Interessante documento que rivaliza com o sedevacantismo foi publicado hoje por um grupo chamado "Il Grupo dei Nove" (O Grupo dos Nove). É a tese do "sedemenefreghismo" (em italiano) que eu traduzo por "sedeindiferentismo", que quer dizer "sede me é indiferente" ou "indiferentismo à sede" ou quem ocupa a cadeira do papa não importa, caso propague o que é não católico.
O texto foi publicado em espanhol e italiano.
Traduzo o texto deles para o português. Talvez esse seja o primeiro site em português a fazer isso.
Leiam abaixo e vejam se concordam:
TESE “A SEDE É INDIFERENTE PARA MIM”
Conscientes da crise sem paralelo que há muito atinge a Igreja e constatando que entre os bons as querelas, divisões e diatribes intermináveis têm muitas vezes como objeto o estado da Sé Petrina (e de toda a Hierarquia eclesiástica), como doutores particulares ( clérigos e leigos, teólogos, filósofos, canonistas, juristas e historiadores), redigimos por unanimidade o seguinte:
- Que existe uma crise sem paralelo dentro da Igreja, que esta crise vê a genuína Tradição Católica esmagada por doutrinas heterodoxas (modernismo e neomodernismo), que esta crise é uma crise doutrinária, litúrgica e moral, que esta crise envolve para o corpo eclesial (escola e ensino) até a Sé Romana não é algo que deva ser demonstrado, mas apenas verificado;
- Que a crise, que também tem raízes antigas, tenha tido o seu ponto de viragem no Concílio Vaticano II, com o predomínio do pensamento não católico na Hierarquia, até à própria Sé Romana, não é algo que deva ser demonstrado, mas apenas confirmado;
- Que a nova liturgia imposta por Paulo VI represente uma construção artificial e uma ruptura objectiva com a Tradição ininterrupta da Igreja e com o Dogma Católico não é algo que deva ser demonstrado, mas apenas confirmado;
- É dever de todo batizado perseverar na profissão de fé batismal ou na fé de todos os tempos, na Doutrina imutável recebida dos Apóstolos. É dever de cada batizado viver e rezar de acordo com a santa vontade de Deus manifestada na Revelação divina (Sagrada Escritura e Sagrada Tradição);
- É dever de cada batizado evitar aquilo que pode ser prejudicial à sua alma, na medida em que representa um perigo para a integridade da fé;
- Dada a extensão e gravidade da crise e até à sua resolução (condenação e expulsão da Igreja de todas as ideias heterodoxas, regresso integral à Tradição na doutrina, na liturgia e nos costumes), é um dever de prudência desconfiar das Hierarquias dominadas pelo não pensamento católico, bem como as instituições eclesiásticas que se tornam instrumentos do pensamento não católico;
- É prudente ater-se ao que é verdadeiro (lex credendi, lex orandi e lex vivirdi como sempre foi ensinado), suspendendo o assentimento a tudo o que é duvidoso;
- O fiel – clérigo ou leigo – não é chamado a examinar cada ensinamento, cada texto litúrgico, cada declaração da Hierarquia para verificar se está ou não conforme ao Depósito da Fé. Pelo contrário, deve ser adoptado um critério prudencial e “profiláctico”. Se um pensamento não-católico infectou a Hierarquia até à Sé Romana, deve-se aderir prudentemente ao que foi ensinado antes da crise e deve-se suspender o assentimento ao que foi ensinado depois;
- A suspensão do assentimento não é um “exame gratuito”, mas sim um dever de prudência para a preservação da fé. Ao suspender o parecer favorável, o julgamento sobre a doutrina (de fé e/ou moral) e sobre a lex orandi é remetido à Autoridade da Igreja. Quando a crise for superada e a Hierarquia estiver novamente segura na ortodoxia da fé, a Autoridade legítima julgará;
- A crise pode ser considerada superada quando a Hierarquia (Papa e unanimidade moral dos Bispos) ensina continuamente a mesma Doutrina ensinada pela Igreja até que o Concílio Vaticano II e a lex orandide da Tradição Apostólica sejam restabelecidas;
- Devido ao envolvimento da própria Sé Romana na crise, é legítimo questionar o estatuto da Sé Papal. É uma opinião legítima considerar que Jorge Mario Bergoglio é um verdadeiro Papa, ainda que seja seriamente heterodoxo. É opinião legítima considerar Jorge Mario Bergoglio como ocupante ilegítimo da Sé e/ou como Antipapa. É opinião legítima considerar a Sede vaga. É opinião legítima de quem acredita que a Sede está ocupada apenas fisicamente. É uma opinião legítima de quem lê a crise da Sé Romana com a figura do Papa herege. É uma opinião legítima de quem lê sobre a crise da Sé Romana com a figura do Papa cismático. É também uma opinião legítima daqueles que acreditam na co-presença de “duas igrejas” por trás das aparências de uma única Igreja (na Igreja pós-conciliar haveria tanto a verdadeira Igreja de Cristo, como a Santa Igreja Católica Apostólica Romana , e uma Igreja neognóstica) com o Papa à frente de ambos, como se o Papa fosse o Vigário de Cristo, mas também o Chefe de uma nova fé, de um novo culto, de uma nova Igreja. É uma opinião legítima daqueles que consideram que os Papas pós-conciliares são verdadeiros Papas, ainda que marcados por um pensamento não católico.
- Quanto ao ponto 11, essas opiniões inconciliáveis e portanto não podem ser todas verdadeiras, apenas uma pode ser verdadeira. Somente a Autoridade Suprema da Igreja pode julgar o que é verdade. Até que a Autoridade Suprema da Igreja, uma vez resolvida a crise, julgue, todas elas permanecem meras opiniões, legítimas e discutíveis;
- Sendo meras opiniões, nenhuma delas, embora legitimamente sustentável, pode ser um critério preciso para enfrentar a crise;
- Dado que só a Autoridade Suprema da Igreja tem o direito de julgar a questão submetida à Sé, desenvolver/apoiar uma ou outra tese será um exercício inevitavelmente destinado à não solução. A questão da Sede está destinada a permanecer em aberto, sem solução até o fim da crise, até que determinado pronunciamento seja emitido pela Autoridade Suprema;
- A diversidade de opiniões em relação à Sede nunca poderá ser motivo de divisão, pois são opiniões discutíveis e não verdades certas;
- Qualquer que seja a opinião sobre a Sé, dada a crise comprovada (também da Sé Romana e de toda a Hierarquia), a atitude prudencial deve em qualquer caso ser a de suspender o consentimento, aguardando o fim da crise.
- Dêmos também a esta nossa tese o nome de “Não dou a mínima para sede” no duplo sentido de “Não me interessa” a questão da Sede, pois é uma questão insolúvel para nós e, portanto, inútil de levantar;
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ResponderExcluirConcordo! Estou nessa.
ResponderExcluirAchei interessante, mas difícil de definir o que seguir "antes da crise". Sabemos que há uma enorme crise, mas quando se iniciou propriamente? No CVII? E quando foi intensificada? Antes do CVII já não havia se iniciado a crise ou já não houveram outras crises? Ficou meio confuso...
ResponderExcluirEm resumo: posição herética pois contraria séculos de magistério que fala da obrigação (e não escolha) da submissão ao Sumo Pontífice, é impossível que um Sumo Pontífice ensine de seu cargo (por isso "ex-cathedra") qualquer coisa que seja contrário a fé.
ResponderExcluirNão há, repito: não há qualquer embasamento no Magistério da Igreja que permita isso sem que isso resulte em heresia.
O contrário sim, há dezenas de declarações do Magistério da Igreja que impedem esse comportamento. Curiosamente, jamais citam o Magistério para essas posições heterodoxas fantasiadas de piedosas defesas da fé.
Isso já foi denunciado pelo Papa Pio IX e seus sucessores, tendo inclusive Monsenhor Louis-Gaston de Ségur, um dos mais proeminentes clérigos que atuaram na definição do Dogma da Infalibilidade Papal, escrito já logo após o término do Concílio, em obra autorizada pela Santa Sé, tratando sobre essa tática galicana herética de "indiferentismo" a quem está na cátedra.
Em sua época isso foi um dos primeiros indícios para identificar alguém como Liberal/Modernista, como já denunciado por São Pio X. Já em sua época denunciaram a velha e reciclada tática de deturpar "ex-cathedra" como meramente um Magistério Solene da definição dogmática.
O mesmo Monsenhor de Ségur denuncia esse erro e dá o remédio:
"Ex-Cathedra é quando o Sumo Pontífice fala como Papa (ex-officio) quando ensina oficialmente e publicamente verdades que interessam a toda a Igreja, por meio do que se chama uma Bula, ou uma Encíclica, ou algum outro ato do gênero".
Ou seja, é Papa todas as vezes que fala como tal.
Acaso o Papa é Papa só na definição de dogmas? Chega a ser ridículo.
Não por menos Pio IX fez o que seria o básico a qualquer Papa que quisesse definir um dogma, deixou que Padres Conciliares discutissem por inúmeras sessões a questão da Infalibilidade e a possibilidade de um Papa Legítimo cair em Heresia.
Os neo-tradicionalistas querem ser mais inteligentes que um Concílio Ecumênico Infalível? Sim.
Aparentemente eles possuem muito mais assistência do Espírito Santo, de forma infalível, do que todos os Bispos reunidos com o Vigário de Cristo? Estupidamente, sim.
O Rev. Abbé Constant Fouard foi designado por Pio IX pelo Concílio do Vaticano por buscar o histórico de todos os Papas nos arquivos da Biblioteca do Vaticano, isso gerou o fantástico "L'HISTOIRE ET L'INFAILLIBILITÉ DES PAPES", e está disponível para qualquer um comprar na Amazon e verificar, nas mais de 1.600 páginas, se algum dia na história da Igreja algum Papa cometeram alguma heresia.
Resultado: Não há!
E mesmo casos como do Papa Honório, Papa São Libério foram analisados com exaustão e a conclusão é a mesma. Porém os Neo-Tradicionalistas negam isso.
Se na declaração do Dogma deixa claro que nunca nenhum Papa caiu em heresia, eles são mais Católicos que o próprio dogma? Sim.
São João Bosco inclusive denunciou essa tática galicana/maçom/protestante de reciclar "heresias papais", em também obra que recebeu autorização e um breve do Papa Pio IX.
Pergunto a esses senhores, e ao autor desse blog: Já leram tão rico material encomendado pelo próprio Papa que definiu a Infalibilidade Papal?
Ou então, leram a obra intitulada "EL SANTO CONCILIO ECUMÉNICO DEL VATICANO. HISTORIA DE ESTA AUGUSTA ASAMBLEA." do Rev. Padre Emilio Moreno Cebada?
Mais uma obra com dois tomos com quase 2.000 páginas com todas as discussões do Concílio do Vaticano, cartas que os Bispos enviaram para suas dioceses, atas, pronunciamentos do Papa, também obra aprovada pela Santa Sé.
Óbvio que não leram. Mas apóiam suas investidas contra a Igreja baseado no que leigos/sites/blogs ou Padres Neo-Galicanos ensinam sobre o tema.
A Igreja tão rica com obras para serem as primeiras fontes de pesquisa, e principalmente: obras autorizadas pela Igreja, e renegam isso tudo para se agarrarem a essas fábulas.
Não sei se isso é ignorância, preguiça ou outra coisa.
De fato, o Magistério da Igreja é claro quanto ao ofício Papal, e nada melhor que os próprios Papas para interpretarem corretamente a Doutrina sobre o Papado, o Dogma da Infalibilidade Papal, e formalizando isso no Magistério da Igreja, a qual ninguém pode negar sem assim deixar de ser Católico.
ResponderExcluir“E eis a razão do porque o Romano Pontífice deve ter autoridade para julgar que coisas contenha a palavra de Deus, que doutrinas concordem com ela e quais dela desdigam; e, do mesmo modo, determinar o que é bem e o que é mal; o que se deve fazer e o que se deve evitar para conseguir a salvação eterna. Se isso não se pudesse fazer, o Papa não seria intérprete infalível da vontade de Deus, nem o guia seguro da vida do homem.” (Leão XIII, Sapientiae Christianae)
Não faltam as legítimas interpretação sobre a Autoridade Papal, e o dever dos Católicos de se Submeterem aos Papas, não somente naquilo que diz respeito a Declaração de Dogmas, mas no Magistério Ordinário e Disciplinas da Igreja:
Papa Pio IX Tuas Libenter
Papa Pio IX Quanta Cura
Papa Pio IX Quartus Supra
Papa Pio IX Quæ in Patriarchatu
Papa Pio IX Concílio Vaticano, Pastor Aeternus (Dogma)
Papa Pio IX Concílio Vaticano, Dei Filius (Dogma)
Papa Leão XIII Epístola Tua
Papa Leão XIII Sapientiae Christianae
Papa Leão XIII Satis Cognitum
Papa São Pio X Vehementer Nos
Papa Bento XV Ad Beatissimi
Papa Pio XI Mortalium Animos
Papa Pio XI Casti Connubii
Papa Pio XII Mystici Corporis
Papa Pio XII Humani Generis
Poderia, inclusive, enviar mais exemplos. Mas creio que a lista acima já seja mais do que suficiente. Uma única Encíclica mataria a questão. Mas aos obstinados em “brechas” para a desobediência, é mister enviar lista mais extensa.
Em várias dessas Encíclicas, a Igreja deixou claro que devem ser considerados Cismáticos aqueles que querem ignorar as determinações dos Papas.
Nenhum Papa jamais poderá ensinar o erro, jamais poderá levar os fiéis à perdição. O fato de um “Papa” ensinar o erro seria claramente o atestado que ele não é um Papa, mas claramente um impostor. Mesmo que sua eleição fosse conhecida do orbe católico, deveria ser tida como nula, assim como seus atos. Porque é básico que para uma eleição ser válida, deve ter todas as disposições canônicas preenchidas.
Um não-Católico pode ser Papa? Obviamente que não.
Como alguém pode ser cabeça se sequer faz parte do Corpo?
Ser Católico é item básico para ser Papa (além de ser homem, e ser Bispo).
Sou eu que digo isso? Não… a Igreja.
Pio XII é claro, o menor desvio (heresia) separa totalmente Corpo da Igreja e ela deixa de ser Católica.
Os “Tradicionalistas” querem peneirar o Magistério, querendo eles serem mais Papas que os Papas, mais sábios que o Magistério.
Não passam de Modernistas, afinal, querem trazer Darwin para o Magistério da Igreja ao invocar que a Igreja precisa evoluir na Declaração do Dogma. Se o Concílio Vaticano deixou claro que nenhum Papa caiu, e jamais cairá, deverá existir o Dogma 2.0 dizendo que sim, já tivemos Papas Hereges no Passado.
Como alguém afirma algo assim e achar que permanece Católico? Por certo, sequer sabe o que significa a palavra “Católico”, e as 4 Notas da Igreja.
Termino com as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, que falou através do Seu Vigário, Papa Leão XIII na Satis Cognitum:
“Nada poderia ser mais perigoso do que esses hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como que por uma gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade da fé que recebemos da tradição dominical, e depois apostólica”
E
“Tal foi constantemente o costume da Igreja, apoiada pelo juízo unânime dos santos Padres, os quais sempre consideraram como excluído da comunhão católica e fora da Igreja quem quer que se separe o menos possível da doutrina ensinada pelo magistério autêntico”
Nosso último Papa foi Pio XII, o resto, hereges manifestos, impostores, modernistas e não católicos. Todos, sem exceção fazem parte daquilo que existe em todos os Anuários Pontifícios, na listagem de Falsos Papas. São apenas mais alguns à listagem.