segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Nova Eníclica de Francisco: Prega Fim da Igreja. Uma Encíclica da Balbúrdia



Vou começar pelo fim minha análise da nova encíclica, Fratelli Tutti. Ao final, Francisco diz no parágrafo 286 que se inspirou em: São Francisco de Assis, Martin Luther King, Desmond Tutu e Gandhi e "muitos outros". No parágrafo 5 da encíclica Francisco ainda diz que foi estimulado pelo sheik muçulmano, Ahmad Al-Tayyeb, que assinou junto com Francisco o documento de Abu Dhabi (na foto recebendo um beijo de Francisco) que diz que Deus "deseja" religiões diferentes.

Não sei quem são os "muito outros" (aliás quem escreve "muitos outros" não merece muito crédito, é coisa de preguiçoso). Também não vou ficar relatando os enormes problemas que envolvem Martin Luther King (várias mulheres e plágio de textos), Desmond Tutu (posição sobre aborto e eutanásia) e Gandhi (defesa do imperialismo inglês e acusações de homossexualismo). Eu considero esses nomes citados "deuses dos ateus", ou "deuses venerados pela ONU", pois não oferecem muita cura contra pecados. 

Ainda muito pior: dos nomes mencionados, a inspiração em São Francisco de Assis, o único católico, está claramente errada. O "São Francisco de Assis" usado pelo papa não existiu.

Esse "São Francisco de Assis" bonzinho, ecumênico, que defende muçulmanos, da cabeça ou da propaganda do papa, nunca existiu. São Francisco de Assis, quando foi ao encontro do Sultão, estava em uma Cruzada (ele nunca defendeu o fim das Cruzadas), e ele o desafiou. 

Descrevi como o encontro é relatado no meu livro sobre Guerra Justa. Vejamos.

Riga (2007)  relata o encontro entre o Sultão muçulmano do Egito Malik al-Kamil com São Francisco de Assis, durante a Quinta Cruzada, em 1219. São Francisco estava lá para apoiar a Quinta Cruzada e resolveu entrar nas linhas inimigas desarmado. Ele conseguiu ficar frente à frente com o líder muçulmano. Al-Kamil entrou em um debate teológico com São Francisco sobre guerra e paz no Cristianismo. Al-Kamil disse a São Francisco que não entendia por que os cristãos estavam combatendo os muçulmanos, pois em Mt 5:39 Jesus disse "àquele que te fere na face direita oferece-lhe também a esquerda”. São Francisco defendeu os cruzados usando outra passagem do mesmo evangelho de São Mateus, na qual Jesus afirma em Mt 5:29:30: “Caso o teu olho direito te leve a pecar, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é preferível que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado na geena (inferno). Caso a tua mão direita te leve a pecar, corta-a e lança-a para longe de ti, pois é preferível que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo vá para a geena.” São Francisco concluiu dizendo que os muçulmanos estavam tentando que os cristãos abandonassem sua fé e o amor por Deus e que o sultão era tão querido por ele como seus próprios olhos.


Na Encíclica, o papa diz que São Francisco de Assis determinou que não se faça litígios contra o muçulmanos (parágrafo 3). Mas percebam no livro que ele usou para citar (Regra Nao-Bulada da Ordem dos Frades Menores) que ele corta partes do texto. Na verdade, São Francisco de Assis determinou o seguinte na Regra:

"primeiro modo consiste em absterem-se de rixas e disputas, submetendo-se "a todos os homens por causa do Senhor" ( 1Pd 2,13 ) e confessando serem cristãos. 0 outro modo é anunciarem a palavra de Deus quando o julgarem agradável ao Senhor: que creiam no Deus Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, Criador de todas as coisas; no Filho, Redentor e Salvador; e se façam batizar e se tornem cristãos, porquanto "quem não nascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no reino dos céus" (Jo 3,5). Estas e outras coisas agradáveis ao Senhor poderão dizer a estes e a outros; pois diz o Senhor no Evangelho: "Todo aquele que me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt 10,32); “quem se envergonhar de mim e de minhas palavras, dele se envergonhará o Filho do homem quando vier em sua glória, na glória do Pai e dos santos anjos” (Lc 9,26)."

São Francisco de Assis queria a conversão dos muçulmanos. E critica quem se envergonha da fé católica.

Essa nova enciclica de Francisco é uma encíclica gigantesca, como foi a Laudato Sí. Antes, os papas costumavam escrever encíclicas bem menores.

Eu analisei mais de 200 encíclicas para meu livro sobre Ética Católica para Economia, ler uma encíclica de Francisco é se meter em confusão doutrinária, contradições abundantes e erros teológicos, misturados com citações da Bíblia.

Um verdadeiro horror, em um texto que parece nunca acabar.

Aqui vão algumas coisas perturbadoras, só algumas:

1.  Tentem conciliar os parágrafos 10, 11, 12, 14 e 17. No primeiro, ele defende a União Europeia (a mais importante defensora do globalismo), no segundo, ele ataca o nacionalismo, no terceiro, ele ataca o globalismo e escreve coisas como: "Abrir-se ao mundo» é uma expressão de que, hoje, se apropriaram a economia e as finanças. Refere-se exclusivamente à abertura aos interesses estrangeiros ou à liberdade dos poderes económicos para investir sem entraves nem complicações em todos os países." (Que interesses estrangeiros são esses?), no parágrafo 14, ele parece defender o nacionalismo, e no parágrafo 17 vem aquele papo de "casa comum" que defende um projeto global. 

3. O que é consciência histórica que Francisco defende??? Essa vai irritar muito o filósofo católico Rémi Brague. Alias, a encíclica contém uma seção Liberdade,  Igualdade e Fraternidade (parágrafo103), exaltando a Revolução Francesa que tanto odiou a Igreja.  Remi Brague ressaltou isso em praticamente todos os seus livros 

2. Francisco chama a "história" de "mestre da vida" usando o filósofo Cícero (parágrafo 35). Como católico, fiquei ofendido. Primeiro, porque o mestre da minha vida é só um, Cristo, segundo, que a "história" contada pelos homens têm inúmeros problemas; 

4. No parágrafo 19, ele mistura a crítica a falta de filhos com "ondas de calor". 

5. O papa chega a criar um novo deus: "a realidade". Quando disse no parágrafo 34: 

Se tudo está interligado, é difícil pensar que este desastre mundial não tenha a ver com a nossa maneira de encarar a realidade, pretendendo ser senhores absolutos da própria vida e de tudo o que existe. Não quero dizer que se trate duma espécie de castigo divino. Nem seria suficiente afirmar que o dano causado à natureza acaba por se cobrar dos nossos atropelos. É a própria realidade que geme e se rebela… Vem à mente o conhecido verso do poeta Virgílio evocando as lágrimas das coisas, das vicissitudes da história.

O uso do poeta Virgílio ficou obtuso. Oh, Deus.

6. No parágrafo 283 diz que terrorismo é baseado na interpretação "errada de textos religiosos". Mas que textos religiosos? Todos? Ele obviamente está falando de forma velada do Alcorão, mas o Alcorão claramente permite e ordena o terrorismo. O Alcorão é um livro teologicamente simplório, não existe muita figura de linguagem, é papo reto. Não conta histórias, ele dá ordens.

7. Há inúmeros parágrafos contra a "economia global" que despreza o humano, mas são parágrafos frágeis, sem direção, sem apontar caminhos. O caminho seria Cristo? Francisco não nos diz. No parágrafo 188, por exemplo, Francisco joga todos os problemas em um bolo só, manda os políticos resolverem e não aponta nenhum caminho. Veja:

"Isto demonstra a urgência de se encontrar uma solução para tudo o que atenta contra os direitos humanos fundamentais. Os políticos são chamados a «cuidar da fragilidade, da fragilidade dos povos e das pessoas. Cuidar da fragilidade quer dizer força e ternura, luta e fecundidade, no meio dum modelo funcionalista e individualista que conduz inexoravelmente à “cultura do descarte” (…); significa assumir o presente na sua situação mais marginal e angustiante e ser capaz de ungi-lo de dignidade».[185] Embora acarrete certamente imenso trabalho, «que tudo se faça para tutelar a condição e a dignidade da pessoa humana»![186] O político é operoso, é um construtor com grandes objetivos, com olhar amplo, realista e pragmático, inclusive para além do seu próprio país. As maiores preocupações dum político não deveriam ser as causadas por uma descida nas sondagens, mas por não encontrar uma solução eficaz para «o fenómeno da exclusão social e económica, com suas tristes consequências de tráfico de seres humanos, tráfico de órgãos e tecidos humanos, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo, incluindo a prostituição, tráfico de drogas e de armas, terrorismo e criminalidade internacional organizada. Tal é a magnitude destas situações e o número de vidas inocentes envolvidas que devemos evitar qualquer tentação de cair num nominalismo declamatório com efeito tranquilizador sobre as consciências. Devemos ter cuidado com as nossas instituições para que sejam realmente eficazes na luta contra estes flagelos».[187] Consegue-se isto, aproveitando de forma inteligente os grandes recursos do desenvolvimento tecnológico."

8. A palavra Cristo aparece míseras 10 vezes na encíclica, em 123 páginas. Muitas vezes, para pregar a distribuição de bens, como nos parágrafos 74 e 85.

9. Pior, vejam a interpretação que Francisco fez da passagem em que Cristo disse "não vim para trazer a paz, mas a divisão" (parágrafo 240). Uma confusão generalizada. Vejam:

"Entretanto, ao refletirmos sobre o perdão, a paz e a concórdia social, deparamo-nos com um texto de Jesus Cristo que nos surpreende: «Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho do seu pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra; de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares» (Mt 10, 34-36). É importante situá-lo no contexto do capítulo onde está inserido. Aqui vê-se claramente que o tema em questão é o da fidelidade à própria opção, sem ter vergonha, ainda que isso traga contrariedades e mesmo que os entes queridos se oponham a tal opção. Portanto, não convida a procurar conflitos, mas simplesmente a suportar o conflito inevitável, para que o respeito humano não leve a faltar à fidelidade em nome duma suposta paz familiar ou social. São João Paulo II disse que a Igreja «não pretende condenar toda e qualquer forma de conflitualidade social. A Igreja sabe bem que, ao longo da história, os conflitos de interesse entre diversos grupos sociais surgem inevitavelmente e que, perante eles, o cristão deve muitas vezes tomar posição decidida e coerentemente».

O que é "suportar o conflito inevitável"?

10. O parágrafo 74 chega a defender os ateus, parágrafo também usado ara distribuição de bens materiais. 

Preciso analisar mais da encíclica????

É muito penoso.

Não vou continuar, não tenho mais nervos.

Rezemos pela Igreja, rezemos muito, Está em péssimas mãos.




11 comentários:

Kauê disse...

PARTE 1
Quanto a pergunta final que fazes, espero que consigas fazer pelo menos mais uma publicação direcionada a uma área específica de seu interesse que é a economia no seu outro blog "Bloco 11, Cela 18". Se até assim não tem "mais nervos" com a tal encíclica, poderias ao menos tratar das observações do Dr. Samuel Gregg quanto ao assunto? Sim, é um trabalho penoso e tal encíclica é mesmo gigantesca. Gregg observa que tem cerca de 43.000 palavras em inglês sendo assim maior que o Livro do Gênesis (32.046) e três vezes o tamanho do Evangelho de João (15.635). Eis os trechos onde ele qualifica o que chama de "espantalhos econômicos" na encíclica:
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Também insuficiente - e, infelizmente, isso tem caracterizado o pontificado de Francisco desde o início - é o tratamento de Fratelli Tutti das questões econômicas. Parece que, não importa quantas pessoas (nem todas podem ser caracterizadas como conservadoras fiscais) destacam as caricaturas econômicas que permeiam os documentos de Francisco, um pontificado que se orgulha de seu compromisso com o diálogo simplesmente não se interessa por uma conversa séria sobre questões econômicas fora de um círculo muito limitado.

A encíclica fala, por exemplo, de “aqueles que querem que acreditemos que a liberdade de mercado é suficiente para manter tudo seguro” (168). Quem, devo perguntar, são essas pessoas? E onde eles afirmam isso? Se tais pontos de vista existem, eu sugiro, eles devem ser encontrados entre uma minoria do tamanho de uma cabina telefônica de libertários radicais que exercem pouca ou nenhuma influência na formação da política econômica em qualquer lugar.

No mesmo parágrafo, Francisco afirma que “O mercado, por si só, não pode resolver todos os problemas, por mais que sejamos solicitados a acreditar neste dogma da fé neoliberal”. Novamente. Respeitosamente pergunto: quem são esses “neoliberais” que acreditam que os mercados podem resolver todos os problemas? Se alguém vai fazer tal afirmação, deve apresentar evidências para sustentá-la. É também o caso que alguns dos liberais de mercado mais proeminentes do mundo têm argumentado por décadas que os mercados exigem todos os tipos de hábitos morais decididamente não comerciais e pré-requisitos institucionais e culturais para estarem em vigor se os indivíduos e empresas devem criar valor econômico e abastecimento pessoas com os bens e serviços de que precisam. Esse fato, entretanto, parece não ter sido percebido pelos redatores da encíclica.
Ou considere esta linha: “A especulação financeira fundamentalmente voltada para o lucro rápido continua a causar estragos” (168). Quem quer que tenha escrito essa frase claramente não entende o papel desempenhado pela especulação em ajudar a estabilizar os preços ao longo do tempo e aumentar a previsibilidade dos custos prováveis no futuro. Sim, a especulação pode ser abusada. Mas, quando bem feita, a especulação financeira ajuda a criar eficiências no investimento e distribuição de capital por indivíduos e empresas que, embora certamente destinadas a produzir lucro, também podem promover uma melhor administração dos recursos de capital disponíveis que poderiam ser desperdiçados.

Kauê disse...

PARTE 1

Quanto a pergunta final que fazes, espero que consigas fazer pelo menos mais uma publicação direcionada a uma área específica de seu interesse que é a economia no seu outro blog "Bloco 11, Cela 18". Se até assim não tem "mais nervos" com a tal encíclica, poderias ao menos tratar das observações do Dr. Samuel Gregg quanto ao assunto? Sim, é um trabalho penoso e tal encíclica é mesmo gigantesca. Gregg observa que tem cerca de 43.000 palavras em inglês sendo assim maior que o Livro do Gênesis (32.046) e três vezes o tamanho do Evangelho de João (15.635). Eis os trechos onde ele qualifica o que chama de "espantalhos econômicos" na encíclica:
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Também insuficiente - e, infelizmente, isso tem caracterizado o pontificado de Francisco desde o início - é o tratamento de Fratelli Tutti das questões econômicas. Parece que, não importa quantas pessoas (nem todas podem ser caracterizadas como conservadoras fiscais) destacam as caricaturas econômicas que permeiam os documentos de Francisco, um pontificado que se orgulha de seu compromisso com o diálogo simplesmente não se interessa por uma conversa séria sobre questões econômicas fora de um círculo muito limitado.

A encíclica fala, por exemplo, de “aqueles que querem que acreditemos que a liberdade de mercado é suficiente para manter tudo seguro” (168). Quem, devo perguntar, são essas pessoas? E onde eles afirmam isso? Se tais pontos de vista existem, eu sugiro, eles devem ser encontrados entre uma minoria do tamanho de uma cabina telefônica de libertários radicais que exercem pouca ou nenhuma influência na formação da política econômica em qualquer lugar.

No mesmo parágrafo, Francisco afirma que “O mercado, por si só, não pode resolver todos os problemas, por mais que sejamos solicitados a acreditar neste dogma da fé neoliberal”. Novamente. Respeitosamente pergunto: quem são esses “neoliberais” que acreditam que os mercados podem resolver todos os problemas? Se alguém vai fazer tal afirmação, deve apresentar evidências para sustentá-la. É também o caso que alguns dos liberais de mercado mais proeminentes do mundo têm argumentado por décadas que os mercados exigem todos os tipos de hábitos morais decididamente não comerciais e pré-requisitos institucionais e culturais para estarem em vigor se os indivíduos e empresas devem criar valor econômico e abastecimento pessoas com os bens e serviços de que precisam. Esse fato, entretanto, parece não ter sido percebido pelos redatores da encíclica.
Ou considere esta linha: “A especulação financeira fundamentalmente voltada para o lucro rápido continua a causar estragos” (168). Quem quer que tenha escrito essa frase claramente não entende o papel desempenhado pela especulação em ajudar a estabilizar os preços ao longo do tempo e aumentar a previsibilidade dos custos prováveis no futuro. Sim, a especulação pode ser abusada. Mas, quando bem feita, a especulação financeira ajuda a criar eficiências no investimento e distribuição de capital por indivíduos e empresas que, embora certamente destinadas a produzir lucro, também podem promover uma melhor administração dos recursos de capital disponíveis que poderiam ser desperdiçados.

Kauê disse...

PARTE 2

Em outra frase, Francisco afirma (citando-se) que “sem formas internas de solidariedade e confiança mútua, o mercado não pode cumprir plenamente sua função econômica própria. E hoje essa confiança deixou de existir ”(168).

É uma afirmação sem ressalvas e que me leva a perguntar: essa confiança realmente “deixou de existir”? Mesmo em nosso mundo COVID altamente fragmentado, milhões de pessoas em todo o mundo continuam entrando em trocas de mercado todos os dias com pessoas que nunca conheceram, e o fazem com base em promessas. Tudo isso implica confiança. Se essa confiança não existisse, a economia global e as economias nacionais e locais teriam deixado de funcionar há muito tempo.

Certamente é verdade que existem sociedades - principalmente na América Latina, grande parte da Ásia e em muitos países em desenvolvimento - onde altos níveis de confiança são mais difíceis de encontrar fora do ambiente familiar extenso. Isso dificulta o funcionamento do intercâmbio econômico. Mas essas circunstâncias têm pouco a ver com os mercados em si e muito mais a ver com padrões culturais há muito estabelecidos e difíceis de mudar, que existem há séculos.

Há muito espaço para um debate construtivo entre os católicos sobre o papel do governo, da lei, dos bancos centrais e de outras instituições estatais na economia. Na verdade, nunca tive a impressão de que Francisco está decidido a fazer um grande aumento na intervenção do Estado para enfrentar qualquer número de desafios econômicos. Mas a invocação interminável de espantalhos econômicos em documentos papais e por figuras proeminentes associadas ao pontificado de Francisco provavelmente não criará qualquer confiança de que a maioria dos que guiaram as reflexões deste pontificado sobre questões econômicas tenham um interesse genuíno em qualquer diálogo real com quem não se encaixa no espectro entre os populistas de esquerda e o neo-keynesiano comum.

Ao contrário do que alguns acreditam, a esquerda não detém o monopólio da preocupação com os pobres ou das boas idéias sobre como ajudá-los. Quer aconteça neste pontificado ou no próximo, há uma necessidade desesperada de que o papado e outros líderes da Igreja Católica ampliem dramaticamente os círculos de opinião que eles consultam sobre tópicos econômicos como riqueza e pobreza. Se não o fizerem, temo que continuaremos a vê-los continuar a fazer declarações abrangentes sobre esses assuntos que refletem uma falta substantiva de abertura ao diálogo que Fratelli Tutti insiste que deve ser priorizada em todos os lugares.

Fonte:https://www.catholicworldreport.com/2020/10/05/fratelli-tutti-is-a-mixture-of-dubious-claims-strawmen-genuine-insights/

Pedro Erik Carneiro disse...

Obrigado, caríssimo Kaue. Samuel Gregg é muito bom

Mas é muito fácil "detonar" os aspectos econômicos da encíclica. É um texto muito juvenil em vários aspectos. Uma verdadeira cartilha de propaganda burra.

Abraço

Rafael Pauli disse...

Caríssimo Pedro,

Dias tristes para nós católicos. Resumidamente é isso.

Viganò se posicionou afirmando que Papa Francisco usou dessa encíclica como uma profissão de fé à Maçonaria.

Inclusive a própria, segundo a InfoCatólica, abraçou totalmente o conceito da fraternidade maçônica.
(https://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=38792)

Além disso, vi também um forte apelo comunista quando ao criticar as questões econômicas abraça a idéia comunista contra posses. Criticou tudo, mas o comunismo não. Como se ele não existisse.

É um mundo de faz de contas.
E nesse mundo se inventam novas histórias, inclusive a de um suposto Francisco, lá de Assis. Homônimo de São Francisco de Assis, que tem uma história de vida bem diferente.

A Encíclica é longa e sinceramente, não vale nem a leitura.

Lembrei de você ao ler um artigo que cita uma nota de rodapé:

#242: "Santo Agostinho, que forjou um conceito de 'guerra justa' que não defendemos mais em nossos dias.

Fiquei com isso na cabeça no final de semana. Inclusive ao ver o que está acontecendo com a Armênia nesse momento.

Por último, falando sobre o seu comentário de poucas citações sobre Deus, uma pessoa fez um trabalho estatístico com as últimas encíclicas, inclusive de outros papas. E é impressionante o quanto o Papa Francisco cita a si mesmo. Veja:

https://twitter.com/SharonKabel/status/1312840020705914882/photo/1

Caso queira mais detalhes, veja os últimos posts dela:
https://twitter.com/SharonKabel

Momentos como esse relembramos aquele post logo na eleição do mesmo, quando alguém profetizou o que hoje conhecemos como momento presente.

https://rorate-caeli.blogspot.com/2013/03/the-horror-buenos-aires-journalist.html

Como meu irmão disse dias atrás, em toda essa desgraça o lado bom é que isso quer dizer que a vinda está próxima, e Deus vai separar o Joio do Trigo. É um momento de grande purificação, sigamos próximos aos Sacramentos e ao Rosário, o qual estou intensificando nos últimos dias.

Que Maria Santíssima nos proteja.

Pedro Erik Carneiro disse...

Amém, meu amigo Rafael, devemos ter sempre temor a Deus, mas como diz também o quinto selo do Apocalipse:que Deus separe logo o joio do trigo.

Abraço,

Isac disse...

DETONANTE PARTE FINAL DAS PALAVRAS CONDENATÓRIAS DE D VIGANÒ SOBRE A SOCIALISTA FRATELLI TUTTI!
"Bergoglio é um falsificador da realidade. Mente com uma desfaçatez que não tem similares. Por outro lado, o principal especialista em adulterar a verdade é propriamente aquela ditadura chinesa que afirma que a pecadora foi apedrejada por Nosso Senhor (O regime comunista distribuiu nas escolas um livro com alguns episódios tirados de várias religiões, entre os quais o episódio da adúltera apedrejada por Cristo. Uma adulteração completa do texto). Evidentemente, a contiguidade do regime comunista com a igreja bergogliana não se limita ao Acordo, mas inclui também o mesmo modus operandi".
+ Carlo Maria Viganò.
FUNCIONARIAM AS PROPOSTAS SE SE BASEASSEM EM NS JESUS CRISTO!
Eis aí os falíveis: fantasioso fraternalismo, impossíveis congraçamentos gerais humanos propostos pelas falsárias, golpistas e sumamente escravizantes ideologias das depravadas esquerdas - à la TL-PCs-NOM!

Adilson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

URGENTE, VACINAS! (Pelo Patriarcado Católico Bizantino)

https://www.youtube.com/watch?v=JLF2QZodJPE&feature=youtu.be

Unknown disse...

Achei que como simples leiga eu não tinha entendido a encíclica agora vejo que eu entendi direitinho só rezando muito pela Igreja com Maria que não é nem citada

Adilson disse...

Comentário anterior editado (havia alguns problemas que considerei ruins):
Fiquei imaginando a seguinte cena: Como será que Francisco e seus escritores e editores se comportavam enquanto escreviam e tenebrosa encíclica? Humm!

Creio NÃO SER MAU JUÍZO se levantássemos a seguinte hipótese (a partir das próprias ações públicas e da formação que esses homens tiveram):
será que o papa Francisco e sua equipe escreveram esse documento agindo como mágicos, tipo: enquanto iludem a Igreja citando São Francisco, impõe aquilo que eles ACREDITAM ser o melhor para os católicos, sobrepondo-se aos antepassados?

Bom, pelo texto postado pelo blog acima, fica evidente, que a mentalidade do papa Francisco (e dos seus) age como se ele, somente ele, tem a melhor solução para a Igreja, numa espécie de dialética negativa, onde o sujeito se considera um arauto da verdade. Pra mim isso, essa encíclica soa como uma fantasia psicológica assombrosa: é como se Francisco agisse como Freud, colocando a Igreja no divã, e com sua psique análise, obriga-a a se libertar dos santos e doutores do passado (da Tradição), considerando-os culpados por impedir o progressismo nos mostrar o "melhor caminho" para a Religião Católica.