucrânia um barril de pólvora pronto para explodir.
  4. Existem muitos fatores econômicos em jogo na Ucrânia – gasodutos, biolaboratórios, tecnologias, etc. – que a tornam atraente para terceiros.
  5. O presidente Zelensky é um indivíduo corrupto agindo como um fantoche de Klaus Schwab e do Grande Reset. Ele está vendendo a Ucrânia para o Ocidente e não está impedindo que as forças neonazistas treinadas pelos EUA causem estragos nos ucranianos de língua russa.
  6. Joe Biden está ligado à Ucrânia desde seu tempo como vice-presidente de Barack Obama. Seu filho Hunter está ligado à empresa de energia ucraniana Burisma.
  7. Houve uma Revolução na Ucrânia apoiada por George Soros e outros grupos ocidentais. Isso causou grande agitação social desde que ocorreu em 2013/2014.
  8. A retórica foi intensificada nos últimos meses por Zelensky (e o Ocidente) sobre armas nucleares e atômicas, aumentando assim a desconfiança de Putin e levando-o a dissolver o acordo de Minsk.
  9. A mídia não pode ser confiável para informar sobre o que está acontecendo na Ucrânia. Seu histórico de COVID é a prova de que eles não podem fazer nada além de mentir. Eles estão propositalmente tentando atrair os ocidentais para apoiar uma escalada.
  10. Os EUA, a UE e a OTAN prometem prosperidade ao povo ucraniano se ficarem do lado deles, mas, na realidade, eles procuram escravizar os cidadãos ucranianos às mesmas políticas de roubo de liberdade e culturalmente deprimentes que destruíram o agora ímpio Ocidente.
  11. O Ocidente precisa retornar a Cristo e buscar relações pacíficas com a Rússia para que todas as pessoas possam viver em harmonia. Roma ficou em silêncio sobre os verdadeiros crimes cometidos em todo o mundo. Talvez Deus vá usar a Rússia como seu baluarte contra o Ocidente secular.

George Weigel que ataca a posição de Viganò resumiu assim a opinião do arcebispo:

  • Praticamente tudo o que você pode pensar que sabe sobre a guerra na Ucrânia é uma “falsificação grosseira da grande mídia”, e quem não aceita as alegações do arcebispo é vítima da “lavagem cerebral realizada pela grande mídia”.
  • O presidente Biden e a União Europeia estão executando um “plano criminoso” para “tornar impossível qualquer tentativa de resolução pacífica da crise na Ucrânia, provocando a Federação Russa a desencadear um conflito”. O que você acha que viu de civis mortos e infraestrutura civil (incluindo uma maternidade), deliberadamente destruídos por mísseis russos, bombas e fogo de artilharia, é realmente culpa do Ocidente.
  • Qualquer um que se importe com a verdade deve lamentar que o Ocicente boicotou os jornais russos Russia Today e no Sputnik.
  • A “Revolução da Dignidade” Maidan da Ucrânia em 2013-14 foi “uma operação patrocinada por George Soros”.
  • Existem “forças militares neonazistas” na Ucrânia.
  • O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky “há oito anos continua a perseguir impunemente os ucranianos de língua russa”.
  • Portanto, “o povo ucraniano, independentemente do grupo étnico a que pertença, é apenas os últimos reféns involuntários do regime totalitário supranacional que colocou as economias de todo o mundo de joelhos através do engano do COVID, depois de teorizar publicamente sobre a necessidade de dizimar a população mundial e transformar os sobreviventes em pacientes com doenças crônicas que comprometeram irreparavelmente seus sistemas imunológicos”.
  • No entanto, há esperança: a “Terceira Roma” – o patriarcado ortodoxo russo de Moscou – ainda pode levar a humanidade a um futuro melhor.

O autor que defende Viganò não analisa cada um dos 11 pontos que ele destacou de Viganò, só por isso sua defesa é bem fraca. 

Grande parte do texto é apenas para lamentar as críticas que Viganò tem recebido. 

O que pode-se dizer em favor do Stephen Kocx e sua defesa de Viganò é que ele concorda que Viganò deveria ter lembrado dos erros da Rússia, para não parecer tão pró-Rússia. E diz que se fosse convidado a colaborar com o texto ele teria:

  "pedido a ele para incluir algumas citações adicionais para algumas de suas alegações, bem como para dizer algo pastoral sobre os católicos ucranianos. e como ele simpatiza com eles e outras vítimas inocentes neste conflito. Também pediria a ele para compartilhar mais pensamentos sobre as ações tomadas por Vladimir Putin. Talvez ele faça isso no futuro."

Percebe-se que Stephen percebeu falhas significativas, pois acha que Viganò teria que argumentar mais e atacar Putin.

Em suma, ele concorda que os argumentos de Viganò são fracos. 

Um argumento sem fundamento que é muito semelhante a um teoria da conspiração pode provar ser verdadeiro? 

Pode. Mas não se faz argumentação séria sobre assunto tão relevante sem que se apresente provas mínimas.

Existe alguma coisa verídica nos argumentos de Viganò? Bom, as críticas a estupidez do Ocidente e de Biden costumam ser verdadeiras. E já é provado o relacionamento corrupto de Biden com a Ucrânia. Mas mesma essa parte da argumentação está cheia de argumentações que Viganò não possui provas mínimas. As críticas a Zelensky têm algum fundo de verdade, mas também estão exageradas. E olha que eu não tenho muito apreço por Zelensky.

Viganò precisa ser muito mais cuidadoso em suas argumentações. 

Rezemos pelo arcebispo! Foi muito penoso escrever o que escrevi sobre ele. 

Que Nossa Senhora o proteja!


Victor Davis Hanson: 10 Realidades sobre a Guerra da Ucrânia

Novamente, temos um bom texto do Victor Davis Hanson. Dessa vez, o historiador militar apresenta 10 pontos que devem realmente ser levados em consideração como fatos para se analisar e se lidar com a Rússia de Putin.

Traduzo abaixo texto abaixo:

Victor Davis Hanson: 10 realidades da Ucrânia

Um – Assegurar a um inimigo o que ele não fará garante que o inimigo fará exatamente isso e muito mais. A imprevisibilidade e o silêncio enigmático ocasional reforçam a dissuasão. Mas a previsível garantia do presidente Joe Biden ao presidente russo Vladimir Putin de que ele mostrará contenção significa que Putin provavelmente não fará o mesmo.

Dois -- As zonas de exclusão aérea não funcionam em um impasse simétrico e de grande potência. Em uma análise de custo-benefício, não valem o risco de derrubar os aviões de uma potência nuclear. Eles geralmente fazem pouco para parar os aviões fora de tais zonas atirando mísseis neles. Enviar baterias antiaéreas de longo alcance e alta altitude para a Ucrânia para negar a superioridade aérea russa é uma maneira muito melhor de recuperar a paridade aérea.

Três – a Europa, os membros da OTAN e a Alemanha em particular admitiram de fato que suas últimas décadas de fechamento de usinas nucleares, minas de carvão e campos de petróleo e gás deixaram a Europa à mercê da Rússia. Eles estão prometendo se rearmar e cumprir suas prometidas contribuições militares. Por suas ações, eles estão admitindo que seus críticos, os Estados Unidos em particular, estavam certos, e eles estavam perigosamente errados ao dar poder a Putin.

Quatro -- A China agora é pró-Rússia. Pequim quer recursos naturais russos com desconto. A Rússia pagará pelo acesso superfaturado às finanças, comércio e mercados chineses. No entanto, se a Rússia perder a guerra da Ucrânia, falir e como um pária internacional for condenado ao ostracismo, a China provavelmente cortará o malcheiroso albatroz russo de seu pescoço - com medo de uma nova influência financeira, cultural e comercial do Ocidente.

Cinco – os americanos estão finalmente digerindo o quão destrutiva foi a fuga humilhante do Afeganistão. A catástrofe sinalizou para a Rússia, China, Coreia do Norte e Irã que a dissuasão ocidental havia morrido.

Não é surpresa que a Rússia tenha enviado mísseis para uma base ucraniana perto da fronteira polaco-OTAN. A Coreia do Norte lançou em janeiro mais mísseis do que em qualquer mês de sua história. O Irã enviou mísseis para o Curdistão. A China anuncia diariamente que é apenas uma questão de tempo até que absorva Taiwan. As dezenas de bilhões de dólares em armamentos sofisticados enviados para a Ucrânia pelo Ocidente ainda são muito menos do que os militares dos EUA entregaram ao terrorista Taleban.

Seis -- A guerra na Ucrânia não causou inflação e preços recordes de gasolina. Ambos já estavam em alta no início de fevereiro de 2022.

A causa foi a expansão radical de um ano da administração Biden da oferta de dinheiro em um momento de demanda reprimida do consumidor pós-COVID. Ele tolamente continuou de fato com taxas de juros zero. Seus generosos subsídios COVID para os desempregados desencorajaram o retorno ao trabalho, enquanto reduziam a produção e oleodutos de petróleo e gás dos EUA.

Antes da invasão de Putin, Biden culpava publicamente corporações gananciosas, companhias petrolíferas, COVID e o ex-presidente Donald Trump pela inflação que ele havia gerado em 2021. E ele estava alegando que os preços inegavelmente altos eram apenas temporários ou principalmente uma obsessão da elite.

Sete - Putin não invadiu durante o mandato de Trump, embora tenha sido mais agressivo sob a liderança de Obama com seus ataques anteriores à Geórgia, Ucrânia e Crimeia. A Rússia ficou parada quando os preços do petróleo estavam baixos, os suprimentos de combustível no Ocidente eram abundantes e os Estados Unidos estavam confiantes. Quando os EUA não estavam atolados em intervenções militares opcionais nem liderados por um presidente previsivelmente acomodado às agressões russas, a Rússia ficou quieta.

Putin observou o aumento dos gastos de defesa da OTAN e dos EUA. Ele temia os baixos preços globais do petróleo e a produção recorde de petróleo e gás nos Estados Unidos. Ele estava cauteloso após ataques americanos imprevisíveis contra inimigos como ISIS, Abu al-Baghdadi e o general iraniano Qasem Soleimani.

Oito -- Não é "escalada" enviar armas para a Ucrânia. Os russos forneceram muito mais agressivamente aos norte-coreanos e norte-vietnamitas em suas guerras contra a América, sem espalhar a guerra globalmente. Paquistão, Síria e Irã enviaram armas mortais – muitas, por sua vez, fornecidas a eles pela Rússia, Coreia do Norte e China – para matar milhares de americanos durante as guerras do Afeganistão e do Iraque.

Nove -- Putin pode nunca absorver totalmente a Ucrânia enquanto puder ser facilmente suprida através de suas fronteiras por quatro países da OTAN. Os EUA entraram em um impasse na Guerra da Coréia, perderam a Guerra do Vietnã, ficaram paralisados ​​no Iraque e fugiram do Afeganistão em parte porque seus inimigos foram facilmente supridos por amigos de fronteira próximos, supondo que os EUA não poderiam atacar esses cúmplices.

Dez - Não é "antiamericano" apontar que o apaziguamento sob administração Obama explica não por que Putin desejou ir para a Ucrânia, mas por que ele sentiu que poderia. Não é "traição" dizer que a Ucrânia e os Estados Unidos anteriormente deveriam ter ficado de fora dos assuntos internos e da política um do outro - mas ainda não desculpa a agressão selvagem de Putin. Não é traidor admitir que a Rússia durante séculos confiou em estados-tampão entre a Europa – perdidos quando seus membros satélites do Pacto de Varsóvia se juntaram à OTAN após sua derrota na Guerra Fria. Mas essa realidade também não justifica o ataque selvagem de Putin.

Não devemos repetir o passado, mas aprender com ele – e assim garantir que Putin seja derrotado agora e dissuadido no futuro.


quinta-feira, 17 de março de 2022

Francisco: "Todas Guerras são Injustas". Patriarca Russo: Rússia Faz Guerra Justa. Ucrânia é da Rússia.

 


Francisco fez reunião muito amigável com o patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa ontem (foto acima)

Na oportunidade, Francisco disse: "todas as guerras são injustas". Não é a primeira vez que ele diz esta estupidez. Como ele despreza tão facilmente os maiores doutores da Igreja (Santo Agostinho e São Tomás de Aquino) que definiram a Teoria da Guerra Justa!!!! Como ele despreza inúmeros santos católicos que lutaram em inúmeras guerras, a começar pelo próprio São Francisco de Assis que ele deseja emular!!! Como ele despreza o próprio Deus, que recomendou guerras no Antigo Testamento! Como ele despreza a própria ideia de paz que foi definida por Cristo (a paz está Nele)!!!

Enquanto isso, o patriarca Kirill disse:

"Que o Senhor preserve a terra russa, [uma] terra que agora inclui a Rússia, a Ucrânia, a Bielorrússia e outras tribos e povos”. "Aqueles que sempre lutaram contra a unidade da Rússia e da Igreja Russa são  forças do mal”.

Claro que o patriarca está errado. Rússia não tem intenção, nem causa justa para invadir a Ucrânia, para colocar o mundo em estado de alerta terrível.

Rússia é que é uma força do mal, desde sua revolução comunista.

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Uma das últimas coisa que fiz no meu livro sobre Teoria e Tradição da Guerra Justa foi colocar uma frase do grande escritor inglês católico G.K. Chesterton, que disse:

“Eu não consigo ver como nós podemos literalmente acabar com a Guerra sem acabar como a Vontade. Eu não acho que a guerra seja em algum momento impossível; e eu digo isso não porque eu seja o que as pessoas chamam de militarista, mas porque eu sou um revolucionário.  Proibir completamente a luta é proibir o que nossos pais chamaram do “direito sagrado de insurreição”. Insurreição contra algumas decisões que não respeitem a humanidade, evitando apelar para a sorte ou para a morte."

No caso da frase de Chesterton, Francisco apela para morte ao negar que as guerras possam ser justas, uma tremenda estupidez, que entrega o mundo ao mal.

No caso da invasão russa, Francisco desde o começo se mostrou querer ficar mais próximo do mal, a Rússia.

Rezemos, Francisco despreza a Igreja que dirige.


quarta-feira, 16 de março de 2022

Memorando Recebido por Cardeais Assinado por um Pseudônimo


O renomado jornalista italiano Sandro Magister, especialista em Vaticano, publicou hoje um memorando que, segundo ele, está circulando entre os cardeais, e é assinado por alguém usando pseudônimo Demos (demos significa povo em grego), possivelmente um cardeal.

O memorando detalha o fracasso do pontificado de Francisco em todos os aspectos. É um resumo da confusão nunca vista em um pontificado, que tem erros gigantescos de toda ordem, desde contra o próprio Cristo até na gestão das fraudes financeiras.

Vejam. Não vou traduzir para não afetar o texto:

THE VATICAN TODAY

Commentators of every school, if for different reasons, with the possible exception of Father Spadaro, SJ, agree that this pontificate is a disaster in many or most respects; a catastrophe.

1. The Successor of St. Peter is the rock on which the Church is built, a major source and cause of worldwide unity. Historically (St. Irenaeus), the Pope and the Church of Rome have a unique role in preserving the apostolic tradition, the rule of faith, in ensuring that the Churches continue to teach what Christ and the apostles taught. Previously it was: “Roma locuta. Causa finita est.” Today it is: “Roma loquitur. Confusio augetur.”

(A)    The German synod speaks on homosexuality, women priests, communion for the divorced. The Papacy is silent.

(B)    Cardinal Hollerich rejects the Christian teaching on sexuality. The Papacy is silent. This is doubly significant because the Cardinal is explicitly heretical; he does not use code or hints. If the Cardinal were to continue without Roman correction, this would represent another deeper breakdown of discipline, with few (any?) precedents in history. The Congregation for the Doctrine of the Faith must act and speak.

(C)    The silence is emphasised when contrasted with the active persecution of the Traditionalists and the contemplative convents.

2. The Christo-centricity of teaching is being weakened; Christ is being moved from the centre. Sometimes Rome even seems to be confused about the importance of a strict monotheism, hinting at some wider concept of divinity; not quite pantheism, but like a Hindu panentheism variant.

(A)    Pachamama is idolatrous; perhaps it was not intended as such initially.

(B)    The contemplative nuns are being persecuted and attempts are being made to change the teachings of the charismatics.

(C)    The Christo-centric legacy of St. John Paul II in faith and morals is under systematic attack. Many of the staff of the Roman Institute for the Family have been dismissed; most students have left. The Academy for Life is gravely damaged, e.g., some members recently supported assisted suicide. The Pontifical Academies have members and visiting speakers who support abortion.

3. The lack of respect for the law in the Vatican risks becoming an international scandal. These issues have been crystalized through the present Vatican trial of ten accused of financial malpractices, but the problem is older and wider.

(A)    The Pope has changed the law four times during the trial to help the prosecution.

(B)    Cardinal Becciu has not been treated justly because he was removed from his position and stripped of his cardinalatial dignities without any trial. He did not receive due process. Everyone has a right to due process.

(C)    As the Pope is head of the Vatican state and the source of all legal authority, he has used this power to intervene in legal procedures.

(D)    The Pope sometimes (often) rules by papal decrees (motu proprio) which eliminate the right to appeal of those affected.

(E)    Many staff, often priests, have been summarily dismissed from the Vatican Curia, often without good reason.

(F)    Phone tapping is regularly practised. I am not sure how often it is authorized.

(G)    In the English case against Torzi, the judge criticised the Vatican prosecutors harshly. They are either incompetent and/or were nobbled, prevented from giving the full picture.

(H)    The raid by the Vatican Gendarmeria, led by Dr. Giani in 2017 on the auditor’s (Libero Milone) office on Italian territory was probably illegal and certainly intimidating and violent. It is possible that evidence against Milone was fabricated.

4. (A) The financial situation of the Vatican is grave. For the past ten years (at least), there have nearly always been financial deficits. Before COVID, these deficits ranged around €20 million annually. For the last three years, they have been around €30-35 million annually. The problems predate both Pope Francis and Pope Benedict.

(B)    The Vatican is facing a large deficit in the Pensions Fund. Around 2014 the experts from COSEA estimated the deficit would be around € 800 million in 2030. This was before COVID.

(C)    It is estimated that the Vatican has lost € 217 million on the Sloane Avenue property in London. In the 1980’s, the Vatican was forced to pay out $ 230 million after the Banco Ambrosiano scandal. Through inefficiency and corruption during the past 25-30 years, the Vatican has lost at least another € 100 million, and it probably would be much higher (perhaps 150-200 million).

(D)    Despite the Holy Father’s recent decision, the process of investing has not been centralized (as recommended by COSEA in 2014 and attempted by the Secretariat for the Economy in 2015-16) and remains immune to expert advice. For decades, the Vatican has dealt with disreputable financiers avoided by all respectable bankers in Italy.

(E)    The return on the 5261 Vatican properties remains scandalously low. In 2019, the return (before COVID) was nearly $ 4,500 a year. In 2020, it was € 2,900 per property.

(F)    The changing role of Pope Francis in the financial reforms (incomplete but substantial progress as far as reducing crime is concerned, much less successful, except at IOR, in terms of profitability) is a mystery and an enigma.

Initially the Holy Father strongly backed the reforms. He then prevented the centralization of investments, opposed the reforms and most attempts to unveil corruption, and supported (then) Archbishop Becciu, at the centre of Vatican financial establishment. Then in 2020, the Pope turned on Becciu and eventually ten persons were placed on trial and charged. Over the years, few prosecutions were attempted from AIF reports of infringements.

The external auditors Price Waterhouse and Cooper were dismissed and the Auditor General Libero Milone was forced to resign on trumped up charges in 2017. They were coming too close to the corruption in the Secretariat of State.

5. The political influence of Pope Francis and the Vatican is negligible. Intellectually, Papal writings demonstrate a decline from the standard of St. John Paul II and Pope Benedict. Decisions and policies are often “politically correct”, but there have been grave failures to support human rights in Venezuela, Hong Kong, mainland China, and now in the Russian invasion.

There has been no public support for the loyal Catholics in China who have been intermittently persecuted for their loyally to the Papacy for more than 70 years. No public Vatican support for the Catholic community in Ukraine, especially the Greek Catholics.

These issues should be revisited by the next Pope. The Vatican’s political prestige is now at a low ebb.

6. At a different, lower level, the situation of Tridentine traditionalists (Catholic) should be regularised.

At a further and lower level, the celebration of “individual” and small group Masses in the mornings in St. Peter’s Basilica should be permitted once again. At the moment, this great basilica is like a desert in the early morning.

The COVID crisis has covered up the large decline in the number of pilgrims attending Papal audiences and Masses.

The Holy Father has little support among seminarians and young priests and wide-spread disaffiliation exists in the Vatican Curia.

The Next Conclave

1. The College of Cardinals has been weakened by eccentric nominations and has not been reconvened after the rejection of Cardinal Kasper’s views in the 2014 consistory. Many Cardinals are unknown to one another, adding a new dimension of unpredictability to the next conclave.

2. After Vatican II, Catholic authorities often underestimated the hostile power of secularization, the world, flesh, and the devil, especially in the Western world and overestimated the influence and strength of the Catholic Church.

We are weaker than 50 years ago and many factors are beyond our control, in the short term at least, e.g. the decline in the number of believers, the frequency of Mass attendance, the demise or extinction of many religious orders.

3. The Pope does not need to be the world’s best evangelist, nor a political force. The successor of Peter, as head of the College of Bishops, also successors of the Apostles, has a foundational role for unity and doctrine. The new pope must understand that the secret of Christian and Catholic vitality comes from fidelity to the teachings of Christ and Catholic practices. It does not come from adapting to the world or from money.

4. The first tasks of the new pope will be to restore normality, restore doctrinal clarity in faith and morals, restore a proper respect for the law and ensure that the first criterion for the nomination of bishops is acceptance of the apostolic tradition. Theological expertise and learning are an advantage, not a hinderance for all bishops and especially archbishops.

These are necessary foundations for living and preaching the Gospel.

5. If the synodal gatherings continue around the world, they will consume much time and money, probably distracting energy from evangelization and service rather than deepening these essential activities.

If the national or continental synods are given doctrinal authority, we will have a new danger to world-wide Church unity, whereby e.g., the German church holds doctrinal views not shared by other Churches and not compatible with the apostolic tradition.

If there was no Roman correction of such heresy, the Church would be reduced to a loose federation of local Churches, holding different views, probably closer to an Anglican or Protestant model, than an Orthodox model.

An early priority for the next pope must be to remove and prevent such a threatening development, by requiring unity in essentials and not permitting unacceptable doctrinal differences. The morality of homosexual activity will be one such flash point.

6.    While the younger clergy and seminarians are almost completely orthodox, sometimes quite conservative, the new Pope will need to be aware of the substantial changes effected on the Church’s leadership since 2013, perhaps especially in South and Central America. There is a new spring in the step of the Protestant liberals in the Catholic Church.

Schism is not likely to occur from the left, who often sit lightly to doctrinal issues. Schism is more likely to come from the right and is always possible when liturgical tensions are inflamed and not dampened.

Unity in the essentials. Diversity in the non-essentials. Charity on all issues.

7. Despite the dangerous decline in the West and the inherent fragility and instability in many places, serious consideration should be given to the feasibility of a visitation on the Jesuit Order. They are in a situation of catastrophic numerical decline from 36,000 members during the Council to less than 16,000 in 2017 (with probably 20-25% above 75 years of age). In some places, there is catastrophic moral decline.

The order is highly centralized, susceptible to reform or damage from the top. The Jesuit charism and contribution have been and are so important to the Church that they should not be allowed to pass away into history undisturbed or become simply an Asian-African community.

8. The disastrous decline in Catholic numbers and Protestant expansion in South America should be addressed. It was scarcely mentioned in the Amazonian Synod.

9. Obviously, a lot of work is needed on the financial reforms in the Vatican, but this should not be the most important criterion in the selection of the next Pope.

The Vatican has no substantial debts but continuing annual deficits will eventually lead to bankruptcy. Obviously, steps will be taken to remedy this, to separate the Vatican from criminal accomplices and balance revenue and expenditure. The Vatican will need to demonstrate competence and integrity to attract substantial donations to help with this problem.

Despite the improved financial procedures and greater clarity, continuing financial pressures represent a major challenge, but they are much less important than the spiritual and doctrinal threats facing the Church, especially in the First World.

Demos

Lent 2022