segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Tom Holland (Historiador) - No Ocidente, Mesmo Anti Cristãos Pensam como Cristãos


Eu já falei aqui que estou lendo (quando tenho tempo), o livro Dominion: How the Christian Revolution Remade the World (no Brasil foi traduzido como Domínio: Como o Cristiansmo Transformou o Pensamento Ocidental), do historiador Tom Holland.

É um livro muito bem escrito e fascinante, apesar de dizer o que muitos cristãos já dizem há séculos. Há pequenos problemas que identifiquei no livro até agora, como por exemplo, evitar mencionar a Igreja Católica pelo nome, mesmo quando fica óbvio no assunto que trata. Talvez com receio de perder leitores anglicanos e protestantes em geral (talvez obrigado a fazer isso pelo editor do livro). 

Não é o melhor livro que li em 2024, acho que o livro de Michael Gillespie, The Theological Origins of Modernity, é bem melhor. Aliás, acho que Tom Holland iria se beneficiar do que disse Gillespie. Mas recomendo a leitura do livro de Holland. 

Tom Holland tem aquele jeito de escrever dos ingleses que parecem que estão contando uma novidade, mesmo que países latinos já tenham escrito sobre isso várias vezes, e mesmo outros ingleses ou americanos anteriomente, como o brilhante historiador também inglês John Keegan, que era católico (faleceu em 2012). Eu já morei na Inglaterra, e sempre me pergunto por que os ingleses são assim. Mesmo quando escrevem coisas absurdas (ver Edward Gibbon, por exemplo), eles estufam o peito.  Aliás, uma das razões que não sou muito fã do Cardeal Newman, é justamente por ele apresentar esse orgulho acadêmico inglês que me incomoda.

Mas hoje descobri o vídeo acima com Tom Holland falando de por que o pensamento cristão é tão dominante no Ocidente que domina mesmo o pensamento anticristão. Ele reconheceu como antecessor do que ele falou em Nietzsche. Sim, Nietzsche viu o imenso poder do cristianismo para tentar destruí-lo. 

Vendo o vídeo fico até feliz por ter nascido no Brasil e não ter tido nem remotamente a experiência de infância dele de torcer pelos babilônios ou por Golias ou pelo Império Romano contra os judeus ou cristãos. Eu já nasci no campo de Cristo e melhor ainda da Igreja Católica.

No vídeo, ele apresenta uma abordagem pró-luterana, onde há liberdade de interpretação da Bíblia, e isso supostamente liberaria o "espírito" e o "espírito" ensinaria. Uma visão claramente equivocada da história do protestantismo. E ele também se equivoca na questão da escravidão na Bíblia, sinto muito. Tem uma visão novamente muito centrada na história da Inglaterra.

Mas vale a pena assistir ao vídeo.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Índia, Sem Futuro? E o Brasil?


Certa vez, meu chefe viajou para a Índia. Quando voltou quis contar a experiência dele. Ele voltou assustado com a sujeira e o comportamento das pessoas da Índia. E me pergntou o que eu achava? Daí, eu respondi: A culpa é dos ingleses. Ninguém entendeu nada. E eu completei: Os ingleses dominaram, exploraram a Índia, mas não levaram o cristianismo. Todos riram, mas não quiseram debater o assunto. No Brasil, as pessoas, mesmo as que estudam, não conhecem a história do Brasil, não têm ideia geralmene da história dos outros países.

Mas a Índia foi assunto da semana, nas minhas leituras.

Primeiro eu li um artigo de um indiano cujo título é: "A Ìndia é Pior do Que Você Pensa". Eu nunca vi alguém detonar o próprio país tão secamente.

O autor detona completamente a cultura do país.  Basicamente, a Índia é extremamente corrupta com um povo cuja ética é péssima.  Não se tem noção de misericórdia, a ética é mostrar poder destruindo os outros, o sadismo impera. Quem mostra misericórdia pelo semelhante é considerado fraco. 

O autor diz:

"A justiça, equidade, confiança, empatia e imparcialidade são estranhas para muitos indianos. Eles têm dificuldade em dizer a diferença entre o certo e o errado. Eles são indiferentes mesmo quando nenhum custo está associado a ser justo. Além disso, se pudessem fazer o bem sem nenhum custo pessoal, ainda prefeririam não fazê-lo, porque isso pode ser visto como um sinal de fraqueza.

Você é superior ou inferior — portanto, você é abusador ou abusado. Igualdade é impossível. Um visitante aprende muito rapidamente que dizer "por favor" e "obrigado" é visto como um sinal de fraqueza e é reservado para aqueles que desejam se rebaixar.

Os indianos não podem manter as instituições estabelecidas pelos britânicos. Essas instituições foram esvaziadas e corrompidas, tornando-se predatórias. A constituição e as leis têm pouco valor. As únicas forças que impulsionam essas instituições são subornos e conexões. Quer você aborde os mais altos líderes políticos ou os burocratas mais mesquinhos, eles exigem subornos aberta e descaradamente. 

 Indianos de casta superior abusam daqueles em castas inferiores, enquanto pessoas de casta inferior lutam com outras pessoas de casta inferior para determinar quem é superior. É um ciclo perpétuo de desconfiança e arbitrariedade. 

As pessoas no Ocidente falam sobre um sistema de quatro ou cinco castas que foi formalizado pelos britânicos. Isso confunde a questão, pois dá uma sensação exagerada de estrutura. Na realidade, há 1,4 bilhão de castas na Índia. Todas as interações são sobre avaliar você. Você acaba oprimindo os outros ou sendo oprimido. As chamadas pessoas de casta inferior são mais conscientes de casta do que as pessoas de casta superior. 

Entre os indianos comuns, as conversas giram em torno de calúnias, fofocas sobre amigos, discussões sobre celebridades, troca de superstições e animosidade em relação a outros grupos. Os hindus odeiam os muçulmanos, os muçulmanos odeiam os hindus e os sikhs odeiam os hindus. Esses grupos lutam entre si, deixando todos atomizados, mas seu ódio por outros grupos os une superficialmente. 

O princípio fundamental para entender a Índia é que ela é uma sociedade amoral e irracional, desprovida de valores. Quaisquer valores que você tente incutir vão escorregar, como água nas costas de um pato. 

Tenho visto uma piora contínua da sociedade indiana. Qualquer graça e civilidade que os missionários cristãos e os colonizadores europeus incutiram nos indianos tem sido lentamente corroída. 

Sem missionários ocidentais no comando, o cristianismo foi "nutrido" por superstições indianas e pensamento mágico e se tornou vodu. A gramática caiu no esquecimento, e o inglês muitas vezes se tornou pidgin. 

Em economia, existe um conceito de “armadilha da renda média”. Prefiro chamar a situação da Índia de “armadilha da renda baixa”. Ao contrário das crenças dos economistas profissionais, essas armadilhas têm fundamentos culturais; é virtualmente impossível escapar. 

A prosperidade não levou à paz social nem ao crescimento intelectual e espiritual. Os indianos não entendem o conceito de conforto. A maioria dos indianos ricos constrói casas extravagantes não para conforto, mas para exibir riqueza e controlar os mais fracos do que eles. Pior, a prosperidade fácil das últimas décadas, que é essencialmente um resultado dos avanços tecnológicos ocidentais, descarrilou a busca pela racionalidade e moralidade. As mídias sociais são uma plataforma para troca de mitos, superstições e pornografia. A revolução da TI não traz esclarecimento às partes mais pobres do mundo!

Hoje, a Índia está mais arraigada no pensamento mágico e na superstição do que no passado. O hedonismo é desenfreado e as famílias estão se desintegrando. 

A maioria dos indianos não consegue pensar além de dinheiro, sexo e sobrevivência — exatamente o que você esperaria de uma sociedade com um QI médio de 77. Todo valor ocidental dado a eles foi caricaturado e corrompido para esses fins. Os indianos não têm Dez Mandamentos. Eles são tão inconscientes desses valores que permanecem alheios mesmo que sejam apresentados a eles à força. Não há nada que você possa fazer sobre isso, exceto tentar entender o que a imigração da Índia e do resto do Terceiro Mundo fará ao Ocidente

Por outro lado, se você acompanhou o que disse Elon Musk e Trump na semana, viu que muito se falou sobre a necessidade de engenheiros nos Estados Unidos, e sobre como os indianos estão se formando em engenharia nos Estados Unidos, ganhando dinheiro por lá. E até fazendo parte do governo de Trump.

Segundo um gráfico que vi, os indianos são o grupo social mais rico dos Estados Unidos, muito acima dos judeus, por exemplo. Os israelenses devem estar em nono ou oitavo lugar. Filipinos, por exemplo, estão na frente dos judeus. Mas não sei o gráfico é confiável. Desconfio que não.

Mas vemos que a riqueza dos indianos nos Estados Unidos não ajuda a Índia, em nada eticamente para que o país tenha futuro.

Os indianos devem ultrapassar a China em tamanho da população indiana. Está em torno de 1,4 bilhão de pessoas. Tem sete vezes mais que a população do Brasil.

O tamanho enorme da população, o fato de falarem inglês, de terem sido colônia do Reino Unido e assim terem participado de guerras do lado dos britânicos, de gostarem mais de matemática, e de terem uma posição política internacional cínica, procurando estar em todos os lados, ajudam economicamente os indianos. Eles fazem parte dos BRICS e se abraçam com Trump ou Biden ou Putin. 

O Brasil tem população bem menor e não fala inglês. A política internacional é cínica também, mas é bem mais burra comercialmente.

Assim como o Brasil, a Índia se mostra uma decadência moral extraordinária.

O Brasil nasceu com o cristianismo para apoiá-lo. Mas, para mim, a lembrar a parábola da semente de Mateus 13, no Brasil, ou a semente do cristianismo caiu "a beira do caminho" ou "em solo rochoso". Seguramente não tem raízes e na pior das hipóteses, nem chegou a brotar. 

O povo brasileiro tem muito mais noção da ideia de misericórdia e valoriza isso. Devemos muito aos portugueses. Mas o cristianismo não tem raízes profundas, é misturado com outras religiões ou crenças supersticiosas, como ocorre na Índia.

Nenhum livro me impresisonu mais para explicar o povo brasileiro do que a Carta de Caminha. Como diz Cristo: "quem tem ouvidos, ouça".


De Novo A Falsa Doutrina do Inferno Vazio Propagada pelo Vaticano de Francisco

 



Eu escrevi um livro que estou no momento a tentar publicar. No livro, eu sigo cada palavra de Cristo para tentar identificar se ele era "suave, manso" ou se era "duro" em suas palavras. Garanto que a segunda opção está muito mais presente. E vi Cristo falar de um local onde haverá ranger de dentes e choro.

Há quase um ano o Papa Francisco disse: "“O que vou dizer não é um dogma de fé, mas minha visão pessoal: gosto de pensar no inferno como vazio; espero que seja.". Agora novamente, o chefe da Doutrina da Fé, escolhido por Francisco, levanta a falsa doutrina do inferno vazio (conhecida como "universalismo") e sustenta no que "ele sabe sobre Deus e seu plano de salvação". 

Hummm....ele poderia desenvolver mais, pois esse "plano de salvação" sem o risco do inferno eu não li na Bíblia. O que li mandava até arrancar o olho se o olho fosse fonte de pecado.

Em um mundo de tanta devassidão, mentira, ódio ao cristianismo, aborto, eutanásia, casamento gay, Francisco e seu assecla levam ainda mais almas para o inferno.

Imagine um católico dizendo para seu filho que casamentos gays são uma perversão dos planos de Deus, que essas almas se perdem e renegam Deus e vão para o inferno. Daí filho, responde: "relaxe, todos serão salvos, o papa disse isso".

Na época das palavras de Francisco, o teólogo Ralph Martin escreveu um texto para o The Catholic Register e fez um vídeo sobre o assunto

Vou traduzir o que diz o texto de Martin abaixo, é sobre  que disse Francisco em janeiro de 2024. Na realiade, Martin fala coisa bem básicas sobre a fé católica. A Bíblia e o Catecismo servem para condenar Francisco de forma bem rápida.


Qual é a ocupação do inferno?

COMENTÁRIO: Os comentários improvisados ​​recentes do Papa forneceram um momento de ensino sobre universalismo e realidade.

por Ralph Martin.


O Papa Francisco provocou polêmica com uma observação informal sobre o inferno que ele fez em 14 de janeiro em uma entrevista ao vivo de uma hora com um popular programa de televisão italiano.

Embora reconhecendo que esta é apenas sua visão pessoal, não "um dogma de fé", o Santo Padre especulou que o inferno pode ser vazio e expressou a esperança de que seja o caso: "O que vou dizer não é um dogma de fé, mas minha visão pessoal: gosto de pensar no inferno como vazio; espero que seja."

Primeiro de tudo, o que é "dogma"?

Em resumo, um dogma é uma declaração da Igreja sobre uma verdade revelada por Deus que é necessária para nossa salvação. E embora o Papa esteja apenas oferecendo sua especulação pessoal sobre a possibilidade do inferno ser vazio, o que ele espera que seja, e ele deixa claro que este não é um ensinamento oficial da Igreja, ainda assim é extremamente prejudicial.

Ele joga com uma simpatia generalizada em relação a uma heresia chamada "universalismo", que ensina que talvez — ou certamente — todos acabarão no céu. Em algumas variações, até mesmo o diabo e os demônios serão salvos. Mas falaremos mais sobre isso depois.

Neste ambiente, então, é extremamente importante que saibamos o que Deus nos revelou sobre a realidade do inferno e quão possível é acabar lá. Infelizmente, essas verdades muito importantes raramente são pregadas ou ensinadas. Mas a boa notícia é que as observações do Papa permitem um momento de ensino, onde a atenção a essas verdades pode ser dada.

Felizmente, temos hoje o Catecismo da Igreja Católica, que transmite de forma confiável o ensino constante da Igreja sobre as Quatro Últimas Coisas (morte, julgamento, céu e inferno). Precisamos saber o que a Igreja ensina sobre o inferno se quisermos manter nossa cabeça limpa e nossos pés no caminho certo neste clima de confusão, pensamento positivo e negação.

O que o Catecismo ensina?

Baseando-se na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, o Catecismo ensina claramente que qualquer um que morra impenitente em pecado mortal irá diretamente para o inferno:

“[O inferno é o] estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e os bem-aventurados, reservado para aqueles que se recusam por sua própria livre escolha a crer e se converter do pecado, até o fim de suas vidas” (1033).

“O ensinamento da Igreja afirma a existência do inferno e sua eternidade. Imediatamente após a morte, as almas daqueles que morrem em estado de pecado mortal descem ao inferno, onde sofrem as punições do inferno, ‘fogo eterno’. A principal punição do inferno é a separação eterna de Deus, em quem somente o homem pode possuir a vida e a felicidade para as quais foi criado e pelas quais anseia” (1035; veja também 393).

Este ensinamento, baseado nas Escrituras, é que, uma vez que somos criaturas corpóreas, nossos corpos ressuscitados participarão das alegrias eternas ou horrores eternos de nossos destinos finais. O duplo sofrimento do inferno é tradicionalmente descrito como a dor da perda e a dor do sentido.

Em 1979, sob o Papa João Paulo II, a Congregação para a Doutrina da Fé respondeu a algumas perguntas sobre escatologia (doutrina referente às coisas últimas ou finais) e reafirmou o ensinamento tradicional:

“Em fidelidade ao Novo Testamento e à tradição, a Igreja acredita na felicidade dos justos que um dia estarão com Cristo. Ela acredita que haverá punição eterna (poena aeterna) para o pecador que será privado da visão de Deus, e que essa punição terá uma repercussão em todo o ser do pecador” (7).

O Catecismo convoca cada católico a viver sua vida à luz da eternidade, com a cosmovisão bíblica controlando sua compreensão e decisões. Esta não é uma teologia de torre de marfim ou verdades abstratas e rígidas. São palavras de advertência e palavras de vida, com nossa felicidade em vista.

Uma maneira muito comum de fugir da clareza desse ensinamento é questionar se é realmente possível cometer um pecado mortal ou, para aqueles que aparentemente vivem em estado de pecado mortal, se eles são realmente culpados ou não.

Catecismo aborda claramente essas objeções. Primeiro, ele afirma que ninguém deve ser considerado ignorante da lei natural, isto é, a percepção humana comum de que matar, roubar, mentir, trapacear e cometer adultério injustamente é errado. O Catecismo ensina ainda que todos os seres humanos têm a obrigação de buscar a verdade sobre Deus e não podem descansar confortavelmente em sua suposta ignorância (1791). Ele até reconhece, como o profeta Jeremias, que o coração humano é frequentemente desesperadamente corrupto — e que fingir ignorância do grave erro que estamos cometendo é especialmente culpável (1857-1861).

Ações objetivamente erradas ainda são erradas

E a verdade crítica permanece: não importa o quanto a culpabilidade possa ser reduzida, ações objetivamente erradas ainda são erradas e são intrinsecamente más, prejudicando as pessoas que se envolvem nelas, sejam elas culpadas ou não.

Eu trato dessas questões em detalhes no Capítulo 6 — “Alguém é responsável?” — no meu livro A Church in Crisis: Pathways Forward (Emmaus Road, 2021). Não devemos focar em quão culpados nós ou outros somos, mas sim em quão gravemente errado é o que estamos fazendo, e fazer todo esforço para nos libertar, com a graça de Deus, de tais ações objetivamente erradas que nos prejudicam e aos outros, qualquer que seja nosso grau de culpabilidade. Acho que isso reflete melhor o conselho de Jesus sobre a questão do pecado grave:

“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher com intenção impura, já adulterou com ela em seu coração. Se o teu olho direito te faz pecar, arranca-o e lança-o fora; é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. E se a tua mão direita te faz pecar, corta-a e lança-a fora; é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo vá para o inferno” (Mateus 5:27-30).

Hipérbole judaica? Sim. Não arranque seu olho ou corte sua mão se eles forem instrumentos de pecado. Mas faça tudo o que puder para se livrar do pecado sério, pois ele o enviará para o inferno se você não o fizer. Esta é uma mensagem que precisa ser ouvida com muito mais frequência hoje e com grande urgência e autoridade, a urgência e autoridade de Jesus.

O Catecismo afirma: “As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja sobre o assunto do inferno são um chamado à responsabilidade que incumbe ao homem de fazer uso de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Eles são ao mesmo tempo um chamado urgente à conversão: Entrai pela porta estreita; porque a porta é larga e o caminho é fácil, que leva à destruição, e aqueles que entram por ela são muitos. Porque a porta é estreita e o caminho é difícil, que leva à vida, e aqueles que a encontram são poucos” (1036; veja também 1734, 1428).

Como não sabemos nem o dia nem a hora, devemos seguir o conselho de Nosso Senhor e vigiar constantemente para que, quando o curso único de nossa vida terrena for concluído, possamos merecer entrar com ele na festa de casamento e ser contados entre os bem-aventurados, e não, como os servos maus e preguiçosos, sermos ordenados a partir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde “os homens chorarão e rangerão os dentes” (Lucas 13:28).

Às vezes, as pessoas dizem que não devemos assustar as pessoas para a conversão. No entanto, o medo do inferno e as consequências do pecado são um excelente começo para a jornada espiritual. Santa Teresa de Ávila, Francisco de Sales e Inácio de Loyola atestam o papel valioso que o medo do inferno desempenha na motivação da jornada espiritual. Como sabemos, a jornada espiritual não termina aí. Ela leva ao “amor perfeito lançando fora o medo” (1 João 4:18) da punição, mas essa é a jornada de uma vida inteira. A realidade é que o inferno existe, e o impulso inconfundível das Escrituras e a interpretação tradicional de tais Escrituras pelos maiores teólogos da Igreja é que é muito provável que muitas pessoas vão para lá.

Há inúmeras tentativas de explicar o significado claro das Escrituras e sua interpretação constante pela Igreja: às vezes por especulação teológica sofisticada, às vezes por pensamento positivo e presunção tola, o resultado de mentes obscurecidas; às vezes simplesmente ignorando-o na esperança de que ele recue para o fundo e desapareça, sem ter que negá-lo; às vezes apenas acompanhando a cultura popular que não leva mais essas verdades a sério.

Essa mentalidade, combinada com a declaração do Papa Francisco em 14 de janeiro, reenergizou o pensamento e o sentimento universalista que está afetando muitos católicos. Teólogos respeitados como Karl Rahner e Hans Urs von Balthasar especularam sobre a possibilidade de haver um inferno vazio e deixaram claramente suas simpatias serem conhecidas, como ressalto em meu livro Will Many Be Saved? What Vatican II Actually Teaches and Its Implications for the New Evangelization (Eerdmans, 2013). Essas teorias se infiltraram no pensamento de muitos educadores religiosos e clérigos e também atingiram o católico comum.

O fato de que, após o Vaticano II, a Igreja não enfatizou a tradição dogmática clara e certa sobre as Quatro Últimas Coisas levou muitos católicos a esquecer essas verdades ou a se perguntar se ainda acreditamos nelas.

Se mantivermos a crença de que o inferno é vazio, provavelmente vazio ou escassamente povoado, há uma tendência natural para a humanidade prestar mais atenção em "melhorar o mundo" e simpatizar com as causas do mundo do que se concentrar na proclamação ousada de que o nome de Jesus é o único nome que pode salvar alguém (Atos 4:12). Ou que as pessoas precisam "salvar-se desta geração perversa" (Atos 2:40), por meio do arrependimento, da fé e do batismo. Ou que, para escapar da ira que está por vir (1 Tessalonicenses 1:10), elas precisam se unir a Jesus e à Igreja e obedecer aos seus mandamentos.

Se o inferno está vazio — ou muito possivelmente poderia estar — precisamos realmente insistir mais que o que Jesus e os apóstolos ensinam sobre o propósito da sexualidade humana e do casamento deve ser obedecido para sermos salvos? Ou poderíamos falsificar um pouco para nos darmos melhor com o "homem moderno"?

Esta não é apenas uma discussão esotérica sobre "dogma". As verdades sobre os destinos finais dos seres humanos são as verdades mais importantes para as pessoas saberem; e, infelizmente, raramente são faladas mais. Mais frequentemente, são publicamente questionadas, inspiradas mais recentemente pela esperança pessoal do Papa Francisco, ou simplesmente ignoradas, o que depois de um período de tempo lança dúvidas sobre sua importância ou veracidade.

Ralph Martin é o presidente do Renewal Ministries e o diretor de programas de teologia de pós-graduação na Nova Evangelização no Sacred Heart Major Seminary na Arquidiocese de Detroit.

domingo, 22 de dezembro de 2024

Pesquisa: Censura, Autocensura e Perseguição a Conservadores nas Universidades


Pesquisa do instituto FIRE (Foundation for Individual Rights and Expression) mostrou o efeito da perseguição esquerdista nas universidades. A pesquisa comparou com a época conhecida como "macarthismo", em alusão, a censura e autocensura que havia nos anos 50 do século passado nas universidades americanas por influência do senador Joseph McCarthy, que procurava a presença de comunistas influentes nos Estados Unidos. 

A época atual é muito pior que a do macartismo, quatro vezes pior. 

Esta é a maior pesquisa sobre liberdade acadêmica e liberdade de expressão nas faculdades e universidades dos Estados Unidos. O relatório representa uma pesquisa nacional com 6.269 professores titulares, em 55 faculdades e universidades dos Estados Unidos. 

Quem mais sofre com censura, autocensura e perseguição são os conservadores e os moderados. A perseguição já começa na contratação. Os professores são céticos de que conservadores seriam bem-vindos em seus departamentos. Especificamente, enquanto quase três quartos dos professores disseram que um indivíduo liberal seria um ajuste positivo em seu departamento, apenas um em cada cinco disse o mesmo sobre um indivíduo conservador. Embora haja diferenças prováveis ​​entre disciplinas acadêmicas, no geral a maioria dos professores indica que conservadores estariam fora de lugar em seus departamentos. E no ensino superior, “ajuste ruim” geralmente pode ser traduzido como “não admitido”, “não contratado” ou “não promovido”.

A pesquisa mostrou que mesmo em conversas informais fora da universidades, os professores, especialmente conservadores, podem sofrer censura.

Entre os temas que apresentam maior risco de sofrer censura estão:

  • Conflitos que envolvem Israel;
  • Racismo;
  • Questões de gênero (gayzismo, trans, LGBT);
  • Aborto;
  • Religião; 
  • Eleições.

A pesquisa mostrou que:

  • 35% dos professores dizem que recentemente amenizaram sua escrita por medo de controvérsia, em comparação com 9% dos professores que disseram o mesmo durante a era McCarthy;
  • 14% dos professores sofreram disciplina ou ameaças de disciplina por seus ensinamentos, pesquisas, palestras acadêmicas ou outros discursos fora do campus;
  • 27% dos professores se sentem incapazes de falar livremente por medo de como os alunos, administradores ou outros professores responderiam;
  • 40% dos professores se preocupam em prejudicar suas reputações porque alguém entendeu mal algo que eles disseram ou fizeram;
  • 23% dos professores se preocupam em perder seus empregos porque alguém entendeu mal algo que eles disseram ou fizeram;
  • 50% dos professores dizem que raramente ou nunca é justificado exigir que os candidatos a cargos docentes enviem declarações prometendo comprometimento com diversidade, equidade e inclusão;
  • 66% dos professores dizem que faculdades e universidades não devem tomar posições sobre questões políticas e sociais.

Abaixo, mostro mais alguns gráficos da pesquisa, além do que vai acima. E um amigo me enviou um resumo da pesquisa feita por Inteligência Artificial. Vai em seguida.







Resumo feito por IA:

1. Clima de Autocensura e Temor

O relatório evidencia um ambiente acadêmico onde muitos professores, especialmente aqueles com visões políticas ou ideológicas minoritárias, sentem-se compelidos a censurar suas opiniões. Esse fenômeno não se limita a preservar a etiqueta profissional, mas reflete um medo real de represálias, como perda de emprego ou reputação. Tal cenário sugere um afastamento dos ideais de liberdade intelectual e debate aberto, essenciais para o desenvolvimento humano e para a busca da verdade. A autocensura, mesmo que silenciosa, enfraquece o papel da academia como espaço para a investigação sincera e o progresso.

2. Preocupações com Doutrinas Ideológicas

As iniciativas relacionadas a diversidade, equidade e inclusão (DEI) são apontadas como fontes de controvérsia e divisões. Embora tenham objetivos nobres, essas políticas frequentemente assumem a forma de "testes ideológicos", exigindo adesão a valores que não são universalmente aceitos. Este ambiente compromete a liberdade de consciência e a pluralidade de ideias. Ao invés de promover uma verdadeira inclusão, muitas vezes acabam excluindo aqueles que têm visões divergentes, o que enfraquece o diálogo necessário para a construção de uma sociedade justa e equilibrada.

3. Falta de Neutralidade Institucional

A pesquisa demonstra que uma maioria significativa de professores apoia a neutralidade institucional em questões políticas e sociais. Essa posição reflete o desejo de preservar o espaço acadêmico como um local de investigação descomprometido com ideologias específicas. Quando universidades se posicionam oficialmente em debates políticos ou sociais, correm o risco de criar ortodoxias que restringem o pensamento crítico e o debate. Um compromisso com a neutralidade permitiria que o ambiente universitário se tornasse verdadeiramente um espaço de aprendizado e formação para todos, sem favorecer uma visão em detrimento de outra.

4. Impacto Moral e Ético

O crescimento de políticas que desencorajam debates abertos, promovem liturgias ideológicas e sancionam divergências vai além das questões acadêmicas. Ele ameaça a integridade moral do ambiente educacional, transformando a busca pela verdade em um exercício de conformidade. Este tipo de abordagem relativista pode levar ao enfraquecimento dos pilares éticos que sustentam a sociedade. Um ambiente acadêmico saudável precisa cultivar a liberdade de expressão com responsabilidade, promovendo o respeito mútuo e a formação ética.

5. Chamado à Renovação Ética

O contexto descrito no relatório aponta para a necessidade de um esforço conjunto para restaurar os princípios fundamentais que regem as instituições acadêmicas. Um ambiente educacional verdadeiramente inclusivo e produtivo deve ser construído sobre os valores de respeito mútuo, liberdade intelectual e honestidade. Professores e líderes universitários devem agir com coragem para defender a pluralidade e a integridade intelectual, mesmo diante de pressões externas. Apenas assim será possível preservar a função primordial da academia: formar cidadãos críticos e conscientes, comprometidos com o bem comum e a verdade.



sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Música Natal de 2024 - Para Quem Anda Sem Esperança.


Eu nunca estive tão triste e desaperançoso com a situação do Brasil, em termos políticos, sociais e econômicos. Simplesmente tenho dificuldade de ver solução, ou força social, religiosa ou política que possa reverter. A mentira e a falta de defesa ética dominam em todo lado que se olha.

A velha música acima fala de desepero em tempos de Natal. A banda que toca é uma banda cristã chamada Casting Crows, algo como selecionando corvos. Corvos costumam significar luto, tristeza. Apesar de eu os achar pássaros belíssimos. 

Este blog iniciou uma tradição de em todo dezembro sugerir uma música de Natal. Começou em 2018, com os 200 anos de Noite Feliz. No ano passado, eu falhei nisso, pois estava muito voltado para a condenação do gayzismo do Fiducia Supplicans de Francisco.

Este ano,  a sugestão é essa velhíssima canção chamada "I Heard the Bell on Christmas Day". É uma canção de Natal baseada no poema de 1863 "Christmas Bells" do poeta americano Henry Wadsworth Longfellow.

A canção ressalta o desespero que se observa no mundo, com guerras e estupidezes. A letra fala do narrador ouvindo sinos de Natal durante a Guerra Civil Americana, e vendo que "o ódio é forte e zomba" da ideia de que o nascimento de Cristo trouxe paz na terra aos homens de boa vontade, como diz a Bíblia (Lucas 2:14).

Depois de muita angústia e desânimo, a canção conclui com os sinos tocando com a resolução de que "Deus não está morto, nem dorme" e que sim há "paz na terra e boa vontade para os homens".

É uma belíssima canção. E sempre vale para nosso mundo que tanto desespero sugere. 

Feliz Natal a todos. Que os sinos toquem!!!

Abaixo vai a  letra da música:


I heard the bells on Christmas day
Their old familiar carols play
And mild and sweet their songs repeat
Of peace on earth good will to men

And the bells are ringing
Like a choir they're singing
In my heart I hear them
Peace on earth, good will to men

And in despair I bowed my head
There is no peace on earth, I said
For hate is strong and mocks the song
Of peace on earth, good will to men

But the bells are ringing
Like a choir singing
Does anybody hear them?
Peace on earth, good will to men

Then rang the bells more loud and deep
God is not dead, nor doth He sleep
The wrong shall fail, the right prevail
With peace on earth, good will to men

Then ringing singing on its way

The world revolved from night to day
A voice, a chime, a chant sublime
Of peace on earth, good will to men

And the bells they're ringing
Like a choir they're singing
And with our hearts we'll hear them
Peace on earth, good will to men

Do you hear the bells they're ringing?
The life the angels singing
Open up your heart and hear them
Peace on earth, good will to men

Peace on earth, Peace on earth
Peace on earth, Good will to men.

 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Site para Cardeais Conhecerem Cardeais.


Foi criado um site dedicado exclusivamente para explicar quem são os cardeais. São tantos e tantos, a Igreja extrapolou na mania de dar cargos. Lembro do paradoxo que identicaram no Reino Unido, quanto mais a Inglaterra perdia colônias mais o setor relacionado a cuidar das colônias contratava gente. Também lembro de outro paradoxo moderno, quanto mais avançada é a medicina mais a cultrua da morte avança. Em tempos em que muitos do clero se afastam da propagação do cristianismo pelo mundo existem cada vez mais cardeais.

Bom, mas divaguei. Vamos para o caso do site dos cardeais.  Foi criado o site "The College of Cardinals Report" que traz a biografia de cada cardeal e os analisa. É dito que a criação do site foi feita a pedido dos próprios cardeiais que desejavam conhecer os "colegas".  

O site nos apresenta de cara aqueles cardeiais que considera possíveis próximos papas , "papabili".



Entre os cardeais, só conversei pessoalmente com um deles na minha vida, cardeal Raymond Burke, que não é papabili (conservador demais para esses tempos sombrios) e só vi pessoalmente outro, cardeal Peter Erdo, da Hungria. Assisti a uma missa dele em Budapeste. Cardeal Erdo está entre os papabili. Gostei muito do cardeal Erdo. 

Além disso, só acompanho de perto o que dizem o cardeal Sarah e o cardeal Burke. Entre os papabili torço para Erdo e Sarah se tornarem papas.

Mas nao faço ideia da políticas e conversas internas entre os cardeais. Só sei que Francisco tem nomeado inúmeros, então, em tese, boa arte deve ser "progressista". Mas também sei que todos sabem da bagunça doutrinária e administrativa que Francisco trouxe para a Igreja. Francisco, para mim, é o pior papa da história, então o futuro papa, se quiser seguir realmente Cristo, terá uma montanha de problemas. 

São 253 cardeais, sendo 149 nomeados por Francisco (59%), 63, por Bento XVI e 41, por João Paulo II. Cardeal Erdo foi nomeado por João Paulo II, e os cardeais Sarah e Burke foram nomeados por Bento XVI. Dos 253, só 140 votam para escolher o novo papa, destes 110 foram nomeados por Francisco (78,5%). Apenas 6 nomeados por João Paulo II votam (entre eles, Erdo). 24 dos que foram nomeados por Bento XVI votam.

O site é muito importante para os cardeais e nós leigos. Obrigado aos criadores.



quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Dia dela - Nossa Senhora de Guadalupe


Nossa Senhora de Guadalupe, para mim, é uma dádiva profunda e gigante que me libertou e pacificou no dia dela.

Viva Nossa Senhora de Guadalupe, hoje e sempre!


terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Padre Wander de Jesus: O Caso João Paulo I, a Maçonaria e a Revolução em Francisco


Descobri este vídeo hoje com o Padre Wander de Jesus. Ele fala de coisas muito importantes e diz que Francisco é o ápice da infiltração maçônica da Igreja que chega ao ponto de dizer aos líderes globalistas que a "agenda está atrasada". Além disso, padre Wander fala do possível assassinato de João Paulo I, usando o depoimento do padre Charles Murr.

Todas as informações que ele nos fornece podem sofrer escrutínio e contraditório. Algumas são muito impressionantes. Não conhecia este padre. Mas vale a pena assistir. 



 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Golpes Contra a Direita na Europa

 

Este é um assunto que deveria estar com destaque em todos os jornais do mundo e sofrer escrutínio acadêmico universal.

Uma direita minimamente conservadora e não formada por esquerdistas disfarçados (tipo PSDB no Brasil) surgiu na Europa. E a esquerda está desesperada, pois esta Direita tem muio voto.

Com isso a Direita na Europa, partidos que desejam salvar a cultura cristã, está sofrendo golpes políticos em diversos países europeus. Ganha muito do voto popular mas não recebe o poder que deveria receber.  Sem falar no uso de força policial para calar os conservadores nas mídias sociais.

Destaca-se o que ocorre nos países mais ricos da Europa: Alemanha, França e Reino Unido, além do extremo absurdo que ocorre na Romênia.

Um assunto dessa magnitude recebe pouquíssima atenção.  Mas hoje vi um texto no Zero Hedge.  Traduzo abaixo:

A democracia está morta: um golpe contra os movimentos de direita está em andamento na Europa

por Tyler Durden. 

No passado, as elites progressistas geralmente não eram ameaçadas pelas campanhas dos antigos partidos de centro e centro-direita porque esses grupos há muito são administrados por falsos conservadores sem intenção de perturbar o desvio da Janela de Overton para a esquerda radical. Mas é claro que os tempos mudaram. A oposição legítima à extrema esquerda está aumentando na forma de partidos políticos lutando por fronteiras seguras e iniciativas anti-wokeness, e os progressistas estão furiosos.

Eles experimentaram o poder quase total e, embora afirmem ser os santos padroeiros da democracia, estão adotando abertamente ideais autoritários para manter esse poder.

Nos EUA, a extrema esquerda vem travando uma guerra de propaganda total e abusa do sistema legal há anos como um meio de impedir que os conservadores retornem ao governo. As táticas de lawfare utilizadas contra Donald Trump foram sem precedentes, mas acabaram falhando.  Na Europa, porém, os esquerdistas estão obtendo mais sucesso.

Na Alemanha, o establishment está tentando banir o cada vez mais bem-sucedido Partido AfD, alegando que eles representam um "retorno ao fascismo". Mais de 100 legisladores apoiaram a resolução, embora não esteja claro se uma votação será realizada. O AfD é o segundo partido mais popular na Alemanha e recentemente apresentou um candidato para chanceler nas próximas eleições de fevereiro. 

Todos os outros partidos políticos na Alemanha são variações do espectro progressista. Os esquerdistas dizem que se o AfD ganhar qualquer poder governamental significativo, eles se recusarão a trabalhar com eles, preferindo deixar o governo alemão em um estado de limbo em vez de aceitar a vontade dos eleitores. Deve-se notar que o governo de coalizão da Alemanha já está entrando em colapso e o país está em crise. 

Na França, o crescente sucesso de Marine Le Pen e seu Partido Rally Nacional foi recebido com extremo escárnio pelas elites progressistas.  O establishment sob Emmanuel Macron se envolveu em trapaças políticas depois que o Rally Nacional venceu o primeiro turno das eleições francesas. Os centristas estabeleceram uma coalizão com os esquerdistas radicais como uma forma de impedir que a direita tomasse o poder. A medida foi tecnicamente legal, mas considerada por muitos como um esforço imoral para negar aos eleitores franceses conservadores uma voz. 

As elites também estão tentando usar a guerra jurídica contra Le Pen, conjurando acusações de uso indevido de fundos da UE com a intenção de garantir que ela possa concorrer nas eleições de 2026. Como na Alemanha, deve-se notar que a própria coalizão que foi colocada em prática para manter a direita fora do governo agora entrou em colapso sob um voto de desconfiança do primeiro-ministro Barnier e a França está atualmente em crise.

Na Grã-Bretanha, não há um partido de direita para representar os interesses públicos. O atual regime progressista/globalista violou o espírito do voto Brexit e abriu as fronteiras do país para a imigração do terceiro mundo. Os resultados foram desastrosos. O governo e a mídia britânica agora passam a maior parte do tempo tentando esconder o aumento de crimes violentos cometidos por migrantes na Europa e no Reino Unido. Sem representação, o público britânico foi às ruas para protestar. 

Em resposta, os esquerdistas reprimiram a liberdade de expressão, prendendo pessoas que criticam a imigração aberta online. A democracia está completamente morta na Grã-Bretanha. 

Na Romênia, o Tribunal Constitucional cancelou pela primeira vez os resultados de uma eleição presidencial porque um candidato de "direita" venceu inesperadamente o primeiro turno. O governo alega que Calin Georgescu recebeu um impulso online em sua conta de campanha no TikTok de fontes russas e isso representou uma "distorção do voto".  O tribunal não produziu nenhuma evidência concreta para apoiar essa alegação, nem explicou como o tráfego russo artificial na conta TikTok de Georgescu se traduz em votos romenos.

Os tribunais estão agora determinando se apresentarão acusações criminais contra Georgescu. Afinal, eles não podem realizar outra eleição apenas para o candidato vencer novamente e provar que as acusações russas são uma farsa. Os promotores estão invadindo seus aparentes financiadores de campanha em busca de provas de interferência eleitoral. Georgescu diz que nunca teve qualquer vínculo com a Rússia ou qualquer outra entidade estrangeira; ele chamou o Tribunal Constitucional da Romênia de "tribunal da máfia" participando de um golpe contra o povo romeno.

Mais uma vez, esta é a morte completa da Democracia como a esquerda política a promove.     

A explosão do entusiasmo público por movimentos de direita na Europa com políticas legitimamente conservadoras (entre os mais jovens em particular) provou que a guinada para a esquerda não é o que a população quer; nunca foi.  No entanto, o establishment progressista considerou esta mudança no sentimento público inaceitável. Eles decidiram fazer tudo e qualquer coisa para manter o poder, mesmo que isso signifique abandonar os processos democráticos que eles afirmam defender.



sábado, 7 de dezembro de 2024

Francisco Aprova Peregrinação Gay para Jubileu 2025

 


Papa Francisco dedica um dia em 2025 (6 de setembro) para a peregrinação gay e todos da LGBT para celebrar jubileu 2025.

Diz o texto do jornal:

"O Jubileu de 2025 abrirá as portas para a primeira peregrinação expressamente dedicada aos gays e a todas as pessoas LGBTQIA+. ...

Uma novidade absoluta, escreve o jornal na Via del Tritone, especialmente se considerarmos que em 2000, ano do último Jubileu ordinário, o Vaticano se opôs firmemente à Parada Mundial do Orgulho Gay, que naquele ano se realizou em Roma, capital do cristianismo.  No final, o desfile aconteceu, mas não sem inúmeras polêmicas.

No calendário oficial do Ano Santo de 2025, revela ainda o jornal romano, "um momento de espiritualidade especial foi incluído no dia 6 de setembro, e a histórica Igreja barroca de Gesù atuou como promotora para acolher os peregrinos LGBT+, seus pais, os operadores e todos aqueles que gravitam em torno destas associações arco-íris, lideradas na Itália pela Tenda de Gionata".  O evento recebeu o título de “Igreja, casa de todos, cristãos LGBT+ e outras fronteiras existenciais” e foi incluído no calendário de eventos previstos.

O Papa aceitou a ideia do Padre Pino Piva, um jesuíta de Bolonha que sempre se dedicou ao mundo arco-íris" lemos novamente no Messaggero.  Depois, tendo ouvido também o parecer positivo do Cardeal Matteo Maria Zuppi e os acordos feitos com o Arcebispo Rino Fisichella, organizador do Ano Santo, foi possível traçar um programa definitivo e definir os dias em que este Jubileu será celebrado." 


O que dizer?

O Lepanto Institute disse que papa atrai a ira de Deus ao Vaticano e à Igreja Católica. 

Claro que sim.

Que terrível pontificado fruto da renúncia de Bento XVI!!!!


terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Pesquisa Educação no Mundo: Piorando e Tecnologia Ajuda a Piorar



A instituição Ipsos apresentou uma pesquisa sobre a educação mundial. A pesquisa envolveu 30 países e entrevistou diferentes gerações, desde boomers, que nasceram de 1946 a 1964, até a geração Z que nasceu até 2010. Entrevistar pessoas sobre perguntas que a resposta exige muito conhecimento não é tarefa fácil. Podem aparecer respostas contraditórias. A pesquisa mostra isso por exemplo com a Indonésia, que costuma ter notas muitas baixas em testes de edcuação, mas boa parte da população acha que a edcuação no país é boa. Enquanto no Japão, cujos alunos tiram notas muito altas nos testes, se avalia que a educação lá está muito ruim. Para se avaliar bem a educação é necessário ter tido uma ótima educação em casa ou na escola.  

Por outro lado, é muto importante termos a percepção da população sobre a educação, é ela que vai mover os políticos a fazerem algo.

Assim, por exemplo, o fato de nos Estados Unidos 33% acharem que a ideologia dos professores é um grande prejudicial para a educação é dado muito improtante. Essa preocupação é  maior entre todos os países avaliados, mas países como Espanha, Hungria. Polônia e Coreia tambem se preocupam com isso.

Interessante ver que as pessoas acham qur a tecnologia está sendo cada mais um prejudicial para a educação. Sim, eu como professor avalio que a tecnologias são terríveis em muitos aspectos. 

Em suma, é uma pesquisa que tem muito a dizer. Vale muito a pena uma análise.

Aqui vão alguns gráficos da pesquisa:








sábado, 30 de novembro de 2024

"Morte Assistida" no Reino Unido. Como Justifcaram o Não

 


A Câmara dos Deputados do Reino Unido aprovou "morte assistida" (eutanásia). Terror. Os que aprovaram justificaram o voto, pasmem, na "caridade" (pessoas teriam o direito de se matar se não vissem saída) e como justicaram os que foram contra?

Acima, tem a posição do historiador Tom Holland. Eu me interessei pela posição dele porque estou exatamente no momento lendo o excelente livo dele "Dominion: How the Christian Rvolution Remade the World".



Tom Holland no livro mostra como um homem que morreu pela pior das mortes, a morte dada aos priores criminosos e escravos, moldou e venceu eticamente o mundo.

Mas vejam como ele justificou apoiar o não, na imagem acima. Com ironia, dizendo que o estado inglês não consegue fornecer saúde nem justiça adequada para ser capaz de manter a eutanásia sob controle.

E como justificou Nigel Farage, o líder supostamente conservador do Reino Unido?

Vejam abaixo:



Ele disse algo como: "ei, eu sou caridoso também com as pessoas que querem se matar, mas acho que a lei pode se degenerar e matar pessoas".

Sim, alguns se levantaram dizendo que o Reino Unido agora está do lado da cultura morte.

Mas, em suma, como eu costumo dizer, desde que morei no Reino Unido: não existem conservadores relevantes no Reino Unido, todos são de esquerda eticamente. Assim, como a Igreja Anglicana está morta, estamos vendo o cristianismo lá em "morte assistida".


sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Tolkien: Comunismo, Nazismo e Guerra Civil Espanhola


Estou ecrevendo sobre o pensamento filosófico de Elisabeth Anscombe sobre guerra, em especial sobre a Segunda Guerra Mundial. Tolkien, o autor de Senhor dos Anéis, faleceu em 1973, é um ilustríssimo autor católico inglês, assim como foi Anscombe (que não é asism tão católica em suas análises). Além disso, Tolkien foi soldado de infantaria na Batalha de Somme, a batalha mais sangrenta da história para os ingleses.

Hoje, uma lacuna nos meus conhecimentos sobre Tolkien foi preenchida. Se Tolkien morreu em 1973, além de ter participado da Primeira Guerra, ele viu a Guerra Civil Espanhola, viu a Segunda Guerra, e viu a Guerra Fria.

O que Tolkien pensava de tudo isso?

Hoje descobri as respostas no livro "The Letters of J.R.R. Tolkien", de 1981., republicado em 2023.

Em resumo, Tolkien destestava o comunismo (e Stálin), o nazismo (e Hitler) e ficou do lado de Franco na Guerra Civil Espanhola. Sensacional. 

Há diversos sites na internet que mostram as opiniões de Tolkien em resumo do livro. Por exemplo, tem este aqui. E também há artigos sobre o pensamento de Tolkien sobre a Guerra Civil Espanhola, como este aqui.


quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Cardeal Muller Acusa Papa de Pecar Contra Espírito Santo?

 


O pecado contra o Espírito Santo é o único pecado que não tem perdão, assim disse o próprio Jesus Cristo (Mateus 12:32, Marcos 3:29, Lucas 12:10). O cardeal Muller escreveu um artigo sobre os setes pecados contra o Espírito Santo, no artigo vemos que não é nada difícil cometer este pecado imperdoável, e hoje em dia esse pecado é muito corriqueiro.

O título do artigo é "The Seven Sins Against the Holy Spirit: A Synoda Tragedy" (Os Sete Pecados contra o Espírito Santo: Uma Tragédia Sinodal". Claro, pelo título que o cardeal Muller vai criiccar fortemente o Sínodo da Sinodalidade. Sim, ele fez isso. Mas parece fazer muito mais. Ele disse que é pecado contra o Espírito Santo um papa demitir um bispo sem o devido processo canônico. Pode-se dizer que Francisco fez isso no caso do bispo Joseph Strickland. Foi assim considerado pelo site Breibart, que leu o texto de Muller e publicou artigo chamado "Ex-chefe do Vaticano acusa o Papa Francisco de ‘pecados contra o Espírito Santo’".

Além da questão da sindodalidade e da demissão de bispos sem o devido processo canônico, Muller ainda critica o pensamento radical ambientalista tão presente em Francisco. As palavras de Muller atingem Francisco em pelo menos três do sete pecados contra o Espírito Santo (o terceiro, o quarto e o sétimo).

Muller chega a usar a frase de Francisco: "todas as religiões são caminhos para Deus", sem citar o autor, apenas colocando entre aspas, para criticar fortemente este pensamento.

É um artigo excelente para ficarmos atentos a este pecado que é inperdoável e costumou provocar tantas análises desde sempre.

Traduzo o artigo de Muller abaixo:

Os Sete Pecados Contra o Espírito Santo: Uma Tragédia Sinodal

por Gerhard Cardinal Müller

22. 11 . 24

Quem tiver ouvidos ouça o que o Espírito está dizendo às igrejas” (Ap 2:11). Esta passagem das Escrituras é frequentemente citada para justificar uma chamada “Igreja sinodal”, um conceito que pelo menos parcialmente, se não completamente, contradiz a compreensão católica da Igreja. Facções com segundas intenções sequestraram o princípio tradicional da sinodalidade, ou seja, a colaboração entre bispos (colegialidade) e entre todos os crentes e pastores da Igreja (com base no sacerdócio comum de todos os batizados na fé), para promover sua agenda progressiva. Ao executar uma reviravolta de 180 graus, a doutrina, a liturgia e a moralidade da Igreja Católica devem ser tornadas compatíveis com uma ideologia neognóstica woke.

Suas táticas são notavelmente semelhantes às dos antigos gnósticos, sobre os quais Irineu de Lyon, que foi elevado a Doutor da Igreja pelo Papa Francisco, escreveu: “Por meio de suas plausibilidades habilmente construídas [eles] atraem as mentes dos inexperientes e os levam cativos. . . . Esses homens falsificam os oráculos de Deus e se mostram maus intérpretes da boa palavra da revelação. Por meio de palavras especiosas e plausíveis, eles astuciosamente atraem os simplórios a indagar [em um entendimento mais contemporâneo]” até que sejam incapazes de “distinguir a falsidade da verdade” (Contra as Heresias, Livro I, Prefácio). A revelação divina direta é armada para tornar aceitável a auto-relativização da Igreja de Cristo (“todas as religiões são caminhos para Deus”). A comunicação direta entre o Espírito Santo e os participantes do Sínodo é invocada para justificar concessões doutrinárias arbitrárias (“casamento para todos”; oficiais leigos no comando do “poder” eclesiástico; a ordenação de diaconisas como um troféu na luta pelos direitos das mulheres) como resultado de uma percepção mais elevada, que pode superar quaisquer objeções da doutrina católica estabelecida.

Qualquer um que, apelando à inspiração pessoal e coletiva do Espírito Santo, busque reconciliar o ensinamento da Igreja com uma ideologia hostil à revelação e com a tirania do relativismo é culpado de várias maneiras de um “pecado contra o Espírito Santo” (Mt 12:31; Mc 3:29; Lc 12:10). Isto é, como será explicado abaixo em sete aspectos diferentes, nada mais do que uma “resistência à verdade conhecida” quando “um homem resiste à verdade que reconheceu, a fim de pecar mais livremente” (Tomás de Aquino, Summa Theologiae II-II, q. 14, a. 2).


1. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Considera Espírito Santo como uma pessoa divina

É um pecado contra o Espírito Santo se alguém não o confessa como a pessoa divina que, em unidade com o Pai e o Filho, é o único Deus, mas o confunde com a divindade numinosa anônima dos estudos religiosos comparativos, o espírito popular coletivo dos românticos, a volonté générale de Jean-Jacques Rousseau, o Weltgeist de Georg W. F. Hegel, ou a dialética histórica de Karl Marx, e finalmente com utopias políticas, do comunismo ao transumanismo ateísta.

2. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Considera  Jesus Cristo como a Plenitude da verdade e da Graça

É um pecado contra o Espírito Santo se alguém reinterpreta a história do dogma cristão como uma evolução da revelação, refletida em níveis avançados de consciência na igreja coletiva, em vez de confessar a plenitude insuperável da graça e da verdade em Jesus Cristo, o Verbo de Deus feito carne (João 1:14–18).

Irineu de Lyon, o Doutor Unitatis, estabeleceu de uma vez por todas, contra os gnósticos de todos os tempos, os critérios da hermenêutica católica (isto é, epistemologia teológica): 1) Sagrada Escritura; 2) tradição apostólica; 3) a autoridade de ensino dos bispos em virtude da sucessão apostólica.

De acordo com a analogia do ser e da fé, as verdades reveladas da fé nunca podem contradizer a razão natural, mas podem (e entram) em conflito com seu uso ideológico indevido. Não há a priori nenhuma nova percepção científica (que são sempre falíveis em princípio) que possa anular as verdades da revelação sobrenatural e da lei moral natural (que são sempre infalíveis em sua natureza interna). O papa não pode, portanto, nem cumprir nem decepcionar as esperanças de mudança nas doutrinas reveladas da fé, porque “este ofício de ensino não está acima da palavra de Deus, mas a serve, ensinando apenas o que foi transmitido” (Dei Verbum, 10).

O único e eterno paradigma do nosso relacionamento com Deus sempre permanece o Verbo feito carne, cheio de graça e verdade (João 1:14–18). Em contraste com a ilusão de superioridade intelectual dos antigos e novos gnósticos com sua crença na autocriação e autorredenção do homem, a Igreja sustenta que a pessoa de Jesus Cristo é a verdade plena de Deus em uma “novidade” intransponível para todas as pessoas (Irineu de Lyon, Contra as Heresias, Livro IV, 34, 1). Porque: “Não há salvação em nenhum outro, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).

3. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Respeita a Unidade da Igreja em Cristo

É um pecado contra o Espírito Santo quando a unidade da Igreja no ensino da fé é entregue à arbitrariedade e ignorância das conferências episcopais locais (que supostamente se desenvolvem doutrinariamente em ritmos diferentes) sob o pretexto da chamada descentralização. Irineu de Lyon declara contra os gnósticos: “Embora dispersa por todo o mundo, até os confins da terra... a Igreja Católica possui uma e a mesma fé em todo o mundo” (Irineu de Lyon, Contra as Heresias, Livro I, 10, 1–3).

A unidade da Igreja universal “em corpo e um Espírito” é cristológica e sacramentalmente fundamentada. Pois: “um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por todos e em todos” (Ef. 4:5–6). E é contrário à mesma “unidade do Espírito” (Ef. 4:3) enredar os portadores da missão geral da Igreja (leigos, religiosos e clérigos) em uma luta por “poder” no sentido político, em vez de compreender que o Espírito Santo efetua sua cooperação harmoniosa. Para cada um de nós, “falando a verdade em amor... deve crescer em tudo naquele que é a cabeça, em Cristo” (Ef. 4:15).

4. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Respeita o Episcopado como Instituição de Direito Divino

É um pecado contra o Espírito Santo, que, por meio do sacramento das Ordens Sagradas, nomeou bispos e padres como pastores da Igreja de Deus (Atos 20:28), depô-los, ou mesmo secularizá-los, puramente a critério pessoal, sem um processo canônico. Critérios objetivos para medidas disciplinares contra bispos e padres são apostasia, cisma, heresia, má conduta moral, um estilo de vida grosseiramente não espiritual e incapacidade óbvia para o cargo. Isso é especialmente verdadeiro para a seleção de futuros bispos quando o candidato, nomeado sem exame cuidadoso, não “tem uma compreensão firme da palavra que é confiável de acordo com o ensino (sana doctrina)” (Tito 1:9).

5. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Respeita a Lei Moral natural e Valores Não Negociáveis

É um pecado contra o Espírito Santo quando bispos e teólogos apenas oportunisticamente apoiam o papa publicamente quando ele apoia suas preferências ideológicas. Ninguém pode permanecer em silêncio ao defender o direito à vida de cada pessoa, desde a concepção até a morte natural. Pois o papa é o mais alto intérprete autêntico da lei moral natural na terra, na qual a palavra e a sabedoria de Deus brilham na existência e no ser da criação (João 1:3). Se a lei moral natural, que é evidente na consciência de todo ser humano (Rm 2:14), não constitui a fonte e o critério contra os quais julgar as leis (sempre falíveis) do estado, então o poder político desliza para o totalitarismo, que atropela aqueles direitos humanos naturais que deveriam formar a base de toda sociedade democrática e estado constitucional. Foi o que o Papa Pio XI declarou na encíclica Mit Brennender Sorge (1937) contra as Leis Raciais de Nuremberg formalmente válidas legalmente do estado alemão: “É à luz dos comandos desta lei natural que toda lei positiva, seja quem for o legislador, pode ser avaliada em seu conteúdo moral e, portanto, na autoridade que exerce sobre a consciência. As leis humanas em flagrante contradição com a lei natural são viciadas com uma mancha que nenhuma força, nenhum poder pode consertar” (Mit Brennender Sorge, 30).

6. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Respeita a Igreja como Sacramento da Unidade Humana

É um pecado contra o Espírito Santo quando a divisão política e ideológica da sociedade desde o Iluminismo Europeu e a Revolução Francesa é incorporada a uma filosofia restauradora ou revolucionária da história e quando a Igreja una, santa, católica e apostólica é, portanto, paralisada ao colocar internamente facções "progressistas" contra "conservadoras".

Pois a Igreja em Cristo não é apenas o sacramento da comunhão mais íntima da humanidade com Deus, mas também um sinal e instrumento da unidade da humanidade em seu propósito natural e sobrenatural (Lumen Gentium, 1).

O discernimento dos espíritos não é realizado com vistas a objetivos políticos, mas teologicamente, a respeito da verdade da revelação, que é apresentada na doutrina infalível da fé da Igreja. Assim, o critério objetivo da fé católica é a ortodoxia em oposição à heresia (e não a vontade subjetiva de preservar ou mudar aspectos culturais contingentes).

Com o próximo aniversário de 1700 anos do Concílio de Niceia (325), podemos ter o seguinte lema em mente: É melhor ir para o exílio cinco vezes com Santo Atanásio do que fazer a menor concessão aos arianos.

7. Peca Contra o Espírito Santo Quem Não Respeita a Natureza Sobrenatural do Cristianismo, que se opõe à sua instrumentalização para propósitos mundanos.

O pecado mais atual contra o Espírito Santo é quando a origem e o caráter sobrenaturais do cristianismo são negados para subordinar a Igreja do Deus Trino aos objetivos e propósitos de um projeto de salvação mundano, seja a neutralidade climática ecossocialista ou a Agenda 2030 da "elite globalista".

Qualquer um que realmente queira ouvir o que o Espírito está dizendo à Igreja não confiará em inspirações espiritualistas e chavões ideológicos woke, mas depositará toda a sua confiança, na vida e na morte, somente em Jesus, o Filho do Pai e o Ungido do Espírito Santo. Somente ele prometeu aos seus discípulos o Espírito Santo da verdade e do amor por toda a eternidade: “Aqueles que me amam guardarão a minha palavra, e meu Pai os amará, e viremos a eles e faremos morada neles. . . . Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos disse” (João 14:23–26).

Gerhard Cardinal Müller é ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Evidências Científicas para Existência de Deus: Começo, Entropia e Ajuste Fino.

 


No excelente site Magis Center, especializado em ciência e religião, foi disponibilizado um ótimo artigo sobre as evidências científicas para a existência de Deus

Vou traduzir o que diz o texto aqui a partir do momento que começam as explicações. 

Evidências científicas para Deus (Insights e explicações)

Magis Center11 de novembro de 2024


Primeiro, precisamos discutir que tipos de evidências e argumentos científicos podem ser aplicados.

Quando Dizemos "Evidências Científicas para Deus", O Que Queremos Dizer Exatamente?

Geralmente, uma "hipótese" é uma possível explicação para algo que observamos. Em termos estritamente científicos, no entanto, uma hipótese também deve ser testável. Se você não pode executar um experimento para provar ou refutar a hipótese, então, no que diz respeito aos cientistas, não é uma hipótese.

Não há, para o bem ou para o mal, experimentos científicos que provem ou refutem a existência de Deus. Experimentos científicos devem ser conduzidos no mundo natural e físico ao nosso redor. Deus, se ele existe, é sobrenatural e transfísico: não faz parte do mundo físico à nossa frente.

Se não pode haver um experimento científico para provar a existência de Deus, como pode haver evidências científicas para Deus?

Acontece que você pode ter evidências para algo mesmo que não tenha um experimento para isso.

Por exemplo, imagine alguém lhe perguntando: "Você acredita que eu te amo?" Você pode acreditar ou não. De qualquer forma, sua crença não dependeria de um experimento que provasse que a pessoa o amava. Sua crença dependeria, no entanto, de suas observações sobre essa pessoa, o que serviria como evidência de se você deveria ou não acreditar nessa pessoa.

Da mesma forma, embora a ciência possa não ser capaz de projetar um experimento para provar a existência de Deus, ela pode fornecer inúmeras observações que apontam para Sua existência.

Nesta postagem, veremos dois grupos de observações:

  1. Evidências de que o universo teve um começo
  2. Evidências de que o universo é bem ajustado.
O universo teve um começo, e isso é evidência científica para Deus?

Para entender essa linha de evidências, vamos supor que a ciência indique que o universo teve um começo. Como isso seria evidência para Deus?

Um antigo princípio filosófico afirma que nada vem do nada. Se o universo teve um começo, então ele teve que vir de algo; caso contrário, ele teria vindo do nada, o que é impossível.

Ex nihilo nihil fit (nada vem do nada). —Princípio filosófico defendido pela primeira vez por Parmênides

Além disso, se o universo teve um começo, ele teve que vir de algo diferente de si mesmo. 

Evidentemente, o próprio universo não poderia ter existido antes de seu próprio começo. Algo mais deve ter existido.

O universo, lembre-se, é a soma total de todas as coisas físicas e naturais. Assim, o “algo mais” que existia antes do universo não poderia ter sido uma coisa natural e física. Seria parte do universo, não separado dele se tivesse sido tal coisa.

Assim, se o universo teve um começo, ele teve que vir de um ser sobrenatural e transfísico.

Consequentemente, se a ciência indica que o universo teve um começo, então essa é uma evidência poderosa de um ser sobrenatural e transfísico que criou o universo. Em outras palavras, essa é uma evidência poderosa de Deus.

Mas a ciência, de fato, indica que o universo teve um começo? O Modelo Padrão afirma que o universo observável se expandiu repentinamente de uma pequena singularidade há cerca de 13,8 bilhões de anos — um evento conhecido como “O Big Bang”. Há muito pouco além de especulação sobre que tipo de existência física poderia ter havido antes do Big Bang.

Apesar do limite que o Big Bang coloca em nosso conhecimento, a ciência pode fornecer dois argumentos fortes para o porquê da existência física ter tido um começo. O primeiro é chamado de Prova Borde-Vilenkin-Guth, e o segundo é evidência da entropia.

Evidência científica para um começo: a Prova Borde-Vilenkin-Guth

Para entender a prova Borde-Vilenkin-Guth (BVG), precisamos começar com a Lei de Hubble-Lemaitre. Esta lei afirma que as galáxias estão se afastando da Terra (nosso ponto de observação) a velocidades proporcionais à sua distância. Quanto mais longe elas estão de nós, mais rápido as observamos se afastando.

A lei "Hubble-Lemaître" descreve a velocidade na qual os objetos se movem em um universo em expansão.

A explicação científica padrão para isso é que o espaço está se expandindo. Consequentemente, quanto mais espaço houver entre nós e outra galáxia, maior será a expansão. Portanto, da nossa perspectiva, as velocidades das galáxias aumentam ao longo do tempo.

Imagine que você pudesse pular em uma nave espacial e ir em direção a uma dessas outras galáxias a 100.000 mph. Como a galáxia está se afastando de você, sua velocidade relativa a essa galáxia será menor que 100.000 mph. Se a galáxia estiver se afastando a 20.000 mph, por exemplo, então sua velocidade relativa a ela será de 80.000 mph.

Tendo esse ponto em mente, chegamos ao início da prova BVG. Como as galáxias estão se afastando de nós cada vez mais rápido ao longo do tempo, as velocidades relativas dos objetos que se movem em direção a elas diminuiriam ao longo do tempo. Portanto, as velocidades relativas de tais objetos devem ter sido mais rápidas no passado.



Em algum ponto finito no passado, as velocidades relativas teriam atingido a velocidade da luz. Os cientistas geralmente concordam que a velocidade da luz é a velocidade máxima possível. Portanto, esse ponto teria que marcar o início do tempo e do universo como o conhecemos. Mesmo que se descubra que há uma velocidade maior que a velocidade da luz, isso não minará a teoria — ela apenas afirma que há uma "velocidade máxima".

Suponha, no entanto, que uma velocidade maior que a velocidade da luz fosse descoberta em nosso universo. A prova de Borde-Vilenkin-Guth não seria minada. Para a prova de BVG, não importa qual seja a velocidade mais alta, mas apenas que deve haver uma velocidade máxima (seja ela qual for). As velocidades passadas eventualmente a atingiriam, desde que houvesse uma velocidade máxima.

Além disso, sempre deve haver uma velocidade máxima possível em qualquer universo ou multiverso. Para entender o porquê, você deve imaginar que a energia física poderia ter uma velocidade infinita. Se sua velocidade fosse infinita, ela estaria em todos os lugares ao mesmo tempo. Isso criaria um problema de múltiplas manifestações de energia e uma série de contradições intrínsecas.

Assim, deve haver um começo de cada universo ou multiverso com uma taxa média de expansão maior que zero — como o nosso universo, que vem se expandindo desde o Big Bang.


Evidência científica para um começo: Entropia

A segunda linha de evidência científica para um começo vem da entropia.

Para entender essa evidência, é preciso entender que os sistemas físicos tendem a se mover do desequilíbrio para o equilíbrio. Por exemplo, há uma diferença de temperatura entre um cubo de gelo e um copo de água. Quando você coloca o cubo de gelo no copo de água, ele derrete e resfria a água. O sistema físico acaba com a mesma quantidade de energia, mas distribuída de forma mais uniforme, ou seja, em equilíbrio.

Quando a energia de um sistema físico se move, ele perde parte de seu desequilíbrio geral. O cubo de gelo não pode derreter novamente; ele já derreteu. Você pode congelar novamente a água no copo, mas para isso é preciso colocar energia no seu freezer: o sistema geral ainda tende ao equilíbrio.

Com o tempo, o universo necessariamente se move do desequilíbrio para o equilíbrio. Estatisticamente, ele tem que fazer isso.

Se o universo sempre tivesse existido, ele estaria em equilíbrio máximo hoje; toda a energia estaria uniformemente distribuída por ele. Nenhum movimento ou trabalho, no sentido científico, seria possível.

O universo, no entanto, não está em tal estado; portanto, ele não pode ter existido sempre. E como o universo existe agora, mas nem sempre existiu, ele deve ter tido um começo.

Essas duas evidências científicas — a prova de Borde-Vilenkin-Guth e a evidência da entropia — deixam claro que o universo teve um começo. Juntamente com o princípio de que "nada vem do nada", elas são fortes evidências de que o universo se originou de um ser sobrenatural e transfísico separado dele. Em outras palavras, elas são fortes evidências científicas de Deus.

Evidência científica para ajuste fino: mais evidências de Deus

Certas condições são necessárias para que qualquer forma de vida complexa surja em um universo. Quando os cientistas examinam essas condições, eles concordam que elas são extremamente improváveis. Como essas condições são extremamente improváveis, os cientistas ficam com duas explicações possíveis.

A primeira explicação é o design sobrenatural.

A segunda explicação é que nosso universo é um entre muitos inimagináveis. As condições dentro desses universos precisariam variar aleatoriamente. Se houvesse o suficiente delas, então seria provável que um universo como o nosso existisse.

Antes de decidir qual explicação é mais provável, devemos examinar algumas das condições que tornam nosso universo tão improvável.

Quais exemplos de ajuste fino podem ser evidências de Deus?

Você pode seguir este link para uma explicação mais aprofundada de diferentes exemplos de ajuste fino, mas o seguinte é um resumo dos exemplos mais importantes.

  • Para que a vida se desenvolva, o universo precisa começar com uma entropia muito baixa (muito equilibrio, muita ordem e altíssima energia). O físico matemático Roger Penrose calculou que as chances de nosso universo começar com uma entropia tão baixa puramente por acaso eram de 1 em 10^10^23;
  • Para que a vida se desenvolva, ela precisa de planetas habitáveis. O físico Paul Davies determinou, no entanto, que se a constante gravitacional ou a constante de força fraca fossem diferentes em 1 em 10^50, o universo teria se expandido ou colapsado catastroficamente. Galáxias não teriam se formado, muito menos estrelas ou planetas habitáveis.
  • Da mesma forma, pequenas diferenças na constante de força nuclear causariam nenhum hidrogênio ou apenas hidrogênio. De qualquer forma, uma vida complexa não teria sido possível de se desenvolver.
  • Pequenas mudanças na constante gravitacional ou na estrutura fina teriam resultado em todas as estrelas sendo anãs vermelhas ou gigantes azuis. Esses tipos de estrela não são adequadas para a vida.
Esta é uma evidência científica para Deus ou para o multiverso?

Examinamos duas linhas de evidências científicas para Deus. Uma indica o início do universo, e a outra indica que ele é bem ajustado.

Sugerimos que ambos os conjuntos de evidências indicam a existência de um criador sobrenatural e transfísico. Mas e se, em vez disso, fossem evidências para um multiverso?

De acordo com a explicação do multiverso, nosso "universo" é apenas um entre muitos. Nosso universo individual pode ter tido um início — provavelmente o Big Bang — mas o multiverso pode estar eternamente produzindo universos-bolha, pelo que sabemos. Portanto, se há trilhões de "universos" dentro do multiverso, não é surpreendente que um tão bem ajustado como o nosso possa surgir por acaso.

A teoria do multiverso é atualmente a alternativa mais forte ao design sobrenatural, mas tem várias fraquezas:

  • Por definição, o multiverso e todos os outros "universos" seriam inobserváveis. Consequentemente, o multiverso não é uma ideia cientificamente testável. Nenhuma observação que você fizer provaria ou refutaria o multiverso.
  • O princípio conhecido como Navalha de Ockham afirma que todas as coisas sendo iguais, explicações simples são preferíveis às complicadas. O multiverso é uma explicação muito complicada, exigindo trilhões de universos-bolha — e algum tipo de sistema para gerar mais!
  • Além disso, se o multiverso existisse, ele ainda exigiria um começo. O multiverso teria que ser inflacionário, pois supostamente deveria estar ocupado produzindo mais universos. Ele também teria que ter uma velocidade máxima possível finita — caso contrário, a energia poderia ter uma velocidade infinita e estaria em todos os lugares ao mesmo tempo. Assim, o multiverso também estaria sujeito à prova de Borde-Vilenkin-Guth e ainda exigiria um começo.
  • Finalmente, todas as teorias atuais do multiverso exigem condições muito específicas para funcionar. Isso as coloca, mais uma vez, dentro do reino do ajuste fino.
  • Assim, além de questionáveis, as teorias do multiverso não são suficientes para explicar o começo da realidade ou o ajuste fino presente nela.
Como tal, essas teorias não devem impedir que a evidência científica de Deus seja aceita. Quer a realidade tenha começado ou não durante o Big Bang, ela ainda precisava ter um começo. Quer haja ou não muitos outros universos, a realidade precisa ser finamente ajustada para funcionar como funciona. Deus pode não ser uma hipótese científica, mas dado o estado atual da ciência, a evidência certamente sugere que Deus existe.

Para mais informações sobre o começo do universo e se a ciência pode dar evidências de um criador transcendente, lei o livro  do Padre Spitzer, The Soul's Upward Yearning, abaixo.