quinta-feira, 4 de junho de 2020

Francisco Apoia Jimmy Lai ou Xi Jinping?


O renomado escritor católico, George Weigel, escreveu um artigo no Denver Catholic perguntando para quem Francisco vai dar seu apoio na China, para um católico fervoroso que luta pela democracia em Hong Kong, chamado Jimmy Lai, ou para o ditador Xi Jinping.

Weigel conhece Jimmy Lai pessoalmente. Jimmy Lai dedicou seu dinheiro e sua vida ao catolicismo e ao movimento pró-democracia. Já foi preso duas vezes pela ditadura chinesa. E agora está na iminência de pegar prisão perpétua.

Bem, acho que já não resta muita dúvida de quem Francisco apoia. Afinal, Francisco fez uma acordo com a China, acordo que ainda está secreto, escondido dos católicos. E Francisco sempre pode se comportar do jeito que  mais se comporta, como político, dizendo que não se deve meter em questões de outros países, que a China é soberana e tem colaborado com o Vaticano....etc, falar coisas de gente sem preocupações morais ou religiosas, como costumam ser os políticos.

Aqui vai a tradução do texto de Weigel:

A escolha do Vaticano: Jimmy Lai ou Xi Jinping?

por Gerorge Weigel, Denver Catholic.

Em meados de maio, o líder chinês Xi Jinping apresentou um plano para contornar a legislatura de Hong Kong e impor novas leis draconianas de "segurança nacional" à ex-colônia britânica. Supostamente destinadas a defender Hong Kong de "secessionistas", "terroristas" e "influência estrangeira", essas novas medidas são de fato destinadas a coibir os bravos homens e mulheres do vibrante movimento pró-democracia de Hong Kong, que vêm agravando a situação dos totalitários de Pequim por um longo tempo. Com o mundo distraído pelo vírus Wuhan (que a falta de jeito e a prevaricação do governo chinês fizeram muito para globalizar), o regime Xi Jinping, cada vez mais brutal, evidentemente pensa que esse é o momento de reprimir ainda mais aqueles que apreciam a liberdade em Hong Kong e tentam defendê-la.

Esta última demonstração da intenção de Pequim de reforçar o poder comunista em Hong Kong coincide com a mais recente perseguição do meu amigo Jimmy Lai.

Jimmy e eu nos encontramos apenas uma vez. Mas há muito que sinto um parentesco com esse companheiro católico, um convertido que primeiro investiu sua considerável riqueza em apoio a importantes atividades católicas e que agora está arriscando tudo em apoio ao movimento pró-democracia em Kong Kong. Preso em fevereiro e depois novamente em abril, Jimmy Lai foi acusado de ajudar a organizar e liderar "protestos não autorizados". O fato de ele estar na linha de frente das manifestações pró-democracia é verdade. A questão é: por que os comunistas chineses consideram traidores os manifestantes pacíficos que apoiam liberdades que Pequim prometeu solenemente proteger?

No final de maio, os bandidos em Pequim reforçaram ainda mais a catástrofe da repressão: o caso de Jimmy Lai foi transferido para um tribunal que poderia condenar a pessoa de 72 anos a uma sentença de cinco anos, ou até a sentenças consecutivas. Mas o que mais se poderia esperar de um regime que já estava tentando falir o jornal pró-democracia de Lai, o Apple Daily, pressionando empresas chinesas e internacionais a parar de comprar espaço publicitário lá? Vergonhosamente, muitos se submeteram a essas pressões e um artigo recente do Wall Street Journal relatou que o Apple Daily agora está isolado de 65% do mercado publicitário de Hong Kong. Enquanto isso, Pequim, enquanto tenta tranquilizar a comunidade empresarial de que tudo ficará bem, alerta os líderes empresariais (assim como diplomatas e jornalistas) a não "se unirem às forças anti-China estigmatizando ou demonizando" as novas leis de segurança nacional.

O regime de Xi Jinping pode ser menos estável do que o mundo pensa que é. Regimes seguros não aumentam a repressão, como Pequim faz há vários anos. Além disso, rotular todas as críticas ao governo de Xi Jinping como "anti-China" não é o jogo que um regime confiante em sua legitimidade e estabilidade faria. Tais táticas parecem desajeitadas; eles demonstram nervosismo exacerbado, não calma autoconfiança.

A tentativa de quebrar o movimento democrático de Hong Kong é uma faceta de uma campanha mais ampla de repressão que não poupou as comunidades religiosas chinesas no continente. Um milhão de uigures muçulmanos continuam escritos nos campos de concentração de Xinjiang, onde estão sendo "educados". As igrejas domésticas protestantes estão sob constante ameaça. E medidas repressivas continuam sendo tomadas contra os católicos e suas igrejas, apesar do acordo de quase dois anos (e ainda secreto) entre a Santa Sé e Pequim. Esse acordo, que deu ao partido comunista chinês um papel de liderança na nomeação de bispos, parece cada vez mais um acordo em que o Vaticano deu muito em troca de promessas vazias. Católicos chineses que não seguem a linha do partido  comunista chinês ainda são perseguidos. Os efeitos desse caso lamentável na missão evangélica da Igreja na China do futuro - que espero que seja uma China pós-comunista - não serão positivos.

Em todo o mundo, vozes se levantam em apoio aos corajosos manifestantes pró-democracia de Hong Kong. E a voz da Santa Sé cadê? Nesse caso, senti falta disso e muitos outros. Representações fortes a favor da liberdade religiosa e outros direitos humanos básicos estão sendo feitas pelas autoridades do Vaticano nos bastidores de Pequim e Roma? Pode-se esperar que sim. Mas se a atual política chinesa da Santa Sé é de fato uma reprise do Ostpolitik fracassado na Europa Central e Oriental durante a década de 1970, essas representações provavelmente serão mornas e totalmente ineficazes.

Com um de seus filhos católicos mais corajosos agora no banco dos réus e enfrentando o que poderia ser uma prisão com risco de vida, o Vaticano agora enfrenta uma escolha definitiva: Jimmy Lai ou Xi Jinping?



12 comentários:

Maria Martha disse...

De arrepiar até os Anjos se fosse possível!
Peço a Nossa Senhora a fortaleza dos mártires para Lai

Rafael P. disse...

Aproveito a caixa aqui para pontuar uma questão que não envolve exatamente o post em si.

Eventualmente vejo comentários aqui que faltam um pouco com a caridade com o Padre Paulo Ricardo. E aqui sugiro que assistam o vídeo embaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=qYjhEQj7Vfs

E por caridade peço que cuidem com os julgamentos que eventualmente vejo aqui sobre a pessoa dela.

Fiquem com Deus

Pedro Erik Carneiro disse...

Meu caro, acho que o vídeo do padre Paulo Ricardo tem tudo a ver com o post. A Igreja deveria agradar a Deus e apoiar Jimmy Lai e não ter "respeito humano", como disse o padre, apoiando Xi Jiping.

Abraço,
Pedro Erik

Adilson disse...

comentário 1:

Dr Pedro, cada vez que leio suas postagens sobre a China e a decadência do Vaticano sob a direção de Francisco, mas a minha fé nas aparições de Fátima aumenta: Salve Maria Santíssima: Ela é a verdadeira e única Mãe de Deus! O santo rosário é a nossa arma.

Adilson disse...

comentário 2:

Nossa Senhora com seu Imaculado Coração escolheu aqueles três inocentes para uma mensagem que não precisava de retórica: Sua Voz foi viva, amorosa e verdadeira para alertar a Igreja sobre os males que a Rússia espalharia. Sabemos que não se tratava meramente de guerras que matam o corpo, mas do veneno ideológico que destrói a alma, da corrupção pela mentira e da distorção da verdade, da destruição dos ensinos do Senhor, daquele "SIM, SIM, NÃO, NÃO" que Ele nos deixou.

Adilson disse...

comentario 3:

Ao olhar para o atual Vaticano e para o comportamento da clero no Brasil minha fé aumenta ainda mais, e confirma que Nossa Santa Mãe foi perfeita. O veneno da Rússia conseguiu tomar até as mentes daqueles que deveriam ser modelo e exemplo: silêncio, covardia, papalatria, fingimento, autopiedade, medo, protestantização, amor ao conforto, bajulação, atitudes isentas diante de homens daqueles que apoiam ou silenciando diante dos piores criminosos que odeiam a Igreja e destruidores da humanidade. Só se manifestam contra hereges mortos ou contra ideias, sistemas, objetos imateriais, e quando não lhes são colegas.
São Francisco Xavier pregava o fim dos laços de família para aqueles que abraçaram o sacerdócio, pois isso alimentava aquela liberdade interior que tanto os santos combatiam. Dizia santo Afonso que ele sequer visitava a família e raríssimas vezes se correspondia.

Mas parece que esses ensinos só servem para preencher homilias e conversas no youtube, como que para embelezar (coisa retórica), tipo, para conferir "autoridade" e não vivacidade.

Salve-nos Nossa Mãe.

Adilson disse...

comentário 4:

Fico perplexo ao ver o quanto a Santíssima foi perfeita sobre o veneno da Rússia (p) vermos uma sensibilidade estranha e deformada sendo praticada: é triste vermos as pessoas agirem de forma confusa: a internet está aí para pesquisarmos; noticias diárias; as bocas falando; documentos sendo publicados; declarações e ações vindo a público pelos próprios autores.

Porém... o que vemos? Pessoas dizendo: "cuidem com os julgamentos"; "comentário que falta um pouco de caridade"! Será que REALMENTE ao criticarmos padres confusos, inseguros e sem exemplo de firmeza ortodoxa estamos impiedosos? Ora, Nossa Senhora mesma foi firme e pura quando Lúcia lhe perguntou sobre Francisco, uma criança e 9 anos: Ela respondeu que ele sim iria para o céu, mas era necessário que rezasse muitos rosários. Ora, estaria a Santíssima Virgem imitando Deus em "sim, sim, não, não" para o pequeno santo?

Meu Deus, o que é isso? Essas pessoas emitem tais palavras, mas, olha só que coisa louca, não agiu com caridade para pesquisar, confirmar e comparar os fatos com os comportamentos dos que silenciam, mas se autoriza a dizer que falta caridade nos outros.

Aplico isso a mim mesmo: meu passado bebendo do protestantismo e do ensino escolar que recebi fizeram uma tremenda bagunça na minha cabeça e até me pego em práticas confusas. Só depois de ler algum ensino de santo ou um texto sábio é que me dou conta e já me arrependo. Até hoje tento me reeducar: é algo pra vida inteira.

Voltado: os erros da Rússia semearam confusão por todo lado: nos fatos e atos, e nas mentes: silenciar e calar ante o mal é ser "caridoso"; papalatria é sinônimo de "amor" à cadeira de São Pedro.

Adilson disse...

ultimo comentario:


sempre me faço a seguinte questão:

há muitos padres que batem tanto no veneno do protestantismo e no seu envenenador. Isso é bom. Concordo. Mas muitas missas já estão influenciadas por formas litúrgicas e modinhas protestantes. E aqui é vejo o seguinte problema:

os mesmos padres que condenam o protestantismo e seu arauto defunto não atacam as manifestações protestantes dentro das missas! Como ex-protestante até hoje isso me incomoda muito. Ora, não seria o caso desses padres se posicionarem FIRMES/PRÁTICOS e proibirem os elementos culturais protestantes nas missas? Ou isso é conivência mesmo sob a desculpa de que é "coisa do povo" ou "é o joio" e não pra arrancar, pois poderá produzir um mal maior! Será mesmo? Bom, ao meu ver parece que só tá contribuindo: olha aí o que Francisco vem fazendo!

Enfim: por todo lado vejo nas missas elementos culturais nas missas, tais como cantigas, os instrumentos barulhentos, as dancinhas, o estilo de fazer homilia, os palavreados chulos e apelativos, a troca do caráter sacerdotal do padre durante pela pessoa de um amiguinho, coleguinha, compreensível, que fala como o povo, etc.; é como se já estivesse trocando o sacerdote do altar para colocá-lo no meio do povo. Entende o que quero dizer?

É isso. Escrevi demais.

Isac disse...

Fazer acordos com comunistas e com o diabo, tanto faz; questão de opção pessoal, pois todos são acima, os primeiros são demonios ambulantes nos ares e se solidarizam mutuamente!

Isac disse...

XI JI PING E O CAPETA SÃO IDEM!

Pedro Erik Carneiro disse...

Ótimos comentários, caríssimo Adilson. Você tem muito a ensinar aos padres, especialmente sobre como o protestantismo influencia o comportamento e a liturgia que eles fazem.

Sobre Fátima, é isso aí, os erros da Rússia não se referem apenas às guerras mas especialmente às perdições das almas.

Muito obrigado,

Abraço,
Pedro Erik

Pedro Erik Carneiro disse...

Sim, Isac, o demônio se diverte no comunismo