segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Papa Francisco: China não é Ditadura e Não Vou Defender Cardeal Zen

 


Papa Francisco foi perguntado por Elise Allen, do site CRUX, sobre a ditadura chinesa que irá julgar como perturbador da ordem  o grande cardeal Zen.

Vejamos a pergunta e a resposta.

"Ontem no Congresso Interreligioso você falou sobre a importância da liberdade religiosa, como você sabe o presidente da China também chegou no mesmo dia à cidade, onde há muito tempo há grandes preocupações sobre este assunto, especialmente agora com o processo que está acontecendo contra o Zen cardeal. Você considera o julgamento contra ele uma violação da liberdade religiosa?"

«Leva um século para entender a China, e não vivemos um século. A mentalidade chinesa é uma mentalidade rica e quando fica um pouco doente, perde riqueza, é capaz de errar. Para compreender, escolhemos o caminho do diálogo, aberto ao diálogo. Há uma comissão bilateral Vaticano-China que está indo bem, devagar, porque o ritmo chinês é lento, eles têm uma eternidade para continuar: são um povo de paciência infinita. Das experiências que tivemos antes: pensamos nos missionários italianos que lá foram e que foram respeitados como cientistas; pensamos também hoje, muitos sacerdotes ou crentes que foram chamados pela universidade chinesa porque isso dá valor à cultura. Não é fácil entender a mentalidade chinesa, mas deve ser respeitada, eu sempre respeito. E aqui no Vaticano há uma comissão de diálogo que está indo bem, é presidida pelo Cardeal Parolin e neste momento ele é o homem que mais sabe sobre a China e o diálogo chinês. É lento, mas o progresso é sempre feito. Não me apetece qualificar a China de antidemocrática, porque é um país tão complexo... é verdade que há coisas que nos parecem não democráticas, é verdade. O Cardeal Zen irá a julgamento nestes dias, eu acho. E ele diz o que sente, e isso mostra que há limitações aí. Mais do que qualificar, porque é difícil, e não me apetece qualificar, são impressões, procuro apoiar o caminho do diálogo. Então no diálogo muitas coisas são esclarecidas e não só da Igreja, também de outros setores por exemplo a extensão da China, os governadores das províncias são todos diferentes, existem culturas diferentes dentro da China, é um gigante, entender a China é uma coisa gigante. Mas não podemos perder a paciência, é preciso eh, é preciso muito, mas a gente tem que ir com o diálogo, eu tento me abster de qualificar... mas vamos em frente."

Enquanto o Papa não sabe definir a política da China dominada há décadas por um partido único que tortura e mata dissidentes, nem sabe defender seu próprio cardeal, o site Breibart lembra que até o esquerdista Parlamento Europeu reagiu, dizendo em julho passsado:

“O Parlamento condena as prisões do Cardeal Joseph Zen, um dos mais fortes defensores do movimento pró-democracia de Hong Kong, e dos outros quatro administradores do 612 Humanitarian Relief Fund”, essas e outras ações repressivas semelhantes “constituem um ataque às liberdades garantidas na Lei Básica de Hong Kong, incluindo a liberdade de religião ou crença. A resolução insta as autoridades de Hong Kong a retirar todas as acusações contra o cardeal Zen e os outros quatro curadores”.



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