Enquanto o primeiro ministro inglês Dave Cameron está nos Estados Unidos tentando reanimar a "relação especial" entre os dois países, o seu vice, Nick Clegg, deu a primeira amostra de quão diferente os dois são.
No primeiro post deste blog, publicado no dia 13 de maio deste ano, falei sobre a união entre conservadores e os da extrema esquerda na Inglaterra, considerando como uma das coisas mais ridículas que já vi na política. O desconforto dos dois era evidente na primeira entrevista. Apostei que a coalizão não chegaria a 2011. Vamos ver. O poder, como mostrou a aliança entre dois, pode jogar princípios no lixo, eu sei.
Bom, bastou o chefe estar fora, para Clegg chamar a guerra do Iraque de ilegal. A guerra foi feita quando o Tony Blair (do partido de esquerda Labor) estava no poder e já sofreu vários escrutínios na Inglaterra, em que não se provou a ilegalidade. O partido conservador de Cameron nunca considerou a guerra ilegal e a sua administração teve que se distanciar das declarações do vice. Clegg, além de mostrar não concordância com seu próprio governo, demonstrou que é bastante frágil nos debates públicos com a oposição e ligeiro na suas análises. Cameron está longe ser um conservador típico. Pelo contrário, o público conservador inglês não gosta dele (por isso não lhe deu maioria de votos) e, se ele o fosse, não teria se juntado a Clegg. Mas fato é que ele não pode dar as costas ao passado do seu partido.
Cameron, nos Estados Unidos, também cometeu extremo erro ao dizer que a Inglaterra era a "parte junior" durante a Segunda Grande Guerra, apesar do país ter lutado muito mais tempo que os Estados Unidos e ter tido a liderança de Churchill. E diz isso, quando se comemora os 70 anos da Batalha da Inglaterra, em que os nazistas tentaram sem sucesso invadir a ilha britânica. A Inglaterra passa por um período realmente infeliz com o atual governo, depois de ter passado pelo desastre de Gordon Brown.
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