Muitas vezes qualquer morto vira santo no dia do velório, especialmente se for celebridade. Logo pintam o cara chegando na porta do céu e falando com São Pedro. Mas a porta do céu é larga? Não foi isso que Cristo ensinou.
Bispo Barron é muito conhecido nos Estados Unidos, usa muito bem as mídias sociais para se comunicar com jovens. Eu o conheci há muito tempo, quando ele lançou a série Catholicism. Mas naquele tempo, era tempo de pontificado de Bento XVI, e Barron era conservador.
O pontificado de Francisco fez muito mal para Barron, ele foi elevado a bispo por Francisco, e isso, ao que parece, o fez aceitar qualquer ataque à Doutrina vindo do Vaticano.
Uma das coisas que Barron tem tentando defender é que todos podem ter esperança de alcançar o paraíso, mesmo aqueles que explicitamente não seguem Cristo nem a sua Igreja. Recentemente, ele fez uma homilia no qual defende de novo isso.
Como diz muito bem, Ralph Martin no vídeo acima, pelas palavras de Barron, parece que o paraíso é a porta larga e o inferno é a porta estreita, o contrário do que Cristo falou.
No vídeo, Ralph Martin, que é professor de teologia para seminaristas, vai explicar em detalhes por que Barron está errado.
Martin escreveu tese de doutorado sobre o assunto, que publicou em livro, e concentra sua resposta a Barron na constituição dogmática Lumen Gentium do Concíio Vaticano II.
Eu tenho dificuldades com fundamentações dogmáticas com base no Vaticano II, pois foi um concílio que se propôs a não estabelecer dogmas explicitamente.
E eu também não gosto dessa parte da Lumen Gentium (parágrafo 16), vejo muitos problemas nela.
Mas, em todo caso, Martin tem razão em alertar sobre as condições para que alguém não católico seja salvo:
1) Não têm culpa por não conhecer Cristo e sua Igreja.
Eu acho que quem mora em país ocidental, não se pode declarar sem culpa por não conhecer Cristo. Martin não diz isso;
2) Procuram Deus com coração sincero.
Procurar Deus não é tão simples, nem sem cruz. Martin também não diz isso;
3) Se esforçam com apoio da graça para cumprir seus desígnios.
Fazer isso sem conhecer a teologia e a doutrina da Igreja, só com base na consciência, creio ser impossível, dado o pecado original. Martin também não diz isso.
Martin, no entanto, fez muito bem em ressaltar muito a parte final do parágrafo 16, que é sempre esquecida por padres esquerdistas, que diz:
"Mas, muitas vezes, os homens, enganados pelo demônio, desorientam-se em seus pensamentos e trocam a verdade de Deus pela mentira, servindo a criatura de preferência ao Criador (cfr. Rom. 1,21 e 25), ou então, vivendo e morrendo sem Deus neste mundo, se expõem à desespero final.
Em todo caso, vale muito a aula de Martin, apesar de não mencionar nada além de Lumen Gentium.
Aqui vai o parágrafo 16 da Lumen Gentium:
16. Finalmente, aqueles que ainda não receberam o Evangelho, estão de uma forma ou outra orientados para o Povo de Deus (32). Em primeiro lugar, aquele povo que recebeu a aliança e as promessas, e do qual nasceu Cristo segundo a carne (cfr. Rom. 9, 4-5), povo que segundo a eleição é muito amado, por causa dos Patriarcas, já que os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis (cfr. Rom. 11, 28-29). Mas o desígnio da salvação estende-se também àqueles que reconhecem o Criador, entre os quais vêm em primeiro lugar os muçulmanos, que professam seguir a fé de Abraão, e connosco adoram o Deus único e misericordioso, que há-de julgar os homens no último dia. E o mesmo Senhor nem sequer está longe daqueles que buscam, na sombra e em imagens, o Deus que ainda desconhecem; já que é Ele quem a todos dá vida, respiração e tudo o mais (cfr. Act. 17, 25-28) e, como Salvador, quer que todos os homens se salvem (cfr. 1 Tim. 2,4). Com efeito, aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo, e a Sua Igreja, procuram, contudo, a Deus com coração sincero, e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a Sua vontade, manifestada pelo ditame da consciência, também eles podem alcançar a salvação eterna (33). Nem a divina Providência nega os auxílios necessários à salvação àqueles que, sem culpa, não chegaram ainda ao conhecimento explícito de Deus e se esforçam, não sem o auxílio da graça, por levar uma vida recta. Tudo o que de bom e verdadeiro neles há, é considerado pela Igreja como preparação para receberem o Evangelho (34), dado por Aquele que ilumina todos os homens, para que possuam finalmente a vida. Mas, muitas vezes, os homens, enganados pelo demónio, desorientam-se em seus pensamentos e trocam a verdade de Deus pela mentira, servindo a criatura de preferência ao Criador (cfr. Rom. 1,21 e 25), ou então, vivendo e morrendo sem Deus neste mundo, se expõem à desesperação final. Por isso, para promover a glória de Deus e a salvação de todos estes, a Igreja, lembrada do mandato do Senhor: «pregai o Evangelho a toda a criatura» (Mc. 16,16), procura zelosamente impulsionar as missões.
2 comentários:
“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce." Isaías 5,20
Infelizmente são tempos onde o óbvio precisa ser dito. Digo mais: infelizmente o óbvio já se tornou um objeto estranho a muitos, quando inclusive o óbvio (que deveria ser o certo) se tornou o errado.
Não é isso que se trata a passagem citada?
Vamos novamente chover no molhado, mas o dito Concílio Vaticano II quis não mais condenar ninguém (Papa João XXIII) e assim abriram as portas do inferno achando que estavam abrindo as portas dos céus.
E aqui é onde muitos proclamam "que linda a ortodoxia" do CVII com aquela pequena passagem do parágrafo 16 da Lumen Gentium. Vemos então o parágrafo inteiro e, voilà: a boa ambiguidade misericordiosa que sem querer foi inserida nesses pérfidos documentos.
(aos incautos, fui irônico ao escrever "sem querer").
Apenas uma pequena correção Pedro: Barron não era conservador, ele permanece conservador.
Conservador = conservando a revolução.
Mas entendi seu ponto, Barron poderia ser sim em outros momentos um Padre inspirador. Consumi muito conteúdo dele, já bebi dessa água e digo que na época era muito bom. Mas vamos amadurecendo e vendo que algumas doutrinas não são as de sempre, mas novas doutrinas que São Paulo deixa bem claro que não devemos seguir.
Enfim, temos uma demonstração clara da nova "teologia" inserida no CVII:
A Lumen Gentium, citando a porcaria do termo "subsistit in" que faz com que qualquer um possa ser salvo sem pertencer à única e verdade Igreja.
Também a Unitatis redintegratiom que corrobora o conceito da salvação fora dos limites da Igreja.
A Gaudium et Spes e Dignitatis Humanae, documentos totalmente LIBERAIS, e enquanto não forem abandonados jamais a Rússia será Consagrada ao Imaculado Coração de Maria.
Não por menos na consagração do Rito Romano da Missa é "por muitos", na consagração no Missal de Paulo VI virou "por todos".
Finalizo dizendo que Barron está totalmente coerente ao ensino que ele acredita ser o correto, que são os documentos produzidos pelo Concílio Vaticano II.
Tudo fruto do Liberalismo, do Modernismo que guiados pelos Carbonários (leia-se maçonaria) leva a cabo para destruir da Igreja Católica por dentro dela mesma.
Indicação a quem quiser se aprofundar:
A Conjuração Anticristã, de Monsenhor Henri Delassus
(livro muito elogiado pelo Papa São Pio X)
A Ordem Natural e a Ordem Sobrenatural, do Padre Emmanuel André, excelente para conhecer sobre a praga do Naturalismo.
(ambos se encontram facilmente em formato audiobook no YouTube)
São Pio X, rogai por nós.
Na sexta-feira de manhã eu me encontrava ainda na cama, quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado.
Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais diversos dignitários eclesiásticos; destes, alguns estavam celebrando, outros se paramentando, e outros se despojavam das vestes sagradas.
A visão de Jesus angustiado causava-me muita pena, por isso quis Lhe perguntar por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta.
Contudo, seu olhar se dirigiu para aqueles sacerdotes; mas pouco depois, quase horrorizado e como se estivesse cansado de fitar, retirou o olhar e, quando o voltou para mim, observei com grande horror duas lágrimas que Lhe sulcavam o rosto.
Distanciou-se daquela turba de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto na face, gritando:
AÇOUGUEIROS!
Carta do Santo Padre Pio de Pietrelcina ao seu diretor espiritual (Padre Agostino da San Marco) em 7 de abril de 1913.
Muito próximo a isso, em 1908, São Pio X excomungou o Padre Alfred Loisy (fundador do Modernismo Teológico) que trazia a Igreja Católica como essa "Igreja Humanista", como boa parte do Clero hoje defende e citado nesse post.
Um clero que pediu demissão de suas funções como Pastores para exercerem a função de Açougueiros, levando as pobres almas ao Inferno com sua "Nouvelle théologie".
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