São Tomás de Aquino, o "Doutor Angélico", certa vez, diante de um crucifixo em Nápoles, ouviu estas palavras de Jesus: “Bem tem você escrito sobre Mim, Tomás, o que devo te dar em recompensa?" São Tomás respondeu: “Nada senão a Ti mesmo, meu Senhor". Em latim, São Tomás disse: Nil, Nisi Te, Domine. Em inglês: Naught save Thyself, O Lord.
domingo, 24 de outubro de 2010
Wikileaks - Para Quê?
O site Wikileaks, que teve acesso de forma ilegal a várias informações secretas sobre a guerra do Iraque e do Afeganistão, liberou 400 mil documentos secretos ontem sobre a guerra do Iraque.
Não condeno que um jornal ou site libere informações que recebeu de forma ilegal. Se a imprensa recebeu documentos mesmo de forma ilegal, deve checar as informações e publicar, protegendo a fonte. A não ser que o efeito de sua informação ponha em risco a vida de terceiros.
Esse é o caso com o Wikileaks, muitos informantes civis estão agora em risco, sem falar nos militares americanos e iraquianos. Por isso, acho que o fundador do site, Julian Assange deveria ser preso. A liberdade de imprensa é um valor muito importante, mas a vida está acima desse valor.
Não sei qual o objetivo de Assange. Ele tende a discursar contra a guerra e contra a presença americana, mas o efeitos de suas informações têm sido mais prejudicial ao Paquistão ou ao Iraque do que aos Estados Unidos.
Nessa nova leva de documentos, foi mostrado que a maioria das mortes no Iraque (supostamente por causa da guerra) são de civis. Segundo os documentos, 109 mil pessoas morreram no Iraque desde 2004. Destes, 66 mil eram de civis e 23 mil eram de insurgentes, o restante (19 mil) eram das forças iraquianas. Além disso, os documentos revelam sessões de tortura feitas por policiais iraquianos.
O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Malik, acusou o Wikileaks de usar os documentos politicamente, atrapalhando uma solução política no país em favor dele. O Iraque há sete meses fez uma eleição, mas ainda não conseguiu estabelecer o vencedor e al-Malik tenta fazer uma coalizão para se manter no poder.
Na vez anterior que o site liberou documentos foi o Paquistão que se perturbou, porque os relatórios mostraram as ligações dos militares paquistaneses com os terroristas do Afeganistão. Agora, mostra as crueldades das forças iraquianas.
O Pentagono regiu de novo dizendo que as informações já eram conhecidas e mostrou-se preocupado com o risco a vida dos informantes e dos militares. Mas acho bom se preocupar com a vida de Assange também.
Mas pergunto-me: para quê servem esses documentos do Wikileaks no sentido de resolver os conflitos? Só tendem a piorar o cenário da guerra, politicamente e militarmente. E, principalmente, colocam mais vidas em perigo.
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