quinta-feira, 31 de março de 2016

Cerimônia de Lava-Pés: Uma Explicação Histórica. Pode Lavar Pés de Mulheres, Muçulmanos, Hindus...?


O Dr. Taylor Marshall explicou história da cerimônia de lava-pés dentro da Igreja e se é possível lavar os pés de mulheres ou muçulmanos.

A cerimônia tem como inspiração Jesus Cristo que lavou os pés de seus discípulos, descrito em João 13. Antes de ver o que disse Marshall, vejamos, em azul essa passagem da Bíblia:

Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.


Marshall explica que a cerimônia de lava-pés sendo um ato litúrgico é coisa muito recente, foi determinada em 1955, pelo Papa Pio XII.

Antes de 1955, a cerimônia não fazia parte da liturgia da missa, mas muitos papas e reis lavavam os pés dos pobres como sinal de humildade na quinta-feira santa.

No passado, santos e teólogos viam o lava-pés de forma diferente. São Jerônimo achava que Jesus lavou os pés dos discípulos como abençoando os pés daqueles que iam pregar o evangelho pelo mundo. Eu gosto muito dessa noção.

Santo Ambrósio associava o lava-pés com a ideia de limpeza do pecado original, pois eram com os pés que o Messias ia esmagar a serpente do pecado.

Santo Agostinho achava que o lava-pés não podia ser visto como batismo, pois Jesus negou a São Pedro que lavasse seu corpo todo (passagem em negrito acima). O lava-pés para Santo Agostinho significava limpeza de pecados menores, pecados veniais.

Taylor Marshall não vê impedimento em lavar os pés de mulheres cristãs, uma vez que Cristo disse que todos devem pregar o evangelho. 

Mas Marshall não acha correto que se lave os pés de quem não pretende se converter ao catolicismo, como muçulmanos, hindus, etc. Discordando do ato do Papa Francisco esse ano.

Na opinião de Marshall muita confusão foi feita com esse cerimônia, para ele, dever-se-ia voltar ao período antes de 1955, em que a cerimônia não fazia parte da liturgia da Igreja, e era apenas um ato de humildade, desse modo pode-se lavar o pé de qualquer um.

Eu tendo a concordar com o que disse Marshall vendo a confusão que o Papa Francisco esta fazendo com isso, mas acho que a cerimônia é muito bonita, ela pode ficar na liturgia, se feita apenas para católicos.

Leiam o texto de Marshall, no site dele, clicando aqui.


Um comentário:

Vic disse...

Deparando-nos com a quantidade de procedimentos, frases, falas e textos geradores de ambiguidades que levariam cada um a interpretar como convier, o assunto do post e mais outros polêmicos seriam da ordem do dia!
Recentemente, o cardeal Müller fez uma reinterpretação das conclusões do Sínodo a sair em breve, e se contrapôs em inverso em cada uma, como no exemplo a seguir sobre o relativismo protestante:
... "Como progredir hoje, com realismo, no diálogo ecumênico com as comunidades evangélicas? O teólogo Karl-Heinz Menke está certo quando afirma que a relativização da verdade e a adoção acrítica das ideologias modernas são o principal obstáculo para a unidade na verdade".