quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Entrevista de Francisco Gera Reação da Rússia


Francisco deu uma entrevista para uma revista jesuíta dos Estados Unidos, chamada America Magazine. Essa entrevista está dando muito o que falar sobre o que ele disse sobre a China, a Rússia, e sobre uma frase. A frase é: "a polarização não é uma coisa católica".

Vou escrever sobre a reação da Rússia à entrevista, mas primeiro vou avaliar esta frase de Francisco.

Bom, dizer que a "polarização não é uma coisa católica" é um erro básico da Doutrina da Fé, erro que infelizmente é cometido inúmeras vezes por clérigos, pois  o próprio Cristo disse que não veio trazer paz mas separação, separação até entre irmãos e familiares (Mateus 10:34-39). Além disso, São Paulo explicou várias vezes que os cristãos não devem se misturar com heréticos ou adoradores de sexo, (ver I Coríntios 5:9- 11; Romanos 16:17 ou Gálatas 1:6-10). 

Fora o fato que a Igreja Católica é a verdadeira Igreja e assim fora dela se trai a Cristo. Fazer parte da Igreja ou não já é uma enorme separação. 

Mas apesar de falar que sempre prefere o diálogo com a China e de ser contra a polarização, quando ele foi falar sobre a Rússia, Francisco tentou dizer que estava claro, mesmo que ele não mencione nunca, de que lado ele está, ele estaria do lado da Ucrânia. 

Mas aí, ele soltou a seguinte frase (traduzo abaixo):

“Quando falo da Ucrânia, falo de um povo martirizado. Se você tem um povo martirizado, você tem alguém que os martiriza,..os mais cruéis talvez sejam aqueles que… não são da tradição russa, como os chechenos, os buriates e assim por diante”. 

O que Francisco está dizendo que os soldados russos que são cruéis não soa os russos de verdade, mas sim os russos que são chechenos ou buriates. Os chechenos são muçulmanos na sua maioria e os buriates são mongóis que costumam ser budistas.

Francisco pareceu dizer os muçulmanos e budistas são mais cruéis.

E a Rússia não gostou.

O site Aleteia mostrou a reação da Rússia. Traduzo o que disse o site abaixo:

"A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, denunciou as palavras do Papa como uma “perversão da verdade” e acusou o bispo de Roma de querer dividir as forças russas. “Somos uma família com buriates, chechenos e outros representantes de nosso país multinacional e multiconfessional”, escreveu ela no Twitter. 

Vários líderes políticos e religiosos dessas regiões também condenaram as declarações do Papa. 

A organização pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre também relatou a prisão de dois padres católicos na cidade portuária de Berdiansk, ocupada pelos russos, no sudeste da Ucrânia. Um jornal italiano já sugeriu que esta é uma forma de “chantagem para forçar Francisco ao silêncio”. Embora nenhum vínculo tenha sido estabelecido, esta situação ainda pode levar o Papa a reconsiderar a aproximação com a Ucrânia que expressou nos últimos dias."


terça-feira, 29 de novembro de 2022

Todas as Acusações Financeiras contra Cardeal Becciu

 


Ontem, eu postei a informação de que o cardeal Becciu, por meio de uma sobrinha, gravou uma conversa particular com o papa Francisco de forma clandestina. E essa conversa foi levada ao tribunal que atualmente julga as fraudes financeiras do Vaticano.

Hoje, leio no site The Pillar que o cardeal Becciu disse que teve um encontro "cordial" com Francisco e "esclareceu" a gravação, sem dizer como foi esse esclarecimento, nem como o papa reagiu.

Importante é que o site The Pillar resolveu resumir todas as acusações financeiras contra o cardeal Becciu, que se tornou cardeal por meio do próprio Francisco e era homem de confiança de Francisco, pois era seu chefe de gabinete (um homem que sabe de tudo que o papa faz). Além disso, o site resolveu escrever sobre o relacionamento entre o cardeal e Francisco.

É um ótimo artigo para se guardar para quem deseja conhecer um pouco o que se passa no Vaticano sobre fraudes financeiras.

Becciu é acusado de fraudes financeiras não só pelo Tribunal estabelecido pelo Vaticano, mas também pela justiça italiana.

Tem de tudo nas acusações: corrupção em combinação com o irmão de Becciu para roubar dinheiro do Vaticano que seria para alimentar os pobres; corrupção ligada a hospital católico que faliu por conta de fraudes e  que envolve uma sobrinha de Becciu; corrupção no relacionamento com um mulher para soltar uma freira sequestrada;  e corrupção na compra de um imóvel de luxo em Londres. 

Sobre o relacionamento com Francisco, o site diz que Francisco ao ter que reconhecer o envolvimento de Becciu nas fraudes, retirou o poder de cardeal dele de participar de conclaves, depois disse que ia revogar isso e chegou a ir ao apartamento de Becciu em gesto de amizade. Mas Francisco não revogou a decisão e Becciu continua sem puder participar de conclaves. 

Agora, com a revelação da gravação clandestina, parece-me que a situação de Becciu ficou mais complicada. Na semana passada, ele perdeu uma ação na justiça no qual pedia compensações, porque, segundo ele, ele é inocente e os julgamentos das fraudes financeiras tiram as chances dele de se tornar papa.  

Leiam o ótimo texto do The Pillar clicando aqui. 



segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Novidades do Julgamento das Fraudes Financeiras no Vaticano

 



As últimas duas novidades que li sobre o julgamento das fraudes financeiras ocorridas dentro do Vaticano têm uma lógica comum, os réus e as testemunhas de acusação fizeram a mesma coisa: acusaram o papa Francisco de saber de tudo.

As duas novidades foram divulgadas pelo site The Crux, vocês podem ler o texto completo clicando aqui.

Mas em resumo é o seguinte:

1) Foi divulgado pelos promotores uma ligação entre o cardeal Becciu e o papa Francisco, no qual o Papa confirma que estava ciente de uma negociação entre o Vaticano e terroristas islâmicos que sequestraram uma freira colombiana em Mali. O pagamento do resgate foi feito por meio de uma mulher que fazia negócios para o cardeal Becciu, chamada Cecilia Morogna, que também está envolvida nas fraudes financeiras que Becciu é acusado. Na ligação, que foi divulgada secretamente mas foi transcrita por uma agência de notícias, Francisco diz que lembrava das negociações financeiras para salvar a freira. Os promotores esperavam mostrar com isso que Becciu gravou uma ligação com Francisco de forma clandestina, sem informá-lo da gravação. Mas os advogados do réu dizem que isso prova que Francisco deve ser ouvido no caso;

2) A segunda notícia tem a ver com o monsenhor Alberto Perlasca. Ele é a principal testemunha de acusação, pois trabalhava juntamente com os réus e resolveu contribuir com o julgamento dizendo o que sabe. Perlasca disse que basicamente não tem nada a ver com as fraudes financeiras que envolve a compra de um imóvel de luxo em Londres. Perlasca acusou todos que estão a cima dele como responsáveis pela compra do imóvel, incluindo Becciu e Francisco.

É isso, em suma: "vão lá perguntar ao papa, ele estava sabendo de tudo".

 

sábado, 26 de novembro de 2022

Vídeo: o Desespero das Oligarquias da Mídia


No vídeo acima, virtualmente, todos os conglomerados de mídia dizem o mesmo: "as mídias sociais são um perigo para nossa democracia", como se estes conglomerados não fizessem parte central das fake news, sendo muitas vezes as principais fontes. 

Eu fiz um post sobre como se pode definir "fake news" (clique aqui para ver). Fake news são simplesmente uma mentira, e para se mentir basta mudar o tom da voz ou escolher o termo errado para definir um fato. Os conglomerados de mídia são especialistas em mentira. Isso não quer dizer que as midias sociais falam a verdade. Ninguém fala a verdade, só Cristo. Todos dão apenas opiniões que são mais ou menos corretas (leiam sobre isso no meu post).

Outra coisa: vejam como nunca se defini democracia. Democracia nunca foi definida apenas como capacidade de votar, mas parece que é só isso hoje em dia. O modo como funciona a educação e a justiça de um país também precisam ser considerados, além de como as pessoas são informadas pelas mídias.

Ninguém confia nos conglomerados de mídia hoje em dia, e eles estão perdendo muito status e dinheiro por conta disso. 


sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Dia Triste: Cardeal Zen Condenado pela Ditadura Chinesa



Dia triste para o mundo. Mas dia feliz,  muito feliz para a alma desse belíssimo cardeal. 

Zen e outros quatro curadores do fundo - o cantor Ho, a advogada Margaret Ng, o acadêmico Hui Po Keung e o político Cyd Ho - foram condenados a multas de HK$ 4.000 (US$ 510) cada. A acusação foi de financiar protestos contra a ditadura.

Culpa do pontificado de Francisco, sempre se rebaixando para a ditadura.

Mesmo depois da condenação,  o Vaticano diz que "supostamente" a China faz perseguição religiosa. Vejam o ultimo parágrafo do texto do Vatican News.





quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Que Tal Levar Cristo para a Copa do Mundo?

O Ocidente quer levar o gayzismo e o feminismo para o Catar, um país islâmico. Mas nenhuma mídia falar em levar a religião do Ocidente. Hoje, li no jornal The Telegraph um alerta: "ei, ingleses, não se vistam de São Jorge, pois isso pode ofender os islâmicos".

É mesmo? 

O gayzismo e o feminismo ofende não só ao Islã, mas também ao cristianismo. Mas o Ocidente que está odiando a própria religião e odiando o próprio Cristo, enquanto exalta o pecado da sodomia e a destruição familiar, nem pensa em levar a religião que o formou.

Outro dia, eu li que um jogador da Coreia do Sul chamado Kim Min-Jae tatuou em sua costas um quadro de Gustavo Doré (foto acima), que mostra Cristo vencendo o paganismo.

Coreia do Sul? Que coisa, heim?

Parabéns ao jogador. Não gosto de tatuagens, mas essa tatuagem ficou belíssima de um quadro maravilhoso.



Viva Cristo Rei!


quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Catolicismo e o Centrão Político e Religioso


O que significa o tal do centrão, ou centrismo, ou centro-esquerda ou centro-direita na política e na religião? E como a Doutrina Católica trata o centrão?

Jeromy German escreveu um ótimo artigo mostrando o antagonismo que há entre ser de centro e ser católico. Ele menciona especialmente a encíclica Testem Benevolentiae Nostrae de 1899 do Papa Leão XIII.

Na época de Leão XII o centrismo, basicamente um centrismo ético, era  relacionado à heresia chamada "americanismo", que reduzia as doutrinas religiosas em favor do ecumenismo, mostrando desprezo por dogmas religiosos e atos religiosos como abstinência e o jejum. A heresia considera que existiria uma "religião natural" que todos os humanos deveriam seguir. Isso lembra muito o tal "humanismo" defendido pro instituições internacionais hoje em dia e que está presente até em lemas de colégios católicos. A Igreja Católica deveria, segundo os humanistas, abandonar todas suas doutrinas que não condizem com os tempos modernos do humanismo. Humanismo é heresia.

German vai dizer que a inspiração filosófica disso seriam os filósofos gregos da antiguidade. Mas só se for a inspiração de quem não os leu. Pois eles eram muito nacionalistas, racistas (vide Platão), anti-feministas e apoiadores da escravidão (vide Aristóteles). E exigiam que a população seguissem as doutrinas das divindades locais (ver a morte de Sócrates ou o livro Leis de Platão).

German definiu bem o centrismo. Centrismo é a exaltação do meio imundo.

German está observando a política norte-americana, onde, felizmente para eles, ainda tem um partido que minimamente é contra o aborto e o casamento gay e a favor da família tradicional e do cristianismo. No Brasil, ou na Europa, o centrismo domina tudo. O primeiro post que fiz para este blog em 2010, foi justamente mostrando o centrismo no Reino Unido, em que o partido chamado conservador se unia aos radicais de esquerda para montar um governo. No Reino Unido, os partidos políticos são como no Brasil, todos iguais.

Vou traduzir aqui o artigo de German, que foi publicado originalmente na Crisis Magazine.

A falácia do centrismo e a heresia do americanismo

O cristianismo é o inimigo do centrismo, que se tornou o falso deus das repúblicas democráticas em todos os lugares.

por Jerome German

O debate está prestes a começar. O moderador pega o microfone e começa a preparar a audiência televisiva para o evento: “De um lado do palco logo teremos a presença de Jesus Cristo e, do outro, Satanás. Este será claramente um debate divisivo. É lamentável que nenhum dos partidos políticos tenha conseguido encontrar um candidato mais de centro”.

Esse resumo irônico da realidade política é um exagero óbvio e, no entanto, levanta uma questão que somente a consideração dos extremos pode levantar.

A promoção do centrismo como o zênite político é apenas uma fraude. Os objetivos políticos de quase ninguém são tão mundanos. Ainda assim, há muitos que desejam que apenas certos males sejam aceitos - para ter suas consciências aplacadas por seus pecados favoritos.

Sim, Cristo é politicamente sufocante para todos, menos para os perfeitos, e o cristianismo é o inimigo do centrismo, que se tornou o falso deus das repúblicas democráticas em todos os lugares.

Em sua encíclica Testem Benevolentiae Nostrae (1899), o Papa Leão XIII tratou do que veio a ser conhecido em alguns círculos como “a heresia do americanismo”. Os principais elementos da chamada heresia são o prodígio reducionismo religioso em prol do ecumenismo; especificamente,

  • a suposição de que é hora de deixar de lado as virtudes “passivas” – abstinência, resistência e auto-abandono
  • a redução da ênfase na vida espiritual - oração, jejum, contemplação, mortificação, intersessão
  • a adoção das virtudes “ativas”; pois, claramente, o que é mais necessário nos tempos modernos é o trabalho social.

Nas palavras do Papa Leão,

"Essa superestima da virtude natural encontra um método de expressão na suposição de dividir todas as virtudes em ativas e passivas, e alega-se que, enquanto as virtudes passivas encontraram um lugar melhor em tempos passados, nossa época deve ser caracterizada pelo ativo. Que tal divisão e distinção não podem ser mantidas é patente - pois não há, nem pode haver, virtude meramente passiva. “A virtude”, diz São Tomás de Aquino, “designa a perfeição de alguma faculdade, mas o fim de tal faculdade é um ato, e um ato de virtude nada mais é do que o bom uso do livre arbítrio”, agindo, isto é, digamos, sob a graça de Deus, se o ato for de virtude sobrenatural. "

O papa continua explicando o que vê como resultado de tal ênfase equivocada: a confiança em uma espécie de religião natural em vez das verdades da revelação – uma religião natural que foi percebida como um meio de superar as fissuras doutrinárias:

"O princípio subjacente a essas novas opiniões é que, a fim de atrair mais facilmente aqueles que dela divergem, a Igreja deve moldar seus ensinamentos mais de acordo com o espírito da época e relaxar um pouco de sua antiga severidade e fazer algumas concessões aos novos opiniões. Muitos pensam que essas concessões devem ser feitas não apenas em relação aos modos de vida, mas também em relação às doutrinas que pertencem ao depósito da fé. Eles afirmam que seria oportuno, a fim de ganhar aqueles que diferem de nós, omitir alguns pontos de seu ensinamento que são de menor importância e atenuar o significado que a Igreja sempre atribuiu a eles."

Qual é o significado disso para o centrismo político? O centrismo religioso e o centrismo político são amplamente indivisíveis porque ambos lidam com a justiça. O Papa Leão claramente pensava que o centrismo religioso levaria à consagração das chamadas virtudes ativas, que, sem a ajuda do Espírito forjada por uma espiritualidade bem arredondada, se tornariam a mera deificação do esforço humano natural.

As virtudes naturais, das quais ele falou, são aquelas observadas pelos grandes filósofos gregos e romanos: prudência, justiça, fortaleza e temperança - pois elas são conhecidas por nós através da lei natural. No entanto, a noção de que a lei natural brota da natureza e não envolve a obra do Espírito Santo é absurda e antibíblica – como se a natureza fosse sua própria autora.

A perfeição da virtude, natural ou não, é impossível sem a graça, e as supostas virtudes passivas são fontes da graça. O Papa Leão estava lutando contra o centrismo religioso em nome da verdade e, em última análise, em nome de nossa salvação. Os centristas religiosos operam exatamente como os centristas políticos: sempre buscando o extremo para que o meio imundo possa ser elevado a aceitável, talvez até louvável.

Quando despojamos a paisagem política – cívica ou religiosa – de seu sofisma centrista, tudo o que resta é concessão, uma palavra que quase ninguém teria a audácia de equiparar à bondade.

Em um sistema moralmente binário, isso, em última análise, só pode significar deixar o mal seguir seu caminho até certo ponto. Para isso, podemos sempre esperar que certos elementos políticos proponham coisas tão miseráveis ​​que nem mesmo eles ficariam felizes se as realizassem todas, estando tal realização além de seus objetivos iniciais.

O centrismo é reducionista, e o reducionismo é mau. Na esfera cívica, argumenta-se que pode haver momentos em que uma pequena concessão é o menor de dois males e pode ser moralmente aceitável por falta de capital político para realizar plenamente o bem – as exigências da justiça. Mas isso é bem diferente de ver o compromisso – o centrismo – como o objetivo de alguém: o padrão-ouro político.

Os políticos centristas declarados nunca têm qualquer brilho - nenhuma luz atrás dos olhos. Não pode haver concessão quando a vida e a liberdade estão em jogo, pois a vida e a liberdade não pertencem a ninguém, mas a Deus para dar ou receber.

Não pode haver dar e receber com o mal.

Georg Hegel (1770-1831) filosofou que a verdade é apenas o resultado de um exercício dialético, uma conversa social que envolve uma tese e uma antítese e sua eventual fusão em uma síntese – um mumbo jumbo sofisticado para um compromisso. Na mente de Hegel, esse centrismo filosófico é a fonte de toda a verdadeira sabedoria – a verdade sendo tudo o que está na moda atualmente.

Comecei a escrever isso na festa do Papa São João Paulo II, que em palavras faladas e no timbre de seus escritos condenou sistematicamente o sistema hegeliano.

Se você vive em uma sociedade em que os partidos políticos simplesmente têm abordagens diferentes para resolver problemas – para um fim justo – o centrismo pode realmente ter algum valor. Mas muitos dos valores dos partidos dominantes na política americana não são apenas diferentes, eles são fundamentalmente opostos.

Se um partido mostra desprezo pela família e o outro a consagra, onde está a posição centrista? Se um partido vê a vida humana como um bem absoluto e o outro como um bem relativo, onde está a posição centrista? Se um partido vê o objetivo principal do governo federal como o bem e a proteção dos Estados e, em última análise, do povo americano, e o outro o vê como um peão global, onde está a posição centrista? Se uma parte vê a liberdade de expressão e reunião como fundamental e a outra as vê como perigosas e que precisam de moderação vigilante ao ponto da censura…

Não havia nenhuma posição centrista – nenhum compromisso – que pudesse ser justificada no debate sobre a escravidão, e não há nenhuma no debate sobre o aborto; assim como não há nenhuma para a maioria das muitas coisas comumente e convenientemente rotuladas como “questões políticas”.

A ironia final é que o centrismo político na América não tem centro.

Não há um ponto de convergência — nenhum núcleo revigorante para o centrismo; é sem vida, vago, monótono. É, na melhor das hipóteses, um esgotamento; um deixar o mal chegar a um ponto.

Joe Biden fez campanha como centrista e o mundo bocejou. E, no entanto, ele recebeu votos. Que bando chato e morno nos tornamos. E observe que suas políticas são radicais por qualquer padrão. Eles são extremos - muito além dos objetivos de campanha declarados - para que ele possa esperar alcançar os males mundanos que buscou. Ele reconhece como o processo funciona.

A preocupação com a divisão na América nunca cessará enquanto certos elementos procurarem abastardar o sistema, danificando-o apenas o suficiente para se permitirem participar dos pecados de sua escolha com impunidade.

Atrás de todo ideólogo há um fingimento. Somente a verdade eterna é despretensiosa.

E no que diz respeito à Igreja e à nossa atual experiência sinodal, e aos temores de muitos em relação à direção que às vezes parece estar tomando – uma direção que se teme ser guiada mais pela política do que pelo Espírito, eu deixo a palavra ao Papa Leão:

"… em relação aos modos de vida, ela [a Igreja] está acostumada a ceder de tal maneira que, mantendo-se intacto o princípio divino da moral, ela nunca negligenciou acomodar-se ao caráter e ao gênio das nações que ela abraça.

Quem pode duvidar que ela agirá com esse mesmo espírito novamente se a salvação das almas assim o exigir? Nesta questão, a Igreja deve ser o juiz, não homens privados que muitas vezes são enganados pela aparência do que é certo. Nisso, todos os que desejam escapar da culpa de nosso predecessor, Pio VI, devem concordar. Ele condenou como prejudicial à Igreja e ao espírito de Deus que a guia a doutrina contida na proposição, “que a disciplina feita e aprovada pela Igreja deve ser submetida a exame, como se a Igreja pudesse enquadrar uma código de leis inútil ou mais pesado do que a liberdade humana pode suportar”.

Que esteja longe da mente de qualquer pessoa suprimir por qualquer motivo qualquer doutrina que tenha sido transmitida. Tal política tenderia a separar os católicos da Igreja  e não a atrair aqueles que divergem dela. Não há nada mais próximo do nosso coração do que fazer com que aqueles que estão separados do rebanho de Cristo retornem a ele, mas de nenhuma outra maneira senão a indicada por Cristo."

Claramente, uma janela para o presente sempre pode ser encontrada no passado.


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Livro: Crítica Católica a Teoria Racial Crítica

 



Novo livro do filósofo católico Edward Feser. Ele costuma ser espetacularmente elucidativo. Dessa vez, Feser mostra como a Igreja trata o racismo e como a teoria crítica racial atual é antagônica ao catolicismo. Feser também discute nacionalismo, patriotismo e a imigração em massa.

Eu cheguei a tratar de escravidão no meu livro Ética Católica para Economia e lá mostrei como alguns papas e santos foram escravos e como a Igreja e a Bíblia trataram a escravidão. Mas o livro de Feser certamente iria me ajudar a aprofundar o debate se tivesse sido publicado na época.

Ele mostrou algumas avaliações sobre sue livro no seu blog, cliquem aqui para ler.


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

‘Primeira Ministra Italiana Detona a França


No vídeo acima, Giorgia Meloni, atual primeira-ministra da Itália detona a França, de Emmanuel Macron, que se comporta como se fosse líder moral do mundo.

Ela diz (a partir do minuto 0:40 do vídeo): 
"Esta foto aqui é de um menino que trabalha em uma mina de outo em Burkina Faso, uma dos países mais pobres do mundo. Neste país paupérrimo que tem ouro, a França imprime o dinheiro para o país em troca de que quase 50% das exportações de Burkina Faso sejam do Tesouro francês. Assim, o ouro que o menino se enfia nas minas para tirar acaba dentro dos cofres da França. Vejam, então: a solução para os africanos não é trazê-los para a Europa, mas é a Europa parar de explorar os africanos dentro da África.".

Meloni está sensancional!

O site Zero Hedge traz um resumo do debate forte entre Macron e Meloni sobre imigração africana na Europa, leiam clicando aqui.



sábado, 19 de novembro de 2022

Vídeo Espetacular: A Missa Latina e a Paixão de Cristo

 

Assistam ao espetacular vídeo acima  sobre o relacionamento da missa latina e a paixão de Cristo, para entender por que a missa é um sacrifício, um local de silênciio e adoração e não um local de festa.

O vídeo foi divulgado por José Mendoza Quinto, pode ser visto página  de Facebook dele, clicando aqui, ou na minha página de Facebook, na qual eu compartilhei o vídeo.

Seria bom que o vídeo fosse traduzido para aqueles que não sabem inglês entenderem bem o relacionamento entre a missa e o calvário de Cristo.

O vídeo foi comentado no site National Catholic Register.




sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Papa Francisco nas Páginas de Fraudes Financeiras. Auditor Processa Vaticano

Auditor, que foi contratado pelo próprio Francisco em 2015 para avaliar todo as transações financeiras do Vaticano como auditor geral e foi obrigado a pedir demissão por pressão do próprio Francisco em 2017, resolveu processar o Vaticano, junto com seu auditor substituto. Os dois pedem quase 10 milhões de dólares de indenização. 

Isso é notícia em todo o mundo, incluindo no New York Times.

A notícia também saiu em sites do mercado financeiro, como o conhecidíssimo Zero Hedge. E claro saiu também em jornal católico, como o National Catholic Register.

O auditor se chama Libero Milone, é um renomado auditor que foi chefe da empresa de consultoria Deloite & Touche da Itália. Seu substituto se chama Ferruccio Panicco, que foi auditor chefe da empresa Indesit.

Primeiro uma explicação. O que faz um auditor? Em palavras simples e poucas, um auditor enche o saco do auditado, quer saber: o que ele faz, como faz, onde faz,  quanto ganha, quais são os documentos, onde estão os documentos, quem são os chefes, onde está o dinheiro, por que o dinheiro está ali e não em outro lugar, como o dinheiro foi investido, por quanto tempo foi investido, por que foi desinvestido...Em suma, o auditor destrincha tudo que uma empresa auditada faz. É a obrigação dele. 

Isso daria certo no caos financeiro e corrupto que é o Vaticano? Certamente as chances são bem remotas, exigira um apoio incondicional do papa.

O que houve no caso específico? 

Em resumo: Francisco contratou esse auditor e deu completa liberdade para averiguar como o Vaticano anda recebendo e gastando seus recursos entre os diversos departamentos. O cara começou a trabalhar, a fazer perguntas e pedir informações e documentos. O auditor encontrou até cardeal colocando dinheiro do Vaticano em conta particular. Naturalmente mexeu com gente que só respeita o papa. Não deu nada certo. Foi então acusado de fazer espionagem. Daí, Francisco forçou que ele pedisse demissão, caso contrário ele corria o risco de ser preso. 

O Vaticano prometeu que não ia processar o auditor caso ele assinasse carta de demissão. O cara assinou, mas o Vaticano não cumpriu. Então, agora o auditor e seu colega revidam e pedem indenização.

Vou traduzir agora o que diz o site do mercado financeiro Zero Hedge:

Auditor-chefe do Vaticano diz que foi invadido e forçado a sair por cavar muito fundo nas transações financeiras

O ex-auditor-chefe do Vaticano, Libero Milone, diz que foi invadido por gendarmes em junho de 2017, após o qual foi acusado de espionar os principais cardeais do Vaticano.

"Agora você tem que confessar", eles exigiram, de acordo com Milone, que diz ter assinado papéis de demissão em vez de cumprir pena em uma prisão do Vaticano, relata o NY Times.

Desde sua queda, o Vaticano - que tem sido atormentado por escândalos financeiros (e pedofilia) por décadas - tentou limpar seu ato. O cardeal Giovanni Angelo Becciu - que acusou Milone de espionar (e, Milone acredita, estava por trás de sua demissão), ele mesmo foi expulso de seu cargo pelo Papa Francisco, e agora está sendo julgado no Vaticano por peculato e abuso de poder em conexão com um negócio imobiliário obscuro de US $ 135 milhões em Londres.

Milone, no entanto, voltou aos holofotes depois que o Vaticano reabriu uma investigação criminal contra ele no que ele alega ser uma tentativa de fazê-lo ir embora depois de entrar com uma ação contra a Secretaria de Estado do Vaticano, seu departamento mais poderoso, e o atual auditor geral.

"Todos esses assuntos foram relatados ao papa. Eu não estava espionando. Eu estava fazendo meu trabalho", disse ele.

"Eu não sabia que encontraria cardeais colocando dinheiro no bolso, mas encontrei. E contei a ele", disse ele, referindo-se ao Papa Francisco.

"Em seu processo, Milone, ex-diretor executivo da Deloitte & Touche Itália, e um colega auditor, Ferruccio Panicco, que culpa o Vaticano por ter contribuído para o avanço de seu câncer de próstata e encurtado sua vida ao confiscar e reter seus registros médicos, estão pedindo cerca de nove milhões de euros em danos. Eles dizem que o Vaticano rescindiu injustamente seus contratos, manchou suas reputações profissionais e essencialmente os colocou na lista negra na Itália, onde, disse Milone, “você não pode atravessar o Vaticano”. -NYT

De acordo com o processo de Milone, o Vaticano é um "ninho de víboras" de delitos financeiros, hipocrisia e um "reino de terror" por espiões internos dentro dos gendarmes. Além disso, a queixa descreve como as autoridades do Vaticano se enriquecem ou se apropriam indevidamente de fundos para melhorar seus apartamentos.

Milone diz que o Papa Francisco passou de exigir apresentações pessoais em PowerPoint sobre suas descobertas para ignorá-lo quando a burocracia do Vaticano 'envenenou seu ouvido' e, finalmente, para 'exigir pessoalmente' que ele fosse demitido.

O auditor demitido diz que estava simplesmente fazendo o trabalho para o qual foi contratado.

Em um caso, os auditores descobriram que alguns departamentos do Vaticano mantinham tijolos e moedas de ouro, mas alegaram ter “perdido as chaves” quando solicitados a inventariá-los. Enquanto isso, o departamento do Vaticano encarregado dos imóveis de propriedade da Igreja tentou repetidamente bloquear suas investigações e até escondeu registros financeiros, diz Milone.

"Ele também acusou os cardeais, que ele se recusou a nomear agora, mas disse que o faria se seu caso fosse a julgamento, de embolsar dezenas de milhares e às vezes centenas de milhares de dólares da Igreja. Ele disse que descobriu que um cardeal recebeu 250.000 euros em doações que guardava em uma sacola plástica em seu escritório. O prelado depositou mais 250.000 euros, ele alegou por acidente, em sua própria conta pessoal e não na conta do departamento do Vaticano que ele administrava. O Sr. Milone informou a Francis, que estava furioso, e o instruiu a dizer ao cardeal que ele havia sido pego, disse ele. -NYT

"Essa pessoa ficou vermelha. 'Mas no meu país eu posso fazer o que eu quiser'", disse o cardeal ladrão, que acabou devolvendo o dinheiro.

Milone diz que o cardeal Becciu plantou evidências que foram descobertas no ataque de 2017, depois que o chefe do gendarme 'sabia exatamente onde procurar', como 'um cão de caça'.

Tudo foi feito deliberadamente para me tirar quando decidiram em março de 2016 que eu era um perigo porque estava fazendo muitas perguntas”, disse ele.

Em 2018, o promotor-chefe do Vaticano disse que não havia investigações contra Milone – contradizendo uma declaração de 2017 de que eles o estavam investigando há mais de sete meses por suposta espionagem e apropriação indevida de fundos para seus próprios interesses.

Em 2019, Milone diz que o cardeal Parolin o informou que seu caso havia sido selado por Francisco.

Quando ele procurou ver as evidências compiladas contra ele, o promotor-chefe do Vaticano respondeu em uma carta de janeiro de 2020 que ele “não tinha o direito” de ver as informações, recusando seu pedido.

Agora, o Vaticano retirou o selo - mas em vez de compartilhar a informação com Milone, eles reabriram uma investigação criminal contra ele.

"Eles querem me ameaçar", disse ele, argumentando que o Vaticano estava usando evidências 'claramente falsas' - incluindo documentos falsos datados de meses antes de ele ser contratado para o trabalho.

Milone e seus advogados dizem que estão prontos para lutar no tribunal, mesmo que as probabilidades estejam contra eles.



Apesar de Exaltar, Papa Francisco é Herético em Relação ao Concílio Vaticano II


George Weigel, conhecidíssimo teólogo católico, e um daqueles que tenta salvar o Concílio Vaticano II, escreveu um interessante artigo dizendo que o papa Francisco, apesar de exaltar o Vaticano II, não segue o que foi determinado pelo Concílio Vaticano II em vários casos. Isto é, Francisco seria herético em relação aos ensinamentos do Vaticano II. O texto supõe que Francisco saiba realmente o que significou o Vaticano II e não o que se chama de "espírito do Vaticano II"

Aliás, Francisco não apenas exalta aquilo que ele entende como Vaticano II, ele exige que todos os católico façam o mesmo, senão são xingados de vários nomes pelo próprio papa. 

O texto de Weigel é interessante e muito importante, mas mal construído na minha opinião. Pois ele passa muito mais tempo defendendo que João Paulo II e Bento XVI seguiram o Vaticano II, enquanto escreve apenas três parágrafos para condenar Francisco, que seria muito mais relevante para explicar.

Acho que Weigel foi manso nos termos usados e não pegou todos os casos heréticos em relação ao Vaticano II, mas dado que ele é bem conhecido, vale muito à pena divulgar o que ele disse. Aqui vai a tradução dos parágrafos sobre Francisco e Vaticano II:

"O que dizer, então, do presente pontificado?

O Papa Francisco falou de seu respeito pelo Concílio. E seu apelo por uma Igreja “permanentemente em missão” certamente reflete a intenção original de João XXIII para o Vaticano II, que o Papa João resumiu em uma frase sucinta em setembro de 1962: “O objetivo do Concílio é... evangelização”. No entanto, o presente pontificado divergiu do ensinamento do Concílio de várias maneiras.

A atual política do Vaticano para a China contradiz o ensinamento do Concílio de que nenhum direito ou privilégio deve ser concedido aos governos na nomeação de bispos – um ensinamento legalmente incorporado no Cânon 337.5. 

A adesão da Santa Sé à Declaração de Abu Dhabi de 2019 e sua afirmação de que a pluralidade de religiões é uma expressão da vontade de Deus não combina facilmente com a proclamação do Concílio de Jesus Cristo como o único e único redentor da humanidade: o Senhor que é o centro da história e do cosmos.

Uma das realizações marcantes do Vaticano II foi sua forte afirmação da autoridade para governar conferida pela ordenação sacramental ao episcopado; as recentes reformas da Cúria Romana, a deposição de bispos sem o devido processo e os ditames curiais sobre a celebração adequada da Missa (e até mesmo o conteúdo dos boletins paroquiais!) minaram essa autoridade. 

E a interpretação excepcionalmente estreita do pontificado dos ensinamentos do Concílio sobre a liturgia tornou a implementação do Vaticano II ainda mais controversa.

Essas disparidades serão o foco do próximo conclave papal."


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Minha Explicação para a Marolinha Vermelha nos EUA. It is the Soul, Stupid.

Nos EUA,  em geral, o partido do presidente leva uma surra nas eleições de deputados e senadores que ocorre no meio do mandato. Mas Biden poderá dizer que quando ele está no poder ele sofreu menos derrotas do que as duas maiores estrelas do partido dele: Obama e Clinton. 

O que houve? Uma vez que Biden está claramente senil, não parece estar governando nada,  a inflação está altíssima e os índices de criminalidade do país estão terríveis como nunca

Basicamente  todo mundo, da esquerda e da direita, previa uma "onda vermelha" (onda da direita, pois lá o vermelho é da direita). Mas a onda foi só uma marolinha. 

A direita (partido republicano, partido de Trump) deve dominar a Câmara dos Deputados com uns 15 deputados a mais e ainda, quando escrevo, luta para conseguir mais 2 senadores dos 4 que faltam ser eleitos para ver se consegue dominar o senado por um senador.

Para o senado, uma eleição impressionante para a esquerda foi a vitória de John Fetterman. O cara nitidamente está mais perturbado mentalmente que Biden (procurem vídeos dele no Youtube). Ele não consegue falar coisa com coisa. Assisti-lo falando é um teste para os nervos. Já se especula como alguém assim pode ser eleito (ganhou com 49% contra 48% dos votos). O que há com os eleitores?

Em relação aos governadores que foram eleitos, a esquerda elegeu um a mais. E no momento, Kari Lake, uma candidata do Arizona da direita, luta voto a voto para tirar a esquerda do poder (estava 50% a 49% para a esquerda com 66% dos votos contados a última vez que vi). 

O que foi ótimo para a direita foi a vitória na Flórida. Lá a direita ganhou tudo e Flórida é muito importante para eleição presidencial

Hoje, li alguns especialistas tentando explicar a marolinha. Um deles, escrito por Roger Kimball, foi honesto, disse

"Como então explicar o que aconteceu? Eu francamente não sei. Robert Bork, citando o juiz Antonin Scalia, intitulou um de seus livros "Um país que não reconheço". Talvez seja um ponto de partida. Talvez os americanos não se importem mais com a prosperidade, a integridade das fronteiras, a segurança física ou o cultivo das virtudes burguesas tradicionais. Talvez eles tenham se inscrito em massa para a agenda woke do politicamente correto e da conformidade socialista. Não sei."

Outro texto tentou trazer várias explicações: Os republicanos estavam muito confiantes e os eleitores não foram votar porque achavam que já estava ganho (voto lá é voluntário); o fato da suprema corte ter ido contra o aborto, fez as mulheres votarem pela esquerda em defesa do aborto; a ideia de que haveria uma onda vermelha fez os esquerdistas se levantar para salvar o partido; o pessoal conservador do partido Republicano é sacaneado pelo próprio partido, que manda menos dinheiro para as campanhas deles; foi a mídia que apoia muito as esquerdas; pode ser o fim da era Trump (mesmo que a imensa maioria que ele apoiou foi eleito. Trump fala que perdeu apenas 9 e elegeu 174); ou foi Biden que  mudou o conceito de cidadão para permitir que mais imigrantes ilegais votem (Biden mantém segredo como isso foi feito). Além de acusações de fraudes em votação.

Mas eu acho que basicamente essa explicações erram a coisa mais central: alma.

O que quero dizer é que anteriormente nos EUA, os dois principais partidos políticos de esquerda e direita eram bem mais semelhantes em termos teológicos. Todos defendiam os EUA, eram a favor do casamento tradicional, defendiam os militares e armas; e os dois partidos tinham boa parte de gente que era contra o aborto.

Essa semelhança acabou totalmente. Para mim, o culpado desse racha foi Obama. Ele radicalizou totalmente o partido Democrata. Os chamados "Blue dogs", pessoas de esquerda que eram socialmente conservadores acabaram, foram eliminados do partido Democrata. Obama é a favor  que a criança seja deixada para morrer de inanição se a criança consegue sobreviver a tentativa de aborto.

Aquele lema que elegeu Bill Clinton: "it is the economy, stupid". Não serve mais. A economia não explica mais os votos. Mesmo porque os gastos públicos que chegam de graça aos cidadãos nunca foram tantos, com vários programas de bem-estar social. Isso também é uma questão de alma, o valor ético do trabalho está muito em baixa atualmente (quantos adultos moram com seus pais atualmente?).  

Estamos em uma briga pela a alma das pessoas. Nessa luta teológica, o certo, a verdade, muito dificilmente terá maioria, pois, Ele disse "a porta é estreita".

Hoje se luta pelas almas. Como vencer isso? Não sei, grande parte das pessoas só abandona o pecado depois de muito apanhar.

Isso ocorre no Brasil também? Sim, ocorre. Não adianta você falar que deixou superávit primário ou a economia crescendo.

Em todo caso, vamos à luta, precisamos manter nossa alma íntegra, a alma de nossa família íntegra e lutemos pela alma da sociedade.



terça-feira, 8 de novembro de 2022

Vídeo: O Novo "10 Mandamentos" Climático com Apoio de Francisco


Muito se diz que a hipótese da mudança climática esconde comunistas vestidos de verde. Outro dia aquela "menina" Greta Thunberg confessou justamente isso, que o objetivo dela é o fim do capitalismo.

Mas claramente a hipótese também esconde paganismo, heresia e ateísmo. Não sei nem se esconde pois é bem óbvio. Eles colocam a criação acima do Criador, que disse que o ser humano deve comandar a  criação.


Vejamos o que diz o site "Interfaith Center for Sustainable Development" que afirma que haverá reunião entre líderes religiosos durante a reunião sobre o clima COP--27 para defender os novos 10 mandamentos de "justiça climática".


No Sinai, um chamado profético por justiça climática e cerimônia de arrependimento

Entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022, a conferência climática da ONU COP 27 acontecerá na Península do Sinai, em Sharm El Sheikh, no Egito. As comunidades religiosas e os líderes religiosos têm um papel fundamental a desempenhar na abordagem das mudanças climáticas e da justiça climática, o que requer uma profunda transformação na sociedade. O conhecimento de quais mudanças são criticamente necessárias para diminuir os danos de longo prazo ao planeta está prontamente disponível. No entanto, provocar mudanças na ação exige mudanças mais profundas de atitude, uma mudança de coração. Este tem sido o domínio das religiões por milênios. As religiões são fontes de inspiração para a transformação do coração e as consequentes mudanças de atitude.

 Para apoiar, desafiar e inspirar discussões durante a COP 27 em Sharm El Sheikh, eventos climáticos inter-religiosos ocorrerão no Sinai, que serão emocionantes, transformadores e um momento de inspiração para comunidades religiosas e para a humanidade. Os líderes religiosos exigirão um reexame das atitudes arraigadas e a identificação de maneiras de transformar essas atitudes para o bem-estar da Terra, nossa casa comum.

O Monte Sinai é uma montanha cuja memória e significado se destacam como um lugar de revelação na consciência coletiva do cristianismo, judaísmo, islamismo e outros. Como um antigo espaço sagrado, foi o local da experiência profética e da recepção da mensagem de Deus para os profetas Moisés e Elias em todas as três tradições abraâmicas, e o profeta Maomé na tradição muçulmana. A COP 27 que acontece no Sinai pode lembrar a humanidade de nossa sagrada responsabilidade de cuidar da criação de Deus.

Chegamos ao Sinai em um movimento de arrependimento e busca. Buscamos uma nova visão para a humanidade e sua existência ameaçada, e buscamos receber e amplificar uma mensagem de vida e hábitos que sustentam a vida que a humanidade precisa ouvir hoje. Nesse espírito, os parceiros do projeto reunirão os principais líderes religiosos das principais religiões do mundo para apresentar um chamado inter-religioso profético à ação: “Justiça Climática: Dez Mandamentos Universais”.

A originalidade do chamado em compilar os melhores ensinamentos de todas as religiões em apoio à justiça climática inspira-se nas grandes figuras proféticas associadas ao Monte Sinai. Ensinamentos e ideais espirituais serão destacados, a fim de ajudar as comunidades religiosas e a humanidade em geral a abrir seus corações para mudar para nossa sobrevivência coletiva. O evento incorporará exemplos concretos de como as comunidades religiosas estão enfrentando ativamente o desafio climático e apresentará iniciativas concretas que traduzem as práticas espirituais mais amplas em ação.

Objetivos dos eventos climáticos inter-religiosos

  • Inspirar e liberar o poder das religiões, líderes religiosos e comunidades religiosas como agentes de mudança para a ação climática e como fontes para inspirar e motivar discussões entre políticos e órgãos civis.
  • Motivar a ação entre as comunidades religiosas e o público em geral para conter as mudanças climáticas.
  • Convide a mídia para cobrir a defesa dos líderes religiosos no combate às mudanças climáticas.
  • Promover uma coalizão de líderes religiosos para trabalhar juntos pela ação climática.
  • GerAR novos materiais de educação climática inspirados na fé para uso amplo.

O Centro Inter-religioso para o Desenvolvimento Sustentável (ICSD) está organizando quatro eventos climáticos multi-religiosos na COP 27, de segunda-feira, 14 de novembro a quarta-feira, 16 de novembro.

Na segunda-feira, 14 de novembro, às 9h, o ICSD está organizando um evento climático inter-religioso com os líderes religiosos falando. Acontecerá na exposição israelense dentro da Zona Azul.

Além disso, o ICSD está organizando três eventos de coletiva de imprensa no espaço de coletivas de imprensa para ONGs na zona azul na COP 27, na Área B de Luxor Taba. todos eles.

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Como disse Chesterton: todo assunto é um assunto teológico. O que a ONU faz é teologia e essa teologia é anticristã, se um líder cristão segue a teologia da ONU ele não é líder cristão.



segunda-feira, 7 de novembro de 2022

O que são Fake News?



O vídeo acima é do agente da CIA Frank Snepp revelando como a CIA fazia para circular desinformação para que o Congresso liberasse o apoio financeiro que a CIA queria. Esse vídeo foi trazido hoje pelo twitter do Edward Snowden, no qual Snowden diz que este é o vídeo mais importante do ano, apesar de ter sido filmado em 1983.

A partir do 1:30 do vídeo, Frank Snepp explica como fazia passar desinformação: se aproximava socialmente em hotéis de jornalistas respeitados. Conversava sobre os assuntos de interesses deles, a guerra do Vietnã. Fazia o jornalista ter confiança no que dizia pois dizia algumas verdades. Depois colocava a mentira ou a meia-verdade dentro da conversa, a mentira que a CIA gostaria que fosse publicada. O jornalista em geral não procurava checar a informação, supunha que viria da CIA que era correta e o jornalista tinha muito mais interesse em se mostrar influente como jornalista. Mas sabendo que o jornalista poderia querer checar a informação com embaixadores britânicos, australianos ou nova zelandeses, antes de conversar com os jornalistas, a CIA fazia chegar a esses embaixadores que eles deveriam confirmar aquela informação.

Snepp disse que a CIA sempre obteve muito sucesso com isso. E dessa forma fazia o Congresso liberar mais recursos do jeito que a CIA desejava.

Isso não é assustador, na medida em que em guerras, a mentira e a desinformação são a norma.

Mas mostra que há muito tempo organizações governamentais trabalham junto com jornalistas para fazer jogo ganha-ganha, aumentar a credibilidade do jornalista que supostamente detém informação privilegiada e aumentar os recursos da organização governamental junto ao Congresso.

Voltando para hoje, eu vi um artigo que acho bem mais importante do que mostrou Snowden.


A lista é imensa e a tentativa óbvia da mídia, muitas vezes com o conluio de agentes governamentais, era destruição pessoal e política de Donald Trump.

Fake News é basicamente uma mentira. Mas o que é mentira? Mentira pode ser:

  1. Afirmação errada; 
  2. Afirmação exagerada; 
  3. Afirmação que deveria ser exagerada e não foi; 
  4. Afirmação com uma palavra (s) errada (s). Uma palavra pode deturpar completamente uma informação; 
  5. Afirmação sem palavra(s) que deveria(m) estar lá;
  6. Silêncio (ao não se informar também se mente);
  7. Afirmação com imagem errada ou deturpada;
  8. Afirmação que não informa, faz apenas propaganda de algo ou alguém ou alguma ideologia;
  9. Afirmação que foi descoberta que era errada, mas não foi corrigida, ou a correção não teve a mesma força informativa do erro.
  10. Afirmação que não apresentou os lados da história quando deveria. 
Basicamente, qualquer informação tem um traço de mentira, porque comete um pouco ou muito de algum problema desses acima.

Em suma, a Verdade é Cristo, o resto são tentativas que no máximo se aproximam da Verdade. Ninguém e nenhuma mídia deveria se supor dono da verdade.

Da mesma forma ocorre com a justiça. A Justiça é Deus, no máximo um juiz consegue se aproximar desse justiça. Nenhum juiz, nenhuma lei, ou constituição são a justiça.

E quando um juiz se auto proclama detentor da verdade, o que temos? Estupidez diabólica.

Hoje em dia com as mídias sociais, em que os jornais perderam muito poder e em que é possóvel até colocar vozes na boca de uma pessoa em vídeo, as fake news não são mais exclusividade de jornais e revistas. Mas permanece a ideia de que basicamente existe um traço de mentira em toda informação.

Como se diz no diálogo platônico O Banquete: quem não é sábio não necessariamente é um ignorante. Entre o saber e o ignorar existem vários graus. O que sobra para nós é tentar opinar corretamente.

Agora, para opinar corretamente é necessário amplo conhecimento de lógica argumentativa, para eliminar o uso de falácias lógicas, e também é necessário adotar virtudes éticas seriamente, em suma é necessário procurar seguir o Mestre (Jesus Cristo).



domingo, 6 de novembro de 2022

Cardeal Burke: Francisco se Baseia em Mentiras e Injustiça para Destruir Missa Latina.


O cardeal Burke e o bispo Schneider criticaram com termos fortes a tentativa do papa Francisco em banir ou isolar a missa tradicional latina. O primeiro disse que as ações de Francisco são feitas com base na mentira e na injustiça e Schneider disse que um papa não pode eliminar 2 mil anos de história.

Os dois estavam comentando uma apresentação do jornalista ingles Edward Pentin em Londres. Pentin, então, divulgou o que eles disseram em um artigo no National Catholic Register do dia 4 de novembro. 

Vou traduzir aqui partes do que diz o texto, leiam todo clicando aqui.

Cardeal Burke e Bispo Schneider reafirmam preocupações sobre restrições à liturgia tradicional

O cardeal e o bispo ofereceram seus comentários para uma palestra que Pentin deu recentemente em Londres.

Edward Pentin 4 de novembro de 2022

CIDADE DO VATICANO - O cardeal Raymond Burke questionou a base dos esforços liderados pelo papa para restringir e, eventualmente, eliminar a missa tradicional em latim, enquanto o bispo Athanasius Schneider disse que o "tesouro milenar" não pode ser destruído, pois é obra do Santo  Espírito.

O cardeal e o bispo gentilmente compartilharam seus comentários como parte de uma palestra que dei na Latin Mass Society em Londres em 21 de outubro.

À medida que as preocupações se aprofundam sobre as novas restrições deste pontificado em relação à liturgia tradicional, o cardeal Burke disse que “na medida em que a razão e a teologia sã prevalecem, a salvaguarda e a promoção do Usus Antiquior [a antiga liturgia em uso antes das reformas de 1970] continuará  .”

O prefeito emérito da Assinatura Apostólica disse que isso é “apesar das dificuldades e até da perseguição” inspirado por Traditionis Custodes (Guardiões da Tradição), carta apostólica do Papa Francisco de 2021 emitida motu proprio (decreto) restringindo a antiga liturgia e a Responsa  ad Dubia, as diretrizes sobre a implementação do decreto emitidas cinco meses depois.

Mas o Cardeal Burke enfatizou que, como um “motu proprio”, a Traditionis Custodes carece de força suficiente porque tem autoridade apenas na medida em que é fundada em bases justas.  Ele acrescentou que os fundamentos do decreto, e a carta que o Papa Francisco escreveu aos bispos que o acompanhavam, “não são verdadeiras nem justas” quando tomadas em conjunto, e ele deu suas razões.

A primeira, disse ele, é que “simplesmente não é verdade” que a liturgia reformada seja a única forma válida do Rito Romano.  Ele ressaltou que, como o Papa São Paulo VI, o Papa São João Paulo II e o Papa Bento XVI reconheceram, o Usus Antiquior "nunca foi suprimido" e, de fato, continuou a ser celebrado desde o momento da promulgação do  Missal do Papa São Paulo VI.

O Cardeal Burke disse que é “contrário à razão e à sã teologia litúrgica afirmar que uma forma do Rito Romano celebrado ininterruptamente por cerca de 15 séculos não é mais uma forma válida do Rito Romano”.

Ele também discordou da afirmação dos documentos de que aqueles que auxiliam na liturgia tradicional rejeitam o Concílio Vaticano II e são divisivos porque se consideram os únicos católicos verdadeiros – algo que ele rejeitou como falso, exceto alguns “extremistas” que sustentam  tais pontos de vista, assim como “há extremistas em qualquer grupo”.

Pelo contrário, disse que é evidente, inclusive para aqueles que não são atraídos pela liturgia tradicional, que os fiéis que são atraídos por ela são “nutridos espiritualmente por ela, que são devotos em seu culto e em sua prática de  a fé.  Eles também são leais aos seus bispos e ao Santo Padre”.

"Por essa razão", acrescentou, "compreensivelmente, eles ficaram profundamente feridos pela dureza dos documentos em questão, pelo fato de que o documento Traditionis Custodes entrou em vigor imediatamente e pela aplicação dos documentos por certos bispos sem qualquer consideração.  para o bem das almas”.

..


Opiniões do Bispo Schneider

Em seus comentários sobre a situação, o bispo auxiliar Athanasius Schneider, de Astana, Cazaquistão, encorajou fortemente os bispos, sacerdotes e fiéis a manter seu apego e fidelidade à antiga liturgia que, disse ele, “é um tesouro de toda a Igreja, também por causa  sua vitalidade”.

Sendo um dom tão inestimável para a Igreja, ele disse que é preciso encontrar um caminho “para defender este tesouro e entregá-lo à próxima geração, por amor à santa mãe Igreja, e também por nosso amor pela honra do  sé apostólica”.

Isso é muito sério”, acrescentou o bispo Schneider.  “Foi uma tentativa de destruir parcialmente a tradição litúrgica.  Nenhum papa em 2.000 anos, e nenhum concílio, ousou reformar um rito venerável comprovado;  ninguém se atreveria a fazer isso com algo provado ser tão venerável e frutífero.”

Por estas razões”, disse Dom Schneider, “bispos, sacerdotes e fiéis devem permanecer fiéis a este grande tesouro da Igreja”.  Se não o fizerem, e colaborarem na aplicação dessas medidas restritivas, estarão causando “prejuízo espiritual à Igreja, pois perder tal tesouro santificado pelos santos por tantos anos seria um evidente prejuízo para o bem espiritual da Igreja”.  



sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Divulgada Foto de Nossa Senhora no sol no Quênia

 



Há vídeos circulando na internet também, mas que não ficam muito claros. Vejam um deles abaixo:


Foi informado que inicialmente a foto foi divulgada pela página de facebook da Mision Guadalipana para El Mundo.


Em tempos em que basicamente toda informação parece ser fake news, em que se consegue até colocar palavras na boca de alguém em vídeos, temos muitas razões para desconfiar. 

Mas a foto é belíssima se for verdadeira.

Rezemos, precisamos demais da intervenção de Nossa Senhora.


quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Denúncia: O Conluio do Governo dos EUA com as Big Techs para Controlar Informação



Esse vazamento está sendo motivo de análise em vários sites dos EUA, como aqui.

Basicamente, se você está escrevendo sobre Covid, sobre vacina, sobre a saída desastrada dos Estados Unidos do Afeganistão, ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia,  sobre fraudes eleitorais, sobre racismo, o DHS vai determinar o que você pode escrever.

As Big Techs criaram departamentos especiais para ouvir e seguir o que dizia o DHS.

Isto é, os Estados Unidos criaram o "Policiais da Verdade". Eles têm a verdade e você não pode escrever nada que contradiga isso.

O Brasil teve uma amostra explícita desse tipo de polícia durante as últimas eleições. 

O ser humano nunca teve acesso a tanta informação, os jornais e revistas nunca foram tão desimportantes, mas os poderosos, que historicamente controlaram os jornais, não estão gostando.

O relato do conluio feito pelo The Intercept diz coisas como (traduzo):

"De acordo com um rascunho da Quadrennial Homeland Security Review do DHS, o relatório principal do DHS descrevendo a estratégia e as prioridades do departamento nos próximos anos, o departamento planeja direcionar “informações imprecisas” em uma ampla gama de tópicos, incluindo “as origens da pandemia de COVID-19, a eficácia das vacinas COVID-19, justiça racial, retirada dos EUA do Afeganistão e a natureza do apoio dos EUA à Ucrânia”.

“O desafio é particularmente agudo em comunidades marginalizadas”, afirma o relatório, “que muitas vezes são alvos de informações falsas ou enganosas, como informações falsas sobre procedimentos de votação direcionados a pessoas de cor”.

A inclusão da retirada dos EUA do Afeganistão em 2021 é particularmente digna de nota, uma vez que os republicanos da Câmara, caso obtenham a maioria nas eleições de meio de mandato, prometeram investigar. “Isso faz com que Benghazi pareça um problema muito menor”, ​​disse o deputado Mike Johnson, R-La., membro do Comitê de Serviços Armados, acrescentando que encontrar respostas “será uma prioridade máxima”.

Como a desinformação é definida pelo governo não foi claramente articulada, e a natureza inerentemente subjetiva do que constitui desinformação fornece uma ampla abertura para os funcionários do DHS fazerem determinações politicamente motivadas sobre o que constitui discurso perigoso."



quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Papa Francisco Aprova Transexualismo em Carta


A carta acima divulgada no último dia 31 é do papa Francisco para um homem que se diz mulher (transexual). Francisco começa a carta dizendo: "Querida irmã" ("Cara sorella", em italiano). Neste sentido,  não precisa mais nada. Francisco aprovou, sancionou o transexualismo.

Na carta, não há nenhum traço de "vá e não peques mais", nenhum traço de Cristo e de seus ensinamentos.  Não só não disse os ensinamentos bíblicos sobre Deus criou homem e mulher, como o transexual disse que Francisco insistiu que ele continuasse o mesmo.

Na carta parece que não há pecado ou inferno, pois Francisco diz que ninguém é excluído.  

O transexual italiano que se autoproclama Alessia Nobile, e é  "trabalhador sexual", visitou o papa em várias ocasiões. Ele mostrou com muito orgulho à imprensa a carta manuscrita que Francisco lhe enviou 

Há várias fontes noticiando a carta, além da InfoVaticana. O ideal é procurar fontes em italiano já que o assunto é original da Itália e dali saiu para o mundo. Você pode checar a carta, por exemplo, clicando aqui ou aqui, ou aqui.

Diz a carta de Francisco em português:

Querida irmã, 

Muito obrigado por seu e-mail

Fiquei emocionado. Concordo com você na questão do preconceito. Isso machuca muito! Aos olhos de Deus somos todos seus filhos, e isso é o que importa! Temos um Pai que nos ama, que está próximo com compaixão e ternura. Todos, ninguém excluído. Este é precisamente o estilo de Deus: proximidade, compaixão, ternura. Eu oro por você, faça isso por mim. Que o Senhor te abençoe e a Virgem te guarde. 

Fraternalmente, Francisco.

Vejamos o que diz sobre o assunto o site InfoVaticana.

"Alessia Nobile, ativista transexual italiano e autor de 'A criança invisível', junto com outras cinco transexuais, se reuniu em junho passado com o Papa em uma audiência privada a pedido do próprio pontífice, e disse ao portal de notícias italiano Fanpage sobre o encontro .

Foi a Irmã Genevie, uma freira que mora em um parque de diversões perto de Roma, que propôs o encontro ao Papa. "Traga todos eles", foi a resposta de Francisco.

“Nos encontramos no Vaticano junto com a freira e um padre, que faz parte do grupo cristão lgbt + Nazionale TRANSizioni. O Papa nos recebeu individualmente e eu fui o primeiro. Levar meu livro para ele, foi um sonho realizado”, confessa Nobile.

"Ele não queria que eu me ajoelhasse, apertou minha mão e quando me apresentei como uma garota transgênero ele respondeu que não se importava com quem eu era, que só temos um Pai, como se você quisesse me dizer que você é uma irmã."

Alessia entregou seu livro ao Papa, que “pegou e me disse, você estava certo, você estava certo em escrever sua história. Então ele recomendou que eu seja sempre eu mesmo, mas não tenha preconceito contra a Igreja”.

O reconhecimento do Papa de que o gênero que corresponde a Nobile não é aquele que Deus lhe deu, mas aquele que ele escolheu, o que ele faz na própria saudação inicial, nos leva a pensar se também teremos que revisar o Gênesis e adaptar as palavras : "Masculino e feminino Deus os criou."

É difícil travar a guerra cultural contra este feroz inimigo que é a ideologia de gênero quando o próprio Vigário de Cristo parece ceder às suas exigências.


terça-feira, 1 de novembro de 2022

Viganò Critica Carta de Bento XVI sobre Vaticano II

No dia 7 de outubro, o papa "emérito" Bento XVI escreveu uma carta para o padre Dave Pivonka, da Universidade Franciscana de Steubenville (clique aqui para ler a carta de apenas 4 páginas). Iria ocorrer um simpósio internacional na Universidade sobre a "eclesiologia de Bento XVI" no âmbito dos 60 anos do Concílio Vaticano II. Bento XVI achou por bem dar sua contribuição a conferência.

A carta de Bento XVI é rápida e o ponto mais importante que foi divulgado foi quando Bento XVI diz que o Vaticano II não só foi significativo mas que também foi necessário. Lendo a carta além do que disse a imprensa, a impressão que fiquei foi que Bento XVI achou importante que a Igreja (como instituição e "corpo de Cristo") tivesse uma nova relação com o mundo. Mas é um texto confuso para quem não está muito por dentro do debate sobre a Civitas Dei (Cidade de Deus) e Civitas Diaboli (Cidade do Diabo) de Santo Agostinho.

A primeira vista, com meus parcos conhecimentos, achei temerária a tese de Bento XVI.

E hoje vejo que o arcebispo Viganò resolveu avaliar esta carta de Bento XVI. Criticou bastante os argumentos de Bento XVI. 

Traduzo abaixo a avaliação do arcebispo Viganò:

Viganò: Reflexões sobre a recente carta de Bento XVI.

31 de outubro de 2022

I. Introdução

A ferida infligida pelo Concílio Vaticano II ao corpo eclesial e, consequentemente, a todo o corpo social, não está curada depois de sessenta anos, e de fato está se tornando gangrenada com gravíssimos danos aos olhos de todos. O tom entusiástico e autocongratulatório com que o Sinédrio Bergogliano elogia o Concílio não pode apagar a ruína que trouxe à Igreja e às almas.

No meu comentário anterior sobre a auto-referencialidade da "igreja conciliar" destaquei alguns aspectos cruciais desta crise de identidade, aos quais se agregou recentemente um elemento que considero fundamental para compreender a natureza subversiva do Concílio: consulte a carta que Bento XVI enviou ao Reitor da Universidade Franciscana de Steubenville no dia 7 de outubro passado. Quis aprofundar este tema: examinar o texto de Ratzinger é indispensável para identificar as premissas ideológicas e os métodos de realização prática da revolução inaugurada pelo Vaticano II na frente doutrinal, moral, litúrgica e disciplinar da Igreja Católica.

II. A revolução permanente

Usei propositadamente a expressão "revolução inaugurada pelo Vaticano II" porque agora me parece claro que os excessos intoleráveis ​​a que Jorge Mario Bergoglio se entrega há quase dez anos nada mais são do que a aplicação coerente no âmbito eclesial do princípio da permanente revolução teorizada na esfera social por Marx, Engels e Trotsky. A ideia de uma "revolução permanente" surge da observação dos ideólogos do bolchevismo de que o proletariado não estava tão entusiasmado com os métodos comunistas e que, para que a luta de classes se espalhasse pelo mundo, era necessário forçá-la autoridade e torná-la irreversível: porque somente na Revolução ocorre o χάος que move a ação subversiva contra a ordem social.

Uma maneira semelhante de proceder foi adotada pela igreja bergogliana: como a revolução conciliar não é acolhida com entusiasmo pelo "proletariado católico", o Comitê Central de Santa Marta recorre ao que Lenin chama de "transcrição da revolução", estendendo o mentalidade do Vaticano II também naquelas áreas doutrinárias às quais nenhum de seus proponentes teria ousado colocar a mão em primeiro lugar.

Daí o Sínodo da Sinodalidade, ou seja, o estabelecimento de uma espécie de "Conselho permanente", ou melhor, de "atualização permanente" que promove supostas instâncias da base - o correspondente eclesial do "proletariado" - como o diaconato feminino e a "inclusão radical" de divorciadas, concubinas, polígamos, casais homossexuais com filhos adotivos e integrantes do movimento LGBTQ. Note-se que estes pedidos, todos totalmente inadmissíveis do ponto de vista doutrinal e moral fiel ao Magistério, não constituem um retrato espontâneo e verídico daquilo que o clero e os fiéis pedem à autoridade suprema da Igreja, mas a fraude ficção da propaganda bergogliana, que se acostumou a verdadeiras falsificações impostas por Bergoglio, na linha das manobras já experimentadas no Sínodo anterior sobre a família que deu origem ao monstrum herético chamado Amoris lætitia.

E mesmo neste caso, a realidade é mistificada para forçá-la a se alinhar com o próprio pensamento distópico, com a ideia presunçosa de ter uma solução melhor do que aquela que a sabedoria milenar da Igreja ou a vontade de seu Fundador queria ter . Trata-se de manipulação de massa aplicada no campo eclesial, com as técnicas dos piores regimes totalitários adotados hoje tanto pela elite globalista com a farsa pandêmica e a transição ecológica, quanto pela seita bergogliana aliada e defensora da Agenda 2030 do Fundação Rockefeller.

III. A Síntese Ratzingeriana do Povo de Deus e do Corpo Místico

A Carta de 7 de outubro expõe o que Bento XVI já havia declarado em seu discurso ao Parlamento Federal Alemão em 22 de setembro de 2011. A primeira formulação da crítica ao agostinianismo medieval[1], no entanto, é constituída pela dissertação de Bento XVI chamada "Povo e Casa de Deus na Doutrina Agostiniana da Igreja", realizada em Paris em 1954 por ocasião do Congresso Agostiniano.

Relembrando uma ideia desenvolvida pela escola Harnack [2], Ratzinger afirma:

"As duas Civitates não indicavam qualquer corporação, mas sim a representação das duas forças fundamentais de crença e descrença na história. [...] Civitas Dei não é simplesmente idêntica à instituição da Igreja. Nesse sentido, o Agostinho medieval cometeu um erro fatal, que hoje, felizmente, foi definitivamente superado”.

O tema tratado pela dissertação e rapidamente insinuado pela carta é o da doutrina eclesiológica do Corpo Místico, que, segundo o autor, terminou com a Encíclica Mystici Corporis de Pio XII. No final da década de 1950 e com a doença do Pontífice, reapareceu a rerum novarum cupiditas [3] dos teólogos progressistas, para quem a dimensão sobrenatural da Igreja era demasiado espiritual e, portanto, devia ser substituída pela frase agostiniana mais sedutora de "povo de Deus" , facilmente interpretável tanto em uma chave ecumênica para sua inclusão do povo judeu da Lei Antiga, quanto em uma chave democrática para os possíveis desdobramentos sociológicos e políticos. Obviamente, essa configuração ideológica revela o pano de fundo modernista, perfeitamente coerente com o pensamento de Harnack e seu aluno.

Não escapará que este tema do Ratzinger de vinte e cinco anos também venha a ser tratado no Concílio, e por isso não surpreende o orgulho com que o Papa Emérito se refere precisamente aos temas que foram decisivos em sua formação teológica e na sua carreira eclesiástica e que são praticadas pelo Sucessor.

A abordagem filosófica de Joseph Ratzinger é essencialmente hegeliana, portanto imbuída de "idealismo absoluto" [4], seguindo o esquema "tese-antítese-síntese". Nesse caso, entre a tese católica do Corpo Místico e a antítese progressiva do povo de Deus, o Vaticano II e o período pós-conciliar acabariam por acolher a síntese teorizada justamente na dissertação de 1954: "a Igreja é o povo de Deus existente como corpo de Cristo", no qual Cristo se dá aos fiéis como Corpo e o transforma em seu próprio Corpo.

Uma tese ousada, examinada mais de perto, que corre o risco de confundir a diferença substancial entre o Corpo de Cristo verdadeiramente presente em sua totalidade nas Espécies Eucarísticas e o Corpo de Cristo realizado misticamente pela união dos membros vivos da Igreja com sua Cabeça divina. Essa confusão teria permitido que não poucos teólogos progressistas ou totalmente hereges piscassem para os protestantes graças à formulação imprecisa de "Corpo de Cristo". Também teria dado a Francisco a oportunidade de se apropriar das ousadas metáforas pauperístico-eucarísticas de Raniero Cantalamessa, que define os pobres como o "verdadeiro Corpo de Cristo", cuja "presença real" se realizaria entre aqueles que os acolhem o acolhem.

4. Civitas Dei e civitas diaboli

O problema que se coloca é complexo e articulado: consiste em dois aspectos, um ad intra, relativos ao que a "igreja conciliar" é e quer ser; o outro ad extra, relativo ao seu papel no mundo e às relações com outras religiões. O aspecto ad intra toca a natureza da instituição, tentando desconstruí-la em chave democrática e sinodal sob o falso pretexto de uma "dimensão espiritual mais ampla" redescoberta em detrimento do dogma; o aspecto ad extra implica uma abordagem "ecumênica" do mundo, o diálogo com as seitas e as falsas religiões, a renúncia à evangelização dos povos e sua substituição por uma mensagem ecológica e filantrópica sem dogma e sem moral.

O erro do "Agostinho medieval", segundo o Emérito, consistiria em ter querido identificar a Civitas Dei com a Igreja visível, enquanto é evidente que isso vale como modelo para a Cristandade, ou seja, aquela sociedade transnacional em que as leis e as ordenanças realizam os desejos do salmista: Beatus populus, cujus Dominus Deus ejus (Sl 143,15).

A doutrina nos ensina que justamente por sua dimensão terrena a Igreja militante é ao mesmo tempo santa como a Jerusalém celeste e pecaminosa em seus membros, infalível em seu Magistério e falível em seus Ministros. Tampouco é verdade que Santo Agostinho ou seus comentadores medievais indicassem a civitas diaboli no estado; pelo contrário, reconheciam um papel providencial na economia da salvação e a necessidade de a autoridade civil cumprir não só a lei natural, mas também o magistério católico.

Se há uma civitas diaboli reconhecível por seu mal ontológico, ela deve ser identificada na Nova Ordem Mundial e em todas aquelas organizações igualmente transnacionais que trabalham para o estabelecimento de uma sinarquia globalista. A seita bergogliana não é exceção, e não é por acaso que é aliada e apoiadora desses criminosos subversivos.

A crítica de V. Ratzinger ao agostinismo medieval

Outro erro teológico muito grave que adultera a verdadeira natureza da Igreja reside na base essencialmente secular da eclesiologia conciliar, que procura adaptar a realidade objetiva ao seu próprio esquema ideológico em constante mudança.

Uso o termo "secularista" porque me parece claro que essa visão é totalmente desprovida de um olhar sobrenatural: aquele olhar abrangente que sabe ver as realidades terrenas sub specie æternitatis não por mera especulação intelectual, mas porque é animado pelas Virtudes teológicas. No absurdo desses intelectuais emerge uma desalentadora falta de paixão, de coragem, de sangue: tudo é teórico, tudo montado para frustrar assepticamente a Redenção e cancelar a ordo Christianus, apropriando-se dos métodos orwellianos de cancelar a cultura.

Este erro, insinuado nos textos do Vaticano II e em particular na Dignitatis humanæ pela liberdade religiosa e na Nostra ætate pelas relações com as religiões não-cristãs e o judaísmo, coloca a "Igreja conciliar" em descontinuidade deliberada com a Igreja Católica, "Para a primeira vez", nas palavras de Bento XVI:

"Tratava-se da liberdade de escolher e praticar a religião, bem como a liberdade de mudá-la, como direitos fundamentais da liberdade humana. Precisamente em virtude de suas razões mais profundas, tal concepção não poderia ser alheia à fé cristã, que havia entrado no mundo com a pretensão de que o Estado não podia decidir sobre a verdade e não podia exigir nenhum tipo de culto. A fé cristã reivindicava liberdade para a convicção religiosa e para sua prática no culto, sem com isso violar a lei do Estado em sua própria ordem: os cristãos oravam pelo imperador, mas não o adoravam. Deste ponto de vista pode-se afirmar que o cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião”[5].

O equívoco se baseia no duplo sentido que é atribuído ao termo "liberdade de religião": no sentido católico, indica a liberdade do batizado de professar a verdadeira fé publicamente e sem obstáculos por parte do Estado; na modernista, refere-se à liberdade abstrata de qualquer crente de ter o mesmo direito e as mesmas liberdades reconhecidas pelo Estado.

Outro equívoco surge quando se considera indiferentemente o Estado que reconhece direitos e privilégios particulares à Igreja, comparado ao Estado que professa uma religião falsa ou se declara "laico" e proíbe a profissão da verdadeira religião ou a equipara a qualquer culto. A Igreja sempre tentou, ao longo dos séculos, conciliar prudentemente seus direitos com as diferentes situações das nações em que o catolicismo não era tolerado ou perseguido: provocar governantes anticatólicos a perseguir seus fiéis seria um ato temerário ou imprudente. No entanto, o fato de a Igreja poder pedir tolerância para si e para seus fiéis em situações de minoria numérica não implica que a igualdade de direitos se aplique a outras situações em que a Igreja vê seu papel institucional reconhecido por um Estado que se professa oficialmente católico .

No entanto, em nome da "liberdade de religião" teorizada pelo Vaticano II, foi a própria Hierarquia que pediu que nações como Espanha ou Itália renunciassem a reconhecê-la como religião de Estado, modificando as Concordatas e revogando os privilégios que séculos de catolicismo tinha legalmente reconhecido. Deste ponto de vista, é portanto impróprio afirmar que "o cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião", aliás, devido à sua diversidade, teve de enfrentar a perseguição e o martírio dos seus próprios fiéis. Os primeiros cristãos não pediram para admitir a Santíssima Trindade no Panteão, mas para serem deixados livres para professar seu próprio monoteísmo que tanto espantou os romanos. E essa "liberdade de religião" eles reivindicavam para si mesmos, certamente não para os pagãos, que vice-versa tentaram (com sucesso) converter-se à verdadeira Fé.

Parece que esquecemos que a Igreja é titular de direitos que derivam diretamente de Deus, e que cabe ao Estado reconhecê-los e protegê-los não por uma questão puramente quantitativa, mas porque a religião católica é objetivamente verdadeira e socialmente indispensável para a busca do bem comum. A este respeito, vale a pena mencionar Leão XIII:

"Se há remédio para os males do mundo, só pode ser o retorno à vida e aos costumes cristãos. Este é um princípio solene, que para reformar uma sociedade em decadência, é necessário trazê-la de volta aos princípios que lhe deram o seu ser, a perfeição de toda sociedade é colocada no esforço para alcançar seu objetivo: para que o princípio gerador dos movimentos e das ações sociais é o mesmo que gerou a associação. Portanto, desviar-se do propósito primitivo é corrupção; retornar a ela é a salvação”[6].

O fato de o Estado poder negar o reconhecimento desses direitos é acidental e a Igreja também pode decidir não se impor; mas não cabe a ela reivindicar direitos para aqueles que semeiam o erro, com o único propósito de conquistá-lo ou mostrar um zelo ecumênico totalmente estranho à sua missão.

6. A falsificação da realidade para tornar verdadeira uma ideia falsa

Olhando mais de perto, o pensamento tradicional está muito mais atento ao papel das pessoas que ocupam cargos institucionais - Papas, Reis, prelados e governantes, fiéis e súditos - do que ao conceito abstrato de instituição. Porque o Senhor morreu para salvar nossas almas, não pessoas jurídicas; e porque a Igreja tem a tarefa de converter todos os povos, inclusive os governantes das nações, para que até mesmo o papel que desempenham seja animado pela Graça e possa contribuir para o bem maior dos povos que governam.

O erro fatal foi mais cometido na frente fortemente ideológica do neomodernismo eclesiástico e do progressismo político, cujos seguidores tentam atribuir ao agostinianismo político uma formulação doutrinária que acreditam não corresponder à mensagem dos primeiros séculos. Santo Agostinho nunca afirmou que a autoridade do Estado está de alguma forma separada da verdadeira religião. Em vez disso, o Bispo de Hipona afirma:

"Nós [consideramos os imperadores cristãos felizes] se exercem o poder com justiça, se no meio dos elogios dos bajuladores e das reverências servis dos cortesãos não se orgulham e se lembram que são homens; se eles colocam o poder a serviço da majestade de Deus para estender sua adoração; se temem, amam e honram a Deus; se amam mais o seu reino no qual não têm medo de ter rivais; se são ponderados na aplicação da pena e propensos à indulgência; se usam a pena apenas para a necessidade de administrar e defender o Estado e não para dar vazão ao ódio das rivalidades; se eles usam a indulgência não para deixar impune a violação da lei, mas na esperança de correção; se compensam uma decisão severa que muitas vezes são forçados a tomar com a mansidão da compaixão e da munificência; se a luxúria está contida neles, é mais provável que seja descontrolada; se preferem dominar as paixões feias mais do que muitos povos e se assim procedem não por desejo de glória fútil, mas por amor à felicidade eterna; se não deixarem de oferecer ao verdadeiro Deus o sacrifício de humildade, clemência e oração por seus pecados. Afirmamos que os imperadores cristãos com tais dons são felizes enquanto isso na esperança e que serão felizes depois, quando o objeto de nossa expectativa se realizar "[7].

De fato, não é possível que uma sociedade composta por pessoas que individualmente têm o dever moral de reconhecer a revelação divina e de obedecer aos Mandamentos de Deus e à autoridade da Igreja, evadir-se do mesmo dever. Assim como não é verdade que a presença de outras religiões, numericamente relevantes independentemente da aberração das doutrinas que ensinam, possa legitimar uma atitude de reconhecimento resignado da marginalização da única verdadeira Religião, especialmente quando essa perda de consentimento e de apoio do Estado e da sociedade se deve principalmente à abdicação da hierarquia católica com base em desvios conciliares.

7. A sacralidade da autoridade contra as derivas totalitárias

A formulação de Santo Agostinho - que não termina no De Civitate Dei, mas encontra ampla clarificação ortodoxa em todo o corpus de seus escritos - deve ser lida de acordo com a Sagrada Escritura e com o Magistério católico, herdeiros, aliás, da visão vicária de autoridade, que era próprio do próprio povo de Israel, cujos reis eram representantes da autoridade de Deus, como os monarcas cristãos, a partir de Bizâncio.

A sacralidade da autoridade civil, herdada da civilização greco-romana, estava tão profundamente enraizada no mundo cristão que assumiu também conotações cerimoniais próprias da sagrada Ordem: pense na unção com o Crisma, ou nas vestes litúrgicas do Imperador do Oriente e dos czares da Rússia, ao ritual de coroação do Sacro Imperador Romano e às funções de prelado do Doge de Veneza. Mas também na Itália dos Municípios, aparentemente apresentada como mais "secular" que as Monarquias, o conceito de bem ordenado respublica foi desenvolvido na Idade Média em coerência com a Fé e exemplificado por Ambrogio Lorenzetti nos afrescos da Alegoria de Bom Governo no Palazzo Pubblico de Siena.

Separar artificialmente a harmonia e a complementaridade hierárquica entre autoridade espiritual e autoridade temporal foi uma operação infeliz que criou a premissa, sempre que realizada, de tirania ou anarquia. A razão é muito evidente: Cristo é Rei tanto da Igreja como das nações, porque toda autoridade vem de Deus (Rm 13, 1). Negar que os governantes tenham o dever de se submeter ao Senhorio de Cristo é um erro gravíssimo, pois sem a lei moral o Estado pode impor sua vontade independentemente da vontade de Deus, e portanto subvertendo o divino κόσμος da Civitas Dei para substituí-lo por arbitrariedade e o χάος infernal da civitas diaboli.

E aqui entendemos como ambas as civitas constituem um modelo a almejar e não uma realidade implementada, sem "espiritualizações" abstrusas ou "realismos" grosseiros. Também compreendemos como por trás dessas especulações puramente intelectuais está aquela abordagem idealista de origem hegeliana, que surge do desejo de criar uma realidade fictícia oposta àquela desejada por Deus, de fato, de impor uma alternativa prometeica à Paixão do Salvador, que escandaliza precisamente pela Cruz redentora e pelo fato de que, na economia da Redenção, a cruz é um trono real: regnavit a ligno Deus. Acreditar que o mundo não pode ser cristão e viver sem Deus sobrevivendo a si mesmo é uma quimera infernal e blasfema.

VIII. A secularização da autoridade eclesiástica

Por outro lado, aqueles que queriam dar uma pátina teológica ao Estado laico como consequência necessária da "liberdade de religião" teorizada para os indivíduos, tiveram que necessariamente negar as premissas doutrinais da Escritura, dos Padres e do Magistério, apelando para uma suposta corrupção da verdadeira mensagem cristã dos pensadores medievais. Como se vê, o desvio doutrinário é sempre baseado em mentiras, falsificações históricas e ignorância dos interlocutores a quem você quer impor seus erros.

As consequências são devastadoras e visíveis para todos: se uma societas perfecta não é obrigada a reconhecer o Senhor como seu Soberano, isso deve necessariamente se aplicar também à Igreja terrena, cuja Hierarquia pode, portanto, decidir exercer sua autoridade para simplesmente manter o poder e não dentro os limites bem definidos estabelecidos pelo seu divino Fundador. Não é por acaso que o período pós-conciliar fez tudo para anular a doutrina da Realeza de Cristo, adulterando também os textos litúrgicos da festa instituída por Pio XI em 1925 com a encíclica Quas primas para este fim.

Ratzinger fala de "minha eclesiologia", afirmando que nem a Igreja pode se chamar Civitas Dei, nem pode pretender ainda considerar a doutrina que Pio XII definiu na Encíclica Mystici Corporis de 1943. O Emérito escreve: "Mas a espiritualização completa do conceito de Igreja, por sua vez, carece do realismo da fé e de suas instituições no mundo. Assim, no Vaticano II, a questão da Igreja no mundo tornou-se finalmente o verdadeiro problema central”. Tão central, que se modifica a doutrina católica para aparecer dialogante, inclusiva, filantrópica. Mas foi precisamente a perda do seu papel de Domina gentium que levou a "igreja conciliar" a uma posição de renúncia, marginal, de irrelevância social: é o pretium sanguinis que se manchou ao trair o mandato de Cristo e deixar-se poluir pelas ideias de mundo. 

E se a Igreja até Pio XII tinha como modelo a Civitas Dei e se considerava o Corpo Místico de Cristo, apesar da fraqueza de seus membros, parece que nas últimas décadas o modelo que inspirou os proponentes do Vaticano II é antes o da Igreja civitas diaboli, a julgar pelo apoio que a Santa Sé dá à ideologia globalista, aos delírios neomalthusianos da economia verde, do transumanismo e de todo o repertório de gênero e LGBTQ.

30 de outubro de 2022


1] Agostinianismo medieval significa o desenvolvimento do pensamento agostiniano, em particular o relativo às implicações políticas e sociais da doutrina sobre Civitas Dei (Cidade de Deus) e civitas diaboli (Cidade do Diabo), que segundo os inovadores teria distorcido o pensamento original de Santo Agostinho, exasperando-o por exemplo, a visão teocrática do poder, tanto civil como eclesiástico. Escusado será dizer que esta crítica é especiosa e se baseia em verdadeiras falsificações históricas: a ideia de que todo poder se origina de Deus já era muito clara para o bispo de Hipona e seu esclarecimento no agostinismo político medieval é perfeitamente compatível com a Tradição.

[2] Adolf von Harnack (1851-1930), teólogo protestante alemão e historiador das religiões. As características fundamentais da teologia de Harnack eram a reivindicação de liberdade absoluta no estudo da história da Igreja e do Novo Testamento; sua desconfiança da teologia especulativa, ortodoxa e liberal, bem como seu interesse por um cristianismo prático que impregnasse o modo de vida e não se reduzisse a um mero sistema teológico. Harnack rejeitou a historicidade do Evangelho de João (julgado muito enfático na divindade de Nosso Senhor), preferindo os Evangelhos sinóticos a ele. Ele também rejeitou a possibilidade de milagres. Sua religiosidade crítica da tradição é permeada por muitos ideais sociais, como exposto em um de seus ensaios de 1907. Para Harnack, a missão de um cristão no século é antes de tudo o serviço à comunidade. Não fuja das influências do idealismo hegeliano: a construção de uma teoria abstrata com base em princípios modernistas deve a priori negar a divindade de Cristo, milagres, profecias e tudo o que não confirme a tese. Isso invalida qualquer pesquisa científica, filosófica e teológica séria, reduzindo-a a propaganda.

[3] Salústio, Bellum Catilinæ, 48 Rerum novarum cupiditas Catilinæ animum incendebat. Catilina ardia de desejo de revolução [literalmente: de desejo de novidade].

[4] O idealismo hegeliano marca o abandono da lógica aristotélica (chamada lógica da não contradição), em favor de uma nova lógica dita substancial. O ser não é mais estaticamente oposto ao não-ser, mas se faz coincidir com este ao passar ao devir. O idealismo hegeliano, que resolve todas as contradições da realidade na Razão absoluta, terá um resultado imanente, reconhecendo em si mesmo, e não mais em um princípio transcendente, a meta e o objetivo último da Filosofia.

[5] Joseph Ratzinger, Opera omnia, volume VII/1, Os ensinamentos do Concílio Vaticano II, Libreria Editrice Vaticana, 2016, Prefácio (Castel Gandolfo, 2 de agosto de 2012).

[6] Rerum novarum, 22

[7] De Civitate Dei, V, 24


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