São Tomás de Aquino, o "Doutor Angélico", certa vez, diante de um crucifixo em Nápoles, ouviu estas palavras de Jesus: “Bem tem você escrito sobre Mim, Tomás, o que devo te dar em recompensa?" São Tomás respondeu: “Nada senão a Ti mesmo, meu Senhor". Em latim, São Tomás disse: Nil, Nisi Te, Domine. Em inglês: Naught save Thyself, O Lord.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
G-20 e a Competição Comercial
O Grupo G-20, que reúne as maiores economias do mundo (para ver quais são os países acesse www.g20.org), se reuniu na Coréia do Sul no último final de semana. A discussão principal se deu em torno da competição para desvalorizar as moedas nacionais no intuito de aumentar saldos comerciais (lembrete: quando mais valorizada uma moeda, mais caro são os produtos do país que a usa, o que dificulta a venda de seus produtos. É um problema brasileiro sério hoje).
O G-20 se posicionou contra medidas governamentais que desvalorizem as moedas para aumentar os ganhos comerciais. Em geral, se diz que o dólar, pela relativa fraqueza da economia americana pode desvalorizar, mas os países emergentes que estão com maiores ganhos comerciais devem ter suas moedas valorizando.
A preocupação do G-20 é com os desequilíbrios nas balanças comerciais. Mas , sempre que ouço essa preocupação me pergunto: houve, em algum momento histórico, equilíbrio nos saldos comerciais? Não, não houve. E mesmo se todos os saldos fossem zero não haveria equilíbrio, há países que merecem, pela sua produtividade, obter saldos positivos.
Como diz o Wall Street Journal de hoje a implicação dos argumentos do G-20 é que os Estados Unidos poderão continuar emitindo moeda até que a China e outros países com superávits valorizem suas moedas. Em suma, o G-20 não detectou o problema e ainda estimula ainda mais a competição.
Só dizer que é contra a briga comercial não resolve, deve-se detectar o problema. Os Estados Unidos não estão em um bom caminho ao estimular a desvalorização de sua moeda, deveriam procurar medidas para atrair capital e não a emissão de dólar. A China não pode manter artificialmente sua moeda desvalorizada, seus riscos inflacionários já são sentidos. A Alemanha e o Japão não podem seguir a desvalorização do dólar. No caso da Alemanha, o fato de usar o Euro é um complicador.
Em suma, o problema não é desequilíbrio comercial. O desequilírbio é normal e mesmo saudável, o problema são as políticas econômicas que escondem e não refletem a produtividade de suas economias.
Os Estados Unidos são uma importante fonte do problema, mas o governo Obama parece não querer reverter suas medidas para estimular a economia. As eleições parlamentares da próxima semana vão mostrar que a política econômica dele não está errada somente para os outros países, seus compatriotas também acham que Obama está no caminho errado.
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