sexta-feira, 18 de maio de 2018

Vaticano sobre Finanças e Meu Livro


Eu estou escrevendo um livro sobre ética católica para economia. Estou quase no final. Para minha surpresa, ontem vi um documento, feito em conjunto pela Congregação para Doutrina da Fé e do Dicastério da Promoção Integral Humana do Vaticano, sobre mercado financeiro.

Sem falar do estímulo do meu livro, para gente como eu que é católico e trabalha com mercado financeiro é muito interessante ver um documento do Vaticano com as palavras "derivativos" e "credit default swap". E ver que até a Bloomberg, agência de análise financeira, comentou o documento comparando o Papa Francisco com o multimilionário Warren Buffett.

O documento se chama "Oeconomicae et pecuniariae quaestiones"(questões econômicas e financeiras) 

O documento defende basicamente duas coisas: ética nas finanças e mais regulação financeira.

O documento, no geral, é muito bom, lembra que o mercado deve ser guiado pela desenvolvimento integral do homem. Além de corretamente atacar a jogatina do mercado financeiro.

Mas sendo uma pessoa que estuda e trabalha com as duas coisas: ética e mercado financeiro, o documento é um pouco frustrante.

Primeiro porque apenas faz uma leve defesa da ética católica, e muito defesa de uma "ética do mercado", coisa que sempre me incomoda pois não acho que nem o mercado financeiro, nem muito menos a Igreja, devem  tratar a ética como se tivesse setores. Essa separação da ética por profissão só traz prejuízo à ética adotada e ao emburrecimento do debate moral.

Vou a debates sobre ética no mercado e é sempre muito rasteiro quando não é estúpido mesmo.

Outra coisa, o documento não reconhece os perigos da regulação financeira exagerada. 

O mundo financeiro já é muito regulado e muitas vezes mal regulado.

Quem analisa os Acordos de Basileia, acordos para capital regulatório de bancos, logo se pergunta se eles não pioram a concentração bancária.

Além disso, vivemos em tempos de "fintech", instituição financeira simples com uso de tecnologia ou moeda virtual, que sofre pouca regulação mas pode diminuir juros, spreads bancarios e a concentração bancária. Apesar de trazer riscos de fraudes, fraudes que estão presentes em grandes conglomerados financeiros altamente regulados também.

Quem discute regulação tem de tratar dos riscos da baixa e também da elevada regulação.

Outra frustração é não ver menção à Bíblia nem a tantos teólogos que trataram de economia na história, coisa que faço no meu livro.

Em todo caso, parabéns pelo documento.


3 comentários:

Rafael disse...

Interessante Pedro, fiquei muito curioso pelo seu livro. Atuo também no mercado financeiro, mais precisamente sou DayTrader em dólar. Sou atuante na fé e buscando cada vez mais me desenvolver, usando inclusive seu blog para isso.

Quando tiveres mais detalhes sobre o seu livro estarei aqui.

Um abraço,

Rafael P.

Pedro Erik Carneiro disse...

Que legal conhecê-lo, caro Rafael.
Bom, devo entregar o livro para a editora em setembro. Em geral, demora um pouco a publicação depois disso, uns 6 a 8 meses. Mas divulgarei no blog.

É muito bom tê-lo como leitor do blog.
Fique com Deus, meu amigo.
Grande abraço,
Pedro

Isac disse...

A Igreja, hoje via papa Francisco, está fortemente inclinada para o coletivismo do marxismo, doutrina do IGUALITARISMO DA MISERIA, do qual é o distribuidor mundial!
Assim, estariam existindo ensinamentos em varias areas, caso do enfocado acima econômico, por influencia desse maléfico doutrinario, que aporta enriquecimento para os componentes da mafia esquerdista, anexos a ela e ao povo em geral, como em Cuba, escravizado, mercadoria para uso estatal!
Mas os esquerdistas estão sob pesado assedio das redes, incl. o proprio Vaticano, reconhecidas suas influencias até pelo papa Francisco!