Dia de eleição no Brasil. Os poucos amigos que acompanham meu blog já devem ter percebido que evito comentar sobre assuntos brasileiros. Por que? Primeiro, porque uso o blog meio como aprendizado e terapia. Muitos problemas brasileiros (corrupção, falta de educação, partidos políticos e destruição institucional) me estressam profundamente. Segundo, acho que já existe muita gente discutindo problemas brasileiros, muitos com péssima qualidade, mas há alguns que fazem ótima avaliação. Recomendo alguns blogs abaixo, basta ver aqueles brasileiros. Terceiro, acho os jornais e revistas brasileiros muito ruins quando debatem questões internacionais, grande parte das vezes fazem apenas tradução de textos de alguns jornais e pronto, sem qualquer análise.
Então, torcendo para que as instituições brasileiras melhorem, vamos ao assunto de hoje: terrorismo internacional.
O mundo já está acostumado com a al-Qaeda. Identifica-a sempre a Osama Bin Laden e aos ataques de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas em Nova Iorque. Mas, infelizmente, o terrorismo islâmico é inspiração para milhares de pessoas no mundo. Com isso, a al-Qaeda tem várias ramificações, umas próximas outras mais distantes da liderança original.
Ontem, foram encontrados material para explosivos em dois aviões de carga que saíram de Iêmen. As aeronaves, pertencentes às companhias de transporte americana UPS e Fedex, eram procedentes do Iêmen e tinham como destino a cidade de Chicago, nos EUA. Aparentemente, segundo autoridades americanas, a comunidade judaica local era alvo do possível ataque. Se isso é verdade, vemos um alvo específico dentro dos Estados Unidos e não um ataque a civis indiscriminadamente, como foi o ataque de 11 de semtembro.
As suspeitas estão sobre a Al-Qaeda da Península Arábica (AQAP), braço da rede de Osama bin Laden, que fica no Iêmen e que já é conhecido por executar um atentado frustrado no natal do ano passado, em um voo que ia de Amsterdã à Detroit.
O jornalista especializado em terrrismo e guerra Con Coughlin fez uma ótima descrição da AQAP e do seu líder, que nasceu nos Estados Unidos (!), Anwar al-Awaki (foto acima), no jornal The Telegraph. Ele mostra que o grupo e al-Awaki são responsáveis por muito mais ataques terroristas do que se pensa.
AQAP foi criado no início de 2009, e tem sido responsável por muitas ações que na sua maioria usa um material altamente explosivo chamado tetranitrato de penta-eritrito (PETN). Além disso, para desespero dos americanos e de sauditas, o grupo conta com ex-presos de Guantanamo que foram soltos a pedido da Arábia Saudita, mas que hoje estão no grupo tentando derrubar a monarquia saudita.
Já em agosto de 2009, o grupo tentou matar um chefe de segurança saudita usando PETN. Em abril, um terrorista suicida do grupo quase mata Tim Torlot, embaixador britânico no Iêmen. Neste mês de outubro, o comboio que levava Fiona Gibb, vice chefe da embaixada britânica no Iêmen, foi alvo de ataque.
Al-Awlaki, que estudou em escolas e universidades americanas, usa sua fluência em inglês para inspirar mais terrorismo pelo mundo. Recentemente, publicou um artigo na internet que tinha o título
“How to make a bomb in the kitchen of your mom” ( Como Fazer Uma Bomba da Cozinha de sua Mãe).
A inspiração para o terror é sempre mais forte e floresce em países que parecem não ter governos, como Somália e Iêmen. O Iêmen tenta colaborar com os Estados Unidos na luta para destruir a AQAP, mas o governo desse país não consegue ter força além da capital Sana’a.
Para ler o texto de Coughlin, cliquem em:
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