quinta-feira, 24 de março de 2022

Viganò Responde a Weigel.

 


Oh Deus, quanta miséria e baixaria entre ilustres católicos! Na semana passada comentei o que chamei de teoria da conspiração de Viganò sobre a guerra da Ucrânia. Usei um texto que o defendia e também usei um texto que o atacava, de autoria do ilustre católico George Weigel.

A imensa maioria das pessoas que conhecem o pensamento de Viganò sobre a guerra da Ucrânia ataca os argumentos dele, Weigel era apenas mais um.

Mas Viganò sentiu o golpe de Weigel, talvez pelo fato de que Weigel é muito conhecido.

Então, ontem vi que Viganò resolveu responder a Weigel. 

Como eu tratei do assunto, me senti obrigado a apresentar a resposta de Viganò, mas eu preferia que ele não tivesse feito isso. Ficou muito feio. Se tinha ficado um pouco feio da parte de Weigel quando ele disse que Viganò tinha perdido toda a autoridade moral, um exagero estúpido por parte de Weigel, ficou mais feio para Viganò com a resposta que deu.

A resposta de Viganò foi publicada pelo site Church Militant, cliquem aqui para ler toda a resposta. Vou apenas resumir e dar minha opinião sobre a resposta dele.

O texto de Viganò se chama The Uncrossable Red Line (A Linha Vermelha que Não se Pode Cruzar).

Nos primeiros 5 parágrafos, Viganó ataca pessoalmente Weigel, a filha de Weigel, o genro de Weigel e o católico Roberto de Mattei. Um negócio realmente feio, que foge do tema e joga ataques muitas vezes gratuitos, que rotulam as pessoas como suspeitas. Típico de gente sem noção na internet. Não se deve fazer isso, prejudica-se a imagem das pessoas, e geralmente se terá muita dificuldade de se provar as acusações.

Depois desses 5 primeiros parágrafos, Viganò começa a responder as críticas de Weigel, mas em geral, Viganò não responde, porque o que ele responde não foi atacado por Weigel. Pois Weigel fez um resumo dos argumentos de VIganò, não os analisou pontualmente, apenas quis mostrar que a abordagem geral de Viganò era um absurdo.

A palavra "Putin" não está presente em nenhuma parte da resposta de Viganò. Por que Viganò continua poupando Putin é verdadeiramente uma desgraça. 

Viganò coloca como vítima um país que ajudou a rebeldes ucranianos a tomar duas regiões da Ucrânia e um país que invadiu a Ucrânia em 2014 e tomou a região da Crimeia. Um país que tem um ditador no poder desde 1999.

Que tal Viganò perguntar aos líderes da Polônia e Hungria, que atualmente são conservadores e cujos países já estiveram sob domínio russo, o que eles acham de Putin?

Viganò responde basicamente dizendo que a Ucrânia é um país corrupto e que deseja se unir aos globalistas ocidentais. Claro que isso é verdade, mas Weigel não negou isso.

Viganò diz que a revolução Euromaidan de 2013 que derrubou o presidente ucraniano Ianukovytch, que favorecia a Rússia, teve apoio do globalista George Soros. Mas o que isso nos diz sobre a justiça da revolução? O financiamento de Soros a qualquer coisa torna imediatamente a coisa em imoral e errada? Será que o financiamento de Soros, se comprovado, foi o grande catalisador da revolução, ou ele veio a reboque da população? Ianukovytch já era conhecido como político corrupto. Aliás, tanto a Rússia como a Ucrânia são conhecidos como países em que a corrupção é muito dominante. Mas Viganò se coloca apoiando Ianukovytch sem critério.

Viganò diz que há laboratórios biológicos na Ucrânia sim como diz a Rússia. Mas o que serve isso para determinar a justiça da guerra? Além disso, Weigel não entrou nessa questão.

Viganò diz que Biden tem relações corruptas com a Ucrânia, fato muito conhecido por todos, mas que não determina a justiça da guerra, e, outra vez, Weigel não tratou especificamente disso.

Viganò diz que ucranianos perseguem os russos nas regiões ucranianas que os separatistas com apoio da Rússia tomaram da Ucrânia. Isso é verdadeiramente um argumento absurdo. As regiões eram da Ucrânia. Certamente houve violência dos dois lados, mas de que lado está a justiça? Certamente da Ucrânia.

Viganò então responde ao que ele mesmo disse. Viganò no seu texto original disse ter esperança em uma "Terceira Roma" liderada pela Igreja Ortodoxa Russa. O que é outro absurdo vindo da parte de um arcebispo católico. Viganò tenta amenizar sua argumentação dizendo que só quer a paz.




Nenhum comentário: