A Catholic Identity Conference deste ano, que terminou ontem, levantou um debate.
Qual dos dois, bispo Schneider ou Arcebispo Vigano, tem razão? Ou melhor, qual dos dois tem mais razão, pois estão do mesmo lado em muitos aspectos.
Os dois são homens de coragem e fé em Cristo. Só em serem homens de coragem faz deles muito acima de 90% do clero.
Vigano é bem mais experiente das coisas do Vaticano que Schneider. Viganò é arcebispo, Schneider é bispo.
Vigano costuma ultrapassar as questões de fé e da Igreja para adentrar em assuntos como Covid, mudança climática e globalismo. Mesmo que ele possa ter razão em todos os tópicos, ao avançar sobre outros tópicos ele abre muitos flancos desnecessários para críticas e erros, além de afastar defensores.
Vigano, além de dizer que Francisco é herético, diz que Francisco é apostata e usurpador. Não pode ser considerado papa.
Viganò foi excomungado com acusação de ser cismático, mas manteve a posição de arcebispo.
Por sua vez, Schneider só fala de questões de fé e da Igreja.
Mas Schneider também diz que Francisco é herético ou no mínimo diz que Francisco falou e assinou heresias em vários momentos. No entanto, Schneider ainda respeita que Francisco é papa.
Aconteceu que Vigano foi para a Catholic Identity Conference no ano passado e foi silenciado quando ia declarar que Francisco era herético e usurpador e assim estamos sem papa.
Este ano foi a vez de Schneider participar da Conferência.
Então, Vigano desafiou Michael Matt, que chefia a Conferência, e o próprio Schneider.
Viganò escreveu o seguinte no seu perfil no X (traduzo abaixo):
Depois de Michael Matt ter censurado o meu discurso no ano passado, acreditando que eu tinha ultrapassado a linha vermelha que ele tinha estabelecido, não fiquei surpreendido por não ter sido convidado para a Conferência de Identidade Católica deste ano.
A linha intransponível é a indicada por Dom Schneider, que denuncia “Francisco” por ter violado o Primeiro Mandamento e contradito o Evangelho, afirmando, no entanto, que continua Papa, encontrando um precedente oficial na negação de Pedro. Na verdade, Bergoglio não só violou o Primeiro Mandamento, mas negou os dois principais mistérios da Fé: Unidade e Trindade de Deus; Encarnação, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma renúncia total à fé católica!
Segundo Dom Schneider seria, portanto, possível ser herege e apóstata e ainda pertencer à Igreja Católica, e até presidi-la como Pastor Supremo; ao passo que basta denunciar que um herege e um apóstata que usurpou a Sé de Pedro não pode ser Papa, para incorrer na excomunhão.
Evidentemente, esta linha vermelha - que para mim, que denuncio Bergoglio como usurpador, como apóstata e herege, é intransponível - pode ser ultrapassada impunemente por Bergoglio, continuando a ser reconhecido como Papa precisamente por aqueles "conservadores moderados" que também o acusam de heresia e apostasia, mas sem adotar as consequências necessárias.
Tornam-se assim seus cúmplices, porque atribuem legitimidade aos atos que Bergoglio pratica, mas ao mesmo tempo se vangloriam de poder desobedecê-lo (o que então não fazem, a começar pela aplicação servil dos Traditionis Custodes, porque temem ser afastados), sem perceber que este comportamento cortês confirma quão distorcido é o reconhecimento unânime e pacífico do Papa pelos católicos.
Michael Matt aplicou prematuramente o ostracismo que a “excomunhão” de Bergoglio sancionaria um ano depois. E é difícil acreditar que queira defender um camarada na batalha pela Tradição, quando com o seu próprio comportamento apoia e até antecipa a vingança temerária do inimigo de ambos; um inimigo que ele persiste em considerar Papa.
Edward Snowden, vítima do deep state por ter denunciado com o Wikileaks o plano subversivo de vigilância da população idealizado pelo deep state anglo-americano, afirmou: “Quando denunciar um crime é considerado crime, você é liderado por criminosos”. Na Igreja sinodal e sob o reinado da misericórdia bergogliana, denunciar a heresia e a apostasia é considerado um crime digno de excomunhão. Deixo à perspicácia de Michael Matt e Athanasius Schneider concluir a frase de forma coerente.
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Pode um herético pertencer à Igreja Católica?
Pode um herético ser papa?
A questão toda se resume ao o que fazer diante desta situação. A Igreja simplesmente parece não saber, discute teorias.
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