quinta-feira, 31 de julho de 2025

Cardeal Newman: Doutor da Igreja?

 


Hoje, foi anunciado que o Papa Leão XIV vai declarar que o cardeal Newman, declarado santo pelo papa Francisco em 2019, como  Doutor da Igreja.

Eu diria que minha relação com o cardeal Newman não é muito boa. 

Certa vez, eu quis escrever um livro sobre influentes convertidos católicos, a começar por São Justino, e li as obras de cardeal Newman para o livro. Livro que nunca publiquei, ficou apenas no papel, apesar de muito esforço, pois não encontrei editora interessada.

Eu, como católico de berço que já morou na Inglaterra e conviveu com os acadêmicos ingleses, não gostei dos livros de Newman. Infelizmente.  Eram muito típicos de inglês, cheios de orgulho de si mesmos. 

Além disso, certa vez, fui apresentar um artigo na Universidade de Oxford, em um seminário liderado por representantes da Igreja Anglicana. Durante o seminário, um professor americano disse que Cristo era homossexual baseado apenas em um livro de um ex-padre católico. Quando eu reagi frente àquela aberração teológica, o líder anglicano do seminário disse que a "Igreja Católica ainda iria desenvolver sua doutrina e aceitar o casamento gay, como Newman tinha ensinado". 

O cardeal Newman já mais ensinou este tipo de "desenvolvimento de doutrina", mas vi que ele estava na cabeça de pastores anglicanos como um liberal esquerdista, capaz de destruir a doutrina da Igreja Católica.

Naquele momento, não tive chance de reagir àquilo, mas ficou na minha cabeça o mal uso do pensamento de Newman.

Para mim, Newman lembra muito Bento XVI, muito bem formado, escreveu livros profundos e técnicos, mas é bem longe do "chão de fábrica", da humildade católica.

Em suma, não sou muito fã de Newman. Rezo, para que se compreenda que ele assinalou muto bem como deve ser o desenvolvimento da doutrina, mas temo que será mal usado, e que as leituras dos livros dele não sejam agradáveis (para mim, alguns livros pareciam aqueles debates toscos da internet).

Sou fã de católicos ingleses como Chesterton,  Belloc e Tolkien, mas não sou fã de Newman. 

Ele merece ser doutor? Não sei. Para mim, falta nele a humildade sábia dos santos católicos.

Rezemos.
 

terça-feira, 29 de julho de 2025

O Caso João XXII: Papa Herético Condenado por Teólogos e Igreja Apoiou Teólogos


O papa Francisco ainda não morreu, muito por conta das vacilantes posições do papa Leão XIV, que ainda não disse a que veio. Então, a nova onda que vejo no X é ainda o velho debate se Francisco foi herético ou não. De um lado aqueles que defendem que um papa não pode ser herético e do outro aqueles que mostram os casos históricos e provam o contrário.

Hoje, Roberto De Mattei, teólogo especialista em Igreja, escreveu sobre o caso Papa João XXII (1316-1334) que tentou uma heresia e foi condenado por teólogos por isso. No fim, a Igreja ficou do lado da posição dos teólogos. O papa teve que se retratar. Que mostra que a verdade da Igreja e de Cristo não está necessariamente com o papa do momento.  

No caso de Francisco, creio que os teólogos terão muito mais facilidade de provar heresias em palavras e atos de Francisco. A questão herética de João XXII é muito mais obscura, os erros de Francisco são completamente evidentes. O que mostra que os cardeais e os líderes católicos de nossa época são bem mais fracos do que os da época de João XXII, pois silenciam. Na época de João XXII cardeais, teólogos e mesmo reis resistiram à heresia de  João XXII.

A descrição histórica de De Mattei mostra que a Igreja por vezes depende de um simples rei, de um simples cardeal, ou de um leigo.

Mas vejamos o texto de Roberto de Mattei. Traduzo abaixo:

UM PAPA QUE CAIU NA HERESIA, UMA IGREJA QUE RESISTIU: João XXII e a Visão Beatífica

por Roberto de Mattei

Entre as verdades mais belas e misteriosas da nossa fé está o dogma da Visão Beatífica das almas no Céu. A Visão Beatífica consiste na contemplação imediata e intuitiva de Deus, reservada às almas que passaram para a vida após a morte em estado de Graça e foram completamente purificadas de toda imperfeição. Esta verdade de fé, enunciada na Sagrada Escritura e confirmada ao longo dos séculos pela Tradição, é um dogma irreformável da Igreja Católica. O novo Catecismo reafirma isso no n.º 1023: “Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus e são perfeitamente purificados, vivem para sempre com Cristo. São como Deus para sempre, pois ‘o veem como Ele é’ (1Jo 3,2), ‘face a face’ (1Cor 13,12).

No início do século XIV, um Papa, João XXII, contestou essa tese em seu magistério ordinário e caiu na heterodoxia. Os católicos mais fervorosos da época o corrigiram publicamente. João XXII – escreveu o Cardeal Schuster – “tem as mais graves responsabilidades perante o tribunal da história (...), pois ‘ofereceu a toda a Igreja o espetáculo humilhante dos príncipes, do clero e das universidades guiando o Pontífice pelo caminho correto da tradição teológica católica, colocando-o na difícil situação de ter que se contradizer’”. (Alfredo Idelfonso Schuster o.s.b. Jesus Cristo na História Eclesiástica, Editora Beneditina, Roma 1996, pp. 116-117).

João XXII, cujo nome verdadeiro era Jacques Duèze, foi eleito para o trono papal em Lyon em 7 de agosto de 1316, após uma sede vacante de dois anos após a morte de Clemente XV. Ele se viu diante de um período turbulento na história da Igreja, entre a "rocha" do rei francês, Filipe, o Belo, e a "posição difícil" do imperador, Luís IV, o Bávaro, ambos adversários do Primado de Roma. Assim, para reafirmar a supremacia do Romano Pontífice contra os audaciosos galicanos e os tortuosos secularistas, o agostiniano Agostinho Trionfo (1243-1328), por ordem do Papa, compôs sua Summa de ecclesiastica potestate entre 1324 e 1328.

João XXII, porém, entrou em conflito com a Tradição da Igreja em um ponto de importância primordial. Em três sermões que proferiu na Catedral de Avignon, entre 1º de novembro de 1331 e 5 de janeiro de 1332, sustentou a opinião de que as almas dos justos, mesmo após sua perfeita purificação no Purgatório, não desfrutavam da Visão Beatífica de Deus. Somente após a ressurreição da carne e o julgamento geral seriam elevadas por Deus à glória.  Colocadas “sob o altar” (Apoc. 6,9), as almas dos santos seriam consoladas e protegidas pela Humanidade de Cristo, mas a Visão Beatífica seria adiada até a ressurreição de seus corpos e o juízo geral (Marc Dykmans, em Les sermons de Jean XXII sur la vision beatifique, Universidade Gregoriana, Roma 1973, publicou os textos completos dos sermões pronunciados por João XXII; cf. também Christian Trottman, La vision béatifique. Des disputes scolastiques à sa définition par Benoit XII, École Française de Rome, Roma 1995, pp. 417-739).

O erro segundo o qual a Visão Beatífica da Divindade seria concedida às almas não após o primeiro julgamento, mas somente após a ressurreição da carne, era antigo, mas já no século XIII havia sido refutado por São Tomás de Aquino, principalmente em De veritate (q. 8, a. 1) e na Summa Theologica (I, q. 12, a. 1). Quando João XXII repropôs esse erro, foi abertamente criticado por muitos teólogos. Entre os que intervieram no debate, estavam Guilherme Durand de Saint Pourcain, Bispo de Meaux (1270-1334), que acusou o Papa de repropor as heresias cátaras; o dominicano inglês Thomas Waleys (1318-1349), que, como resultado de sua resistência pública, foi julgado e preso; o franciscano Nicola da Lira (1270-1349) e o Cardeal Jacques Fournier (1280-1342), teólogo pontifício e autor do tratado De statu animarum ante generale iudicium.

Quando o Papa tentou impor essa doutrina errônea à Faculdade de Teologia de Paris, o Rei da França, Filipe VI de Valois, proibiu seu ensino e, segundo relatos do Chanceler da Sorbonne, Jean Gerson [chegou] ao ponto de ameaçar João XXII com a fogueira se ele não se retratasse. Os sermões de João XXII "totus mundum christianum turbaverunt", assim disse Tomás de Estrasburgo, Mestre dos Eremitas de Santo Agostinho (em Dykmans, op. cit., p. 10).

Na véspera da morte de João XXII, ele declarou que se expressara simplesmente como um teólogo particular, sem qualquer vínculo com o magistério que detinha. Giovanni Villani relata em sua Crônica a retratação que o Papa fez sobre sua tese em 3 de dezembro de 1334, um dia antes de sua morte, a pedido do Cardeal Dal Poggetto, seu sobrinho e alguns outros parentes.

Em 20 de dezembro de 1334, o Cardeal Fournier foi eleito Papa, assumindo o nome de Bento XII (1335-1342). O novo Pontífice quis encerrar a questão com uma definição dogmática, a constituição Benedictus Deus de 29 de janeiro de 1336, onde assim se expressa: “Nós, com autoridade apostólica, definimos o seguinte: Segundo a disposição geral de Deus, as almas de todos os santos [...] já antes de retomarem seus corpos e antes do juízo geral, estiveram, estão e estarão com Cristo no céu [...] e essas almas viram e veem a essência divina com uma visão intuitiva e até mesmo face a face, sem a mediação de qualquer criatura.” (Denz-H, n. 1000). Tratava-se de um artigo de fé mencionado novamente em 6 de julho de 1439, pela Bula Laetentur coeli, no Concílio de Florença (Denz-H, n. 1305).

Após essas decisões doutrinárias, a tese sustentada por João XXII deve ser considerada formalmente herética, mesmo que, naquela época, o Papa sustentasse que ela ainda não estava definida como dogma de fé. São Roberto Belarmino, que tratou amplamente desta questão em De Romano Pontifice (Opera omnia, Venetiis 1599, Livro IV, cap. 14, col. 841-844), escreve que João XXII apoiou uma tese herética, com a intenção de impô-la como verdade aos fiéis, mas morreu antes de poder definir o dogma, sem, portanto, minar o princípio da infalibilidade pontifícia com seu comportamento.

O ensinamento heterodoxo de João XXII foi certamente um ato de magistério ordinário em relação à fé da Igreja, mas não infalível, pois era desprovido de natureza definidora. Se tivéssemos que aplicar à letra a Instrução Donum Veritatis (24 de maio de 1990), este ensinamento autêntico, ainda que não infalível, teria que ser acolhido como um ensinamento dado por Pastores que, através da Sucessão Apostólica, falam “com o dom da verdade” (Dei Verbum n. 8), “dotados pela autoridade de Cristo” (Lumen Gentium, n. 25), “pela luz do Espírito Santo” (ibidem). Sua tese teria exigido o grau de adesão denominado “oferecer a plena submissão da vontade e do intelecto, enraizada na confiante assistência divina ao magistério” e, portanto, “dentro da lógica da fé, sob o impulso da obediência à fé”. (Monsenhor Ocariz “Osservatore Romano”, 2 de dezembro de 2011).

Os defensores da ortodoxia católica, em vez de resistirem abertamente às doutrinas heréticas do Papa, teriam que se curvar ao seu "magistério vivo", e Bento XII não teria que opor à doutrina de seu predecessor o dogma de fé que declarava que as almas dos justos, após a morte, desfrutam da Essência Divina com visão intuitiva e direta. Mas, graças a Deus, alguns bons teólogos e prelados da época, movidos por seu sensus fidei, recusaram publicamente seu assentimento à autoridade suprema. Uma verdade importante de nossa fé pôde, assim, ser conservada, transmitida e definida.

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Rezemos pela Igreja.


segunda-feira, 28 de julho de 2025

Economistas com Modelo Matemático: O Vaticano II Desencadeou Forte Declínio de Fiéis Mudialmente.



Renomadíssimos economistas, com destaque para Robert J. Barro, resolveram analisar, por meio de modelo matemático a frequência de fiéis em 66 países.  O estudo das consequências do Vaticano II para a frequência ocupa boa parte do artigo que tem 73 páginas. 

Dr. Robert J. Barro é economista da Universidade de Harvard. Dr. Edgard Dewitte é professor da Universidade de Oxfrod e  Dr. Laurence Iannaccone é professor da Universidade Chapman.

Realmente, vale muito à pena a leitura. Especialmente, pela hierarquia católica, após o mais radical fruto do Vaticano II: papa Francisco.

O texto é uma análise bem completa, mas não tenho nenhum tempo para a leitura do momento, a não ser que fosse pago para isso, hehehe. Aqui vai o link para o texto completo.

Vou traduzir aqui o resumo do artigo feito pelos autores, um pequeno trecho destacado pelo site Rorate Caeli sobre o Vaticano II, e a parte da conclusão do texto que trata do Vaticano II.

Resumo:

A taxa de frequência a serviços religiosos é uma variável importante para a sociologia e a economia da religião, mas dados globais e de longo prazo são escassos. Questões retrospectivas do Programa Internacional de Pesquisa Social (ISSP) permitem a construção de taxas de frequência a serviços religiosos que remontam à década de 1920 em 66 países, metade dos quais do "Sul Global". Diversas verificações comprovam a confiabilidade das informações retrospectivas. Um exercício demonstra a consistência entre dados retrospectivos e contemporâneos de pesquisas quando os dois se sobrepõem. Outro procedimento mostra que os valores retrospectivos são semelhantes quando gerados a partir de pesquisas individuais do ISSP para 1991,1998, 2008 e 2018; ou seja, não há uma dependência clara da memória em relação ao número de anos de recordação. Os novos dados documentam uma "Grande Divergência Religiosa" de um século entre o Norte e o Sul. Usamos os dados para realizar estudos de eventos para avaliar os efeitos na frequência a serviços religiosos de dois grandes eventos. O Vaticano II, entre 1962 e 1965, desencadeou um declínio na frequência católica mundial em relação à de outras denominações. Em contraste, o fim do comunismo no início da década de 1990 não afetou sistematicamente a frequência aos serviços religiosos. Por fim, em uma amostra ampla, a frequência aos serviços religiosos responde positivamente a guerras e depressões.

Parte do Artigo sobre Vaticano II:

Utilizando um delineamento de estudo de eventos, constatamos que as taxas de frequência a serviços religiosos em países predominantemente católicos começaram a diminuir em relação às de todos os outros países e às de outros países cristãos precisamente após o Vaticano II. Esse resultado se aplica à frequência de adultos e crianças a serviços religiosos e também se aplica quando se utiliza a proporção de adeptos católicos de um país como medida contínua da exposição do país. No geral, a taxa de frequência relativa católica caiu quatro pontos percentuais por década entre 1965 e 2015. Esse padrão é consistente com a religião modelada como um bem de clube (Iannaccone [1992]) e com a visão de que o Vaticano II destruiu a percepção de uma Igreja imutável e defensora da verdade (Greeley [2004], MacCulloch [2010]). De forma mais geral, esses resultados podem explicar por que muitas autoridades religiosas relutam em modernizar sua doutrina ou reduzir as barreiras à participação religiosa.

Conclusão:

A principal contribuição deste estudo é utilizar as questões retrospectivas do ISSP para construir medidas de longo prazo das taxas de frequência a serviços religiosos de adultos e crianças em 66 países, metade deles fora do Ocidente. Esses dados remontam a 1920. Geramos taxas de frequência mensais e semanais, discriminadas por gênero e por adultos versus crianças. Acreditamos que esses dados serão úteis para muitos pesquisadores em sociologia e economia da religião. 

Já constatamos que eles permitem análises de importantes questões pendentes relativas aos determinantes das taxas de frequência a serviços religiosos: o Concílio Vaticano II, encerrado em 1965, teve grandes efeitos negativos nas taxas de frequência a serviços religiosos de adultos por católicos; enquanto o fim do comunismo em 16 países no início da década de 1990 não mostra efeitos claros na frequência a serviços religiosos de adultos.



segunda-feira, 21 de julho de 2025

Se a Teoria da Evolução é FALSA, por que ela é Adotada?!


Vídeo muito interessante. Há uns 20 anos li uns dois livros de cientistas questionando a teoria da evolução, e, depois a conversar com amigo biólogo, ele me disse que muitos questionam, mas silenciam. Eu sempre me assusto como as pessoas e livros de escola assumem como verdadeira essa teoria da evolução.

O vídeo acima é muito bom para entender por que isso ocorre.



sexta-feira, 18 de julho de 2025

Israel, Cristãos e Drusos

 


As forças de Israel bombardearam a única igreja católica na Faixa de Gaza, a Igreja da Sagrada Família, no último dia 17. O bombardeio matou três e deixou 10 feridos.

Os patriarcas das igrejas cristãs de Jerusalém denunciaram como um crime contra um local de fé que abrigava desabrigados, especialmente crianças.



Entre aqueles que denunciam Israel, destaca-se o Cardeal Pizzaballa, que questionou a sinceridade das palavras do Primeiro-Ministro Netanyahu, que atribui o ataque a um erro.

Israel disse que foi um erro de um tanque. 

O tiro atingiu a Igreja mas não derrubou a cruz, o que foi visto como um sinal pelo padre Vierling. 

O Papa Leão XIV falou com o primeiro-ministro de Israel, pediu o cessar fogo e pediu que evitasse ataques a locais de fé

Trump ligou também para Netanyahu, condenou também o ataque e reiterou a necessidade de cessar fogo.

A primeira-ministra da Itália também condenou os ataques.

Recentemente, eu li que o cardeal Pizzaballa estava também condenando "terroristas israelitas" por atacarem um igreja na cidade de Taybeh (ou Tayibe) na Cisjordânia. Achei que ele fez uma mensagem bem forte. Ele isolou os israelitas e disse que a cidade é o ultimo reduto totalmente cristão. Fiquei um pouco desconfiado de uma cidade cristã na Cisjordânia. O Grok nega que seja uma cidade crisrã, diz que é muçulmana. Pode ser um erro de tradução. E eu não conheço Israel, muito menos a região da Cisjordânia.

Além desse ataque à Igreja Católica na Faixa de Gaza, Israel atacou a Síria, supostamente para proteger a seita muçulmana dos Drusos, que não é aceita nem por sunitas, nem por xiitas. Outeos dizem que o ataque é uma tentativa de criar o "Grande Israel", invadindo terras.

Mas vi que um membro do clero católico da Síria aplaudiu a ação de Israel e pede para que Israel derrote os terroristas islâmicos. Enquanto os muçulmanos sunitas sírios se armam para expulsar os drusos.

O arcebispo Viganò, enquanto isso, diz que Israel é um estado terrorista.

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A relação entre judeus e cristãos é naturalmente longuíssima. A crise entre essas duas religiões está mesmo escrita na Bíblia e nas palavras de Cristo, ao mesmo tempo em que Ele disse que não ia tirar nenhum ponto do i do Velho Testamento, de ter nascido dentro da família de Davi, de ter dito que veio inicialmente  para o "povo de Israel" e não para "os cachorrinhos", Cristo atacou verbalmente e mesmo com chicote os judeus e disse que o povo escolhido não servia mais. 

Os judeus foram os primeiros a perseguir os cristãos na história. Isso está descrito na Bíblia e nos livros judeus. E seguramente há alguns grupos de judeus que até hoje perseguem e odeiam cristãos.

Mas depois de 1948, como os cristãos devem pensar o Estado de Israel? Se é que podemos confundir o Estado de Israel com a política de Netanyahu, ou com o judaismo. 

Difícil assunto. Mas, sim, algumas ações do Estado de Israel são puramente terroristas, enquanto outras ações lutam contra o terrorismo islâmico que mata até bebês inocentes. Os judeus são inimigos da fé ou são parceiros contra o terror muçulmano, que é tanto anti judeu como anti cristão?

O que é o Judaísmo hoje em dia? Como é o Judaísmo dentro e fora do Estado de Israel?

Muitas pessoas querem discutir esse assunto à luz da escatologia católica ou das profecias da Igreja. Justo. Mas eu costumo dizer que meu cérebro é muito limitado, não consigo entender o pensar de Deus, que é eterno e bem mais justo. Tanto a escatologia cristã como as profecias ultrapassam em muito o que posso compreender. Por isso, me concentro em fatos históricos e do momento.

Detesto parecer estar em cima do muro. Mas este não é um assunto que eu me dedique profissionalmente e é muito difícil, por isso evito conclusões.


terça-feira, 15 de julho de 2025

Padre René de Naurois - Padre, Capelão de Guerra Condecorado e "Mais Justo entre as Nações"

 


Há alguns anos que faço pesquisa sobre guerra e terrorismo. Mas eu não conhecia a história do padre René de Naurois. Fiquei completamente abismado pela história dele. Realmente, que vida fantástica!.

Vejam o resumo da vida espetacular dele:

René de Naurois (24 de novembro de 1906 – 12 de janeiro de 2006) foi um padre católico francês, capelão, membro da Resistência Francesa e ornitólogo. Nascido em Paris, em uma família de proprietários de terras da Alta Garona, estudou matemática, literatura, teologia e filosofia na Universidade de Toulouse. Ordenado em 1936, serviu como capelão em Berlim (1937-1939), onde testemunhou a perseguição nazista em primeira mão e a relatou ao seu bispo, Jules Saliège. Durante a Segunda Guerra Mundial, juntou-se à Resistência Francesa, auxiliando judeus fornecendo documentos falsos, escondendo-os e organizando fugas para a Suíça e a Espanha. Perseguido pela Gestapo, fugiu para a Inglaterra em 1943, passando pela Espanha e Gibraltar, juntando-se às Forças Francesas Livres. Como capelão dos Comandos Kieffer, ele estava entre os 177 soldados franceses que desembarcaram na Normandia no Dia D, 6 de junho de 1944. Por seus esforços durante a guerra, recebeu a Ordem da Libertação, a Cruz Militar, e foi nomeado Justo entre as Nações pelo Yad Vashem em 1988.

Após a guerra, de Naurois lecionou no Instituto Católico de Toulouse e estudou ornitologia, com foco em aves costeiras da África Ocidental. Obteve seu doutorado em 1969 com uma tese sobre populações de aves e ciclos reprodutivos ao longo da costa da África Ocidental, ingressando posteriormente no CNRS e tornando-se correspondente do Museu Nacional de História Natural. Suas obras notáveis incluem "Les oiseaux des iles du Golfe de Guinee" (1994) e suas memórias, "Aumônier de la France Libre" (2004). Naturalista apaixonado desde a infância, colecionou ovos de aves e doou sua coleção ao Museu de História Natural de Genebra. Ele morreu em Brunoy, Essonne, aos 99 anos e foi enterrado em Ranville, Normandia, ao lado de outros comandos.

Em 2006, a cidade de Toulouse dedicou um caminho até seu túmulo no bairro de Sept Deniers.

Ele está enterrado no cemitério comunitário de Ranville, que foi uma das primeiras cidades libertadas em 6 de junho de 1944, durante o desembarque na Normandia, do qual participou. Neste cemitério comunitário, que adjacente ao Cemitério Militar Britânico de Ranville (com mais de 2.500 sepulturas), ele está enterrado com três camaradas do Comando Kieffer (que, como ele, morreram após a guerra) e 47 soldados britânicos que morreram principalmente nos dias 6 e 7 de junho.

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O livro de memórias da guerra, "Aumônier de la France Libre" (Capela da França Livre) só existe em francês, estou em busca de editora que gostaria de traduzi-lo para o português.

Só encontrei uma citação do livro na internet, traduzo abaixo:

""Soldado-monge", a expressão tem conotações fanáticas que não me agradam. Mas tive a oportunidade de viver em circunstâncias em que homens em combate precisavam de um padre. Assim, apoiei a causa deles, e logo sua posição e seu uniforme. Usei a boina verde com orgulho, adotei sua linguagem áspera e precisa, sem jamais esquecer que eu não era exatamente um homem de armas, mas antes de tudo um homem de Deus.
Será que nos ocorre que os ataques à liberdade podem assumir um caráter mais sutil? Em nossas sociedades, a violência está em toda parte, não mais na forma de um choque entre dois exércitos, mas de uma forma diferente, afetando os mais fracos, os pequenos, os pobres. As ameaças à vida não desapareceram. Elas não se chamam mais nazismo, mas podem assumir outras características, mesmo aquelas — aparentemente agradáveis — da ciência, do direito e do progresso. É tarde demais para voltar no tempo, mas mesmo na minha idade, ainda há tempo para agir, para testemunhar."

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Livro promete, heim?


domingo, 13 de julho de 2025

Inteligência Artificial Geral e Super Inteligência Artificial


Primeiro definições:

AGI (Inteligência Artificial Geral): AGI refere-se a um tipo de inteligência artificial capaz de realizar qualquer tarefa intelectual que um humano possa realizar. Ela possui habilidades cognitivas gerais, permitindo-lhe aprender, raciocinar e se adaptar em diversos domínios sem se limitar a tarefas específicas. AGI pode compreender e resolver problemas de forma flexível e semelhante à humana, igualando ou superando a inteligência humana na maioria das áreas.

ASI (Superinteligência Artificial): ASI é um nível hipotético de inteligência artificial que supera a inteligência humana em todos os aspectos, incluindo criatividade, resolução de problemas e inteligência emocional. ASI não apenas se destacaria em domínios específicos, mas também possuiria capacidades cognitivas superiores, potencialmente levando a um rápido autoaperfeiçoamento e inovação além da compreensão humana.

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A ética deles é a mesma: superar o ser humano em tudo. O ser humano torna-se desnecessário.

Produtividade e criatividade exponenciais.

Nova Torre de Babel.

O mundo está bem perto do AGI. Dizem que, depois do AGI, o ASI será um pulo muito rápido,  não leva nem meses.

Hoje já temos melhores diagnósticos médicos feitos por IA e decisões jurídicas feitas por IA diariamente. 

O que devemos ensinar nossos filhos se a própria IA já se autoestimula e melhora sua programação?

Rezemos.


sábado, 12 de julho de 2025

Chesterton, Papa Francisco e os Pobres.

 


Como ajudar os pobres? Regras fixas e dogmas claros. 

Em artigo publicado na edição do The Lamp sobre o Papa Francisco, a autora, Leah Libresco Sargeant, mostrou que o Francisco prejudicou os pobres. Ela contrastou o falecido papa, com Chesterton sobre o tratamento que se deve dá aos pobres. O papa tinha uma leitura muito próxima do endeusamento teológico do "pobre" que tem a teologia da libertação. E via os "pobres" de forma muito materialista, e não os "pobres em espírito", que são os verdadeiros pobres. Estes precisam de fundamento sólido de regaras e dogmas, não de migalhas espontâneas.

Traduzo parte do texto dela abaixo:

por Leah Libresco Sargeant

Sobre o Papa Francisco e a ambiguidade.

O Papa Francisco escolheu seu nome papal em homenagem a São Francisco de Assis. Logo após sua eleição, ele disse a repórteres que se inspirou no santo e que sonhava em servir "uma Igreja pobre, para os pobres". Ele tinha o dom de acolher os pobres quando os encontrava e os procurava ativamente. Mas, de uma maneira importante, ele falhou na missão que se propôs.

Uma Igreja para os pobres deve ser uma Igreja de lei transparente e doutrina clara. Durante seu reinado, o Papa Francisco claramente se irritou com as demandas por regularidade em ambos os domínios. Ele preferia a espontaneidade à estabilidade oferecida pelas instituições.

A lei é o último refúgio dos pobres. Em Ortodoxia, G. K. Chesterton escreve: “Acima de tudo, se quisermos proteger os pobres, seremos a favor de regras fixas e dogmas claros. As regras de um clube ocasionalmente favorecem o membro pobre. A tendência (sem regras) de um clube, por outro lado, sempre favorece o rico.”

Em Knoxville, Tennessee, quando um quinto dos padres da diocese implorou ao núncio papal por "alívio misericordioso" de seu bispo, eles não puderam confiar na proteção da lei. O bispo Richard Stika havia agressivamente anulado as investigações sobre um seminarista abusador, convidado o acusado a morar com ele e o aceito como seminarista diocesano. Os padres da diocese puderam denunciar Stika sob as disposições do Vos estis lux mundi, procedimentos canônicos estabelecidos pelo Papa Francisco em 2019 para denunciar abusos cometidos por um bispo. Mas o Vos estis não especificou quando ou se os bispos acusados deveriam se afastar, se as investigações seriam divulgadas publicamente ou quais penalidades poderiam ser impostas. Isso deixou as pessoas com a coragem de denunciar incertas sobre se algo havia acontecido ou aconteceria. Por fim, Stika, como muitos antes dele, foi autorizado a renunciar por "motivos de saúde" sem qualquer acerto de contas (pelo menos na Terra).

Os casos de abuso atraem mais atenção, mas as revisões do direito canônico feitas pelo Papa Francisco também introduziram ambiguidade em torno do casamento e da anulação. Sua Mitis iudex permite que o testemunho de um dos cônjuges sobre a nulidade seja aceito como verdadeiro sem a necessidade de ponderar provas corroborativas ou o testemunho do outro cônjuge. Ela enumera critérios para o uso de um processo judicial mais breve que termina com um "etc". Tanto para canonistas quanto para casais, isso cria confusão sobre como seus casos devem ser ouvidos.

Na Fiducia Supplicans, o Papa Francisco tentou encontrar um equilíbrio de ambiguidade que, em última análise, não se sustentou. A declaração tentou definir uma bênção maleável para casais do mesmo sexo que os defensores do casamento gay pudessem abraçar e à qual os oponentes não pudessem tecnicamente se opor. Ela naufragou na rocha da oposição africana e das demandas por clareza.

Uma Igreja global pode ter dificuldades para legislar para todos os tempos e lugares. Mas deixar deliberadamente ambiguidades e evitar a transparência prejudica os fiéis em todo o mundo. O Senhor ouve o clamor dos pobres. Para que a Igreja os ouça, precisa oferecer-lhes um fórum claro para apresentarem seus argumentos.

Leah Libresco Sargeant é autora, mais recentemente, de Building the Benedict Option: A Guide to Gathering Two or Three Together in His Name (Ignatius Press, 2018) e do próximo livro The Dignity of Dependence, pela Notre Dame University Press. Ela dirige a Other Feminisms, uma Substack focada em defender as mulheres em um mundo que idolatra a autonomia.


quarta-feira, 9 de julho de 2025

Eletricidade: Maior Ativo Atual. Inteligência Artificial, Criptomoeda....


Recentemente, conversei com meu amigo Dr. Ricardo Felicio, sobre o maior ativo do mundo, eletricidade, tanto para economia real (produção, emprego), como para a economia financeira (criptomoedas), como para a inteligência artificial.

Essa é a maior questão do mundo econômico e mesmo ético, pelo impacto moral do uso de eletricidade no mundo moderno.

Vejam se gostam. 

sexta-feira, 4 de julho de 2025

O Livro que Confirma a Mentira de Francisco


O livro acima, do padre Nicola Bux e do jornalista Saverio Gaeta, lançado esta semana, deveria ser traduzido imediatamente para diversas línguas.

 A jornalista Diane Montagna, que denunciou o comportamento mentiroso de Francisco para implementar a perseguição à missa latina, divulga hoje o livro, escrito em italiano,  que além de mostrar os documentos que Montagna apresentou, mostra outros documentos que comprovam o que ela disse.

Traduzo abaixo o que disse Montagna

CIDADE DO VATICANO, 4 de julho de 2025 — Um novo livro acaba de ser publicado após minha publicação de documentos importantes do Vaticano contestando a justificativa declarada para o decreto de 2021 do Papa Francisco restringindo o rito romano tradicional, Traditionis Custodes. 

O livro, intitulado A liturgia não é um espetáculo: o questionário aos bispos sobre o rito antigo — uma arma de destruição em massa?  [La liturgia non è uno spettacolo: Il questionario ai vescovi sul rito antico – arma distruzione di Messa?] contém não apenas as seções do relatório oficial da Congregação para a Doutrina da Fé sobre sua pesquisa de 2020 com bispos que publiquei em 1º de julho, mas também uma seção-chave adicional.

Lançado em 2 de julho para pré-encomenda e no Kindle, é coautorado pelo liturgista italiano e ex-consultor das Congregações para a Doutrina da Fé e Culto Divino, don Nicola Bux, e pelo ex-editor do L'Osservatore Romano do Vaticano, o jornalista italiano Saverio Gaeta. 

O livro contém o que já publiquei, ou seja, a avaliação geral dos resultados da pesquisa da CDF e uma coleção de citações recebidas da diocese que tinham a intenção de dar ao Papa Francisco uma amostra representativa das respostas dos bispos.  Mas também contém uma seção do relatório não divulgada anteriormente, a saber, o resumo da CDF sobre a implementação do Summorum Pontificum por continente e país.

Um capítulo do livro, intitulado "A Consulta Selada", contém o que chama de "a parte mais interessante do dossiê, ou seja, o Giudizio Complessivo". O texto corresponde à versão original em italiano que publiquei em 1º de julho. Outro capítulo do livro, intitulado "O Florilegium do Dossiê", inclui a coletânea de citações retiradas das respostas recebidas das dioceses. 

Um terceiro capítulo do livro, intitulado "O Questionário em Detalhe", apresenta o que não foi divulgado até agora: trechos selecionados dos resumos de cada continente e dos países dentro desses continentes. Observei em 1º de julho que esses resumos, que eu não tinha visto, faziam parte da Segunda Parte do relatório da CDF.  

Esta Segunda Parte, intitulada "Sumário" [Sintesi], contém um resumo sobre cada continente, uma Avaliação Geral [Giudizio Complessivo] dos resultados da pesquisa e uma coletânea de citações extraídas das respostas recebidas das dioceses e organizadas tematicamente.

O que o Padre Bux e Gaeta descobriram são resumos contendo dados e insights detalhados e valiosos sobre como o Summorum Pontificum estava sendo implementado, ou às vezes ignorado, país por país. 

Por exemplo, eles observam que "das 178 dioceses latinas nos Estados Unidos, 65% responderam, enviando 115 relatórios" e que "62% dos bispos relatam que a Forma Extraordinária [EF] responde a uma necessidade pastoral expressa por pessoas que, graças a ela, levam uma vida de fé rica, profunda e frutífera". 

Em contrapartida, eles observam “a participação extremamente baixa das dioceses sul-americanas”, o que “levou os responsáveis ​​da Congregação para a Doutrina da Fé a sugerir que isso poderia ser devido à ‘presença da FSSPX, uma vez que a fraternidade está presente em todos os países da América do Sul, com um total de um seminário maior, 10 priorados, 61 capelas e 8 escolas’. De facto, não foi recebida qualquer resposta da Argentina, Chile, Equador, Ilhas Malvinas, Peru ou Venezuela”, afirmou.

Da mesma forma, mas “presumivelmente devido à ausência de celebrações da missa na EF”, nenhuma resposta foi recebida de vários países da África.  

O resumo sobre o continente africano observa, no entanto, que “nas três regiões onde foi celebrado, as respostas expressaram total apoio: Benim (“Há apenas aspectos positivos; contribui para o enriquecimento e para a paz”), Gabão (“Aspectos positivos: silêncio, meditação, solenidade do rito; a forma é propícia ao aprofundamento da fé, transporta-nos para reinos celestiais; e aspectos negativos: variedade limitada de textos, a língua latina pode criar uma barreira ou levar à distração mental”), Maurício (“Satisfação geral após um período de mal-entendidos”).

Enquanto isso, o resumo sobre a França observa que, “das noventa e cinco jurisdições latinas na França, oitenta e sete apresentaram um relatório”. Suas respostas revelaram que “em 80% delas a Missa na Forma Extraordinária foi celebrada em pelo menos um local, atendendo a uma necessidade pastoral específica”. 

Observando os aspectos positivos e negativos destacados pelos bispos franceses e suas recomendações, o resumo afirma que: “42% dos bispos solicitam que, de uma forma ou de outra, o enriquecimento mútuo das duas formas seja encorajado; 17% enfatizam a necessidade de garantir que os fiéis vinculados à Forma Extraordinária não vivam muito isolados do resto da diocese, sempre fomentando um espírito de abertura e respeito mútuo; [enquanto] 13% sugerem que nada deve ser alterado no equilíbrio pacífico que o Summorum Pontificum trouxe”. 

Esta é apenas uma amostra dos resumos de continentes e países.  Outros dados e análises até então não divulgados também são abordados no livro. 

Com o lançamento do novo livro em 2 de julho, quase toda a Segunda Parte do relatório oficial da CDF sobre sua pesquisa com bispos a respeito do Summorum Pontificum foi tornada pública.


quinta-feira, 3 de julho de 2025

Vaticano, Como Político Corrupto, Nega e Afirma ao Mesmo Tempo.

O "assessor de imprensa" do Vaticano, Matteo Bruni, respondeu, sem ser perguntado e para evitar outras perguntas, sobre o documento dos bispos que é a favor da missa latina. Ele respondeu com uma autêntica salada lógica, típida de político corrupto.

Vejamos a resposta dele:

"Tomarei a palavra porque não creio que esta seja uma questão relevante para a coletiva de imprensa de hoje, onde falaremos sobre a Missa pelo Cuidado da Criação; são dois temas diferentes. No entanto, talvez seja útil saber, apenas a título informativo: não confirmo a autenticidade dos textos publicados, que presumivelmente dizem respeito a parte de um dos documentos em que se baseou a decisão e, como tal, contribuem para uma reconstrução também muito parcial e incompleta no que diz respeito ao processo decisório [que levou à Traditionis Custodes]. De fato, documentação adicional, outros relatórios confidenciais — também fruto de consultas posteriores — foram posteriormente acrescentados à consulta citada e foram recebidos pelo Dicastério para a Doutrina da Fé. Tudo bem. Mas, além disso, não tenho mais nada a dizer."

Se o documento divulgado é falso, bastaria dizer isso. Se é verdadeiro, bastaria aceitar isso. Mas o que diz o Vaticano: "é, pode ser, não sei, sei lá, tem mais documentos". Quem responde assim: político corrupto assessorado por advogado criminalista que tenta reduzir pena de seu cliente.

Pergunta mais óbvia que sobra para ser feita: "Se é assim porque o Vaticano não libera todos os documentos para os fiéis? Por que age de forma escusa e traiçoeira, assim como faz com o acordo com a China?"

O National Catholic Register pediu a liberação de todos os documentos (imagem acima).

Esse "outros documentos" suponho que são apenas cartas de bispos progressistas alinhados com a confusão herética de Francisco.

Putz, que várzea. O Vaticano tem que expulsar a política de lá e seguir um certo Sr. que disse: se sim, sim, se não, não, fora disso é coisa do capeta".

Rezemos.


terça-feira, 1 de julho de 2025

Papa Francisco Mentiu e Foi Contra Bispos para Fazer Traditionis Custodes

Esse assunto já era dito na época,  a pesquisa que Francisco havia se baseado para tentar destruir a missa tradicional não apoiava a decisão dele, pelo contrário, a maioria dos bispos desejavam manter a missa tradicional que foi liberada pelo Bento XVI, só uns poucos bispos progressistas que queriam restringi-la. Agora a excelente jornalista Diane Montagna provou isso. 

Traduzo abaixo o que ela disse:

EXCLUSIVO: Relatório oficial do Vaticano expõe grandes rachaduras na base do Traditionis Custodes

Documentos anteriormente não divulgados levantam sérias questões sobre a justificativa apresentada para o decreto de 2021 do Papa Francisco que restringe a Missa Tradicional em Latim.

CIDADE DO VATICANO, 1º de julho de 2025 — Novas evidências vieram à tona, expondo grandes rachaduras na base do Traditionis Custodes, decreto de 2021 do Papa Francisco que restringiu a liturgia tradicional romana.

Esta jornalista obteve a avaliação geral do Vaticano sobre a consulta aos bispos que teria "incitado" o Papa Francisco a revogar o Summorum Pontificum, a carta apostólica de Bento XVI de 2007 que liberalizava o vetus ordo, mais comumente conhecido como "Missa Tradicional em Latim", e os sacramentos.

O texto, ainda não divulgado, que constitui parte crucial do relatório oficial da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a consulta aos bispos de 2020 a respeito do Summorum Pontificum, revela que “a maioria dos bispos que responderam ao questionário afirmou que fazer alterações legislativas ao Summorum Pontificum causaria mais mal do que bem”.

A avaliação geral contradiz diretamente, portanto, a justificativa apresentada para a imposição do Traditionis Custodes e levanta sérias questões sobre sua credibilidade.

Quando, em 16 de julho de 2021, o Papa Francisco promulgou o Traditionis Custodes, ele afirmou que as respostas ao questionário “revelam uma situação que me preocupa e entristece, e me convence da necessidade de intervir”.

“Lamentavelmente”, disse ele em uma carta aos bispos do mundo, “o objetivo pastoral dos meus Predecessores... tem sido frequentemente desconsiderado. Uma oportunidade oferecida por São João Paulo II e, com ainda maior magnanimidade, por Bento XVI... foi explorada para ampliar as lacunas, reforçar as divergências e encorajar desacordos que prejudicam a Igreja, bloqueiam seu caminho e a expõem ao perigo da divisão.”

Ele disse aos bispos que foi “constrangido” por seus “pedidos” de revogar não apenas o Summorum Pontificum, mas “todas as normas, instruções, permissões e costumes” que precederam seu novo decreto.

Mas, ao contrário, o relatório oficial da CDF afirma que “a maioria dos bispos que responderam ao questionário e que implementaram o Summorum Pontificum de forma generosa e inteligente, expressam, em última análise, satisfação com ele”. Acrescenta que “nos lugares onde o clero cooperou estreitamente com o bispo, a situação se apaziguou completamente”.

A avaliação geral, que pode ser consultada no final deste artigo no original em italiano e em uma tradução para o inglês, também confirma a afirmação que relatei em outubro de 2021: que o Traditionis Custodes ampliou e projetou como um grande problema o que era meramente acessório no relatório oficial da CDF.

Além disso, o texto mostra claramente que o Traditionis Custodes desconsiderou e omitiu o que o relatório dizia sobre a paz que o Summorum Pontificum havia restaurado e ignorou uma “constante observação feita pelos bispos” — de que os jovens estavam sendo atraídos para a Igreja Católica por meio dessa forma mais antiga de liturgia.

A avaliação geral também previu, com base nas respostas dos bispos, o que aconteceria caso o Summorum Pontificum fosse suprimido — previsões que se mostraram precisas.

Gênese e Estrutura do Relatório Oficial

A tarefa de preparar o relatório oficial foi confiada à Quarta Seção da Congregação para a Doutrina da Fé. Até a TC, essa entidade, anteriormente conhecida como Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, era responsável por supervisionar a observância e a aplicação das disposições estabelecidas no Summorum Pontificum. Consequentemente, a Quarta Seção possuía ampla experiência e conhecimento para visualizar e analisar os resultados da pesquisa.

Na primavera de 2020, um questionário foi enviado pelo então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Ladaria, aos presidentes das conferências episcopais em todo o mundo, para distribuição aos bispos diocesanos; as respostas foram recebidas pela Congregação para a Doutrina da Fé até janeiro de 2021. O conjunto de material, submetido em vários idiomas, foi processado, analisado e incorporado pela Quarta Seção em suas conclusões.

Embora eu não tenha visto o relatório na íntegra, fui informado de forma confiável que o relatório final de 224 páginas, datado de fevereiro de 2021, é composto por duas partes principais. A Primeira Parte oferece uma análise detalhada dos resultados e conclusões da pesquisa, continente por continente e país por país, e inclui tabelas e gráficos que ilustram dados e tendências.

A Segunda Parte, intitulada "Síntese", é mais breve e inclui uma introdução, um resumo sobre cada continente, uma Avaliação Geral dos resultados da pesquisa e uma coleção de citações extraídas das respostas recebidas das dioceses e organizadas tematicamente. Essa coleção visava fornecer ao Papa Francisco uma amostra representativa das respostas dos bispos.

A avaliação geral começa observando que o Summorum Pontificum desempenhou "um papel significativo, embora relativamente modesto, na vida da Igreja". Em 2021, “já havia se espalhado para cerca de 20% das dioceses latinas em todo o mundo, e sua implementação foi “mais serena e pacífica, embora não em todos os lugares”.

No entanto, o que a avaliação geral do Vaticano revela é que as “lacunas”, “divergências” e “desacordos” decorrem mais de um nível de ignorância, preconceito e resistência de uma minoria de bispos ao Summorum Pontificum do que de quaisquer problemas originados por adeptos da liturgia romana tradicional.

Papa Francisco declarou em Traditionis Custodes que "considerou os desejos expressos pelo episcopado e ouviu a opinião da Congregação para a Doutrina da Fé". A avaliação geral é precisamente a parte do relatório que sintetiza e interpreta os resultados da pesquisa, oferecendo uma conclusão avaliativa extraída das evidências.

Em outras palavras, reflete o julgamento ou opinião informada da Congregação para a Doutrina da Fé.

O Papa Francisco não apenas tinha o relatório, mas, segundo fontes confiáveis, literalmente arrancou uma cópia de trabalho das mãos do Cardeal Ladaria durante uma audiência, dizendo-lhe que a queria imediatamente porque estava curioso a respeito.

Embora o Vaticano nunca tenha divulgado o conteúdo do relatório oficial, em outubro de 2021 obtive e publiquei a coletânea de citações incluída na Parte II — indicando, no entanto, apenas o país ou região de onde as citações se originaram. Esta coletânea pode ser consultada na íntegra no final deste artigo, em italiano e em uma tradução atualizada para o inglês.

Avaliação Geral: 7 Principais Conclusões

1. A falta de paz e unidade litúrgicas se deve mais à minoria de bispos do que aos adeptos da liturgia romana tradicional.

O relatório demonstra que a falta de paz litúrgica decorre mais de um nível de ignorância, preconceito e resistência de uma minoria de bispos ao Summorum Pontificum do que de quaisquer problemas originados por aqueles atraídos pela liturgia romana tradicional.

O relatório da CDF relembra o desejo de Bento XVI de alcançar, por meio da implementação do Summorum Pontificum, uma "reconciliação litúrgica interna" na Igreja, e seu reconhecimento da necessidade de "proceder não segundo uma hermenêutica de ruptura, mas sim pela renovação em continuidade com a tradição"

"Esta dimensão eclesiológica da hermenêutica da continuidade com a tradição e com uma renovação e desenvolvimento coerentes ainda não foi plenamente acolhida por alguns bispos", observa o relatório. “No entanto, onde foi recebida e implementada, já está dando frutos, sendo os mais visíveis na liturgia.”

Além disso, o relatório lamenta que “em algumas dioceses a Forma Extraordinária não seja considerada uma riqueza para a vida da Igreja, mas sim um elemento inadequado, perturbador e inútil para a vida pastoral ordinária, e até mesmo ‘perigoso’ e, portanto, algo que não deve ser concedido, ou que deve ser suprimido, ou pelo menos rigorosamente controlado para que não se espalhe, na esperança de seu eventual desaparecimento ou revogação.”

Mais especificamente, o relatório constatou que os bispos das regiões de língua espanhola geralmente “parecem demonstrar pouco interesse” na implementação do Summorum Pontificum, apesar dos pedidos dos fiéis. Da mesma forma, observou, “as respostas dos bispos italianos sugerem que, em geral, eles não têm grande consideração pela Forma Extraordinária e suas disposições relacionadas, com algumas exceções.”

Em relação a um mal-entendido ou ignorância entre uma minoria do episcopado, o relatório observou: “Alguns bispos afirmam que o MP Summorum Pontificum falhou em seu objetivo de promover a reconciliação e, portanto, solicitam sua supressão — seja porque a reconciliação interna na Igreja ainda não foi plenamente alcançada, seja porque a Fraternidade Sacerdotal São Pio X não retornou à plena comunhão com a Igreja”. Em resposta, os autores observam que o processo de reconciliação na Igreja é frequentemente “lento e gradual” e lembram, como o próprio Bento XVI, que o Summorum Pontificum não foi concebido para a FSSPX.

Além disso, o relatório observou que alguns bispos temem uma “divisão em duas Igrejas” e acreditam que grupos ligados à Forma Extraordinária “rejeitam” o Concílio Vaticano II. O relatório reconhece que este último ponto é “parcialmente verdadeiro”, mas afirma que “não pode ser generalizado”. Também aqui, acrescenta, “o cuidado pastoral do bispo foi decisivo para acalmar os ânimos agitados e esclarecer o pensamento de alguns membros dos grupos estáveis”.

Por fim, o relatório observa que “alguns bispos prefeririam um retorno à situação anterior de indulto para ter maior controle e gestão da situação”.

2. A maioria dos bispos que implementaram o Summorum Pontificum expressou satisfação com ele.


Por outro lado, o relatório constatou que “a maioria dos bispos que responderam ao questionário e que implementaram o Summorum Pontificum de forma generosa e inteligente, expressam, em última análise, satisfação com ele”. Acrescenta que “nos lugares onde o clero cooperou estreitamente com o bispo, a situação se apaziguou completamente”.


Além disso, o relatório constatou que “os bispos mais atentos a este assunto observam que a forma mais antiga da liturgia é um tesouro da Igreja a ser salvaguardado e preservado: constitui um bem encontrar a unidade com o passado, saber avançar por um caminho de desenvolvimento e progresso coerentes e atender, na medida do possível, às necessidades desses fiéis”.


De acordo com o relatório: “A maioria dos bispos que responderam ao questionário afirma que fazer alterações legislativas ao Summorum Pontificum causaria mais mal do que bem”.


Com base em suas conclusões, o relatório previu que “enfraquecer ou suprimir o Summorum Pontificum prejudicaria seriamente a vida da Igreja, pois recriaria as tensões que o documento ajudou a resolver”.

Alguns bispos consideraram que uma mudança legislativa no Summorum Pontificum “fomentaria o afastamento de fiéis decepcionados da Igreja em direção à Fraternidade São Pio X ou a outros grupos cismáticos”, fomentaria a desconfiança em relação a Roma, daria origem a “um ressurgimento das guerras litúrgicas” e “até mesmo fomentaria o surgimento de um novo cisma”. Além disso, “deslegitimaria dois Pontífices — João Paulo II e Bento XVI — que se comprometeram a não abandonar esses fiéis”.

3. Os bispos são gratos pela competência da Quarta Seção da CDF (a extinta Pontifícia Comissão Ecclesia Dei)

O relatório enfatizou a importância de grupos e comunidades estáveis ​​terem um “interlocutor competente” no nível institucional, ou seja, na Santa Sé. O relatório observa que a supervisão cuidadosa realizada por pessoas com experiência e conhecimento especializado ajuda a "prevenir formas arbitrárias de autogestão e anarquia dentro dos grupos, bem como abusos de poder por parte de alguns bispos locais".

Os bispos expressaram "satisfação e gratidão" à Quarta Seção da CDF (e à antiga PCED) por seu trabalho.

4. O relatório confirmou a atração dos jovens pela forma mais antiga de liturgia.

O relatório da CDF confirmou a intuição de Bento XVI, expressa no Summorum Pontificum, de que os jovens encontrariam na liturgia romana tradicional "uma forma de encontro com o mistério da Sagrada Eucaristia particularmente adequada a eles". Observa:

"Uma observação constante dos bispos é que são os jovens que estão descobrindo e escolhendo esta forma mais antiga de liturgia. A maioria dos grupos estáveis ​​presentes no mundo católico é composta por jovens, frequentemente convertidos à fé católica ou aqueles que retornam após um período de afastamento da Igreja e dos sacramentos. Eles são atraídos pela sacralidade, seriedade e solenidade da liturgia. O que mais os impressiona, mesmo em meio a uma sociedade excessivamente barulhenta e prolixa, é a redescoberta do silêncio nas ações sagradas, das palavras contidas e essenciais, da pregação fiel à doutrina da Igreja, da beleza do canto litúrgico e da dignidade da celebração: um todo harmonioso e profundamente atraente."

5. O relatório destacou o crescimento de vocações em comunidades Ex-Ecclesia Dei desde o Summorum Pontificum.

O relatório da CDF destacou o crescimento de vocações em antigas comunidades da Ecclesia Dei desde a promulgação do Summorum Pontificum, mas observou que alguns bispos diocesanos não estão totalmente satisfeitos com isso. "Muitos jovens", afirmou, "estão optando por ingressar nos institutos da Ecclesia Dei para sua formação sacerdotal ou religiosa, em vez dos seminários diocesanos, para manifesto pesar de alguns bispos..."

6. O relatório recomendou o estudo de ambas as formas do Rito Romano como parte da formação no seminário.

O relatório, portanto, sugeriu, com base em uma ideia proposta pelos bispos, que "sessões dedicadas ao estudo de ambas as formas do Rito Romano" fossem incorporadas à formação do seminário e de outras faculdades eclesiásticas, como meio de promover maior unidade e paz, aumentar as vocações diocesanas e preparar "sacerdotes devidamente formados" para celebrar o Rito Romano.

7. O relatório recomendou: "Que o povo seja livre para escolher."

Com base nas conclusões da pesquisa do episcopado e citando um bispo filipino, o relatório da CDF conclui recomendando: “Que o povo seja livre para escolher”. E, relembrando o papel e o dever insubstituíveis, embora às vezes desafiadores, do bispo diante de Deus de apascentar o rebanho, o relatório termina com as palavras do Papa Bento XVI aos Bispos da França em 2008 a respeito do Summorum Pontificum:

“Estou ciente das vossas dificuldades, mas não duvido que, dentro de um prazo razoável, possam encontrar soluções satisfatórias para todos, para que a túnica inconsútil de Cristo não se rasgue ainda mais. Todos têm um lugar na Igreja. Cada pessoa, sem exceção, deve sentir-se em casa e nunca rejeitada. Deus, que ama todos os homens e deseja que ninguém se perca, confia-nos esta missão, nomeando-nos pastores das suas ovelhas. Só podemos agradecer-lhe pela honra e pela confiança que depositou em nós. Esforcemo-nos, portanto, por ser sempre servidores da unidade.”


Guardiões da Tradição?

A avaliação geral veio à tona depois que a arquidiocese de Detroit (EUA) se tornou a mais recente a sofrer com a repressão do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (DDW) do Vaticano, o dicastério encarregado de aplicar a Traditionis Custodes.

Em abril, seu arcebispo recém-empossado anunciou que a Missa Tradicional em Latim não seria mais permitida nas igrejas paroquiais a partir de 1º de julho de 2025. Citando um rescrito do Vaticano de 2023 do prefeito do DDW, Cardeal Arthur Roche, o arcebispo informou seus padres que os bispos locais não têm mais o poder de permitir a forma mais antiga da liturgia em uma igreja paroquial.

Em sua resposta à pergunta final da pesquisa de nove pontos do Vaticano, que obtive, o ex-arcebispo de Detroit, Allen Vigneron, resumiu o que — de acordo com o relatório oficial — a maioria dos bispos havia de fato solicitado.

A pesquisa perguntou: “Treze anos após o motu proprio Summorum Pontificum, qual é o seu conselho sobre a Forma Extraordinária do Rito Romano?” O Arcebispo Vigneron respondeu:

Meu conselho é manter a disciplina e as normas estabelecidas no Summorum Pontificum e lidar com quaisquer problemas que surjam, convocando padres e fiéis a observá-las. O motu proprio nos proporcionou uma abordagem notavelmente bem-sucedida para resolver a controvérsia que existia na Igreja sobre o status da Forma Extraordinária. A disciplina que ele implementou está dando muitos frutos, especialmente na vida dos fiéis e no restabelecimento da paz eclesial. Não há dúvida, em minha opinião, sobre a legitimidade da Forma Extraordinária como extraordinária. Essas celebrações oferecem experiências válidas da sagrada liturgia da Igreja, mas complementam a Forma Ordinária. Tais celebrações não representam de forma alguma uma ameaça à forma ordinária estabelecida após o Concílio e, na Igreja, enriquecem-na em sua diversidade. A meu ver, o Summorum Pontificum tem sido um sucesso notável.

A justificativa moral da Traditionis Custodes sempre foi frágil, dados os frutos positivos advindos do rito romano tradicional, sua crescente popularidade, especialmente entre os jovens, sua influência na família como "igreja doméstica" e sua capacidade de atrair vocações. Esta nova descoberta da avaliação geral da CDF sobre sua consulta aos bispos a respeito do Summorum Pontificum serve para lançar ainda mais dúvidas sobre a fundação e a credibilidade da Traditionis Custodes.