Eu estou escrevendo um livro sobre ética católica para economia. Estou quase no final. Para minha surpresa, ontem vi um documento, feito em conjunto pela Congregação para Doutrina da Fé e do Dicastério da Promoção Integral Humana do Vaticano, sobre mercado financeiro.
Sem falar do estímulo do meu livro, para gente como eu que é católico e trabalha com mercado financeiro é muito interessante ver um documento do Vaticano com as palavras "derivativos" e "credit default swap". E ver que até a Bloomberg, agência de análise financeira, comentou o documento comparando o Papa Francisco com o multimilionário Warren Buffett.
O documento se chama "Oeconomicae et pecuniariae quaestiones"(questões econômicas e financeiras)
O documento defende basicamente duas coisas: ética nas finanças e mais regulação financeira.
O documento, no geral, é muito bom, lembra que o mercado deve ser guiado pela desenvolvimento integral do homem. Além de corretamente atacar a jogatina do mercado financeiro.
Mas sendo uma pessoa que estuda e trabalha com as duas coisas: ética e mercado financeiro, o documento é um pouco frustrante.
Primeiro porque apenas faz uma leve defesa da ética católica, e muito defesa de uma "ética do mercado", coisa que sempre me incomoda pois não acho que nem o mercado financeiro, nem muito menos a Igreja, devem tratar a ética como se tivesse setores. Essa separação da ética por profissão só traz prejuízo à ética adotada e ao emburrecimento do debate moral.
Vou a debates sobre ética no mercado e é sempre muito rasteiro quando não é estúpido mesmo.
Outra coisa, o documento não reconhece os perigos da regulação financeira exagerada.
O mundo financeiro já é muito regulado e muitas vezes mal regulado.
Quem analisa os Acordos de Basileia, acordos para capital regulatório de bancos, logo se pergunta se eles não pioram a concentração bancária.
Além disso, vivemos em tempos de "fintech", instituição financeira simples com uso de tecnologia ou moeda virtual, que sofre pouca regulação mas pode diminuir juros, spreads bancarios e a concentração bancária. Apesar de trazer riscos de fraudes, fraudes que estão presentes em grandes conglomerados financeiros altamente regulados também.
Quem discute regulação tem de tratar dos riscos da baixa e também da elevada regulação.
Outra frustração é não ver menção à Bíblia nem a tantos teólogos que trataram de economia na história, coisa que faço no meu livro.
Em todo caso, parabéns pelo documento.
3 comentários:
Interessante Pedro, fiquei muito curioso pelo seu livro. Atuo também no mercado financeiro, mais precisamente sou DayTrader em dólar. Sou atuante na fé e buscando cada vez mais me desenvolver, usando inclusive seu blog para isso.
Quando tiveres mais detalhes sobre o seu livro estarei aqui.
Um abraço,
Rafael P.
Que legal conhecê-lo, caro Rafael.
Bom, devo entregar o livro para a editora em setembro. Em geral, demora um pouco a publicação depois disso, uns 6 a 8 meses. Mas divulgarei no blog.
É muito bom tê-lo como leitor do blog.
Fique com Deus, meu amigo.
Grande abraço,
Pedro
A Igreja, hoje via papa Francisco, está fortemente inclinada para o coletivismo do marxismo, doutrina do IGUALITARISMO DA MISERIA, do qual é o distribuidor mundial!
Assim, estariam existindo ensinamentos em varias areas, caso do enfocado acima econômico, por influencia desse maléfico doutrinario, que aporta enriquecimento para os componentes da mafia esquerdista, anexos a ela e ao povo em geral, como em Cuba, escravizado, mercadoria para uso estatal!
Mas os esquerdistas estão sob pesado assedio das redes, incl. o proprio Vaticano, reconhecidas suas influencias até pelo papa Francisco!
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