Amanhã será comemorado o aniversário de 20 anos de reunificação da Alemanha. É uma data especial não só para o país. O mundo deve festejar o fim da divisão e o fim de mais um exemplo desastroso do comunismo.
Um fato bastante interessante é que também amanhã a Alemanha pagará os últimos juros devidos aos investidores que compraram títulos do governo alemão, para pagar as reparações da Primeira Guerra Mundial. Depois de 92 anos, a Alemanha desembolsará 69,9 milhões de euros para pagar os juros da dívida devida a esses investidores.
No Tratado de Versalhes, os aliados cobraram 132 bilhões de marcos alemães (seriam uns 300 bilhões de euros hoje). Isso foi um dos fatores que estimularam a ascensão de Hitler. Hitler se recusou a fazer os pagamentos. Em 1953, depois da Segunda Guerra, a Alemanha afirmou que reconhecer suas dívidas era essencial para fazer parte de novo do mundo ocidental e, no Acordo de Londres, renegociou sua dívida.
Em 1983, as reparações em si (não os juros dos investidores) foram suspensas até que a Alemanha se reunificasse.
Para maiores detalhes sobre isso, vejam em: http://www.thelocal.de/society/20100929-30145.html
Um texto espetacular foi escrito ontem no Wall Street Journal sobre a relação da Alemanha com o passado. O texto é bem profundo, mas o autor, Lorenz Maroldt, escreve especialmente sobre a aceitação dos nazistas pela Alemanha Ocidental após a Segunda Guerra e a aceitação dos alemães orientais pelos alemães ocidentais depois da unificação. Maroldt mostrou a rápida assimilação de ex-nazistas, comunistas e ex-membros da Stasi (a polícia secreta da Alemanha Oriental).
Há vários casos de nazistas que viraram personalidades importantes tanto no lado ocidental como no oriental depois da Segunda Guerra e, depois da unificação, membros da Stasi viraram até governadores. Konrad Adenauer, primeiro chanceler da Alemanha Ocidental, justificou a assimilação dizendo que "a máquina tem de operar".
Maroldt elogia o processo de assimilação, mas se mostra preocupado com a falta de conhecimento dos estudantes sobre o passado. Alguns respondem pesquisas dizendo que a Alemanha Oriental era democrática e dizendo que a Stasi não passa de um agência de serviço secreto como outra qualquer. Não se pode esquecer os erros, nem aqueles que os cometeram.
Maroldt conclui dizendo que é importante continuar mostrando o passado para que o ele não seja dominado por aqueles que querem retomar antigos conflitos ideológicos. Tanto os demasiadamente zeloso como os que querem esquecer tudo prejudicam a maneira correta de assimilar os graves erros cometidos ("The zealots and the whitewashers, the stubborn and the unregenerate - they harm this process).
Leiam este espetacular texto de Maroldt em: http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704483004575523373313824954.html
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