Volto de férias e vejo que no Brasil se discute se o PT tem relação com o grupo terrorista FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A Relação do partido com o grupo terrorista colombiano é antiga e é relacionada à ideologia marxista que é fonte inspiradora tanto do partido como do grupo. Tanto o PT como as FARC participam do Foro de São Paulo, que foi criado em 1990 pelo PT e reúne partidos de esquerda da América Latina e Caribe. As FARC não é um partido regular, mas já foi convidada a participar das reuniões do Foro várias vezes.
As FARC, na Colômbia, para se manter, vêm praticando crimes comuns há bastante tempo. Crimes como comércio de drogas ilícitas e sequestro. Isso não é incomum, muito pelo contrário, grupos marxistas e terroristas islâmicos gastam muito para manter a luta por um suposto mundo melhor, livre de capitalistas e de infiéis, respectivamente. Muitas vezes, um mesmo grupo é marxista e defensor do Islã. É muito comum comunistas defenderem os palestinos, o presidente do Irã ou atacarem o papa ou Israel. Marx eliminou Deus da história (para mim, ele também acabou eliminando o homem), mas os marxistas parecem gostar de Maomé.
Durante as minhas férias, Scott Steward, que faz parte do grupo de inteligência privado Stratford, escreveu um ótimo texto sobre crimes comuns dos grupos terroristas e marxistas. O texto se chama “Crime Intent and Militant Funding” (poderia ser traduzido como Aplicação ao Crime e Financiamento de Militantes). Ele mostrou como é bastante regular o uso de crimes comuns para financiar uma ideologia. No Brasil, nós conhecemos no passado os assaltos a bancos e seqüestros para colaboração da luta armada revolucionária marxista.
Um grupo terrorista ou marxista precisa financiar suas atividades e sustentar seus membros. Esses membros geralmente não se adaptaram à sociedade em que vivem, isto é, não conseguem se sustentar dentro da normalidade. Os americanos os chamariam de “losers”, querendo dizer que os membros desses grupos não confiam na sua força de trabalho e em seus dons para se sustentarem, então são contra “tudo que está aí”.
O foco de Steward é o financiamento de grupos terroristas. Ele argumenta que uma atividade terrorista mínima que seja custa dinheiro. Por vezes, muito dinheiro. Podemos imaginar quanto custou a destruição das torres gêmeas de Nova Iorque. Anos de preparação e custos altíssimo de disfarces, viagens, munição e manutenção dos terroristas. Às vezes, como acontecia na Guerra Fria em que a antiga União Soviética financiava os grupos marxistas em todo o mundo, os grupos terroristas são financiados por um estado, como o Hezbollah é financiado pelo Irã e como a Venezuela colabora com as FARC. Mas mesmo assim, esses grupos recorrem ao crime comum. O Hezbollah é acusado de ter células que atuam na Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, vendendo produtos piratas; na África, especialmente em Serra Leoa e Congo, com o tráfico de diamantes (blood diamonds); e mesmo nos Estados Unidos, na venda de remédios falsos.
Ao entrarem no crime comum, os membros desses grupos, procuram manter um raciocínio à la Robin Hood. Estão tirando dos ricos para dar aos pobres (que muitas vezes, são eles próprios) ou para “libertá-los”, ou mesmo justificando com o próprio Maomé que roubava as caravanas dos inimigos para financiar sua causa. Pois é, Maomé, além de ser líder de uma religião, foi um líder político. Sua ideologia e seus atos foram bem distintos do “meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36) ou “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21). Se chegasse ao poder regular será que o ranço criminal abandonaria a organização e ficaria apenas a ideologia supostamente salvadora?
2 comentários:
E como é que fica o PMDB, perante essas ligações perigosas do PT? Alguém pode responder?
O PMDB, há bastante tempo, não é um partido de princípios. Inclusive, suas relações com o crime comum (corrupção, apadrinhamento, peculato, etc.)são corriqueiras. Não creio que o partido tenha qualquer preocupação com as relações entre PT e as FARC, se isso não ineterferir nos negócios, é claro.
Abraço,
Pedro Erik
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