terça-feira, 11 de abril de 2023

O Acordo China-Vaticano Dando seus Perversos e Previsíveis Frutos


Novamente, o partido comunista da China despreza o "acordo" com Vaticano e nomeia um bispo sem qualquer autorização do Vaticano.

Deus do céu. Por que um país sem qualquer formação católica e comunista iria respeitar a Igreja Católica? Quem é o louco ou maléfico que iria esperar respeito? Quando o Papa Pio XI fez o acordo com Hitler, acordo chamado ReichKonkordat, que foi também sumariamente desrespeitado por Hitler, pelo menos quem assinou em nome de Hitler, foi Franz von Papen que era católico, e a Alemanha tinha bastante tradição de catolicismo. 

O acordo com Hitler visava proteger os bens e as escolas católicas na Alemanha, o acordo com a China não visa nem isso, porque seguramente a Igreja não tem bens ou escolas a proteger, mas quer simplesmente existir dentro da China.

O bispo nomeado pelo Partido Comunista Chinês, Shen Bin (foto acima), prometeu continuar a "sinicização"  da Igreja Católica. Isto é, prometeu entregar cada vez mais a Igreja ao Partido Comunista Chinês, o que é simplesmente destruir tudo que a Igreja representa. 

Vejamos o relato desse novo desprezo da China frente ao Vaticano do site Asia News.

Shen Bin novo bispo de Xangai: nomeação 'unilateral', acordo do Vaticano quebrado

A investidura vem acompanhada de uma carta do Conselho dos Bispos Chineses, órgão não reconhecido pela Santa Sé e vinculado ao Partido Comunista. O desânimo dos fiéis. O novo pároco promete continuar com a “sinicização” do catolicismo na China. 

Roma (AsiaNews) - Mons. Shen Bin é o novo bispo de Xangai. Conforme revelado ontem pela AsiaNews, a cerimônia de instalação ocorreu hoje. A carta de nomeação é do Conselho dos Bispos Chineses, do qual Mons. Shen é o chefe. O órgão não é reconhecido pela Santa Sé e está estritamente sujeito ao Partido Comunista Chinês (PCC). A origem da instalação indicaria que a Igreja (oficial) chinesa não concordou com a escolha do Vaticano.

Fontes do Vaticano disseram ao AsiaNews que a nomeação é "unilateral", sem a aprovação papal. A confirmação indireta também vem dos fiéis católicos na China, que expressaram tristeza pela posse, que dizem ter ocorrido sem o mandato do papa: uma fonte de grande aborrecimento para a comunidade católica de Xangai.

Segundo o acordo sino-vaticano de 2018, posteriormente renovado em outubro de 2020 e 2022, a escolha dos novos bispos chineses deve ser compartilhada pela Santa Sé e pelas autoridades de Pequim.

Em novembro, o Vaticano havia denunciado a violação do acordo das autoridades chinesas com a nomeação de Dom John Peng Weizhao como bispo auxiliar da diocese de Jiangxi. Agora a questão da diocese de Haimen (Jiangsu), da qual Mons. Shen era o pastor - uma ordenação que veio com o reconhecimento papal em 2010 - também está aberta.

Conforme divulgado no site de mensagens chinês WeChat, Mons. Shen disse hoje que continuará a tradição de "patriotismo e amor" pela Igreja em Xangai. Em um forte lembrete dos ditames do Partido, ele enfatizou que vai aderir ao princípio de independência e autogestão, e vai aderir aos esforços para 'sinicizar' o catolicismo na China.

Os fiéis chineses afirmam que o bispo Shen não é apreciado em Xangai. Alguns o acusam de pedir uma grande doação em dinheiro quando ordenou sacerdotes na diocese. O incidente remonta a junho de 2021: havia cinco ordenandos, mas o governo rejeitou um (um diácono).

Na verdade, o bispado de Xangai estava vago há 10 anos. O bispo auxiliar reconhecido pelo Vaticano e pelo governo, Dom Ma Daqin, está em prisão domiciliar no Seminário de Sheshan por ousar renunciar à Associação Patriótica imediatamente após sua ordenação episcopal. Embora mais tarde ele tenha retornado ao órgão dependente do PCC, o governo não quis reconhecê-lo como bispo da diocese.

O Acordo entre a China e o Vaticano não só falhou em deter a perseguição aos católicos, especialmente os não oficiais (subterrâneos), como também não parece dar nenhuma garantia na frente de escolha dos bispos.

Segundo alguns analistas, o Vaticano queria que Mons. Joseph Xing Wenzhi dirigisse a diocese de Xangai. Antes de Mons. Na nomeação de Ma, ele era bispo auxiliar, mas renunciou em 2012 por motivos que ainda não foram esclarecidos.


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